Tópicos | consumo de álcool

Mesmo apresentando uma redução nas estatísticas de mortes no trânsito durante os últimos dez anos, o Brasil segue longe da meta estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2011, ano do lançamento da Década de Ação pela Segurança no Trânsito. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, mostram que o número que chegou a 43.256 mortos em acidentes no fim daquele ano, caiu para 34.236 sete anos depois.

Já de acordo com um relatório divulgado em maio de 2019 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que considera o período entre os anos de 2009 e 2018, 60% dos envolvidos em acidentes graves tinham entre 15 e 39 anos de idade. A frase “bebida e direção não combinam” fica mais clara quando a pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) apresenta que 6,7% da população admite dirigir depois de ter consumido bebidas alcoólicas. Para a coordenadora do curso de Enfermagem da UNG, Dra. Sarah Marília Bucchi, é preciso ter consciência de que o álcool é uma substância psicoativa, ou seja, atinge de forma direta as funções neurológicas do indivíduo. “Aquela pessoa alcoolizada dirigindo um carro está com uma arma que a qualquer momento pode atentar contra a própria vida e a vida dos outros”, afirma Sarah que também mostra preocupação com o número de jovens que começam a ingerir álcool cada vez mais cedo. “O adolescente ainda está com seu sistema neurológico imaturo e por isso as respostas ao álcool são muito mais intensas e mais agressivas”, comenta. Segundo a doutora em Ciências da Saúde, é importante estar alerta até mesmo quando o álcool estiver presente em receitas como bombons de licor e bolos molhados com bebidas como rum ou whisky. “Diferente das comidas que flambadas a bebida in natura que existe dentro dos recheios é suficiente para alterar o sistema neurológico e isso pode sim levar uma pessoa, dependendo da quantidade que ela ingerir, a embriaguez”, explica.

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Além das consequências físicas, os aspectos psicológicos são prejudiciais às vítimas e até mesmo para aos que assumem a responsabilidade de dirigir sob o efeito do álcool. Segundo o psicólogo e professor Luiz Fernando Bacchereti, coordenador do curso de Psicologia da UNG, o acompanhamento psicológico é fundamental para todos os envolvidos em um caso como o de Foz do Iguaçu. “Para o motorista, a consequência está no aspecto legal e no aspecto humano porque quando ele recobra a própria consciência percebe que o acidente pode gerar uma circunstância pós-traumática e em relação ao viúvo que perdeu sua esposa, ele vivencia um trauma muito sério, vai ter que elaborar de alguma forma esse luto e o acompanhamento vai no sentido de compreender essa situação”, destaca Bacchereti. Sobre os números que relacionam os jovens como maiores vítimas dos graves acidentes nas ruas e estradas do país, o professor avalia como essencial o controle do acesso dos jovens às bebidas alcoólicas, o que quase inexiste no Brasil. “Nós não fazemos um controle adequado e os jovens acabam se utilizando do álcool como uma forma de minimizar mecanismos de controle para fazer aquilo que desejam, mas na grande maioria das vezes os resultados são negativos não só para o jovem como para a sociedade”, conclui.

O índice de consumo de álcool no Brasil é mais alarmante do que o do uso de substâncias ilícitas, segundo o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa revelou que mais da metade da população brasileira de 12 a 65 anos declarou ter consumido bebida alcoólica alguma vez na vida.

Cerca de 46 milhões (30,1%) informaram ter consumido pelo menos uma dose nos 30 dias anteriores. E aproximadamente 2,3 milhões de pessoas apresentaram critérios para dependência de álcool nos 12 meses anteriores à pesquisa.

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O levantamento que ouviu cerca de 17 mil pessoas com idades entre 12 e 65 anos, em todo o Brasil, entre maio e outubro de 2015, é apontado como um dos mais completos por sua abrangência. Pesquisadores da fundação afirmam, inclusive, que os resultados são representativos inclusive de municípios de pequeno porte e de zonas de fronteira.

Álcool e violência

A relação entre álcool e diferentes formas de violência também foi abordada pelos pesquisadores que detectaram que, aproximadamente 14% dos homens brasileiros de 12 a 65 anos dirigiram após consumir bebida alcoólica, nos 12 meses anteriores à entrevista. Já entre as mulheres esta estimativa foi de 1,8%. A percentagem de pessoas que estiveram envolvidos em acidentes de trânsito enquanto estavam sob o efeito de álcool foi de 0,7%.

Cerca de 4,4 milhões de pessoas alegaram ter discutido com alguém sob efeito de álcool nos 12 meses anteriores à entrevista. Destes, 2,9 milhões eram homens e 1,5 milhão, mulheres. A prevalência de ter informado que “destruiu ou quebrou algo que não era seu” sob efeito de álcool também foi estaticamente significativa e maior entre homens do que entre mulheres (1,1% e 0,3%, respectivamente).

Percepção de Risco

A percepção do brasileiro quanto às drogas atrela mais risco ao uso do crack do que ao álcool: 44,5% acham que o primeiro é a droga associada ao maior número de mortes no país, enquanto apenas 26,7% colocariam o álcool no topo do ranking.

Segundo coordenador do levantamento e pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz, Francisco Inácio Bastos,os principais estudos sobre o tema, como a pesquisa de cargas de doenças da Organização Mundial de Saúde, não deixam dúvidas: o álcool é a substância mais associada, direta ou indiretamente, a danos à saúde que levam à morte”, afirmou Bastos.

“Tanto o álcool quanto o crack, porém, representam grandes desafios à saúde pública. Os jovens brasileiros estão consumindo drogas com mais potencial de provocar danos e riscos, como o próprio crack. Além disso, há uma tendência ao poli uso [uso simultâneo de drogas diferentes]. Por isso é tão importante atualizar os dados epidemiológicos disponíveis no país, para responder às perguntas de um tema como o consumo de drogas, que se torna ainda mais complexo num país tão heterogêneo quanto o Brasil”, advertiu.

A Geofusion realizou um estudo de mercado para descobrir as cidades brasileiras que podem ser vistas pelos empresários do ramo de bebidas alcoólicas como as mais promissoras para o setor. De acordo com a análise, a capital pernambucana é um dos cinco municípios com maior potencial econômico para o consumo de bebidas alcoólicas. 

O estudo ainda faz uma análise dos bairros mais propensos ao consumo de álcool. Dentre as localidades da capital pernambucana estão Boa Viagem, Várzea e Iputinga. Recife ocupa a quinta colocação no ranking, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza.   

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De acordo com  Pedro Figoli, CEO da Geofusion,  análises do gênero facilitam  o estudo de mercado realizado pelas corporações, possibilitando a otimização do planejamento das empresas e sucesso nos investimentos. “O Potencial de Consumo é fundamental para um empresário que precisa definir suas estratégias. Ele mostra quanto em dinheiro há em um local para ser gasto com uma categoria de produto e, principalmente, permite a comparação desses termos entre duas regiões diferentes”, comentou o gestor.

A amostra utiliza como base  dados oficiais fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como censos e PNADs, além de dados fornecidos por  instituições parceiras. 

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