Tópicos | Comissão de Direitos Humanos e Minorias

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovou, nesta quarta-feira (5), cotas de profissionais pretos, pardos e indígenas em empresas contratadas, por meio de licitação. A medida também prevê adoção de ações para promoção de igualdade racial como capacitação e equipe especializada em diversidade.

A proposta aponta que a política de igualdade racial e reserva de vagas de trabalho deve constar nos editais de licitação. A emenda é de autoria da deputada Benedita da Silva (PT) e mais 29 parlamentares.

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O relator, Orlando Silva (PCdoB) ressaltou que a alteração na lei de Licitações pode sofrer resistências durante a tramitação no Congresso Nacional. Será inevitável que se enfrentem dificuldades na análise da matéria, mas tal perspectiva não pode nem deve influenciar a posição implementada neste parecer. A causa é sem nenhuma dúvida justa, como afirmado, e se espera que venha a comover a maioria formada em torno das lamentáveis concepções disseminadas pelo atual governo”, afirmou.

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O deputado evangélico Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) disse ter sido violado e "estuprado" seu direito de concorrer à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara. "Tenho aqui que fazer uma denúncia que o PT e o governo, com a manutenção do acordo de liderança, violou, estuprou os partidos que têm liderança nessa comissão", disse o deputado na primeira sessão da CDHM após a eleição do petista Paulo Pimenta (RS) para presidi-la.

Sóstenes afirmou que houve uma manobra, pois o PT identificou que a bancada dele teria maioria na comissão para elegê-lo. Disse ainda que não desistiu do "sonho" de presidir a CDHM neste que é seu primeiro mandato como deputado federal. Ele também criticou a retirada de titularidade do deputado evangélico Anderson Ferreira (PR-PE) da comissão, para evitar também a sua candidatura.

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Aliado do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), Sóstenes elogiou a gestão do colega de bancada na comissão em 2013 e se disse vítima do "preconceito" do governo petista contra evangélicos e contra cristãos. "O PT, esse governo, tem preconceito contra cristãos, isso é inadmissível", bradou.

O deputado do PSD apontou que separava a imagem do PT e de Paulo Pimenta, dizendo respeitar o presidente recém-eleito. Ainda assim, Pimenta rebateu a colocação de Sóstenes. "Vossas Excelências sabem que não ficaram como titulares porque havia acordo partidário que previa que esta comissão seria presidida pelo PT. Houve um procedimento das lideranças como em qualquer outra comissão, fossem os senhores evangélicos ou não."

Após ver frustrada a tentativa de indicar Sóstenes e Ferreira - autor do polêmico projeto do Estatuto da Família (que define o conceito de família a partir da união entre um homem e uma mulher) - para a presidência da CDHM, a bancada evangélica, por meio de Feliciano, fez um acordo para compor a comissão no cargo de vice-presidência. Como Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor da causa LGBT e adversário político dos evangélicos, também estava designado nessa composição para assumir uma das três vice-presidências, houve divergência entra os deputados evangélicos. O imbróglio deve ser resolvido nas próximas semanas com a eleição para primeiro, segundo e terceiro vice-presidentes.

O PT vai assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 3, em Brasília, durante reunião dos líderes partidários para tratar do comando das comissões temáticas da Casa.

Os petistas deverão definir nas próximas horas o nome do presidente. O partido alegou, nas negociações que antecederam a definição, que não queria criar uma outra crise em torno da comissão, nos moldes da que ocorreu em 2013. Naquele ano a presidência ficou nas mãos do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), da bancada evangélica.

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Tradicionalmente, a Comissão de Direitos Humanos tem sido presidida pelo PT. Ela foi criada por iniciativa de um petista, Nilmário Miranda, de Minas.

Em 2013, porém, nas negociações dos líderes partidários, o partido preferiu assumir outras comissões, o que abriu caminho para Feliciano - e também para uma série de protestos. Para grupos de direitos humanos de todo o País, o PT não poderia ter deixado a comissão nas mãos de um parlamentar pouco afeito às questões dessa área.

Ontem, o vice-líder Alessandro Molon (PT-RJ) destacou a importância da comissão na história do partido. "Para o PT é uma comissão estratégica", afirmou.

O anúncio de que o PT ficará com a presidência provocou surpresa em militantes da área de direitos humanos. Nos bastidores da Câmara, tudo parecia indicar que o cargo seria ocupado por algum dos partidos que se articularam mais diretamente para a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atual presidente da Casa.

Em 2014, no rastro do que já havia feito o parlamentar da bancada evangélica, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido por fazer declarações racistas e homofóbicas, tentou conquistar a presidência da comissão. O PT reagiu e elegeu o deputado Assis do Couto (PT-PR).

Numa ação paralela à criação de uma pauta positiva para o Legislativo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), trabalha nos bastidores para enterrar até o início de julho as propostas que desgastam a imagem da Casa. O peemedebista acionou a assessoria da Câmara para encontrar uma brecha no regimento interno para que ele possa avocar a decisão de levar ao plenário projetos polêmicos que são foco de protestos nas ruas. O projeto conhecido como "cura gay" é o primeiro da lista.

A matéria de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO) foi aprovada na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) na última terça-feira (18). O texto suspende trecho da resolução do Conselho Federal de Psicologia de 1999 que proibiu profissionais da área de colaborar com eventos e serviços que ofereçam tratamento e cura de homossexualidade, além de vedar manifestação que reforcem preconceitos sociais em relação aos homossexuais.

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O projeto ainda precisa ser discutido e votado pelas comissões de Seguridade Social e de Constituição e Justiça antes de ir para o plenário da Casa. A estratégia de Henrique Eduardo Alves é encurtar a tramitação do texto restringindo a discussão ao plenário, em que considera que há poucas chances de ser aprovado.

Ao acelerar a conclusão da votação, o peemedebista acredita que diminuirá a exposição da Casa em um momento em que os parlamentares são alvo de protestos em quase todo o País. "Essa proposta é um absurdo. Discriminatória e preconceituosa. Ela não pode ficar aí pairando, gerando desgastes e a serviço de campanhas", disse Henrique Alves ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. "Acredito que ela seja derrotada no plenário", acrescentou. Segundo ele, até terça-feira (25) deverá ter uma resposta se poderá ou não encaminhar a votação direto ao plenário.

Outra proposta que está com os dias contados na Casa é a PEC 37, que elimina poderes de investigação do Ministério Público. Uma última reunião do grupo de trabalho composto por deputados, integrantes do MP e da Polícia Federal deve ocorrer na quarta-feira (26) da próxima semana. Seguindo a mesma estratégia adotada em relação ao projeto da "cura gay", a PEC 37 deve ser levada ao plenário mesmo sem consenso.

"Mesmo sem acordo, votamos a PEC no próximo dia 3. Só não será nesta semana porque devemos ter problema de quórum em razão das festas de São João. Mas está decidido que será dia 3. Temos que dar uma resposta à sociedade", afirmou Alves.

Além da tentativa de encerrar a discussão de projetos contestados pelos manifestantes nas ruas, o presidente da Câmara acredita que consegue por em votação, nesta semana, a proposta que cria novas regras para o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e iniciar a discussão do projeto que destina 100% dos royalties do petróleo para a Educação.

O posicionamento do deputado ocorre dois dias depois do encontro com a presidente Dilma Rousseff do qual também participaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Questionado sobre a reunião, Alves se limitou a dizer que o momento é de se trabalhar pelo Legislativo.

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