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Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que existe uma recomendação para mulheres gestantes: elas não devem ser vacinadas com imunizantes que possuem vetor viral. Esta tecnologia é usada em vacinas como a AstraZeneca/Oxford, desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além da Janssen e Sputnik V. E assim, a orientação é que gestantes recebam apenas vacinas da Pfizer e Coronavac.

Segundo a Anvisa, a medida se trata apenas de uma precaução, uma vez que ainda não existem dados suficientes para comprovar que os imunizantes que possuem vetor viral sejam prejudiciais às gestantes. Já para a população geral, a recomendação é que o plano de vacinação continue em massa, para evitar a disseminação do vírus e controlar o número de taxas de infecção e óbitos.

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Em resposta à orientação, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou também nesta semana que agora mulheres gestantes poderão se vacinar apenas com os imunizantes recomendados: Pfizer e CoronaVac. De acordo com os dados do órgão de saúde brasileiro, dentre todas as 3 milhões de grávidas no Brasil, cerca de 10% delas já estão vacinadas.

Já a vacinação em todo o Brasil continua a acontecer em ritmo lento, desde que teve início,  no dia 17 de janeiro deste ano. Ao todo, o território brasileiro é composto por aproximadamente 213 milhões de pessoas, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 38% delas já receberam a primeira dose, e quase 14% já estão completamente imunizadas.  

 

Um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia constatou que a carga viral de pacientes contaminados pela cepa P.1 do novo coronavírus (SARS-CoV-2), uma variante provavelmente desenvolvida no Amazonas, é bem maior do que em pacientes com outras cepas que circulam no Amazonas. O SARS-CoV-2 é o vírus que causa a covid-19.

O artigo que divulga os dados da pesquisa, realizada entre março de 2020 e janeiro deste ano, foi assinado por 29 especialistas, mas ainda falta ser oficialmente publicado. O texto está disponível na plataforma Research Square, que permite que artigos sejam debatidos por especialistas antes da publicação em uma revista científica.

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De acordo com o estudo, a pessoa infectada com a P.1 pode ter até dez vezes mais vírus em seu organismo do que as contaminadas por outras variantes. E esse pode ter sido o motivo que levou a cepa de Manaus a se espalhar tão rápido pelo Amazonas.

A carga viral de P.1 não varia entre homens idosos e adultos de outras idades. Também não houve diferença na carga viral de homens e mulheres, por isso ela pode ser igualmente transmissível por qualquer pessoa acima de 18 anos. E isso é diferente do que acontece com as outras cepas, em que os homens idosos têm uma carga viral mais alta.

Segundo o pesquisador Felipe Naveca, o aumento da quantidade de vírus no nariz e na garganta amplia a possibilidade de transmissão. No entanto, ter uma maior carga viral não necessariamente piora a situação da covid-19 no paciente.

Evolução da cepa

A P.1 teria evoluído de uma outra cepa que circulava pelo Amazonas - a chamada B.1.1.28 - em novembro de 2020 e foi detectada pela primeira vez em Manaus em 4 de dezembro. Foi necessário um tempo inferior a dois meses para que a nova variante passasse a ser a causadora da maior parte dos casos de covid-19.

“O problema do vírus ficar circulando muito tempo, quando houve também uma queda do distanciamento social, favoreceu o surgimento da P.1”, explicou Naveca.

Quanto mais o vírus circula, maiores são as chances de ele sofrer novas mutações que podem ser, inclusive, resistentes às vacinas produzidas atualmente. Para Naveca, estudos ainda estão sendo feitos sobre a eficácia da vacina contra a variante P.1, mas ainda não há conclusão.

 

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