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Dados do alerta de cheia divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), nesta terça-feira (31), indicam que os rios que cortam os municípios de Manaus, Itacoatiara e Manacapuru já superaram as respectivas cotas de inundação severa este ano.

Para Manaus, a previsão é que o Rio Negro atinja aproximadamente 29,65 metros (m), com um intervalo provável variando entre 29,47 m e 30 m (considerando 80% de intervalo de confiança). Tanto a cota de inundação (27,50 m) quanto a cota de inundação severa (29 m) já foram superadas no município.

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Informações do Sistema de Alerta Hidrológico do Amazonas (SAH Amazonas) apontam para um aumento na frequência com que os eventos extremos atingem a capital amazonense, desde o princípio do monitoramento até os dias de hoje. Os dados indicam que seis das dez maiores cheias de toda a série de Manaus aconteceram na última década.

Manacapuru e Itacoatiara seguem a previsão para a capital. No município de Manacapuru, a previsão é de que o Rio Solimões atinja aproximadamente 20,15 m, com um intervalo provável variando entre 19,90 m e 20,50 m. A probabilidade de que o rio venha atingir a cota máxima histórica de 20,86 m, registrada em 2021, é de 2%. Em Itacoatiara, a previsão é de que o Rio Amazonas atinja 14,85 m, com variação entre 14,76 m e 15 m. A probabilidade de que o rio venha superar a cota máxima (15,20 m em 2021) é também de 2%.

Monitoramento

O serviço de monitoramento do CPRM na Amazônia é realizado desde 1989. As principais áreas monitoradas abrangem os municípios de Manaus, Itacoatiara e Manacapuru.

O meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Renato Senna explicou que para os primeiros meses de 2022, o fenômeno de resfriamento das águas do Pacífico, conhecido como La Ninã, modificou os regimes de chuva trazendo um grande volume de chuvas para a região.

Segundo a analista Deydila Bonfim, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a previsão para os três próximos meses é ainda de chuvas acima do normal nas bacias dos rios Negro e Branco.

O Sistema de Alerta de Eventos Críticos (Sace) informou, nesta terça-feira (22), que Minas Gerais é o estado mais afetado pelas cheias em fevereiro. O Sace é uma plataforma desenvolvida pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) para disponibilizar todas as informações geradas no contexto dos sistemas de alerta hidrológico para cada bacia hidrográfica.

Tais informações incluem o monitoramento automático de chuvas e níveis de rios em diversas estações hidrometeorológicas, com links para os mapas de riscos dos municípios e boletins de monitoramento e alertas publicados.

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O objetivo dos sistemas de alerta é monitorar e gerar informações de qualidade, para subsidiar a tomada de decisões pelos órgãos relacionadas à mitigação dos impactos de eventos hidrológicos extremos.

O Serviço Geológico do Brasil está monitorando as cheias na Região Sudeste e emite boletins extraordinários com previsão para as bacias dos rios Doce, Muriaé, São Francisco, Pomba e Velhas.

A bacia do Rio Doce, por exemplo, está em alerta desde o início do mês de fevereiro e conta atualmente com cinco municípios que ultrapassaram a cota de inundação: Ponte Nova, Tumiritinga e Governador Valadares, em Minas Gerais, e Colatina e Linhares, no Espírito Santo.

Segundo o SGB-CPRM, nos últimos dias, as estações de monitoramento registraram aumento significativo no volume de água. A estação do município de Linhares chegou a atingir 4,53 metros às 12h de hoje (22) para uma cota de inundação na região de 3,45 m. A tendência é que o rio continue subindo no local nas próximas horas, afirmam técnicos do SGB.

Na bacia do Rio São Francisco, cinco municípios ultrapassaram a cota de inundação. Além de Propriá, São Romão e Pirapora, Pedras de Maria da Cruz está com 9,34m, e São Francisco, com 9,70 m, em situação de inundação crítica.

Na bacia do Rio Muriaé, não há inundações, mas existem estações acima da cota de alerta. A cidade de Cardoso Moreira, banhada pelo Muriaé, no Rio de Janeiro, chegou a atingir a marca de 7,5 m, dois metros e meio acima do nível de alerta. Cardoso Moreira também está em estado de alerta. Porciúncula, no Rio de Janeiro, e Patrocínio do Muriaé e Carangola, em Minas Gerais, ultrapassaram a cota de atenção.

Já o Rio Pomba teve redução de volume em relação à semana passada e não apresenta mais estações em estado de inundação. No município de Santo Antônio de Pádua, no Rio de Janeiro, o rio está em situação de atenção. Em Aperibé, também no estado do Rio, o estado é de alerta.

Os dados são produzidos em razão da parceria entre o SGB-CPRM e a Agência Nacional de Águas (ANA) para a gestão e operação da Rede Hidrometeorológica Nacional.

Pelo menos três cidades do Vale do Ribeira, na região sul de São Paulo, estão debaixo d´água em razão das chuvas intensas e do transbordamento de rios. Em Eldorado, 3.650 pessoas estão ilhadas nas áreas urbana e rural por causa das cheias nos Rios Ribeira de Iguape, Bocó, Xiririca e Abobral, segundo a Defesa Civil.

Na cidade, o Ribeira atingiu 9,28 metros e a água se aproxima da região central. Casas e lojas estão alagadas. Pelo menos 73 famílias foram retiradas das residências e alojadas em escolas. Vários imóveis estão sob risco de desabamento.

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Em Guapiara, a prefeitura decretou estado de emergência na manhã desta terça-feira, 12, depois que o Rio São José subiu quatro metros e alagou parte da área urbana. Houve deslizamentos, e pelo menos 20 casas foram interditadas - as famílias foram para as casas de parentes. Uma barreira interditou completamente a SP-250, que liga Guapiara a Capão Bonito, isolando a cidade do restante do Estado.

No município de Miracatu, duas casas caíram ao serem atingidas pelo desmoronamento de uma encosta. Seis pessoas foram retiradas dos imóveis, mas sem ferimentos. Outras quatro cidades - Iporanga, Sete Barras, Registro e Jacupiranga - estão em alerta máximo para enchentes, segundo o Sistema de Alerta a Inundações da Defesa Civil de São Paulo.

Depois de dez dias subindo sem parar, deixando mais de uma centena de famílias desabrigadas, os níveis dos principais cursos d'água no Rio Grande do Sul começam a se estabilizar. A Defesa Civil Estadual fará um pronunciamento oficial às 17h deste domingo (27), mas o plantão do órgão, em Porto Alegre, já recebe informações, vindas sobretudo dos municípios da Fronteira-Oeste, a região mais preocupante, sobre a estabilização e até mesmo a redução dos níveis dos rios.

Um exemplo é o Rio Uruguai, que delimita a divisa entre o Rio Grande do Sul e a Argentina, onde desemboca no Rio da Prata. Na altura do município de Uruguaiana - o último brasileiro antes da fronteira -, a média de elevação diária nas últimas semanas era de 40 milímetros. Neste domingo, o nível do Uruguai neste ponto subiu apenas dois milímetros e já baixou em São Borja e Itaqui, que ficam mais ao norte. A tendência é que o rio reduza seu nível também em Uruguaiana, e a expectativa é que essa reversão ocorra a partir desta noite.

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O nível normal do Uruguai é de 5 metros, mas ele chegou a atingir 11 metros na tarde deste sábado, quando a presidente Dilma Rousseff sobrevoou a área e se reuniu com prefeitos dos municípios atingidos para tratar da ajuda emergencial do governo federal.

Na região metropolitana de Porto Alegre, o Guaíba e seus afluentes ainda sobem, mas estão longe de atingir o índice de alerta para cheias - inclusive nas ilhas, onde vive a população mais pobre da capital.

Segundo o mais recente boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, emitido na noite de sábado, 26, 40 municípios foram atingidos por enchentes, prejudicando mais de 2 mil famílias. Destas, 1,8 mil estavam desalojadas e 153, desabrigadas. (Naira Hofmeister, especial para AE)

O nível do Rio Negro, em Manaus, voltou a subir, nesta segunda-feira, 09, depois de três dias estagnado. A cota atingiu a marca de 29,45 metros. Está é a quinta maior cheia da história, segundo o Serviço Geológico do Brasil, da Companhia de Recursos e Produção Mineral (CPRM). No Estado, mais de 40 mil famílias foram atingidas pela cheia dos rios amazônicos, 31 municípios estão em situação de emergência e dois em estado de calamidade. Para os turistas que visitarem a Capital do Amazonas, durante a Copa do Mundo, a opção é passear pela floresta alagada.

Segundo o superintendente do Serviço Geológico do Brasil, Marco Antônio de Oliveira, a previsão é que até a próxima semana o Rio Negro, na Capital do Amazonas, pare de subir. "Estamos no fim da cheia em Manaus. Tivemos um dos maiores registros dos últimos anos, mas sem graves ocorrências. Em março, no primeiro alerta de cheia, a estimativa era de que teríamos uma cheia variando entre 29,33 metros a 29,60 metros".

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A maior cheia foi registrada, em 2012, quando a cota do Rio Negro atingiu os 29,97 metros. Na sequência, está a cheia de 2009 (29,77 metros), 1953 (29,69 metros) e de 1976, quando se registrou 29,61 metros.

Bairros localizados na orla de Manaus foram atingidos e os moradores têm driblado a subida dos rios fazendo assoalhos de madeira. No Centro da cidade, as Ruas Barão de São Domingos e dos Barés foram interditas e acabam se tornando ponto turístico. Para transitar pelas vias, somente pelas pontes de madeira feitas pela Prefeitura de Manaus.

Situação no interior

No interior, os municípios de Parintins e Itacoatiara atingiram picos recordes de cheia, devido a subida do Rio Madeira. "A diferença é que, nestes municípios, o curso do rio passa por entre as casas, então, essa água é mais limpa. Em Manaus, são 50 dias com uma água parada e muita das vezes suja", alertou Marco Antônio. Para isso, a Prefeitura de Manaus, tem feito aplicação de produtos químicos para que a população não venha contrair algum tipo de doença.

O superintendente afirmou ainda que, a cheia em Parintins, não deve prejudicar o tradicional festival que acontece nos dias 27, 28 e 29 de junho. "Anualmente, o Festival de Parintins acontece no pico da cheia o que é uma atração a mais aos turistas que encontram rio em seu estado pleno. Sem falar, que podem passear por florestas alagadas até mesmo próximo a Capital", acrescentou o superintendente.

Para amenizar a situação das famílias atingidas pelo fenômeno, o Governo do Estado, através do Subcomando de Ações de Proteção e Defesa Civil (Subcomadec), já enviou 386 toneladas de alimentos, além de kits de ajuda humanitária, materiais de higiene, limpeza, medicamentos, colchões, serviço aeromédico e gás de cozinha.

O acesso à queda d'água mais visitada das Cataratas do Iguaçu, no nordeste da Argentina, foi fechado à visitação por causa da cheia do rio Paraná, provocada pelas fortes chuvas, o que gerou também um alerta entre agricultores e moradores de suas extensas margens, informou esta quinta-feira (27) à AFP um funcionário do Parque Nacional.

"O Parque Nacional do Iguaçu está aberto, mas a passagem para a Garganta do Diabo foi fechada. Acreditamos que pode ter havido danos na estrutura do mirante e é preciso esperar que a água baixe mais para poder avaliá-los e consertá-los", afirmou Andrés Lanfiutti, guarda do parque.

As chuvas contínuas que caem na região deste a sexta-feira passada forçaram as autoridades da hidrelétrica de Itaipu, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, a manter abertas as comportas para deixar passar a água da represa, aumentando a vazão que chega às cataratas.

A Garganta do Diabo é a maior queda das 275 de até 80 metros de altura que compõem as Cataratas do Iguaçu, declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco e que a Argentina compartilha com o Brasil. Em 2011, as Cataratas do Iguaçu também foram declaradas uma das sete maravilhas naturais do mundo.

Na alta temporada, chegam a ser visitadas por 13.000 turistas ao dia no lado argentino, onde as cachoeiras podem ser vistas de perto de um circuito de passarelas, uma das quais vai até a imponente Garganta do Diabo, acrescentou a fonte.

Segundo Lanfiutti, esta é uma das maiores cheias dos últimos anos, embora seja inferior a uma ocorrida em 1998, a maior em décadas. "O grave não é tanto a altura do nível do rio, mas o volume d'água", explicou o guarda.

Ele disse, ainda, que "o habitual é que o volume d'água que chega às Cataratas seja de 1.500 metros cúbicos d'água por segundo, mas hoje (quinta-feira), temos 11.000 metros cúbicos por segundo e ontem (quarta) chegaram a ser 17.000 metros cúbicos por segundo".

Nesta quinta, no porto Iguaçu, a altura do rio era de 34 metros, com leve tendência à baixa, quando o normal são 12 metros. A cheia do Paraná deixou ainda 700 famílias afetadas no Paraguai, informou na quarta a Secretaria de Emergência Nacional (SEN) desse país.

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