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Os cardeais reunidos nesta quarta-feira no Vaticano "não decidiram a data do conclave" para a eleição do sucessor de Bento XVI, informou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.

No total, 153 cardeais assistem as chamadas "congregações", a assembleia da hierarquia da Igreja católica.

Durante a reunião, que acontece a portas fechadas na sala do Sínodo do Vaticano, 18 cardeais tomaram a palavra.

"Não se trata de um congresso ou um sínodo. Este é um momento particular", afirmou Lombardi, que recordou que os cardeais estão elaborando o perfil do futuro pontífice, líder de uma igreja com mais de 1,2 bilhão de fiéis.

Questionado sobre o atraso para fixar a data do conclave, o porta-voz afirmou que os religiosos "sentem a vontade de contar com um preparo adequado, sério e não marcado pelo afã".

"Não parece oportuno fixar a data do conclave no momento", reiterou.

"Amanhã todos os cardeais com direito a voto (115 no total) estarão presentes no Vaticano. É mais respeitoso e natural esperar que estejam todos presentes", disse.

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Nessa segunda-feira (4), 150 cardeais de várias partes do mundo se reuniram no Vaticano, no encontro chamado de Congregações Gerais. Essa faz parte de uma série de reuniões que decidirão a data de início do Conclave, assembleia que decidirá quem será o novo papa.

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Além disso, nessas reuniões preliminares, estão sendo discutidos o presente e futuro da Igreja, assim como o perfil do novo papa, cuja escolha parece ser difícil uma vez que não há nenhum candidato preferido. A previsão é de que o restante chegue até quarta-feira (6).

Para o Conclave, porém, quando será feita a escolha do novo pontífice, do toral de 209, somente 115 poderão votar porque, segundo as normas canônicas, têm até oitenta anos de idade.

Os cardeais reunidos nesta segunda-feira para a terceira congregação ou assembleia prévia ao conclave enviaram um telegrama ao Papa Emérito Bento XVI, e deverão estabelecer, em poucos dias, a data da eleição do novo pontífice, enquanto o escândalo do Vatileaks rondava as reuniões.

"Os Padres Cardeais, reunidos no Vaticano para as congregações gerais em vista o próximo conclave, lhe enviamos todos juntos uma carinhosa saudação e agradecemos por seu luminoso ministério petrino e pelo exemplo que deu de uma generosa solicitação pastoral pelo bem da Igreja e do mundo", escreveram por meio do cardeal Angelo Sodano, decano do colégio cardinalício.

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No total, 148 cardeais, entre eleitores e maiores de 80 anos, participaram da assembleia-chave para elaborar o perfil do sucessor de Bento XVI, que renunciou inesperadamente ao trono de Pedro. Entre os 115 eleitores com direito a voto por ter menos de 80 anos, cinco não chegaram, segundo informou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi.

"Cada um tem seus próprios compromissos e estão se organizando para chegar", explicou Lombardi, acrescentando que "não me atrevo a fornecer uma data para o Conclave".

"Não é necessário que todos os cardeais estejam presentes para fixar a data do conclave, mas é preciso fornecer o tempo para chegarem e poderem participar", afirmou, razão pela qual não se descarta que seja convocado para domingo ou segunda-feira.

Lombardi não quis abordar o assunto mais quente, o conteúdo das intervenções dos cardeais, que se negaram nesta terça-feira a dar declarações à imprensa.

Diferentemente do primeiro dia, os cardeais estão relutantes em falar e evitam entrar pela porta lateral do Vaticano, onde um pelotão de câmeras de televisão, fotógrafos e repórteres os esperam.

Nenhum dos chamados papabili entrou por esta porta na grande assembleia da hierarquia da Igreja católica, onde se busca o sucessor do primeiro Papa a ter renunciado na era moderna.

De acordo com a imprensa italiana, um grupo de cardeais, entre eles o brasileiro Raymundo Damasceno Assis, exige que sejam divulgadas as conclusões do relatório sobre o Vatileaks, o escândalo sobre o vazamento de documentos confidenciais de Bento XVI.

Dois importantes meios de comunicação da Itália, o jornal La Repubblica e a revista Panorama, afirmaram que o Papa decidiu renunciar ao cargo depois de ter recebido um relatório ultrassecreto de 300 páginas, realizado por três cardeais veteranos, no qual se revela uma trama de corrupção, sexo e tráfico de influências dentro da Cúria Romana.

Em uma nota oficial divulgada três dias antes de sua renúncia, o Vaticano adiantou que Bento XVI decidiu entregar exclusivamente ao seu sucessor o relatório ultrassecreto, mas não proibiu que seus autores falassem sobre o assunto.

Por isso, vários cardeais consideram a informação indispensável para escolher o novo Papa.

Em uma entrevista ao jornal italiano La Stampa, Damasceno Assis reconheceu que não é necessário ter o documento completo, e sim "conhecer o núcleo central" diante de uma eleição tão importante.

"Certamente seu conteúdo influenciará nas votações", declarou.

A maioria dos cardeais exige uma reforma da Cúria Romana e por isso vários observadores e especialistas indicam entre os favoritos aqueles que sabem combinar experiência pastoral com gestão dos problemas internos, para que agilize o governo central da Igreja e, sobretudo, opere com transparência.

Nesta lista figuram os nomes do brasileiro Odilo Scherer (São Paulo), do filipino Luis Antonio Tagle (Manila) e do sul-africano Wilfrid Napier (Durban), provenientes de igrejas jovens, mas que não conhecem a complexa maquinaria do Vaticano e suas controversas conexões com o poder.

Também figura o cardeal canadense Marc Ouellet, apreciado na América Latina por sua experiência na Colômbia, que há alguns anos trabalha na Cúria Romana.

Para alguns, é necessário que se indique não apenas o Papa, mas também seu braço direito na Secretaria de Estado, figura-chave dentro da engrenagem da Santa Sé e que, em geral, esteve a cargo de um italiano.

"A governabilidade é agora o tema número um", sustenta o vaticanista americano John Allen.

Por isso, tanto Lombardi quanto os especialistas insistem que os cardeais "tomarão o tempo necessário" para escolher o líder ideal da Igreja católica do século XXI.

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A renúncia de Bento XVI do posto mais importante da Igreja Católica pegou de surpresa todo o mundo, assim como a alfaiataria Gammarelli, de Roma, que desde o século XVIII é a alfaiataria oficial da Santa Fé. Entretanto, apesar da saída repentina, os alfaiates correram nos preparativos e já prepararam as peças que serão usadas pelo próximo papa.

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Três trajes diferentes estão expostos na vitrine da pequena loja. São três vestes brancas diferentes de lã, uma capa de veludo vermelho, além de cintos, sapatos vermelhos e o solidéu, o chapéu branco usado pela santidade e que lembra o quipá judaico. 

O Conclave que escolherá o novo papa ainda não tem data definida, mas os cardeais já começaram a se reunir na capital italiana.

A Capela Sistina foi fechada à visitação no início da tarde desta terça-feira (5) para o início das obras preparatórias para o conclave de cardeais que elegerá o sucessor de Bento XVI. O Vaticano aguarda ainda a chegada dos últimos cinco cardeais com direito a voto para determinar a data de início do conclave.

A Capela Sistina foi fechada às 13h locais. O local, cujo teto é decorado com afrescos de Michelangelo, foi fechada para turistas para que os funcionários do Vaticano possam preparar o local para a escolha do próximo papa.

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Em 2005, a última vez em que o colégio de cardeais se reuniu para escolher um novo pontífice, as preparações incluíram a instalação de um piso falso para esconder dispositivos que impedem a realização de escutas e de um forno, de onde a fumaça dos votos queimados indica se o novo papa foi ou não escolhido.

Nos últimos dias, dois cardeais anunciaram que não participariam, um por problemas de saúde e outro por ter renunciado. Isso reduziu de 117 para 115 o número de cardeais que podem votar e serem votados no conclave.

Até a tarde de hoje, 110 deles tinham chegado ao Vaticano. De acordo com a Santa Sé, são esperados ainda o patriarca egípcio Antonios Naguib e os cardeais Karl Lehmann (Alemanha), Jean-Baptiste Pham (Vietnã), Kazimierz Nycz (Polônia) e John Tong Hon (Hong Kong). O conclave não pode começar sem que todos estejam presentes.

E enquanto os últimos cardeais não chegam, acontecia hoje o segundo dia do pré-conclave, que consiste em reuniões de cardeais para organizar o processo de eleição, debater os problemas da Igreja Católica e promover a interação entre os participantes, segundo o Vaticano. As informações são da Associated Press.

O sinal mais claro de que a escolha do próximo papa está se aproximando foi dado nesta terça-feira, com o anúncio de que a Capela Sistina será fechada aos visitantes.

Às 13h (horário local), o local, cujo teto é decorado com afrescos de Michelangelo, será fechada para turistas para que os funcionários do Vaticano possam preparar o local para o conclave. Em 2005, a última vez em que o colégio de cardeais se reuniu para escolher um novo pontífice, as preparações incluíram a instalação de um piso falso para esconder dispositivos que impedem a realização de escutas e de um forno, de onde a fumaça dos votos queimados indica se o novo papa foi ou não escolhido.

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Nesta terça-feira acontece também o segundo dia do pré conclave, reuniões com cardeais para organizar o processo de eleição e promover a interação entre os participantes. Como ainda há uma grande quantidade de cardeais que não chegou a Roma, nenhuma data foi estabelecida para o início do conclave. As informações são da Associated Press.

Os 142 cardeais reunidos no Vaticano para o pré-conclave decidiram, nesta segunda-feira, preparar uma mensagem especial para o papa emérito Bento XVI, informou o gabinete de imprensa do Vaticano. O porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi, anunciou que se trata de uma mensagem para expressar "afeto e gratidão".

A primeira reunião de cardeais de todo o mundo após a renúncia de Bento XVI ocorreu em uma atmosfera "serena e construtiva", ressaltou o religioso.

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A presença inédita de um Papa emérito "não parece condicionar o desenvolvimento" da reunião, acrescentou o porta-voz papal, perguntado sobre a influência que pode ter sobre os membros do Colégio de Cardeais pelo fato de que o ancião Bento XVI permaneça vivo e tenha decidido se retirar no palácio pontifício de Castel Gandolfo, nas redondezas de Roma.

A maioria dos cardeais eleitores, isto é, os que têm direito a voto - 103 de um total de 115 - assistiram a primeira congregação celebrada no Vaticano.

Os cardeais deverão fixar a data do conclave para a eleição do novo Papa, mas para isso é necessário que todos estejam presentes.

Para a eleição do futuro pontífice, o Vaticano confirmou que 4.300 profissionais dos meios de comunicação foram credenciados para cobrir o evento.

Não há nenhum candidato favorito para substituir o Papa que renunciou. O futuro Papa irá dirigir a Igreja em um momento de crise em razão de escândalos internos e a crise vocacional em muitos países.

Os cardeais, entre eleitores e maiores de 80 anos, debaterão durante uma semana sobre o presente e o futuro da Igreja, mas também sobre o perfil do novo Papa.

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Dias depois de três padres e um ex-sacerdote o terem acusaram de assédio ocorrido nos anos 80, o cardeal britânico Keith O`Brien, que na segunda-feira (25) renunciou ao cargo de arcebispo de St. Andrews, admitiu ter tido uma conduta sexual inapropriada. O`Brien pediu perdão aos escoceses e à Igreja Católica, afirmando que o seu comportamento inadequado ficou abaixo dos padrões esperados de uma figura como a dele.

A saída do sacerdote deixa o Reino Unido sem representante para o Conclave papal, cujo primeiro encontro aconteceu nessa segunda-feira (04).

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Os cardeais decidiram nesta segunda-feira, durante a primeira congregação de preparação do conclave, agradecer a Bento XVI, mas também exigir explicações francas sobre o funcionamento da Igreja, antes da escolha do próximo Papa.

Em coletiva de imprensa, o padre Federico Lombardi indicou que o decano do Colégio Sagrado, o cardeal Angelo Sodano, propôs "preparar uma mensagem para expressar ao Papa emérito sua afeição e gratidão, o que os cardeais aceitaram".

Nesta primeira reunião em congregação os cardeais prestaram juramento de manter em segredo o conteúdo das reuniões, "mas poderão falar à imprensa sobre questões da Igreja", indicou o padre Lombardi.

Quatro dias após a renúncia histórica do Papa, alguns cardeais exigiram explicações.

"Queremos estar cientes do que está acontecendo no Vaticano, no conjunto da organização central da Igreja que passou por turbulências nos últimos tempos", declarou a alguns jornalistas o cardeal francês Philippe Barbarin, ao sair da primeira congregação nesta manhã.

"Se quisermos fazer boas decisões, estou certo de que devemos ter algumas informações relacionadas a isto", acrescentou o cardeal sul-africano Wilfrid Napier, sobre o escândalo do Vatileaks que revelou as intrigas e graves tensões na Cúria romana.

O cardeal arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, compartilhou da mesma opinião.

"Acredito que permaneceremos aqui toda a semana e alguns dias da próxima. Tomaremos todo o tempo necessário para determinar qual o perfil de Papa que precisamos. Gostaria que fosse poliglota, um homem de fé e diálogo. Ele poderia ser jovem, mas não obrigatoriamente. O novo Papa precisará obrigatoriamente enfrentar os problemas na Cúria", declarou o prelado francês.

Bento XVI, muito respeitado por sua mensagem religiosa e coerência, foi, em contrapartida, criticado por não ter realizado reformas no governo central da Igreja.

O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, indicou que não haverá uma discussão geral sobre o Vatileaks, acrescentando que os cardeais, vindos do mundo inteiro, poderão pedir a seus colegas "todas as informações que julgarem necessárias".

O momento conturbado no Vaticano e, mais recentemente, as especulações sobre um suposto "lobby gay", não são bem vistas pelos cardeais vindos do exterior. Segundo eles, estes problemas deformam a imagem de uma Igreja dinâmica e corajosa que deve enfrentar problemas de sobrevivência.

Para o cardeal espanhol Carlo Amigo Vallejo, "Vatileaks, é muito barulho por nada, apenas problemas de organização, de perfeccionismo da estrutura". Os cristãos da África "não se preocupam muito com os pequenos problemas de nossa vida interna e organização", disse.

Barbarin insistiu, no entanto, que os cardeais devem ter "uma visão de uma Igreja universal".

Os 209 cardeais, eleitores (com menos de 80 anos) ou não, foram convocados pelo cardeal Sodano para estas congregações de preparação do conclave. Nesta segunda-feira, 142 entre eles estavam presentes, dos quais 103 eleitores, informou Federico Lombardi.

Entre os ausentes, o ex-arcebispo da Escócia, Keith O'Brien, que admitiu no domingo ter tido "comportamentos inadequados" com jovens padres de sua diocese, após sua renúncia ser aceita por Bento XVI na semana passada.

Este caso revela o mal-estar dentro da Igreja, cujos preceitos de castidade e pureza nem sempre são respeitados por seus membros.

Esclarecimentos sobre esta questões, bem como sobre o dossiê dos cardeais acusados de proteger padres pedófilos, deverão ser cobrados.

Durante seus oito anos de pontificado, Bento XVI puniu dezenas de bispos infiéis a seus votos.

Estas primeiras congregações permitirão que os cardeais vindos dos cinco continentes discutam.

Antes do conclave, "alguns querem ir rápido, outros querem mais tempo" para dialogar, comentou o padre Lombardi, enquanto o anúncio de uma data para a entrada em conclave não está prevista para esta segunda-feira.

Todos os 115 cardeais eleitores devem estar presentes para decidir esta questão.

Nesta tarde, uma meditação deve ser proposta pelo pregador da Casa Pontificial, o padre capuchinho Raniero Cantamalessa.

A escolha do próximo Papa ainda está em aberto: muitos são os nomes de destaque, entre eles o do italiano Angelo Scola, o austríaco Christoph Schönborn, o húngaro Peter Erdö, o americano Sean O'Malley, o canadense Marc Ouellet, o brasileiro Odilo Scherer, o ganês Peter Turkson e o filipino Luis Antonio Tagle.

A partir de amanhã (03), os 115 cardeais que ainda não completaram 80 anos - e, portanto, podem votar no conclave que definirá o próximo líder da Igreja Católica, com previsão de início nos próximos dez dias - terão como uma de suas principais tarefas formar um seleto grupo de nomes aptos a ocupar o trono de Pedro. Não há candidatos oficiais a papa - demonstrar tal ambição e fazer campanha são tabus.

Um dos possíveis nomes é Angelo Scola, o arcebispo de Milão, a potência econômica da Itália. O italiano de 71 anos é especialista em bioética e nas relações entre cristãos e muçulmanos. É a aposta dos italianos, mas, como Bento XVI, é considerado mais um intelectual que um comunicador carismático.

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Outro é d. Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, a maior diocese do país com o número mais expressivo de católicos no mundo. Aos 63 anos, é considerado o papável mais forte da América Latina. Visto no Brasil como conservador, no Vaticano seria encarado como moderado. Mas pode ser prejudicado pelo rápido crescimento das igrejas evangélicas no País.

A lista de papáveis que por ora são destacados inclui outro brasileiro: d. João Bráz de Aviz, arcebispo-emérito de Brasília e, desde 2011, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Aos 65 anos, apoia a Teologia da Libertação, mas não os excessos de alguns de seus defensores. É considerado um renovador no Vaticano, mas também um homem muito discreto, o que pode pesar contra sua eleição.

Ainda na América Latina, outro nome lembrado é o de Leonardo Sandri, argentino, mas filho de italianos. Entre 2000 e 2007, ocupou o terceiro cargo mais importante no Vaticano, o de chefe de Estado-Maior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Falsos cartazes eleitorais pedindo votos para o cardeal Peter Turkson, de Gana, na sucessão do Papa Bento XVI foram colocados nesta sexta-feira no centro de Roma por um grupo de artistas. "No conclave vote por Peter Kodwo Appiah Turkson!" - pediam os cartazes com a foto do prelado africano olhando para o céu.

Os cartazes são uma clara paródia da propaganda eleitoral utilizada nas legislativas italianas disputadas no domingo e na segunda-feira passados. A campanha eleitoral insólita é assinada pelo grupo de artistas "ZeroZeroKappaKappa" (00kk.org), que já colocou cartazes protestando contra o aumento dos preços da cocaína, heroína e maconha.

De fato, monsenhor Peter Turkson é citado entre os "papáveis" e se for eleito será o primeiro Papa africano da história.

A primeira reunião preparatória para o conclave de cardeais, assembleia responsável por escolher um novo Papa após a renúncia de Bento XVI, acontecerá na próxima segunda-feira, confirmaram fontes do Vaticano.

O decano do colégio de cardeais, Angelo Sodano, já enviou cartas a todos os cardeais, tanto eleitores (com menos de 80 anos) como não eleitores. Ele pede o comparecimento na segunda-feira a partir das 8h30 GMT (5h30 de Brasília), para a primeira das reuniões, conhecidas como congregações gerais.

O encontro acontecerá na Ala Nova do Sínodo, onde o Vaticano organizar sínodos (assembleias de autoridades eclesiásticas) e conferências.

A partir de segunda-feira acontecerão várias congregações gerais, nas quais serão discutidos os problemas da igreja e que servirão para definir o perfil do futuro Papa.

Alguns temas que devem ser abordados são a reforma da cúria romana (o governo da Igreja) e a investigação interna sobre o caso "Vatileaks" (vazamento de documentos confidenciais do Vaticano), assim como os escândalos e polêmicas dos últimos anos.

Na lista figuram o ato de acobertar a pedofilia, a corrupção, a secularização em muitas regiões, a influência de outras religiões e os problemas morais relacionados com a família.

O conclave pode começar na semana de 11 de março com o objetivo de ter um novo Papa para a Páscoa, a festa mais importante do calendário católico.

Entre os nomes apontados como favoritos para suceder Bento XVI estão o italiano Angelo Scola, o canadense Marc Ouellet, o austríaco Christoph Schönborn, o húngaro Peter Erdö, o brasileiro Odilo Scherer, o ganense Peter Turkson e o filipino Luis Antonio Tagle.

A Igreja Católica não possui mais um chefe, pelo menos pelos próximos 20 dias. Nesta quinta-feira (28), o papa Bento XVI formalizou a sua renúncia ao pontificado, anunciada em 11 de fevereiro deste ano. O caso é quase inédito na história da Igreja, que teve apenas a abdicação do papa Celestino V, há mais de 700 anos.

No Recife, o padre Valdir Manoel dos Santos Filho SCJ*, pároco de Cruz de Rebouças e mestre em direito canônico, comentou a saída oficial do papa. De acordo com ele, mesmo com a renúncia do bispo de Roma, a Igreja não ficará desamparada. “A partir de amanhã o cardeal camerlengo assume o comando”, esclareceu. 

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Padre Valdir se refere ao italiano Tarcisio Bertone, que com o fim do papado de Bento XVI fica responsável por gerenciar a Igreja. Segundo o mestre em direito canônico, o cardeal também pode decidir sobre assuntos de menor importância. “Os assuntos mais importantes são decididos pelos cardeais em congregação”.

Sobre a expectativa da eleição para o novo líder da Igreja Católica, o pároco explicou que com as mudanças do decreto, feita por Bento XVI, o conclave, procedimento que elege seu sucessor, pode ser adiantado e ocorrer nos próximos 15 dias. “Com o novo Moto Próprio (decreto) não tem como a decisão ser prolongada por mais de 20 dias”. E observando a realidade global da Igreja é mais provável que não aconteça”.

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Sem o pontífice no poder, algumas decisões não podem ser tomadas e por isso é necessário que o novo chefe assuma o papado nos próximos dias. “Por exemplo, se havia uma diocese a ser criada tem que aguardar que o novo papa tome posse”, disse.

Sem querer eleger um favorito, dentre os 115 cardeais que vão participar do conclave – incluindo cinco brasileiros, padre Valdir revelou apenas esperar que o próximo papa dê continuidade ao que foi definido no conselho do Vaticano. “Independente de nome, eu peço que ele tente aproximar a igreja”, concluiu. 

Entenda como funciona o conclave – As votações do conclave devem ocorrer de 15 a 20 dias após a renúncia de Bento XVI, o que pode ser antecipado para que a Igreja não fique sem papa neste período. Durante o conclave, os cardeais realizam quatro votações, duas pela manhã e duas à tarde, e pode se estender por mais de um dia, caso o novo papa não seja eleito no primeiro dia de votação, com dois terços dos votos. Eles devem votar entre si, mas não neles próprios. 

A cada votação as cédulas são queimadas. Os papéis são molhados e colocados em uma espécie de forno já preparado na Capela com saída para uma chaminé de onde sai a fumaça preta, que indica que o papa não foi escolhido. Se a fumaça for branca, o mundo já tem um novo chefe da Igreja. 

 

*SCJ - O padre Valdir pediu que fosse colocado esta sigla após seu nome, que significa Sagrado Coração de Jesus.

 

Bento XVI ofereceu ao futuro Papa sua "incondicional obediência" ao se despedir nesta quinta-feira no Vaticano dos cardeais em seu último dia como pontífice.

"A partir de hoje prometo ao futuro Papa minha incondicional reverência e obediência", disse Bento XVI, primeiro Papa a renunciar ao seu pontificado em sete séculos.

"Que o Colégio dos Cardeais seja como uma orquestra", afirmou o Papa após ressaltar que a diversidade deve conduzir à harmonia, em referência à eleição de seu sucessor.

Às cinco da tarde os sinos de Roma anunciarão, todos ao mesmo tempo, que Bento XVI está abandonando o Vaticano. Às 19h00 GMT (16h00 de Brasília) sua renúncia se tornará efetiva.

O sucessor de Bento XVI será eleito antes do feriado da Semana Santa, em 28 e 29 de março, afirmou nesta quarta-feira o cardeal peruano Juan Luis Cipriani, um dos 116 eleitores do conclave papal.

"A eleição irá ocorrer certamente antes da Semana Santa, e assim penso que será", disse sem titubear Cipriani, de 69 anos, em declarações por telefone à rádio peruana RPP de Roma.

"As reuniões de coordenação não começaram e ainda não foi decidido quando o conclave começará, mas espero claramente que antes da Semana Santa tenhamos conosco o novo Santo Padre", reiterou Cipriani, único cardeal do Opus Dei na América Latina.

"Peço ao Espírito Santo que nos ajude", afirmou o também Arcebispo de Lima e um dos homens da Cúria romana próximo ao cardeal Tarcisio Bertone, número dois do Vaticano e braço direito de Bento XVI.

O cardeal peruano admitiu que a Igreja católica se encontra "em um momento muito importante", embora tenha evitado pronunciar a palavra crise e enumerar os desafios deste grupo religioso no âmbito da eleição do novo Papa.

"Estamos em um momento muito importante. Não podemos esconder as muitas circunstâncias que tornam mais difícil a tarefa (da eleição) do Santo Padre, mas nenhuma delas nos leva a ter pouca fé", afirmou Cipriani sem entrar em detalhes.

O cardeal ultraconservador afirmou que "a igreja é uma instituição humana e divina. A divindade está na fé e a parte humana nos leva a trocar ideias" entre os cardeais nos dias anteriores ao conclave.

"Evidentemente, aproveitamos estes dias para poder conhecer melhor a situação da igreja e, em especial, de Roma, para tentar encontrar a melhor solução" na eleição, afirmou o cardeal Cipriani.

Normalmente, o conclave deve começar entre 15 e 20 dias depois que for declarada a "sede vacante", que neste caso terá início na quinta-feira às 20h00 locais (16h00 de Brasília), mas o Papa expressou seu desejo de adiantar a data, sem fixá-la formalmente.

O sucessor de Bento XVI será eleito antes do feriado da Semana Santa, em 28 e 29 de março, afirmou nesta quarta-feira o cardeal peruano Juan Luis Cipriani, um dos 116 eleitores do conclave papal.

"A eleição irá ocorrer certamente antes da Semana Santa, e assim penso que será", disse sem titubear Cipriani, de 69 anos, em declarações por telefone à rádio peruana RPP de Roma.

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"As reuniões de coordenação não começaram e ainda não foi decidido quando o conclave começará, mas espero claramente que antes da Semana Santa tenhamos conosco o novo Santo Padre", reiterou Cipriani, único cardeal do Opus Dei na América Latina.

"Peço ao Espírito Santo que nos ajude", afirmou o também Arcebispo de Lima e um dos homens da Cúria romana próximo ao cardeal Tarcisio Bertone, número dois do Vaticano e braço direito de Bento XVI.

O cardeal peruano admitiu que a Igreja católica se encontra "em um momento muito importante", embora tenha evitado pronunciar a palavra crise e enumerar os desafios deste grupo religioso no âmbito da eleição do novo Papa.

"Estamos em um momento muito importante. Não podemos esconder as muitas circunstâncias que tornam mais difícil a tarefa (da eleição) do Santo Padre, mas nenhuma delas nos leva a ter pouca fé", afirmou Cipriani sem entrar em detalhes.

O cardeal ultraconservador afirmou que "a igreja é uma instituição humana e divina. A divindade está na fé e a parte humana nos leva a trocar ideias" entre os cardeais nos dias anteriores ao conclave.

"Evidentemente, aproveitamos estes dias para poder conhecer melhor a situação da igreja e, em especial, de Roma, para tentar encontrar a melhor solução" na eleição, afirmou o cardeal Cipriani.

Normalmente, o conclave deve começar entre 15 e 20 dias depois que for declarada a "sede vacante", que neste caso terá início na quinta-feira às 20h00 locais (16h00 de Brasília), mas o Papa expressou seu desejo de adiantar a data, sem fixá-la formalmente.

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O Papa Bento XVI reforçou a sua preocupação com a escolha do substituto para o cargo máximo da Igreja Católica. Nesta quarta-feira (27), Joseph Ratzinger participou de sua última audiência como pontífice e pediu para que os países latino-americanos e a Espanha orem pelos cardeais que vão participar do conclave que escolherá o novo Papa.

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Os cardeais começam a preparar o conclave no início de março. Entre os nomes mais cogitados para assumir o papado está o do brasileiro Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo.

A renúncia do Papa Bento XVI da Igreja Católica nesta quinta-feira (28) abre uma série de especulações sobre quem será o novo pontífice a ocupar o do maior posto da instituição. Cinco brasileiros estão entre os 115 cardeais que vão participar do conclave, reunião em que os religiosos votam entre si para decidir quem será o sucessor de Bento XVI. 

Entre os cardeais brasileiros estão Dom Geraldo Majella, arcebispo emérito de Salvador, Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, Dom Raimundo Damasceno, arcebispo de Aparecida, em São Paulo e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo e Dom João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília. 

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Para o padre Cícero Ferreira de Paula, mestre em direito canônico e paróco da igreja da Boa Vista, no Recife, o futuro pontífice nunca vai ser liberal a ponto de adotar as ideias do mundo atual. “A igreja não pode ser a favor de eutanásia, aborto, anticoncepcionais. O papa por mais progressista ou liberal que for, geralmente não governa a igreja sozinho. Ele tem os cardeais para auxiliá-lo. Precisamos de um papa que tenha o coração de Deus, que busque ter a visão universal da igreja e somente através da verdadeira oração que alguém poderá fazer um bom governo. Que venha aquele que seja da vontade de Deus e não simplesmente pelas nossas apostas”, relatou. 

As votações do conclave devem ocorrer de 15 a 20 dias após a renúncia de Bento XVI, o que pode ser antecipado para que a Igreja não fique sem papa neste período. Durante o conclave, os cardeais realizam quatro votações, duas pela manhã e duas à tarde, e pode se estender por mais de um dia, caso o novo papa não seja eleito no primeiro dia de votação, com dois terços dos votos. Eles devem votar entre si, mas não neles próprios. “Depois de uma missa de abertura, os cardeais entram na Capela Sistina, de portas fechadas.  Se na 34ª votação não houver um escolhido, um dos dois mais bem votados na última votação será escolhido”, esclareceu o padre.

A cada votação as cédulas são queimadas. Os papéis são molhados e colocados em uma espécie de forno já preparado na Capela com saída para uma chaminé de onde sai a fumaça preta, que indica que o papa não foi escolhido. Se a fumaça for branca, o mundo já tem um novo chefe da Igreja. “Durante a votação eles fazem um juramento de sigilo. Um por um, eles votam, erguem a cédula fechada e dizem ‘com a consciência diante de Deus, eis o meu voto aqui, penso em escolher o melhor”, explicou o padre Cícero. Depois disso, os votos são conferidos de acordo com o número de eleitores.

Segundo o padre, o nome que o novo papa escolhe no momento em que foi eleito condiz com o ramo pastoral que ele pretende seguir. “Quando Bento escolheu o nome, ele se espelhou em São Bento, padroeiro da Europa. Ele via certa frieza dos europeus então ele queria dar mais esse vigor. Ele também olhou a figura do Bento antecessor”, completou. Durante o conclave, os cardeais eleitores ficarão alojados no Vaticano, no edifício Domus Sanctae Marthae. O novo papa, será chefe da Igreja e também bispo de Roma. 

O conclave que vai eleger o próximo Papa deverá discutir se a Igreja deve ouvir ou não os apelos vindos de um grande número de católicos para uma maior abertura ao papel das mulheres, à tolerância com a homossexualidade, ao reconhecimento dos casais não casados e divorciados.

Os cardeais eleitores, conservadores em sua maioria, se reunirão no início de março em "congregações gerais" para preparar o Conclave: um momento privilegiado para determinar o perfil do futuro Papa à luz dos múltiplos desafios que a Igreja enfrenta.

Ao anunciar sua demissão explicando não ter mais capacidade de responder ao "mundo de hoje", sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande importância para a vida da fé", Bento XVI tinha em mente, entre outros, estes assuntos da atualidade que são alvos de revoltas no seio das Igrejas ocidentais e cada vez mais latino-americanas e asiáticas.

As mulheres - maioria nas igrejas - não têm direitos à altura de suas responsabilidades, já que a Igreja, e sobretudo o Vaticano, continuam sendo predominantemente masculinos.

A questão da homossexualidade é um assunto igualmente sensível. Os homossexuais católicos não aceitam mais ser considerados pecadores, mesmo que eles sejam mais respeitados que antigamente. Os casos de homossexualidade no clero também provocam, vez por outra, certa agitação. Aparentemente foi por causa de "atos inapropriados" homossexuais que o Primaz da Escócia, Keith O'Brien, teve que pedir demissão, e a imprensa italiana falou num suposto "lobby gay" no Vaticano.

A maioria dos jovens católicos hoje em dia vivem juntos antes do casamento, sem se sentirem culpados: uma realidade que a Igreja também deve levar em conta.

Os divorciados casados novamente, que não podem comungar, se sentem excluídos da Igreja, mesmo que Bento XVI tenha insistido em dizer que eles não são. Uma evolução pode ser possível no novo pontificado.

Uma reforma normalmente pedida e que poderia também chegar a um novo pontificado é a possibilidade de que homens casados virem padres: um certo número de bispos lutam discretamente em favor de uma evolução neste sentido.

Todos esses assuntos se propagam mais do que a mensagem exigente e moralista da igreja sobre a castidade, a pureza e o valor do celibato, que se mostram contraditórios face aos escândalos envolvendo padres pedófilos.

Diante de todas essas reivindicações, os bispos não têm respostas simples para dar. Mas é o tom que deve mudar para fechar a rachadura que houve com uma parte da juventude. Uma evolução mostrada por diversos gestos no final do pontificado de Bento XVI.

Andrea Tornielli, vaticanista, ressalta a necessidade de uma mensagem de simpatia para o mundo. Esta será uma das missões do novo Papa.

A mensagem póstuma do cardeal de Milão e porta-voz da ala reformista da Igreja, Carlo Maria Martini, morto em agosto de 2012, é muito atual. Ele estimou que a Igreja "tinha 200 anos de atraso" em alguns assuntos e "deveria apresentar suas desculpas pelo que ela disse no passado sobre a sexualidade", lembrou o padre jesuíta austríaco Georg Sporschill.

Os dogmas não são suficientes, é preciso "uma capacidade de escutar face às necessidades dos jovens, das novas famílias, dos não-fiéis", afirmou Sporschill, que era próximo do monsenhor Martini.

A bandeira deste cardeal continua tendo um forte impacto na Igreja porque ele não se rebelava contra Roma, mas pedia uma mudança interna, fazendo propostas realistas e "admitindo a contradição".

Os cardeais deveriam procurar um Papa capaz de dialogar com o mundo moderno. No entanto, não será um revolucionário: a herança de Bento XVI é a segurança doutrinária e a intangibilidade da defesa de certos valores, especialmente o não ao aborto, à eutanásia, às manipulações genéticas e ao casamento homossexual.

Nós não podemos mais esperar até que o novo Papa diga "sim" a este tipo de união. Todavia, ele poderia ter uma atitude compreensiva e não de rejeição das pessoas que não seguem os dogmas.

"Papabili" muito cotado, o cardeal de Manila Luis Antonio Tagle disse em outubro: "eu entendo que o sofrimento enfrentado pelas pessoas e pelas questões difíceis que eles levantam são um convite a ser, antes de tudo, solidários com eles e não para dizermos que temos todas as respostas seus problemas".

Enquanto o mundo ainda avalia os impactos da renuncia papal, que não ocorria há mais de 598 anos, no próximo dia 28 de fevereiro, o papa Bento XVI deixa o Pontificado após sete anos. Depois de uma renúncia inesperada e de muitos questionamentos sobre o motivo que fizeram Bento XVI deixar o cargo, é preciso analisar o que o Papa bento XVI deixa como legado aos católicos e à Igreja.

Diferentemente de João Paulo II, o papa Bento XVI não foi um bom gestor, nem tampouco um bom pastor da igreja. Em publicação do G1, portal de notícias da Globo, “o papado do conservador alemão foi marcado por algumas crises, com várias denúncias de abuso sexual de crianças e adolescentes e acobertamento por parte do clero católico em vários países, que abalou a igreja, por um discurso que desagradou aos muçulmanos e também por um escândalo envolvendo o vazamento de documentos privados por intermédio de seu mordomo pessoal, o chamado ‘VatiLeaks’, que revelou os bastidores da luta interna pelo poder na Santa Sé”.

Não seremos hipócritas de acreditar que os casos de abuso aconteceram apenas no pontificado de Bento XVI. Esse é um problema de décadas, bem como seu acobertamento. Contudo e excluindo o seu papel conservador, inquisidor e reprovável contra a Teologia da Libertação, Bento XVI foi um papa diferente de todos os anteriores em virtude de sua extraordinária formação intelectual. Membro de várias academias científicas da Europa, e com oito doutorados honoríficos de diferentes universidades, o Santo Padre sempre foi um estudioso.

Bento XVI e João Paulo II se tornaram amigos enquanto ainda eram cardeais, durante o conclave de 1978, que elegeria, após oito escrutínios, Karol Józef Wojtyła ao cargo. Foi então que Joseph Alois Ratzinger foi nomeado pelo então Papa João Paulo II como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Ambos tinham personalidades totalmente diferentes. João Paulo II criou uma nova abertura e sensibilidade para os problemas da religião, para a necessidade da dimensão religiosa na vida do homem, e, para Bento XVI, o Papa polonês, sobretudo, mostrou de novo a importância do Bispo de Roma.

Com a renúncia e a formação inédita de um conclave para eleger o novo Papa, enquanto o anterior está vivo, as perguntas se voltam para o que irá acontecer com Bento XVI. Com que título ele passará a ser tratado? E como o pontificado deverá ser conduzido pelo novo Papa, sabendo que Bento XVI continuará na Igreja.

As dúvidas começam com a mudança na reunião do conclave, já que este sempre esperou entre 15 e 20 dias após a morte do Papa, para só então se reunir e eleger o nome pontífice. Mas as leis da doutrina católica continuam iguais: o novo Papa deve ser eleito em até 30 escrutínios com 2/3 dos votos ou após o trigésimo escrutínio, o escolhido é eleito pela maioria simples. Ou seja, metade dos Cardeais mais um.

Para finalizar, talvez o que tenha faltado a Bento XVI tenha sido a comunicação. A provável causa da má imagem do Papa é porque as pessoas não sabem o quão antigos eram os problemas da igreja Católica e ele, por sua vez, não comunicou os esforços feitos para “limpar” as coisas. Desejo, aqui, boa sorte ao novo pontífice, principalmente pelo desafio de transmitir a um público mais amplo e enfrentar as diferenças culturais. 

 

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