Carlos Miguel Aidar deixou de ser presidente do São Paulo de forma oficial nesta terça-feira (13). O ex-dirigente passou parte do dia no estádio do Morumbi, onde almoçou com antigos aliados. Na tarde desta terça-feira (13), ele se encontrou com Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do Conselho Deliberativo, em um prédio na Avenida Paulista, e entregou a carta de renúncia do cargo que ocupava desde abril de 2014. "Falem com o novo presidente, o Carlos Augusto de Barros e Silva", limitou-se a dizer o ex-presidente na saída do edifício.
A informação foi confirmada pelo clube que convocou uma entrevista coletiva do novo presidente para quinta-feira pela manhã, no Morumbi. A partir de agora, Leco, presidente do Conselho Deliberativo, assume o comando e terá 30 dias para convocar novas eleições. O pleito deve ter mais de um candidato, pois antigos membros da diretoria de Aidar e um grupo liderado por ex-presidentes do São Paulo articulam o lançamento de concorrentes. A disputa é válida por um mandato tampão, que terminará em abril de 2017. Para essa data a eleição regular está marcada e o vencedor será empossado para três anos de gestão.
##RECOMENDA##Aidar optou pela renúncia depois de ouvir pedidos de sócios no seu escritório de advocacia e também a sugestão das filhas em encontro na noite de sexta-feira. Exposto pelas denúncias e isolado no poder, o presidente passou a ter poucas opções de aliados para recompor a diretoria destituída na última semana.
O comando São Paulo ruiu depois de brigas internas e denúncias de corrupção. O ex-vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, brigou com Aidar e prometeu divulgar provas em documentos e até em um áudio gravado. Nos materiais, Ataíde afirma que o presidente admite desvio de dinheiro em transferências, fala em participação financeira na transferência de Gustavo Cascardo, da Ponte Preta, e cita a tentativa de comissionar a empresa da namorada pela assinatura do contrato com a Under Armour.
O Conselho Deliberativo chegou a planejar uma reunião somente para ouvir a gravação e conferir as provas contra o Aidar. Mas, com a renúncia, o encontro foi desmarcado. O dossiê contra Aidar somente poderá ser analisado caso os membros do órgão queiram retomar a apuração.
O episódio mais marcante do fim da gestão de Aidar foi a briga com Ataíde Gil Guerreiro. Os dois se desentenderam e discutiram de forma áspera na semana passada durante reunião da diretoria em um hotel da capital paulista. Ataíde confirmou a existência de um "entrevero", mas não confirmou que tivesse agredido o ex-aliado.
Aidar ficou acuado no poder depois de exonerar Ataíde. Em solidariedade, alguns diretores começaram a deixar os cargos e em resposta ao ato, o então presidente solicitou o pedido de demissão coletiva de toda a diretoria. A medida levou a grupos que o apoiavam a mudarem de lado e endossarem a oposição no São Paulo.