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Pelo menos 50 pessoas morreram e cerca de 300 ficaram feridas no Chade, nesta quinta-feira (20), em enfrentamentos entre policiais e manifestantes que protestavam contra a permanência dos militares no poder.

Em diversas cidades do país africano, entre elas N'Djamena, a capital, e Moundou, a segunda maior, os manifestantes saíram às ruas para denunciar o prolongamento do período de transição para o sistema democrático.

Os enfrentamentos deixaram "cerca de 50" mortos e "mais de 300" feridos, segundo o primeiro-ministro do Chade, Saleh Kebzabo.

No início desta semana, a plataforma de oposição Wakit Tamma e o partido Os Transformadores convocaram a população a se manifestar contra o governo.

Esses dois grupos boicotaram o processo de diálogo nacional que, no início de outubro, atrasou em dois anos a transição para eleições "livres e democráticas" e abriu caminho para uma candidatura do general Mahamat Idriss Déby Itno, que tomou o poder há um ano e meio à frente de uma junta militar.

Após os protestos desta quinta, o primeiro-ministro anunciou a suspensão de "qualquer atividade pública" de diversos partidos e organizações de oposição e decretou o toque de recolher das 18h às 6h, até o "restabelecimento total da ordem" em N'Djamena, Moundou, Doba e Koumra.

Pela manhã, colunas de fumaça preta podiam ser vistas na capital e era possível ouvir o barulho de disparos de bombas de gás lacrimogênio. Barricadas foram erguidas em muitos bairros de N'Djamena e as principais vias de circulação da cidade foram bloqueadas, constataram os correspondentes da AFP.

"Uma manifestação proibida se transformou em uma insurreição", disse o porta-voz governamental Aziz Mahamat, acusando os manifestantes de atacar "edifícios públicos".

- 'Uma mudança no poder' -

"Vim me manifestar para denunciar este diálogo de fachada que perpetua um sistema e reivindicar uma mudança no poder. Em 31 anos, não vimos nenhuma mudança positiva em nosso país", declarou à AFP Abass Mahamat, de 35 anos.

A ONU lamentou "o recurso à força letal contra os manifestantes" e pediu às autoridades de transição "garantias de segurança e à proteção dos direitos humanos".

O presidente da Comissão da União Africana (UA) e ex-primeiro-ministro do Chade, Moussa Faki Mahamat, condenou a repressão e pediu a ambas as partes que "privilegiem as vias pacíficas para superar a crise".

O general Deby, de 38 anos, tomou o poder em abril de 2021, depois que seu pai, Idriss Deby Itno, morreu em uma operação contra rebeldes após três décadas dirigindo o país com mão de ferro.

A junta militar dissolveu o parlamento e o governo e prometeu "eleições livres e democráticas" após uma transição de 18 meses, renovável apenas uma vez.

A história do Chade independente, que foi uma colônia francesa até 1960, está marcada por golpes de Estado, tentativas de golpe e rebeliões.

Um ataque do grupo terrorista Boko Haram deixou pelo menos 18 mortos em um vilarejo no Chade, perto da tríplice fronteira com Níger e Nigéria, e forçou cerca de 3 mil pessoas a abandonarem suas casas neste domingo (22).

A ação ocorreu na região do Lago Chade, que vem sofrendo com um aumento dos ataques da milícia jihadista, cujo objetivo é implantar um Estado fundamentalista islâmico no norte da Nigéria.

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O governador de Lago Chade, Mohammed Aba Salah, disse à "Al Jazeera" que o Boko Haram também sequestrou 10 mulheres, sendo que uma delas conseguiu escapar.

"Os combatentes do Boko Haram cortaram as gargantas de dois e atiraram em outros 16", declarou, acrescentando que a evacuação foi tomada como "medida de precaução", já que o grupo controla algumas áreas ao redor do lago.

O Boko Haram pegou em armas em 2009 e, desde então, já matou cerca de 20 mil pessoas e abriu uma crise humanitária no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, ao contrário do sul, que é majoritariamente cristão.

O grupo passou a ser mais conhecido em 2014, quando sequestrou quase 300 estudantes de uma escola de Chibok, sendo que mais de 100 continuam desaparecidas. Sua atuação também se estende para Níger e Chade, que se juntaram à Nigéria para tentar derrotar a milícia, aliada do Estado Islâmico (EI).
    No fim de 2017, o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, chegou a dizer que o Boko Haram havia sido derrotado.

Da Ansa

O tribunal especial africano que julgou o ex-presidente Hissen Habre confirmou nesta quinta-feira (27) sua condenação à prisão perpétua ditada em 2016 por crimes contra a Humanidade e crimes de guerra pela repressão que comandou entre 1982 e 1990, deixando cerca de 40.000 mortos.

O tribunal especial foi criado no Senegal, onde Habre se refugiou em 1990 quando foi derrubado pelo atual presidente, Idriss Deby Itno.

É a primeira vez que um ex-chefe de Estado é sentenciado por uma instância de outro país por violações dos direitos humanos.

O ex-presidente chadiano cumprirá sua condenação no Senegal ou em outro país da União Africana (UA).

Dez membros do grupo terrorista Boko Haram foram condenados há morte neste sábado no Chade, por crimes incluindo assassinato e uso de explosivos. "Os acusados admitiram sua culpa e aceitaram a sentença", disse em comunicado o promotor Bruno Mahouli Louapambe, acrescentando que eles serão executados por fuzilamento.

Entre os réus está Bahna Fanaye, conhecido como Mahamat Moustapha, que seria um dos líderes do grupo, cuja base principal é na Nigéria.

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Em junho e julho a capital do Chade, N'Djamena, foi atingida por uma série de ataques suicidas que mataram dezenas de pessoas. O país jurou adotar um papel de liderança em uma aliança regional que está sendo formada para lutar contra o Boko Haram, que também deve incluir tropas da Nigéria, Camarões, Níger e Benim. Fonte: Associated Press.

Para fazer frente aos avanços do grupo extremista Boko Haram, que controla parte do território da Nigéria mas cujas ambições de expansão não respeitam fronteiras, militares de três países se uniram para atacar as forças rebeldes em pelo menos dois frontes simultâneos.

Além da Nigéria, Camarões e Chade estão usando tropas e ataques aéreos para conter o avanço dos extremistas, conhecidos por sua violência e por alistar forçosamente homens e garotos sequestrados das cidades que atacam.

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As forças do Chade estão estacionadas na fronteira de Camarões com a Nigéria, onde já foram atacadas. "Nossos soldados responderam vigorosamente, e uma caçada se seguiu rapidamente até a sua base na Nigéria, onde eles foram completamente aniquilados", afirmou na terça-feira o porta-voz do exército do Chade, Azem Bermendoa, na rede nacional de televisão.

Na quarta-feira, entretanto, o Boko Haram voltou a atacar as posições do Chade, que teve reforço de tropas camaronesas.

Ao mesmo tempo, aviões nigerianos e do Chade começaram uma campanha de bombardeamento a posições extremistas em uma dezena de cidades do nordeste do país, onde o Boko Haram declarou um califado em agosto.

A ofensiva militar desta semana é a maior desde o nascimento do grupo, há cinco anos. Elas também acontecem pouco antes das eleições presidenciais na Nigéria, que acontecem em 14 de fevereiro. Ela acontece em meio a uma reunião da União Africana, que acerta os últimos detalhes para a instituição de uma força multinacional de 7.500 homens, vindos da Nigéria e de seus quatro vizinhos francófonos, para enfrentar os extremistas, que controlam atualmente 130 cidades e vilarejos. O quarto país a se juntar ao grupo é o Níger. Fonte: Associated Press.

Três dias de confrontos entre tribos rivais deixaram mais de 70 mortos na cidade de Sabha, no sul da Líbia, informou nesta quarta-feira o porta-voz do governo da Líbia, Nasser al-Manaa. "É lamentável que mais de 70 pessoas tenham sido mortas e mais de 150 tenham ficado feridas" desde segunda-feira na cidade de Sabha, que fica no Fezzan, a região desértica da Líbia. Os confrontos ocorrem entre tribos árabes e a tribo Toubou, que vive nos oásis do Saara na Líbia e no Chade.

Mais cedo, funcionários de Sabha disseram que os confrontos entre a tribo Toubou e as tribos árabes haviam se acalmado e que os esforços para assegurar uma trégua estavam a caminho. A tribo Toubou disse que está enfrentando um "massacre" pelas mãos dos árabes.

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As informações são da Dow Jones.

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