Muito praticado em diferentes regiões do continente americano, o beisebol reforçou-se como um esporte chave na vida de alguns imigrantes latinos que desembarcaram no Brasil, mais especificamente em Olinda e Recife. O esporte reúne o melhor da cultura latino-americana e ajuda a integrar aqueles que chegam ao país.
É o caso de Javier Sequea, venezuelano que trabalha como soldador e joga pelo Latinos Beisebol, time fundado em 2019. Sem nunca ter saído de sua cidade natal, Javier chegou ao Brasil em 2018, em Pacaraima-RR, e só foi ao Recife em julho do ano seguinte. Grato pela recepção que teve dos brasileiros, ele conta das dificuldades que enfrentou ao chegar em um país diferente do seu.
##RECOMENDA##Javier Sequea - Foto: João Velozo/LeiaJáImagens
“Ir para um país novo, com uma língua que eu não conhecia, uma cultura diferente, era um pouco complicado. A pessoa sem dinheiro e arranjando de onde não tinha [...] Agradeço até hoje aos muitos brasileiros que me acolheram. Foram pessoas que foram uma benção para minha família, pois chegar em um país que você não conhece e nem tem apoio de ninguém, só de Deus mesmo, foi bastante complicado. Me adaptar foi um processo muito forte”, disse.
“O time dos Latinos tem sido muito importante principalmente para a integração. Muitas vezes conhecemos amigos imigrantes venezuelanos, e muitos deles nós encontramos na rua entregando currículo e sem apoio de ninguém, e aí fazemos uma integração e damos uma indicação de trabalho, uma orientação. Esse é um dos principais pontos do Latinos. Ele serve para ajudar muitas pessoas e para conhecê-las", reforçou.
O mesmo valeu para Luis Gutierrez, jogador do Recife Mariners. O jovem de 22 anos nasceu em El Tigre, na Venezuela. Acompanhado de sua tia, chegou ao Brasil em 2019. Através dela, conheceu o Latinos e assim pôde se reconectar com seu país natal.
Luis Gutierrez - Foto: João Velozo/LeiaJáImagens
"Eu me conecto com meu time e gosto de jogar. Para mim, o beisebol é algo incrível, uma coisa única. É cultura para mim, eu amo esse esporte, jogar, pegar a bola, arremessar, correr [...] O time é como minha família agora”, afirmou.
Nascido na cidade de Santa Clara, região central de Cuba, Adonys Lima saiu de seu país e foi para os Estados Unidos. De lá, veio ao Brasil com sua esposa, que é brasileira. Figura conhecida entre os que praticam o esporte no Recife, Adonys é um ponto de referência para aqueles que jogam beisebol na capital.
Adonys Lima - Foto: João Velozo/LeiaJáImagens
“O beisebol cria uma irmandade. Eu, por exemplo, trabalho numa área que envolve muitas categorias, e fico passando os contatos, com isso um vai tentando ajudar o outro. E assim vai fechando o círculo”, contou Adonys.
Jhonnarelys Espluguez, a única mulher no time, foi criada em Puerto Píritu, na Venezuela. Comerciante e estudante de odontologia, ela se familiarizou com o esporte desde pequena, quando acompanhava os treinos de seu irmão mais velho. Uma vez que ingressou no Latinos, Jhonnarelys se viu dentro de uma família.
Jhonnarelys Espluguez - Foto: João Velozo/LeiaJáImagens
"Aqui consegui uma família de novo [...] Principalmente porque brigamos muito, como toda família. Brigamos muito, incentivamos um ao outro, e depois que saímos do jogo, pronto, a briga foi aqui. Depois da briga, seguimos sendo família”, afirmou.
“Por exemplo, quando um familiar não aparece, ligamos e perguntamos quando vai aparecer, estamos ligando para que volte. Quando está aqui brigamos para que melhore, e assim andamos sempre”, finalizou.
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