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O grupo jihadista Boko Haram reivindicou nesta terça-feira (15) a responsabilidade pelo sequestro de centenas de estudantes do Ensino Médio na região noroeste da Nigéria.

"Sou Abubakar Shekau e nossos irmãos estão por trás do sequestro em Katsina", anunciou em uma mensagem de voz o líder do grupo que também está por trás do sequestro em 2014 de mais de 200 meninas em Chibok, caso que provocou uma onda de indignação mundial.

Ao menos 333 adolescentes permanecem desaparecidos desde o ataque na sexta-feira (11) passada contra uma escola no estado de Katsina, noroeste da Nigéria, a mais de 100 quilômetros do território do Boko Haram, que atua habitualmente nas proximidades do lago Chade.

Mais de 100 homens armados, em motos, atacaram na sexta-feira à noite a escola rural na cidade de Kankara. Centenas de adolescentes fugiram para uma floresta próxima do centro de ensino.

O sequestro foi atribuído em um primeiro momento a grupos armados, chamados de "criminosos", que aterrorizam a população nesta região instável, onde os sequestros para pedidos de resgate são frequentes.

O crime da semana passada demonstra a propagação da influência dos grupos jihadistas no nordeste da Nigéria. O presidente Muhammadu Buhari condenou o ataque e ordenou o reforço das medidas de segurança em todas as escolas.

Os centros de ensino foram fechados no estado de Katsina. Na segunda-feira, o exército anunciou ter localizado o "refúgio dos bandidos" e que uma operação operação militar estava em curso.

A segurança é frágil no norte da Nigéria desde a eleição do presidente Muhammadu Buhari em 2015, apesar de sua declaração de que a luta contra o Boko Haram seria a prioridade de seu mandato presidencial.

Combatentes do Boko Haram mataram 65 pessoas em um ataque neste sábado depois de uma cerimônia fúnebre em uma vila do nordeste da Nigéria - quase três vezes mais que o balanço inicial de mortes -, informou neste domingo um autoridade local.

Dezenas de corpos foram encontrados neste domingo após o ataque de homens armados, na véspera, em um povoado perto da capital regional Maiguduri.

"Há 65 mortos e dez feridos", anunciou o presidente do governo local, Muhammed Bulama.

Por volta das 10h30 (7h30 no horário de Brasília) de sábado, os insurgentes, que chegaram a bordo de três motocicletas, abriram fogo contra um grupo de homens que retornavam de uma vila próxima, onde haviam participado do funeral no distrito de Nganzai, a 90 km de Maiduguri.

Até ontem, 23 corpos tinha sido encontrados no local por milicianos e caçadores, depois que sobreviventes conseguiram chegar à sua aldeia para avisar, de acordo com um morador, Saleh Masida.

"As outras 42 pessoas foram assassinadas quando perseguiam os terroristas", declarou Bunu Bukar Mustapha à AFP.

O Boko Haram realiza ataques regulares nesta região, saqueando comida e queimando casas.

Segundo Bulama, o ataque deste sábado foi uma represália à morte de 11 combatentes do grupo e à apreensão de 10 fuzis automáticos por moradores há duas semanas.

Em setembro, insurgentes mataram oito pessoas e roubaram gado em duas aldeias do distrito de Nganzai.

O Boko Haram e o ramo dissidente afiliado ao grupo Estado Islâmico, Iswap, intensificaram os ataques contra civis e o exército nos últimos meses.

Na quinta-feira, membros da Boko Haram atacaram um campo de deslocados na periferia de Maiduguri, matando duas pessoas e saqueando suprimentos de comida depois de invadir a base militar próxima.

Ao menos 30 pessoas morreram e 40 ficaram feridas em um atentado em Konduga, nordeste da Nigéria, atribuído ao grupo insurgente extremista Boko Haram.

"No momento, temos um balanço de 30 mortos e mais de 40 feridos", afirmou à AFP Usman Kachalla, secretário dos serviços de emergência da região.

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Três homens-bomba detonaram suas cargas explosivas no domingo (16) à noite diante de um local onde várias pessoas assistiam uma partida de futebol.

O ataque, o mais violento em vários meses na Nigéria, aconteceu na cidade de Konduga, a 38 km de Maiduguri, a capital do estado de Borno.

Konduga foi cenário de vários ataques dos homens-bomba do Boko Haram. Em julho do ano passado, oito pessoas morreram em um atentado suicida na localidade.

Após quase 10 anos de conflito, a rebelião do Boko Haram deixou 27.000 mortos na Nigéria e mais de 1,7 milhão de pessoas impossibilitadas de retornar para suas casas.

Oito soldados morreram no fim de semana em um ataque do grupo jihadista Boko Haram contra uma base militar no nordeste da Nigéria, segundo um novo balanço comunicado nesta terça-feira (4) por um porta-voz do exército.

Pouco depois do ataque, um militar e um miliciano mencionaram dois soldados mortos.

Um grupo de combatentes da Província da África Ocidental do Estado Islâmico (ISWAP, na sigla em inglês), um braço do Boko Haram afiliado ao jihadista EI, atacou no sábado à noite uma base militar em Buni Gari, um povoado isolado do estado de Yobe (nordeste), provocando intensos combates com os soldados no local.

"Oito de nossos soldados pagaram o preço supremo, enquanto dez terroristas do Boko Haram morreram pelas tropas durante o confronto", declarou o porta-voz do exército, Sani Usman, em uma mensagem enviada à AFP.

O grupo jihadista intensificou nos últimos meses os ataques contra posições do exército nigeriano nos estados de Borno e Yobe, os mais afetados pela insurreição, que deixou mais de 27.000 mortos na região desde 2009.

Desde julho, a AFP contabilizou ao menos 19 ataques contra bases militares, em sua maioria reivindicados pelo ISWAP.

Uma estudante sequestrada pelo Boko Haram em fevereiro ao lado de outras 100 colegas na Nigéria pediu às autoridades que ajudem a obter sua libertação, informa a imprensa, que cita uma suposta gravação da única refém do grupo de alunas que permanece sob poder dos extremistas.

Leah Sharibu, cristã de 15 anos, está entre as mais de 100 jovens sequestradas no dia 19 de fevereiro em uma pensão de Dapchi, cidade do estado de Yobe, nordeste da Nigéria, em um crime que lembrou o sequestro de 276 estudantes de Chibok em abril de 2014, caso que provocou uma onda de indignação mundial.

Depois de um mês no cativeiro, todas as estudantes de Dapchi foram liberadas, com exceção da única cristã do grupo, Leah Sharibu. No caso das meninas de Chibok, as autoridades presumem que 112 jovens permanecem sob poder do Boko Haram.

Em uma gravação enviada à imprensa local na segunda-feira, a adolescente suplica por sua libertação ao governo do presidente Muhammadu Buhari.

"Eu suplico ao governo e ao presidente que tenham piedade de mim e que me salvem", afirmou a adolescente em hausa, a língua mais falada na região norte da Nigéria.

Esta gravação é a primeira prova de vida da estudante desde o sequestro.

Em alguns trechos, a jovem gagueja, repete palavras, o que sugere que estaria lendo um texto preparado. A gravação foi enviada com uma foto de Leah Sharibu usando um véu islâmico que permite observar seu rosto, sentada em um local não reconhecido.

O governo informou que está verificando a autenticidade da gravação.

"Nossa reação seguirá o resultado da investigação", afirmou o porta-voz da presidência, Garba Shehu. Também indicou que o presidente Buhari obterá sua libertação.

"O presidente Buhari não vai poupar nada para que todas as crianças voltem para casa. Não descansará até que elas sejam liberadas em sua totalidade", disse.

Um relatório da ONU afirma que, apesar do desmentido das autoridades, quantias importantes foram pagas pelo resgate das outras meninas de Dapchi.

Um ataque do grupo terrorista Boko Haram deixou pelo menos 18 mortos em um vilarejo no Chade, perto da tríplice fronteira com Níger e Nigéria, e forçou cerca de 3 mil pessoas a abandonarem suas casas neste domingo (22).

A ação ocorreu na região do Lago Chade, que vem sofrendo com um aumento dos ataques da milícia jihadista, cujo objetivo é implantar um Estado fundamentalista islâmico no norte da Nigéria.

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O governador de Lago Chade, Mohammed Aba Salah, disse à "Al Jazeera" que o Boko Haram também sequestrou 10 mulheres, sendo que uma delas conseguiu escapar.

"Os combatentes do Boko Haram cortaram as gargantas de dois e atiraram em outros 16", declarou, acrescentando que a evacuação foi tomada como "medida de precaução", já que o grupo controla algumas áreas ao redor do lago.

O Boko Haram pegou em armas em 2009 e, desde então, já matou cerca de 20 mil pessoas e abriu uma crise humanitária no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, ao contrário do sul, que é majoritariamente cristão.

O grupo passou a ser mais conhecido em 2014, quando sequestrou quase 300 estudantes de uma escola de Chibok, sendo que mais de 100 continuam desaparecidas. Sua atuação também se estende para Níger e Chade, que se juntaram à Nigéria para tentar derrotar a milícia, aliada do Estado Islâmico (EI).
    No fim de 2017, o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, chegou a dizer que o Boko Haram havia sido derrotado.

Da Ansa

Pelo menos 18 pessoas morreram e mais de 84 ficaram feridas na noite deste domingo (1) nos arredores de Maiduguri, no nordeste da Nigéria, em um múltiplo ataque reivindicado pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram. De acordo com a agência de notícias nigeriana "Nan", diversos homens-bomba detonaram seus coletes com explosivos na região, enquanto outros terroristas assassinaram as pessoas com armas de fogo.

Nesta segunda-feira (2), o diretor da agência local de gestão de emergências (SEMA), Benlo Dambatto, afirmou que 18 corpos foram encontrados nas áreas de Bale Shuwa e Bale Kura. "As pessoas foram morta quando tentavam escapar da troca de tiros", disse.

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Nos últimos meses, a Nigéria tem registrado um aumento de ataques suicidas apesar da diminuição da presença do grupo em alguns dos territórios. O grupo luta pela imposição Da sharia - lei islâmica - no país, que tem predominância muçulmana no norte e cristã no sul.

Da Ansa

O grupo terrorista islâmico Boko Haram libertou nesta quarta-feira (21) jovens estudantes que haviam sido sequestradas em fevereiro, no vilarejo de Dapchi, na Nigéria.

Um comboio de carros levou as meninas de volta à cidade nesta manhã. As circunstâncias ainda não estão claras, mas acredita-se que cinco jovens tenham sido mortas.

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O governo nigeriano disse que 76 das 110 estudantes foram libertadas, mas o número ainda não foi confirmado oficialmente.

De acordo com testemunhas, o Boko Haram deixou as meninas no centro da cidade, com um recado para as famílias: "não enviem mais suas filhas para escolas". O Boko Haram é uma organização radical sunita que atual principalmente no norte da Nigéria e é aliada do Estado Islâmico (EI).

Uma de suas principais ideologias é proibir que mulheres tenham acesso à educação. Boko Haram significa "a educação ocidental é proibida", e a organização quer instituir a sharia (lei islâmica) no país.

Em 2014, o Boko Hara sequestrou 276 garotas em Chibok, e cerca de 100 nunca voltaram para suas famílias.

Da Ansa

Algumas das dezenas de jovens desaparecidas depois do ataque do grupo jihadista Boko Haram em uma escola de Dapchi, no nordeste da Nigéria, foram resgatadas pelo Exército.

Em um comunicado, as autoridades do estado de Yobe afirmam que "algumas" garotas estão "em segurança", mas confirmam que as outras foram "raptadas por terroristas", embora tal informação tivesse sido negada na última quarta-feira (21).

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No entanto, o governo não especificou quantas jovens foram salvas e quantas seguem desaparecidas. Na imprensa, as informações ainda são conflitantes. A rede britânica "BBC" fala em cerca de 100 garotas sequestradas, enquanto a agência "Reuters" diz que 76 foram resgatadas e que 13 têm paradeiro desconhecido. Outras duas teriam sido encontradas mortas.

Dapchi fica 275 quilômetros a noroeste de Chibok, onde, pouco menos de quatro anos atrás, o Boko Haram sequestrara 276 meninas do dormitório de uma escola. 57 delas conseguiram escapar durante o transporte e, nos anos seguintes, mais de 80 escaparam ou foram libertadas, a maioria delas em uma troca por jihadistas que estavam na cadeia.

O novo sequestro ocorreu no último dia 19 de fevereiro, na escola secundária Girls Science, pouco menos de dois meses depois de o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, ter dito que o Boko Haram havia sido "derrotado".

O nome do grupo significa "a educação ocidental é proibida", e seus integrantes lutam para implantar um regime fundamentalista islâmico no norte da Nigéria, de maioria muçulmana. Desde 2009, a milícia já matou cerca de 20 mil pessoas, mas vem sofrendo seguidas derrotas militares nos últimos anos.

Acredita-se que o Boko Haram tenha usado jovens sequestradas em Chibok para cometer atentados suicidas pelo país. 

Da Ansa

O grupo terrorista islâmico Boko Haram teria sequestrado mais 50 jovens estudantes de uma escola de Yobe, na Nigéria, de acordo com uma denúncia revelada hoje (21) pelas agências internacionais.

A instituição de ensino fora atacada no último dia 19 de fevereiro e, desde então, há ao menos 50 garotas desaparecidas, apesar de muitos alunos e professores terem conseguido escapar logo que ouviram os disparos.

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A escola, Girls Science Secondary School, fica no vilarejo de Dapchi. De acordo com o colégio, no momento do ataque havia 710 alunas no internato, que recebe jovens a partir de 11 anos de idade. Familiares relataram à imprensa que têm procurado pelas jovens, mas sem sucesso.

"Nos disseram que elas estavam em outros aldeiras, mas estivemos em todos os lugares mencionados, em vão. Começamos a temer que o pior tenha acontecido", disse à AFP Abubakar Shehu, cuja neta está desaparecida.

O governo da Nigéria não fala oficialmente em "sequestro". Mas, há quatro anos, o Boko Haram, que luta para impor a sharia (lei islâmica) restrita na Nigéria, sequestou 270 estudantes da cidade de Chibok.

Uma campanha mundial, envolvendo até a ex-primeira-dama norte-americana Michelle Obama, tentou lançar apelos pela libertação das jovens, mas apenas uma parte do grupo foi solta em setembro.

Da Ansa

Os extremistas de Boko Haram libertaram três professores universitários e 10 mulheres que haviam sido sequestrados em ataques separados no ano passado, disse o governo da Nigéria neste sábado.

Os acadêmicos foram sequestrados pelos militantes islâmicos enquanto realizavam avaliações de prospecção de petróleo na área do Lago Chade em nome do Programa Nacional de Petróleo em 2017, disse o porta-voz presidencial Garba Shehu. Alguns de seus colegas foram mortos durante o sequestro. As 10 mulheres foram sequestradas em um ataque do Boko Haram a um comboio militar e policial no ano passado na estrada Damboa, perto de Maiduguri.

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"A libertação ocorreu após uma série de negociações, conforme indicado pelo presidente Muhammadu Buhari, e foi facilitada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha", disse Shehu. Todos os 13 estão agora sob custódia do Departamento de Serviços de Segurança do e estão a caminho de Abuja, capital da Nigéria, segundo o porta-voz. Médicos e psicólogos estão prontos para ajudar as vítimas, que podem encontrar o presidente antes de serem reunidas com suas famílias, se não houver problemas de segurança, conforme Shehu.

Buhari também exortou o exército da Nigéria a intensificar seus esforços para trazer para casa as meninas Chibok sequestradas que ainda estão com o Boko Haram, segundo Shehu. Fonte: Associated Press.

O grupo jihadista nigeriano Boko Haram divulgou nesta segunda-feira (15) um novo vídeo mostrando 14 supostas jovens estudantes que foram sequestradas em Chibok (nordeste) em abril de 2014.

"Nós somos as filhas de Chibok. Pela graça de Deus, não voltaremos", diz uma das garotas, falando em nome do grupo, neste vídeo de 21 minutos. Nas imagens, três jovens aparecem com bebês em seus braços.

Este é o primeiro vídeo do tipo desde maio de 2017, quando uma jovem alegando ser uma das 219 estudantes do ensino médio sequestradas em abril de 2014 no estado de Borno, apareceu empunhando uma arma e se recusando a voltar para casa.

Não há indicação de quando e onde esta mensagem foi gravada, ou se as pessoas presentes estão sob coação. Mas a maioria das jovens, vestindo longos hijabs na cor azul ou preto, tem o rosto fechado, olham para o chão e evitam olhar para a câmera.

"Nós criticamos as outras meninas de Chibok que escolheram retornar à Nigéria. Deus as abençoou e as levou para o 'califado' (...), mas, ao invés de agradecerem, escolheram voltar à descrença", continua sobre as meninas que escaparam quando foram sequestradas há quase quatro anos.

A jovem, que alterna a língua hausssa e a local de Chibok, também se dirige aos pais: "Vocês devem se arrepender (...) as chamas do inferno são o seu destino, se não se arrependerem, porque Alá nos criou para o adorarmos".

Ela também agradece ao líder do grupo jihadista, "nosso pai Abubakar Shekau, que nos casou. Vivemos no conforto (...) Abubakar Shekau é nosso líder". Dado várias vezes como morto, Shekau também aparece no vídeo, atirando com uma metralhadora antes de pronunciar um sermão de cerca de 13 minutos.

"Alá nos ordena a manter como prisioneiro, libertar sem condições ou trocar os reféns que capturamos (...) aquelas que preferem ser infiéis e retornarem aos seus pais, nós permitimos que partam, segundo o que Alá nos ordena", assegura o líder extremista.

Um total de 276 meninas foram sequestradas em abril de 2014 em sua escola do ensino médio em Chibok, estado de Borno, provocando uma onda de indignação internacional.

Delas, 57 conseguiram escapar no momento do seu sequestro e 107 foram encontradas, resgatadas ou libertadas após negociações entre o governo e os insurgentes islâmicos.

Boko Haram, que significa "a educação ocidental é um pecado", realiza campanhas sangrentas contra professores e estudantes no nordeste da Nigéria, onde querem estabelecer o seu califado.

O grupo extremista, que utiliza sequestros em massa para recrutar, raptou dezenas de milhares de pessoas.

Desde 2009, o conflito deixou pelo menos 20 mil mortos e 2,6 milhões de deslocados na Nigéria.

A casa do fundador da seita islâmica Boko Haram, transformado em grupo extremista sanguinário, será transformada em museu - anunciou nesta terça-feira (28) um membro do governo que espera perpetuar a memória histórica de um conflito que devasta a Nigéria há quase 10 anos.

Pregador muçulmano carismático, Mohamed Yusuf fundou seu movimento radical em um bairro de Maiduguri, capital do estado de Borno, no nordeste da Nigéria, em 2001. Atraía então muitos membros, principalmente jovens estudantes, desapontados com a corrupção de seus líderes, que se reuniam no "Markaz", um centro corânico onde havia dormitórios e uma mesquita.

Transformar este lugar em um museu seria, para o ministro da Informação Muhamad Bulama, um meio de "documentar, preservar e arquivar a História" da Nigéria.

O centro corânico está em ruínas desde que foi invadido pelo Exército nigeriano em julho de 2009, em um ataque que durou seis dias e deixou quase 800 mortos, incluindo Mohamed Yusuf alguns dias depois, quando estava detido.

Foi esse ataque que fez o novo líder do movimento, Abubakar Shekau, optar pelas armas, iniciando um conflito sangrento e, alguns anos depois, tentar criar um califado em torno do lago Chade.

O "Markaz" reunirá "todos os objetos relacionados à insurreição", detalhou o ministro em conversa com a AFP, rejeitando a ideia de que servirá para melhorar a imagem de Mohamed Yusuf.

Os extremistas do Boko Haram mataram pelo menos 27 pessoas disparando contra elas e cortando a garganta, enquanto atacavam aldeias no estado do Borno, no norte da Nigéria, na última semana, disseram moradores da região.

Os ataques do grupo extremista islâmico local nos últimos meses pressionaram o governo nigeriano a aumentar seus esforços de combate, depois que, no ano passado, o país chegou a declarar que o havia "aniquilado".

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Os combatentes do Boko Haram invadiram aldeias na área de Nganzai na última quarta-feira, queimando casas e atacando pessoas, o que provocou a morte de pelo menos 15 pessoas e deixou outras duas feridas, segundo Modu Jialta, membro de um grupo local de autodefesa. Até a sexta-feira, os residentes não conseguiram recuperar os corpos para enterrá-los, disse.

Os combatentes do Boko Haram também atacaram no município de Guzamala na quarta-feira (23), matando 12 pessoas e ferindo pelo menos quatro, disse Mai Abatcha Monguno, comandante do conselho de cidadãos das forças de defesa.

O estado de Borno é o local de surgimento de Boko Haram. O secretário da associação dos caçadores local, Bunu Bukar, disse que é necessário mais apoio do governo e equipamentos melhores para combater os extremistas.

A insurgência de oito anos Boko Haram deslocou milhões de habitantes na Nigéria e em outros países vizinhos e matou mais de 20 mil pessoas.

Em um discurso para a nação na última segunda-feira, o presidente nigeriano Muhammadu Buhari prometeu "reforçar e revigorar a luta" contra o Boko Haram, que ele acusou de "tentar uma nova série de ataques a alvos frágeis".

Fonte: Associated Press

Ao menos 14 pessoas foram mortas em um atentado suicida supostamente realizado pelo grupo terrorista Boko Haram, informaram autoridades nigerianas. O chefe do grupo de resposta da Agência Estatal de Emergência, Bello Dambatta, afirmou que uma mulher trajando colete de bombas burlou a segurança de um prédio na sexta-feira (28), próximo à cidade de Maiduguri, e detonou os explosivos.

Voluntários disseram que, ao menos, outras 24 pessoas sofreram ferimentos e tiveram de esperar até a manhã de sábado (29) para serem transportados a hospitais, por causa de questões de segurança e da falta de sinal telefônico. Fonte: Associated Press.

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O número de meninos utilizados pelo grupo extremista Boko Haram para executar ataques suicidas aumentou fortemente nos primeiros meses de 2017, denunciou nesta quarta-feira (12) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"O número de crianças utilizadas em ataques suicidas no conflito do Lago Chad se elevou a 27 no primeiro trimestre de 2017, contra nove no mesmo período do ano passado", indicou um relatório da organização.

"Esta é a pior utilização que se pode fazer de uma criança em um conflito", disse Marie-Pierre Poirier, diretora regional da Unicef para o oeste e centro da África.

Em abril de 2014, mais de 200 meninas foram sequestradas pelo grupo extremista, desatando uma onda de indignação em todo o mundo.

Desde 2014, 117 menores de idade, em sua grande maioria meninas, foram usados em ataques contra locais públicos como mercados, mesquitas e campos de refugiados na Nigéria, no Chade, no Níger e em Camarões, indicou o relatório.

Em 2014, quatro menores de idade foram utilizados em ataques suicidas, no ano seguinte esta cifra subiu para 56 e em 2016 as vítimas desta tática foram 30.

Em outro comunicado, a organização expressou sua preocupação com o número de crianças detidas pelos exércitos dos países atingidos pelo conflito na região do Lago Chad.

"São detidos em barracas militares, estão separados de seus pais, sem um acompanhamento médico, sem ajuda psicológica, sem educação e sem que saibam as condições em que estão, nem o período de detenção", indicou Patrick Rose, coordenador regional da Unicef.

No ano passado, a Anistia Internacional advertiu em um relatório elaborado em maio que muitas crianças morreram em barracas de detenção em Maiduguri, no nordeste da Nigéria.

Entre janeiro e maio de 2016, 149 pessoas, incluindo 11 menores de seis anos, morreram de fome, de doenças, de desidratação e feridas por bala.

Durante oito anos a insurreição islamita deixou mais de 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados, destruindo os meios de subsistência da população do nordeste do país.

Duas explosões de mulheres-bomba suspeitas de pertencerem a grupo radical Boko Haram mataram nove pessoas e feriram 24 na cidade de Maiduguri, no nordeste da Nigéria, na manhã deste sábado (29).

A primeira explosão ocorreu por volta das 7h, quando suicidas tentavam entrar num campo de refugiados que mantém mais de 16 mil pessoas a salvo do grupo Boko Haram, contou o lutador Dan Batta. Os militares disseram que havia apenas uma agressora. "A suspeita feminina de bombardeio suicídio correu em direção a um grupo de homens e mulheres na entrada, enquanto eles estavam saindo do acampamento, matando cinco homens e ferindo 11 mulheres", disse em comunicado o coronel Mustapha Anka.

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A segunda explosão aconteceu meia hora depois, a cerca de um quilômetro de distância, quando um táxi transportando dois passageiros explodiu em frente a um posto de gasolina, disse Anka. A mulher-bomba estava dirigindo o táxi e seguindo um caminhão-tanque "com o único objetivo de conseguir entrar para causar dano máximo e mortes". Em ambos os ataques, as terroristas foram impedidas de entrar, o que, preveniu de um número maior de vítimas, disse Anka.

Nove corpos, incluindo os das duas suicidas, foram recuperados e as 24 pessoas feridas nas explosões foram levadas para hospitais próximos, disse o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Emergências, Sani Datta.

O Boko Haram intensificou os ataques depois de uma pausa que durou meses, causada por uma disputa pela liderança da organização afiliada ao grupo Estado Islâmico. A insurgência, criada na Nigéria, já matou mais de 20 mil pessoas e se espalhou através das fronteiras do país, forçando cerca de 2,6 milhões de pessoas a deixar suas casas. Fonte: Associated Press

O exército da Nigéria afirmou hoje que seus ataques aéreos mataram vários comandantes do Boko Haram e "feriu fatalmente" o líder do grupo, Abubakr Shekau, enquanto o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, chegava na nação mais populosa da África para reuniões sobre estratégia antiterrorismo.

Autoridades militares disseram que um ataque aéreo "espetacular e sem precedentes" atingiu a posição dos militantes enquanto eles rezavam na floresta de Sambisa, a principal base para uma insurgência jihadista que deixou mais de 20 mil mortos e um milhão de desabrigados. Fonte: Dow Jones Newswires.

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Os militares da Nigéria informaram que foi localizada uma segunda estudante de Chibok, em meio a um confronto em uma floresta com extremistas islâmicos. Um líder comunitário, porém, disse que a garota não estava na lista das 218 estudantes desaparecidas em 2014 em um sequestro do Boko Haram.

O Exército diz que liberou 97 mulheres e crianças e matou 35 extremistas na noite de quinta-feira. Uma das jovens libertadas seria uma garota identificada como a número 157 na lista de 218 garotas capturadas de uma escola em Chibok.

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O líder comunitário Pogu Bitrus, porém, diz que a garota que ficou com o número 157 na lista tem um nome diferente. A lista traz outros dois nomes que compartilham o sobrenome divulgado pelos militares. Bitrus disse que a garota resgatada poderia estar visitando suas irmãs na escola no momento do sequestro.

A primeira adolescente de Chibok reencontrada escapou na terça-feira e tinha um bebê de quatro meses. Fonte: Associated Press.

O número de crianças envolvidas em ataques suicidas na região do lago Chade, área de atuação do grupo islamita nigeriano Boko Haram, multiplicou por 10 em 2015, de acordo com estimativas divulgadas pelo Unicef.

De quatro crianças utilizadas em ataques suicidas em 2014, o número chegou a 44 um ano depois, segundo o Unicef, que reúne dados da Nigéria, Camarões, Chade e Níger, os países de atuação do grupo que jurou fidelidade ao grupo Estado Islâmico (EI).

Mais de 75% dos menores nestes ataques são meninas, de acordo com o Unicef. O relatório tem o título "Beyond Chibok" ("Além de Chibok"), em referencia à localidade da Nigéria onde o Boko Haram sequestrou 276 meninas há dois anos.

"É necessário ser claro: estas crianças são vítimas, não autores", afirma Manuel Fontaine, diretor regional do Unicef para os países do oeste e centro da África. "Enganar as crianças e forçá-las a cometer atos mortais é um dos aspectos mais horríveis da violência na Nigéria e nos países vizinhos", completa.

Desde janeiro de 2014, o extremo norte de Camarões, cenário recorrente dos ataques do Boko Haram, é o local com o maior número de atentados suicidas com crianças (21), seguido por Nigéria (17) e Chade (2).

Este fenômeno "cria uma atmosfera de medo e de suspeita que tem consequências devastadoras" para as crianças, sobretudo as que foram libertadas depois de viver em cativeiro de grupos armados, indica o Unicef.

Estas crianças, assim como as nascidas em casamentos forçados ou em consequência de estupros, "enfrentam a estigmatização e a discriminação" em seus vilarejos e nos campos de deslocados.

O Boko Haram, que nos últimos meses sofreu várias derrotas para os exércitos da região, que os expulsaram de quase todas as localidades que haviam conquistado na Nigéria. Como resposta, o grupo multiplicou os atentados suicidas utilizando mulheres e crianças para aterrorizar a população.

"A face da pureza"

Os perfis das crianças "suicidas" variam muito, segundo o Unicef, e em alguns casos têm apenas oito anos. Alguns foram sequestrados, como as meninas de Chibok, ou são crianças que ficaram sozinhas após o caos provocado por um ataque do Boko Haram.

"São presas fáceis por sua vulnerabilidade", explica à AFP Laurent Duvillier, diretor de comunicação regional do Unicef. Quase 1,3 milhão de crianças fora deslocadas pelo conflito, número que era de 800.000 há apenas um ano. Os ataques suicidas em mesquitas, mercados e restaurantes são uma maneira do Boko Haram recorrer a uma "técnica muito perversa". "Quem vai desconfiar de uma criança? São a face da pureza", afirma Duvillier.

Khadija, uma camaronesa de 17 anos, passou quase um ano em cativeiro e foi obrigada a casar com um combatente do Boko Haram, do qual teve um filho. Quando conseguiu escapar e chegar a um campo de deslocados, encontrou a hostilidade das demais mulheres, que se negavam a compartilhar a água com ela.

"Algumas me pegavam e afastavam. Diziam: 'Você é uma mulher do Boko Haram, não venha conosco", recorda. A adolescente foi sequestrada quando seguia para uma visita a sua mãe em Banki, na Nigéria. O Boko Haram, que já provocou 2.000 mortes com sua insurreição, afirmou em um vídeo divulgado no dia 1 de abril que está disposto a seguir com a luta armada.

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