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O cantor Lucas Lucco anunciou pelas redes sociais que vai dar uma pausa na carreira para cuidar da sua saúde mental. Em carta para os fãs, o sertanejo disse que foi diagnosticado com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) e que teve várias crises da doença em 2023.

O TAB é caracterizado pela oscilação do comportamento da pessoa em duas fases: a de depressão e a de mania. Na primeira ligado à tristeza, e na segunda, as funções mentais ficam aceleradas, com muita energia.

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No comunicado, Lucas Lucco disse que desde o dia 7 de novembro deste ano o problema ficou mais intenso e que ele resolveu buscar se tratar com um profissional especialista em TAB.

O artista ainda se desculpou pelos cancelamentos dos próximos shows:

"Eu amo tudo que faço, amo o meu trabalho dentro e fora do palco, mas às vezes o TAB consegue me limitar muito e por isso preciso dessa pequena pausa. Peço desculpas às pessoas que iriam nos shows desse fim de semana, sinto muito, mas eu preciso ficar 100% pro meu filho, pro palco, pras empresas e pra realizar os sonhos e objetivos que ainda tenho a realizar".

Lucas Lucco é pai de Luca, de dois anos de idade, fruto da relação com Lorena Carvalho, com quem o cantor anunciou sua separação em março de 2022.

Na publicação, o cantor ainda refletiu sobre marcas do passado e a importância dos cuidados da saúde mental:

"Tem feridas abertas que são invisíveis aos nossos olhos mas nem por isso deixam de ser muito... muito doloridas. Seja gentil com todo mundo porque você nunca sabe o que que aquela pessoa tá vivendo nos bastidores".

O transtorno bipolar é uma condição caracterizada principalmente por alterações de humor que envolvem episódios depressivos e eufóricos. Os episódios depressivos se caracterizam por humor deprimido, desinteresse ou falta de prazer nas atividades habituais, dificuldade de concentração, isolamento social, perda ou aumento de apetite, sentimentos de inutilidade e pensamentos relacionados à morte. Já os episódios eufóricos (classificados como hipomaníacos ou maníacos, de acordo com a intensidade) se caracterizam por um período de humor persistentemente expansivo, elevado ou irritável, em que o indivíduo pode apresentar fala e pensamentos acelerados, hiperatividade, diminuição da necessidade de sono, aumento de comportamentos impulsivos e, em casos mais graves, evoluir para delírios. Os quadros podem durar dias ou semanas.

Segundo a psicóloga clínica Giovanna Maradei, 25 anos, os episódios provocam prejuízo acentuado na qualidade de vida e no funcionamento social e/ou profissional do indivíduo. “O tempo de realização do diagnóstico vai depender de diversos fatores. Em geral, os principais motivos que podem levar à demora desse diagnóstico incluem o desconhecimento sobre o tema por parte do profissional, o preconceito e o estigma relacionado aos transtornos mentais, que muitas vezes impedem o indivíduo e seus familiares de buscar ajuda profissional. Outro ponto importante a se destacar é que em muitos casos os episódios hipomaníacos/maníacos podem demorar a aparecer, induzindo o profissional ao erro”, destaca Giovanna.

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O Dia Mundial do Transtorno Bipolar (30 de março) é uma data importante para que o estigma das doenças mentais seja combatido, mais informações cheguem à sociedade e as pessoas possam buscar diagnóstico, tratamento e uma melhora na qualidade de vida. “Falar e divulgar informações sobre o tema é, portanto, uma forma importante de diminuir o preconceito. No mais, é importante destacar que o diagnóstico de transtorno bipolar deve ser dado por um profissional de saúde mental devidamente regulamentado. Em caso de sofrimento, busque a ajuda de um psicólogo e/ou psiquiatra”, destaca Giovana.

A busca por um diagnóstico muitas vezes não é fácil para os pacientes. Engenheiro eletricista entrevistado para esta reportagem, que preferiu não ser identificado, conta que por muito tempo negou para si mesmo os sintomas e a ajuda. “Eu neguei em procurar ajuda durante muito tempo. Eu já começava a me sentir pra baixo e sem vontade alguma de estar vivo, até que houve a minha primeira tentativa de suicídio. Logo após isso procurei ajuda e comecei todos os tratamentos”, disse.

Ele foi diagnosticado também com ansiedade generalizada, estresse pós-traumático, fobia social e a depressão também. “O diagnóstico de bipolaridade demorou um pouco mais a sair, pois a minha médica estava analisando ainda o meu tipo de transtorno de personalidade, que poderia ser Borderline, mas devido ao grande número de tentativas de suicídio foi batido o martelo de que se trava de Bipolaridade Tipo II (ou bipolaridade depressivo)”, revelou o engenheiro, que tem o diagnóstico há três anos.

Os estigmas de possuir e tratar um transtorno mental levam muitas pessoas a não procurarem ajuda ou até mesmo terem dificuldade de falar sobre isso com amigos, familiares e no trabalho. O engenheiro relata que muitas pessoas tratam o assunto na brincadeira. “Algumas pessoas sempre brincam quando alguém muda de humor repentino dizendo ‘olha bateu a bipolaridade’. Porém, a realidade é bem mais diferente do que essa rápida mudança de humor. A bipolaridade é como se fosse uma montanha-russa, literalmente tendo os altos e baixos. Basicamente é todo dia matando um leão pra passar por tudo isso, é uma luta contra algo que está dentro da sua cabeça, é como se você fosse o seu próprio inimigo. Mesmo assim, muitas das vezes consigo segurar as pontas e meter a cara no mundo”, desabafa.

Os pensamentos suicidas e de autoflagelação (ato de machucar-se) estão muito presentes nos relatos de pacientes diagnosticados com bipolaridade. O estudante Pedro Ribeiro, 21 anos, que foi diagnosticado há cerca de oito meses, procurou ajuda profissional após alguns episódios de tentativas de suicídios. “Em julho do ano passado eu tive uma crise muito forte, por questões sociais e pessoais, que influenciaram para que eu tivesse alguns pensamentos e tentativas de suicídio. Cheguei a ir para um hospital e logo após a saída de lá eu fui aconselhado a procurar um psiquiatra e psicólogo para fazer acompanhamento. Eu já fazia tratamento com um psicólogo, mas depois do ocorrido acabei mudando para uma outra abordagem para dar continuidade e comecei a tomar também medicamentos de regulação do humor”, conta o estudante. Ele também relata que no início do tratamento com os medicamentos sentiu vários efeitos colaterais, como sono excessivo, muita fome e emoções à flor da pele. A melhora começou a aparecer em um mês.

A psicóloga Giovanna Maradei fala sobre a importância de um tratamento multiprofissional para pessoas com bipolaridade. Segundo ela, a abordagem mais indicada consiste na combinação de psicoterapia e tratamento medicamentoso. “Além disso, a presença e o apoio da família são fatores fundamentais na prevenção de recaídas e, consequentemente, na melhora da qualidade de vida do indivíduo. Sem o acompanhamento adequado, a tendência do transtorno bipolar é a repetição de novos episódios depressivos e/ou de mania, resultando em um possível agravamento do quadro e na piora da qualidade de vida”, alerta.

Esse é o caso da acadêmica de Direito Leticia Cardoso, 24 anos, diagnosticada há cerca de sete anos com o Transtorno de Bipolaridade Tipo I. Após o falecimento do pai, ela desenvolveu um quadro profundo de depressão. Mesmo com o diagnóstico há alguns anos, Leticia estava atualmente fazendo somente terapia cognitiva comportamental com uma psicóloga e teve uma piora no quadro do transtorno. “Conversando com a minha psicóloga a gente viu a necessidade de entrar com os remédios, por que estou numa fase depressiva há alguns meses, que tem afetado muito a minha questão acadêmica e profissional”, desabafa.

A jovem estudante fala que fazer acompanhamento com profissionais foi muito importante para entender mais sobre sua doença. “Antes eu não entendia por que eu sentia certas coisas, não entendia por que eu agia de tais formas. E com o tratamento terapêutico consegui começar a identificar as fases. Quando estou na fase de depressão, eu tenho uma grande dificuldade nas minhas relações pessoais e principalmente na parte profissional, no trabalho, atrapalha muito. Só que com a terapia eu consigo identificar essas fases, consigo entender o que está acontecendo comigo e tentar me organizar de certa forma”, conta Leticia.

Se por um lado a fase depressiva da doença traz muitas dificuldades para os pacientes, a fase eufórica também pode ser perigosa. “É uma fase que engana a pessoa, você tem uma falsa sensação de felicidade, acaba fazendo gastos exorbitantes, não tem limites para muitas coisas. Como se pensasse ‘vamos viver, a vida é curta’ e não pensa em mais nada. Então acaba que isso atrapalha. Quando eu estive nessa fase, foi o momento que eu tive mais gastos na minha vida, pois eu não pensava no amanhã. Acabei estourando cartões de crédito, não tinha sono, era uma energia ligada no 220v, queria traçar metas, alcançar metas, muitas coisas ao mesmo tempo. E aí do nada vem a fase depressiva depois, sem motivo”, desabafa a estudante.

 Por Monique Leão (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Desde 20014, foi instituído que o dia 30 de março é o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. A data foi estipulada para aumentar a consciência mundial para o transtorno bipolar e eliminar um “estigma social” ao redor desta condição.

Além disso, este dia ganha destaque por ser o aniversário de Vincent Van Gogh, pintor holandês diagnosticado como bipolar após seu falecimento. O Leia Já destacou cinco celebridades com convivem com esta condição:

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 1 Rita Lee

Em 2012, ao voltar ao centro das atenções com seu novo lançamento “Reza” (trilha sonora da novela “Avenida Brasil”, Rita Lee fez presença em diversas entrevistas. Ao falar com a revista “Quem”, Rita aproveitou para falar abertamente sobre seu diagnóstico como bipolar.

“Descobri isso faz pouco tempo. Tive a vida inteira essa situação de oscilar entre euforia e depressão. Eu sinto que aconteceram situações de estresse emocional em minha vida e não tinha orientação nenhuma. Quando o médico diagnosticou a bipolaridade, eu fiquei tranquila. Falei: “Finalmente alguém me disse o que eu sou”.

 2 Mariah Carey

Mariah Carey é um exemplo vivo do estigma que ronda o transtorno bipolar. Diagnosticada em 2001 com bipolaridade, a cantora só teve condições de vir a público para falar sobre o assunto e procurar tratamento em 2018. A cantora revelou em entrevista à revista “People” que  "até recentemente, eu vivia em negação e isolamento, além de estar constantemente com medo de que alguém poderia me expor. Era um fardo pesado demais para carregar e eu simplesmente não podia mais fazer isso”.

Mariah disse durante a entrevista que os primeiros sinais que percebeu foram irritabilidade intensa e inconstância emocional. Além da ajuda profissional, o que contribuiu para que a cantora conseguisse ficar bem e continuar o tratamento foi estar rodeada de pessoas especiais e focar-se no que mais ama: compor músicas.

3 Cássia Kis

Em depoimento para entrevista com o Globo, Cássia disse: “Ser bipolar é perder o controle. Você perde a paciência num nível mais agudo com os filhos, por exemplo. Quando vê, está sacudindo a criança, falando mais alto. Vira meio bicho, sabe? É uma coisa que amedronta as pessoas. Aí volta e quer se desculpar, mandar flores, pede perdão, chora. Repeti isso muitas vezes. Um medicamento e acompanhamento evitam que isso aconteça. Mas tomar medicamentos não é o fundamental. Importante é o ambiente familiar. É ele que te torna doente.”

 4- Maurício Mattar

 O cantor  e ator falou abertamente, pela primeira vez, sobre sua bipolaridade ao participar da campanha “A Sociedade Contra o Preconceito”, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em 2013.

O artista revelou no evento que foi encaminhado para a psicóloga durante seus trabalhos na rede Globo, pois tinha um humor que oscilava muito. Com altos e baixos, Maurício ressaltou que, por vezes, se envolvia em confusões por estar irritado demais e com muita frequência.

“Na época estava gravando uma novela do amigo Miguel Falabella e fui à psicóloga para me desintoxicar, pois me automedicava para tratar a depressão. Foi aí que o psiquiatra, recomendado pela psicóloga, diagnosticou o quadro bipolar, que me fez resgatar todo um passado de irritabilidade e pouca paciência para lidar com situações adversas”, disse Maurício.

 5- Linda Hamilton

Lembrada por seu papel em “Exterminador do Futuro”, em 2004, Linda Hamilton surpreendeu o público ao revelar que travava uma batalha em segredo contra o transtorno bipolar.

Em uma entrevista publicada no jornal “USA Today”, a artista foi questionada pelo entrevistador sobre como recebeu seu diagnóstico. Linda disse: “Em torno de dez anos atrás, quando eu estava realmente me batendo e queimando, haviam se passado muitos anos, você sabe, não apenas procurando por respostas, mas também me automedicando com drogas e álcool, e estava fazendo um grande esforço para manter meus casamentos intactos. Até que em um determinado momento, alguém não me deixou sair do escritório. Ele falou: ‘Você está seriamente com bipolaridade. Você não deveria deixar esse escritório sem ligar para o seu psiquiatra e precisamos lhe dar um remédio”,

Linda, ainda em entrevista, contou que temia o tratamento por medo de perder características importantes para ela como atriz, mas, com o avanço e a medicação, entendeu que o tratamento funcionava de outra forma.

Por Matheus de Maio

 

 

 

A atriz Mayana Moura foi vacinada contra o coronavírus, na última sexta (21), porém, precisou enfrentar uma pequena confusão para isso. Ela contou, em seu Instagram,que precisou insistir para conseguir receber a primeira dose do imunizante, uma vez que seu diagnóstico de bipolaridade colocou em dúvida se ela poderia mesmo ser beneficiada por um dos grupos prioritários. 

Mayana recebeu o diagnóstico de transtorno de bipolaridade há cerca de cinco anos. Sendo assim, ela se dirigiu a um dos pontos de vacinação, no Rio de Janeiro, na última sexta (21), para receber sua vacina. Porém, no local, ela precisou exigir o seu direito, como contou em postagem no Instagram. “Não foi fácil. A prefeitura do Rio de Janeiro incluiu doença psicossocial na lista de Deficiência, não na lista de comorbidades, não confundam... Porque vão querer dizer pra vocês que vocês não estão na lista de comorbidades. E não estão mesmo, estão na de deficiência". 

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A atriz contou que houve uma pequena confusão no posto pois ela precisou exigir seu direito de ser vacinada. Mas, apesar do transtorno, a vacinação foi efetuada e ela está parcialmente imunizada. “Ninguém parece ter certeza de nada! De todo jeito, saiba os seus direitos. Consiga o máximo de informação possível e vá! Foi anunciado pela própria prefeitura do Rio de Janeiro que pessoas com problemas Psicossociais teriam direito a prioridade. Não desista. Feliz de estar enfim vacinada e triste de ver o Brasil mais uma vez ser esse lugar instável e confuso. Gostaria de ver todo mundo vacinado o mais breve possível".





 

A defesa do ex-prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), alegou que o gestor sofre de um transtorno bipolar e, por isso, terminou cometendo os crimes pelos quais foi preso na última semana.

Meira perdeu seu cargo à frente da Prefeitura após ter sido preso por ser suspeito pelos crimes de fraude em licitação, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Segundo o Blog da Noelia Brito, o Habeas Corpus utilizado pela defesa de Meira diz que “devido ao seu transtorno bipolar, quando em estado de euforia, o Paciente acreditava que poderia comprar bens móveis e imóveis, e logo depois, na mudança do seu estado de ânimo, verificava a impossibilidade de pagamento e devolvia os bens, sem os adimplir integral ou parcialmente. A situação, Exa., está muito mais a um transtorno psiquiátrico do que para a verificação do tipo de lavagem de ativos".

Além do ex-prefeito, outros quatro mandados de prisão preventiva foram cumpridos: Severino Ramos da Silva e a esposa Luciana Maria da Silva; Carlos Augusto e a esposa Joelma Soares. Todos empresários do setor de construção.

Segundo o pedido de prisão de Meira, ele teria adquirido, no decorrer do seu mandato, imóveis de luxo, carros importados e distribuído bens a seus aliados políticos. As atitudes não corresponderiam à sua renda enquanto prefeito. Porém, de acordo com a defesa, o que aconteceu foi um “surto maníaco de um bipolar”.

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