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A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça tornou sem efeito a prisão preventiva determinada contra a ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP) Dárcy Vera (PSD). Para o colegiado, "não há elementos idôneos que justifiquem a manutenção da medida cautelar". As informações foram divulgadas pelo STJ.

Dárcy Vera, a prefeita "cor de rosa", foi condenada em primeira instância, em setembro de 2019, a 18 anos, nove meses e dez dias de reclusão, em regime inicial fechado, acusada de comandar um esquema criminoso que teria desviado cerca de R$ 45 milhões dos cofres do município. O caso foi investigado na Operação Sevandija.

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Radialista de profissão, Dárcy era conhecida em Ribeirão Preto pelo uso frequente da cor rosa - nas roupas e também em veículos de campanha.

Antes de assumir o executivo municipal, foi vereadora por quatro mandatos. Também elegeu-se uma vez deputada estadual.

Com a decisão da Sexta Turma, a ex-prefeita poderá ficar em liberdade enquanto recorre da condenação.

Quando sentenciou a ex-prefeita, o juiz da 4.ª Vara Criminal de Ribeirão Preto manteve a prisão preventiva a que ela já estava submetida, sob o entendimento de que haveria risco de fuga e de frustração da aplicação da lei penal.

O juiz considerou que o bloqueio de bens da acusada não seria suficiente para recompor o patrimônio público, havendo a expectativa de localização de outros ainda desconhecidos - o que poderia ser prejudicado com a ex-prefeita em liberdade.

Em habeas corpus requerido ao STJ, a defesa argumentou, entre outros pontos, que não haveria motivação idônea para manter a prisão preventiva, uma vez que os fundamentos utilizados na sentença seriam "genéricos".

Reavaliação

O relator do habeas corpus, ministro Rogerio Schietti Cruz, explicou que a prisão preventiva possui "natureza excepcional, sempre sujeita a reavaliação, sendo que a decisão judicial que a impõe ou a mantém deve ser suficientemente motivada, com indicação concreta das razões fáticas e jurídicas que a justifiquem, nos termos dos artigos 312, 313 e 282, I e II, do Código de Processo Penal".

Segundo Schietti, no momento da sentença "deve haver a reavaliação fundamentada da prisão preventiva do réu, com indicação de sua efetiva necessidade, se for o caso, pois perdura a presunção de não culpabilidade".

"A ausência de deliberação sobre a prisão preventiva, ou a realização de tal análise de modo superficial e sem a apresentação de motivos idôneos, no único momento em que a legislação assim determinou, por ocasião da sentença condenatória ou da decisão de pronúncia, configura ilegalidade que não pode ser tolerada, porquanto priva o sujeito passivo da medida cautelar do direito a ter, em momento crucial da persecução penal, a reavaliação judicial da persistência ou não dos motivos que, até então, o mantiveram sob segregação provisória", destacou o ministro.

Falta de elementos

Para Schietti, no caso da ex-prefeita, os motivos invocados pelo juízo para embasar a continuidade da prisão preventiva após a sentença não se mostram suficientes, "pois ele se limitou a justificar a medida na presunção de fuga da acusada, caso fosse colocada em liberdade, e na utilização do cárcere como meio para obter a reparação do prejuízo causado aos cofres públicos".

No entanto, segundo o ministro, "a sentença não apontou nenhum elemento concreto que indicasse o risco de fuga".

Além disso, ressaltou, já foi executado o bloqueio das contas bancárias da ex-prefeita, "não havendo dados que demonstrem a existência de outros bens em seu nome".

Mesmo reconhecendo que Dárcy Vera foi condenada a pena elevada, Schietti considerou "desproporcional" a manutenção da prisão preventiva, "pois a organização criminosa já foi desmantelada, as contas de sua titularidade estão bloqueadas e ela não exerce mais o cargo de prefeita".

STF

O relator observou também que não há previsão para a análise dos recursos defensivos e para o trânsito em julgado de eventual condenação - o que reforça a ilegalidade da prisão, uma vez que recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu ser constitucional a regra do Código de Processo Penal que prevê o esgotamento de todas as possibilidades de recurso para o início do cumprimento da pena.

Por estarem em situação idêntica à da ex-prefeita, o colegiado estendeu os efeitos da decisão aos coacusados Marco Antônio dos Santos, Sandro Rovani Silveira Neto e Maria Zueli Alves Librandi.

Os ministros ressalvaram a possibilidade de nova decretação da prisão provisória caso efetivamente demonstrada a superveniência de fatos novos que indiquem a sua necessidade, sem prejuízo da fixação de medida cautelar alternativa.

A presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu liminarmente o pedido recursal da defesa da ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP), Darcy da Silva Vera (PSD). Ela está presa preventivamente desde dezembro de 2016 pela acusada da prática de 43 crimes de corrupção passiva, em associação criminosa, e apropriação indébita de aproximadamente R$ 45 milhões desviados dos cofres do município. As informações foram divulgadas pelo site do STJ.

A defesa alegou que a prisão da ex-prefeita foi decretada com base apenas na gravidade abstrata do delito, sem que fossem apontados elementos idôneos para o preenchimento dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal (CPP). Sustentou não haver indícios de autoria delitiva, apenas a fala de um colaborador, que foi desmentida pela instrução processual.

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Ao analisar o caso, a ministra Laurita Vaz, presidente do STJ, constatou que trata-se de recurso de "mera reiteração de pedidos anteriores, em autos nos quais há identidade de partes, de pedido e de causa de pedir, além de a impugnação ser dirigida ao mesmo acórdão e à mesma matéria" de um habeas corpus já analisado pelo STJ (HC 448.912).

Noutro caso, o HC 381.871, a Sexta Turma denegou a ordem para a garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal. Em mais uma ocasião, em novembro de 2017, o ministro Rogerio Schietti Cruz indeferiu liminarmente o pedido feito no HC 424.595, afirmando que mesmo com o término da instrução criminal "subsistem os alicerces empregados para a segregação provisória" de Darcy Vera.

Fundamentada em entendimento pacífico no STJ, a ministra Laurita Vaz concluiu que não pode ser conhecida "a impetração que veicula mera reiteração de pedido já formulado em writ anteriormente impetrado nesta Corte".

A ministra Laurita Vaz, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou liminar em pedido de habeas corpus de Dárcy da Silva Vera (PSD), ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP), presa em setembro de 2016 na Operação Sevandija - investigação que atribui à ex-prefeita comando de um esquema criminoso que teria desviado cerca de R$ 45 milhões dos cofres do município. As informações foram divulgadas no site do STJ

Dárcy, que está presa em Tremembé (SP), foi a primeira prefeita eleita em Ribeirão Preto, em 2008. Na ocasião, era filiada ao DEM. Quatro anos depois, reelegeu-se, agora pelo PSD, sigla que adotou em 2011 por influência de Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e ministro do governo Temer (Ciência, Tecnologia e Inovações), de quem é aliada.

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Radialista de profissão, Dárcy Vera era conhecida em Ribeirão Preto pelo uso frequente da cor rosa - nas roupas e também em veículos de campanha. Antes de assumir o executivo municipal, foi vereadora por quatro mandatos. Também elegeu-se uma vez deputada estadual.

Nas razões do novo habeas corpus impetrado perante o STJ, a defesa alegou que estariam sendo apresentados fatos novos, como o encerramento da instrução criminal, e também que o acordo de delação premiada, que motivou a prisão de Dárcy, "se revelou mentiroso".

A defesa da ex-prefeita requereu liminar para revogar a prisão preventiva ou substituí-la por outras medidas cautelares e, no mérito, a concessão da ordem com o mesmo conteúdo, em caráter definitivo.

Ao negar o pedido de liminar, a presidente do STJ disse que o habeas corpus não foi adequadamente instruído com os documentos necessários para a análise das alegações.

Segundo Laurita Vaz, "não ficou comprovada a inexistência da reiteração de pedidos relatada pela Corte de origem". "Como se sabe, compete ao impetrante a correta e completa instrução do remédio constitucional do habeas corpus, bem como narrar adequadamente a situação fática", ressaltou a ministra.

O mérito do habeas corpus ainda será apreciado pela Sexta Turma do STJ. O relator agora é o ministro Rogerio Schietti Cruz.

Em dezembro de 2016, o ministro Sebastião Reis Júnior, então relator do processo, havia concedido liminar para substituir a prisão preventiva por medidas cautelares alternativas. Em maio de 2017, a Sexta Turma do STJ cassou a liminar, por entender que as medidas alternativas não seriam suficientes para evitar a interferência da ex-prefeita na instrução criminal, "sobretudo em razão de sua posição de destaque no grupo criminoso".

Depois, a defesa requereu a revogação da prisão preventiva, o que foi negado pelo juízo de primeiro grau. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) também indeferiu liminarmente o pleito, por entender que "a impetração era mera reiteração de pedido de habeas corpus que ainda aguarda decisão de mérito naquela Corte".

Defesa

A advogada Cláudia Seixas, que defende a ex-prefeita de Ribeirão Preto, afirma que Dárcy Vera é alvo de uma delação mentirosa que a levou para a prisão na Operação Sevandija. Sobre a decisão da ministra Laurita Vaz, que indeferiu liminar, Cláudia destacou que agora haverá o julgamento de mérito do pedido de habeas corpus. "Vamos aguardar o julgamento do mérito", disse.

"A delação premiada se revelou mentirosa. O Tribunal de Justiça de São Paulo negou liminarmente porque entendeu que o pedido de habeas continha matérias repetitivas. Mas não é. Esse habeas foi impetrado após o término da instrução e com os dados da delação mentirosa. Não é uma repetição de pedidos", argumentou.

"(O STJ) já pediu informações (junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo). Depois vai para julgamento de mérito. O juiz entende que essa situação da delação só será avaliada por ocasião da sentença. Não entramos nesse mérito, mas isso já foi descortinado."

A ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP) Dárcy Vera prestou depoimento à Justiça pela primeira vez na manhã desta terça-feira (5) e negou ter recebido propina. Dárcy é acusada de envolvimento no desvio de R$ 45 milhões da prefeitura.

Presa desde maio passado e investigada sob a suspeita de ter se beneficiado com R$ 7 milhões, ela se negou a responder a perguntas que não fossem feitas por sua defesa. Dárcy confirmou, porém, ter recebido R$ 120 mil de uma advogada citada no esquema de corrupção, mas alegou que foi um empréstimo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A ex-prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), teve seus direitos políticos cassados por unanimidade pelos 27 vereadores da Câmara Municipal do município paulista e tornou inelegível por oito anos. A ex-prefeita é investigada pelas operações Sevandija e Mamãe Noel, da Polícia Federal, e ficou presa entre 2 e 14 de dezembro do ano passado sob a suspeita de integrar um esquema que pode ter desviado ao menos R$ 45 milhões dos cofres públicos. Afastada e proibida de entrar em imóveis públicos, Dárcy sequer terminou seu mandato, em 31 de dezembro de 2016.

Alvo de uma comissão processante, Dárcy foi acusada de interferir no funcionamento da Câmara Municipal, já que vereadores teriam recebido propina para votar com o Executivo, por não atuar pelos interesses do município e ainda por falta de decoro. Por ainda não poder ir a prédios públicos, a votação de ontem que cassou os direitos políticos da ex-prefeita ocorreu no prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Ribeirão Preto.

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Mesmo assim, a ex-prefeita, que segue reclusa em sua residência e protegida por um habeas corpus obtido junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), não compareceu ao julgamento.

O advogado da prefeita, Alexandre Rocha, falou rapidamente e apenas pediu que o processo fosse extingo por falta do objeto da ação, já que Dárcy não exerce mais o cargo de prefeita. Ele não informou se irá recorrer da decisão.

Conhecida pela alta produtividade agrícola e pelos indicadores sociais acima da média, Ribeirão Preto está passando por um dos momentos mais conturbados da sua história. O Ministério Público descobriu um desvio de R$ 203 milhões nos cofres municipais e prendeu ou afastou os suspeitos, deixando um vazio na administração da cidade, que ficou 13 dias sem prefeito.

A prefeita Dárcy Vera (PSD) foi afastada e presa no dia 2 de dezembro. Seu vice, Marinho Sampaio (PMDB), se elegeu vereador e renunciou, alegando o risco de ficar inelegível por assumir o passivo deixado por Vera. O próximo na sucessão seria o presidente da Câmara, Walter Gomes (PTB), mas ele já estava afastado do Legislativo com outros oito vereadores, suspeitos de participarem dos desvios, e foi preso na última quarta-feira, 14.

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A vereadora Gláucia Berenice (PSDB) assumiu interinamente a Câmara, mas não quis pegar a prefeitura, alegando que a atribuição não estava clara na legislação. Em 8 de dezembro, a Justiça mandou que o secretário de governo, Marcus Bertozi, respondesse pelo expediente da prefeitura, sem poder editar decretos e sancionar leis. No dia 13, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu liminar para libertar Vera, mas não a reconduziu à prefeitura. O cargo de prefeito ficou vago até quarta-feira, quando Berenice aceitou assumir o posto até o fim do ano.

Toda essa situação causou impacto nos serviços públicos. No dia em que a atual prefeita assumiu o mandato, os 10 mil funcionários estavam sem receber o 13º salário e tinham marcado greve para o dia seguinte. Berenice suspendeu licitações para garantir o pagamento. Além disso, funcionários ameaçam paralisar o atendimento dos hospitais filantrópicos por atraso nos repasses da prefeitura. A administração municipal vai fechar o ano com dívidas de ao menos R$ 300 milhões, comprometendo mais de 10% do orçamento do município para 2017. O montante supostamente desviado representa 7% de toda a receita.

"A prefeita foi presa, o ex-prefeito está preso e o futuro prefeito é investigado, todos por corrupção", resumiu o aposentado Rubens Camargo, de 70 anos. Ele se refere à prisão do ex-prefeito Antônio Palocci (PT) pela Operação Lava Jato, acusado de ter recebido propina da Odebrecht. Já o prefeito eleito Duarte Nogueira (PSDB) foi citado na delação de um ex-diretor da empreiteira como beneficiário de R$ 650 mil em doações eleitorais em troca de supostos favores. Ambos negam irregularidades.

Muitos serviços estão parando por causa da crise. Na manhã de quinta, o pedreiro Nivaldo Bispo, de 55 anos, varria por conta própria a praça Sete de Setembro. "Minha mulher trabalha aqui em frente e os varredores não passam há dias." Na Praça da Bandeira, o estudante Igor da Silva, 18, se surpreendeu ao encontrar o local depredado. "Faz uns meses que não venho ao centro. Parece que passou um tornado."

No primeiro semestre, Ribeirão Preto teve a maior epidemia de dengue de sua história, com 35 mil casos e sete mortes. O sistema de saúde entrou em colapso. Para o taxista Adauto Neves, 54, que pegou a doença, a situação pode se repetir. "Tem lixo espalhado, água podre acumulada na fonte da praça (Coronel Francisco Schmidt) e mato alto. A cidade já foi boa, mas está decadente. Os políticos estragaram Ribeirão."´As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A vereadora e presidente interina da Câmara de Ribeirão Preto, Gláucia Berenice (PSDB), anunciou que irá assumir nesta quarta-feira, 14, a prefeitura do município paulista para cumprir os 18 dias restantes do atual mandato. Ela será empossada no cargo vago desde o último dia 2, após a prisão e o afastamento da prefeita Dárcy Vera (PSD) - suspeita participar de um esquema que pode ter desviado R$ 45 milhões dos cofres municipais e investigado na Operação Mamãe Noel, deflagrado pela Polícia Federal e o Ministério Público.

Até setembro, Gláucia era a primeira secretária da Câmara e assumiu o comando interino do Poder Legislativo de Ribeirão Preto após o afastamento do presidente Walter Gomes (PTB) durante a Operação Sevandija, que deu origem à operação do início deste mês.

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Após a prisão da prefeita, o vice-prefeito Marinho Sampaio (PMDB) renunciou e Gláucia evitava assumir o cargo por temer possíveis processos futuros pelo fato de ter de assinar as contas do município de 2016.

Depois de o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) informar que não indicaria um juiz da cidade para assumir o cargo - uma das opções para substituir Dárcy - a vereadora decidiu assumir. Gláucia terá ainda como missão pagar o 13º salário dos servidores, que está atrasado, antes de entregar o cargo ao prefeito eleito Duarte Nogueira (PSDB). Ela retornará à Câmara, já que foi reeleita.

Liberdade

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Sebastião Reis Júnior concedeu nesta terça-feira, 13, liminar para soltar Dárcy Vera - presa desde o dia 2, no presídio de Tremembé, no Vale do Paraíba.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, disse que a prisão da prefeita era necessária "para cessar atividades cirminosas". A prisão foi decretada pelo desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, presidente do Tribunal de Justiça do Estado.

"O argumento central do pedido liminar é que não há necessidade da prisão antecipada neste caso", disse a advogada Cláudia Seixas, dias após a prisão de sua cliente. "Reitero que Dárcy nunca se furtou a prestar esclarecimentos. Foi ouvida em três oportunidades, longamente, uma vez por nove horas (na Procuradoria-Geral de Justiça), outra por cinco horas. Sempre respondeu todas as indagações que lhe foram feitas pelas autoridades", diz a defensora.

A Câmara Municipal de Ribeirão Preto (SP) busca um novo prefeito para a cidade neste fim de ano. Com a prisão da prefeita Dárcy Vera (PSD) e a renúncia de seu vice, deveria assumir a presidente interina do Legislativo, vereadora Gláucia Berenice (PSDB), mas ela não pretende ocupar o cargo.

Outros vereadores então, casos de Ricardo Silva (PDT), Marcos Papa (Rede) e Cleudo José (PSB), demonstraram interesse na função. Para isso, conversam com advogados visando não ter problemas futuros, pois o receio é que venham a ser punidos por irregularidades cometidas na administração da prefeita.

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Os que se dispuseram ocupar o Executivo usam o mesmo argumento, de que é preciso evitar que a cidade seja mais prejudicada.

Lembram, por exemplo, que vence nesta terça-feira, 13, o prazo dado pela Justiça para que a prefeitura pague o 13º salário dos servidores, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

"É um momento de exceção", justificou um dos interessados no cargo, Ricardo Silva. O vereador foi candidato a prefeito neste ano, mas perdeu a eleição para Duarte Nogueira (PSDB).

Antes, porém, de algum vereador assumir a prefeitura seria preciso resolver algumas pendências jurídicas para tornar isso possível, como alterar o Regimento Interno da Câmara.

Recurso

Há dez dias na prisão, Dárcy Vera estaria enfrentando problemas de saúde. Segundo sua advogada, Cláudia Seixas, a prefeita tem passado mal principalmente em razão de complicação nos rins.

Suspeita de envolvimento no desvio de dinheiro da prefeitura, ela aguarda na penitenciária feminina de Tremembé (SP) uma definição sobre o pedido de habeas corpus impetrado na Justiça e sem data prevista para ser analisado.

'Corredor'

Enquanto isso, o prefeito eleito Duarte Nogueira (PSDB), nega ter recebido dinheiro da Odebrecht. O nome do político, que foi deputado federal, aparece junto a outros em delação premiada do ex-diretor de relações institucionais da empresa, Claudio Melo Filho. Nas listas da empreiteira ele é citado por meio do apelido "corredor".

Nesta segunda-feira, 12, Nogueira concedeu entrevista para dizer que não recebeu R$ 650 mil da empreiteira nas campanhas eleitorais de 2010 e de 2014, como falou o delator. De acordo com a denúncia, o dinheiro seria uma retribuição por ter ajudado a companhia na Câmara Federal.

"São afirmações que não se sustentam", garantiu Nogueira. Segundo ele, essas informações "são infundadas" e "o tempo e as investigações vão provar". O novo prefeito de Ribeirão alega ainda que todas doações que recebeu nas campanhas foram declaradas e aprovadas pela Justiça.

Investigada pela Procuradoria-geral de Justiça do Estado de São Paulo sob suspeita de participar de um esquema que pode ter desviado R$ 203 milhões dos cofres públicos de Ribeirão Preto (SP), a prefeita Dárcy Vera (PSD) optou, nesta sexta-feira, 23, por ler um breve pronunciamento de defesa. A prefeita evitou detalhar as acusações, exceto quando negou ter imóveis não declarados no Brasil e no exterior, bem como ter tido contas de cartão de crédito pagas por investigados no esquema.

Dárcy iniciou a primeira fala pública 23 dias após a Polícia Federal e o Ministério Público do Estado de São Paulo deflagrarem a Operação Sevandija, informando que sua advogada a havia proibido "terminantemente" de conceder entrevistas por conta de as investigações ainda estarem em curso. Durante os cinco minutos do pronunciamento em um salão do Palácio Rio Branco, sede do governo local, a prefeita lembrou que já prestou dois depoimentos na Procuradoria e que tem "certeza de que todos os fatos serão esclarecidos".

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Em seguida, Dárcy afirmou que "quem tem de responder a essas investigações é a Justiça". Além disso, disse que não poderia se "responsabilizar pelas pessoas que citaram" seu nome ou se utilizaram dele "de forma indevida", em referência aos grampos e materiais apreendidos na operação.

A prefeita, no entanto, não citou que ela própria foi flagrada em um grampo com Marco Antonio dos Santos, ex-superintendente do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), preso sob suspeita de operar o esquema de desvio de recursos. No grampo, Dárcy informa que pretendia cortar funcionários indicados por vereadores e parar obras nas bases dos parlamentares por eles não terem aprovado um projeto do Executivo na Câmara.

Dárcy lembrou que, há cinco anos, o nome dela foi envolvido em esquema de venda ilegal de casas na cidade e que foi absolvida pela Justiça. A prefeita negou ter casas nos Estados Unidos ou em qualquer outro país, referindo-se às suspeitas de investigadores de que ela possuía esses imóveis sem declará-los. E também contestou a suspeita de que envolvidos no esquema teriam arcado com seus custos de cartão de crédito. "Quem paga meu cartão de crédito sou e com o meu salário."

Por fim, a prefeita de Ribeirão Preto elogiou o trabalho da Procuradoria-geral de Justiça, órgão de segunda instância que a investiga por ter foro privilegiado, e repetiu que está trabalhando diariamente para que haja a continuidade das ações da Prefeitura. "Peço que a população de Ribeirão Preto aguarde o final das investigações até que a verdade seja esclarecida", concluiu.

O STF (Supremo Tribunal Federal) manteve a condenação ao Google no valor de R$ 2,2 milhões por ofensas à prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera (PSD). A empresa foi denunciada em razão de textos publicados no blog de um jornalista durante a campanha eleitoral de 2012. Eles deveriam ter sido retirados do ar, o que não teria acontecido.

A sentença havia sido proferida em primeira instância pelo juiz Silvio de Souza Neto, de Ribeirão Preto, sendo mantida depois pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em junho o Google apresentou um recurso extraordinário no STF, mas nesta sexta-feira, 1º, saiu publicada a decisão do ministro Dias Toffoli negando provimento ao recurso.

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O ministro acatou a tese da defesa, para a qual não se trata de censura obrigar o Google a retirar os textos do ar, porque "uma coisa é você criticar dentro de um regime democrático de direito e outra coisa é você ultrapassar os limites". Na ação, o advogado da prefeita argumenta que a empresa fez juízo de valor mesmo não sendo um órgão do Poder Judiciário.

A sentença segue agora para execução e cobrança da multa no valor atualizado. O Google diz que não comentará a decisão. O processo todo foi marcado por polêmicas, a ponto de o juiz de Ribeirão já ter chegado a pedir a prisão de um diretor da empresa pelo crime de desobediência.

No segundo turno das eleições deste domingo (28), a cidade de Ribeirão Preto (SP), escolheu Dárcy Vera (PSD), com 155 265 dos votos válidos, a prefeita foi reeleita foi com 51,97%, contra 48,03% de Nogueira (PSDB).

Segundo o IBGE, o município de Ribeirão Preto, que localiza-se no interior de São Paulo, Região Sudeste do país, tem 619 746 habitantes. Com o trigésimo maior PIB brasileiro. 

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