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O Emerging Markets Bond Fund (EMB), do JPMorgan, teve uma queda de 1,3% nesta segunda-feira, 10, a maior baixa desde 1º de junho de 2012. "Muitas posições em crédito de mercados emergentes estão sendo desfeitas e há muito pânico", disse um operador.

Desde o começo de maio, os ativos dos países emergentes têm registrado perdas fortes, por causa da perspectiva de desaceleração das economias desses países e da fuga dos investidores de ativos de maior risco. A carteira de bônus soberanos emergentes PowerShares caiu 1,7% nesta segunda-feira, acumulando queda superior a 10% desde o começo do ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

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As empresas de países emergentes estão se endividando muito e o volume de empréstimos em moedas estrangeiras tem crescido a taxas recordes. Brasil, Turquia, China, Tailândia, Chile e Filipinas são os países em que as corporações mais se alavancaram desde 2007, ano anterior ao início da crise financeira mundial, de acordo com o relatório Estabilidade Financeira Global, divulgado nesta quarta-feira, 17, na reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para o Brasil, apesar da maior alavancagem das empresas e do crescimento das captações no exterior, o relatório nota que a exposição das grandes corporações a moedas estrangeiras parece estar menor agora do que era na época em que o banco Lehman Brothers quebrou, no segundo semestre de 2008, mesmo quando se considera essa exposição pelo mercado de derivativos. Logo após a falência do banco norte-americano, o crédito bancário secou, o dólar disparou e empresas como Aracruz e Sadia tiveram problemas em seus balanços por causa de derivativos atrelados ao dólar.

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As emissões corporativas de países emergentes bateram em quase US$ 600 bilhões em 2012, enquanto as captações por meio de ofertas de ações recuaram para cerca de US$ 100 bilhões, de acordo com dados do relatório. O quadro do ano passado é o inverso de 2007 ou 2010, quando as emissões de renda variável superaram as de renda fixa. O FMI argumenta que a alavancagem das empresas ainda não é excessiva, mas se esse ritmo for mantido pode representar um risco, pois elas estão mais expostas às variações das moedas estrangeiras e juros.

Esse maior endividamento é uma consequência da política monetária pouco convencional dos bancos centrais dos países desenvolvidos, destaca o FMI. Se mantida por muito tempo, pode ser um risco ao sistema financeiro e aos bancos e provocar fluxos intensos de capital rumo aos mercados emergentes. Se revertida e os juros subirem no mundo desenvolvido, pode representar um risco para as empresas mais endividadas. Nos últimos cinco anos, os empréstimos em moeda estrangeiras das empresas dos emergentes cresceram 50%, segundo o relatório.

Em um cenário de juros muito baixos nos países desenvolvidos, graças à estratégia dos bancos centrais para estimular a economia, e com um mercado de ações mais difícil para emissões, muitas empresas de mercados emergentes têm tomado empréstimos com taxas menores em moeda estrangeira. A presidente do Fundo, Christine Lagarde, já havia ressaltado este ponto durante palestra em almoço em Nova York na semana passada.

Para as corporações muito endividadas, o FMI sugere uma combinação de venda de ativos ou redução no pagamento de dividendos e investimentos como forma de equacionar os passivos das empresas.

Outra consequência das políticas monetárias dos bancos centrais é uma realocação nas carteiras de grandes investidores institucionais, como gestoras de recursos, seguradoras e fundos de pensão. Com juros baixos, esses agentes são estimulados a buscar ativos de maior risco, atrás de ganhos maiores. Isso pode distorcer a formação de preços dos ativos financeiros, formando bolhas em determinados mercados. "Enquanto os benefícios dessas políticas monetárias são evidentes, os efeitos colaterais precisam ser monitorados e controlados", ressalta o documento.

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, disse neste domingo que o cenário pós-crise continuará impondo um crescimento mais lento por um período prolongado para as economias avançadas, onde estão sendo feitos ajustes que envolvem juros nulos e injeções de liquidez para estimular o crescimento. Segundo ele, as ferramentas estão começando a funcionar, especialmente nos Estados Unidos, mas para o Brasil e outros países emergentes, há o efeito negativo sobre o câmbio, que vem sendo reparado por instrumentos cambiais. E o ideal, disse, é que seja estabelecido "um novo contrato social" nas economias avançadas.

"Quando olhamos para o quadro global, esperamos o melhor, mas também percebemos que é provável que leve algum tempo para a construção de uma solução sustentável. Cada sociedade vai ter que projetar seu próprio compromisso, seguindo suas próprias premissas culturais e arranjos políticos."

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Ao apontar o foco do Brasil no médio e longo prazo, o diretor mencionou como prioridade manter a estabilidade macroeconômica, promover a inclusão social, incentivar produtividade e inovação, promover um crescimento mais equilibrado e buscar oportunidade de cooperação e integração regional e global.

Ao longo de seu discurso, o diretor também abordou a chamada "armadilha do crescimento de renda média", na qual alguns teóricos sugerem que o Brasil tenha caído. Awazu não concorda. Para ele, o esgotamento do modelo de crescimento do consumo "não se aplica a nós, embora tenhamos que ter cuidado, muito cuidado."

Para correr menos riscos, o dirigente citou a necessidade de investir em inovação e infraestrutura e criar externalidades positivas para reduzir custos. Outra questão de primeira ordem é investir em capital humano que acompanhe as inovações tecnológicas e ampliem a competitividade, além de reduzir efetivamente os custos de produção com desonerações e cortes de tarifa de energia, como foi feito recentemente.

Santo Graal

Ao listar desafios globais para alcançar o "Santo Graal" da estabilidade financeira e econômica, Awazu citou o uso equilibrado de política monetária e medidas macroprudenciais, bem como a responsabilidade fiscal e a administração eficiente de pressões cambiais vindas de um cenário de excesso de liquidez e volatilidade. "Nós conseguimos no Brasil (depois de um tempo) lidar com esses episódios, usando um conjunto de instrumentos macroprudenciais. Muitos outros mercados emergentes fizeram praticamente o mesmo, às vezes, adicionando controles de capital. Funcionou muito bem no Brasil. Nós controlamos a instabilidade financeira, estabilizamos a volatilidade da taxa de câmbio, mas não há almoço grátis: nós também tivemos que pagar um preço em termos de percepção dos investidores estrangeiros, de transparência política e previsibilidade e, talvez, em retrospecto, em termos de nossos 'espíritos animais'."

Na avaliação de Awazu, o Brasil e outros países emergentes têm "uma janela de oportunidade" para trabalhar em torno de reformas e da manutenção da estabilidade macroeconômica. "O mundo pós-crise não é fácil", reforçou, ao afirmar que o País aprendeu a lidar com crises e precisa continuar a aprender a lidar com o sucesso. "Temos oportunidades realmente excelentes e bens valiosas, mas não vamos ser complacentes e negligenciar a nossa lição de casa diariamente", completou.

O dirigente falou a investidores em fórum organizado pelo Institute of International Finance (IFF) na capital panamenha, onde acontece desde a última quinta-feira (14) a reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Awazu está na Cidade do Panamá desde quinta-feira e fez outras três participações desse tipo. O Banco Central disponibilizou o conteúdo das apresentações no site: http://migre.me/dICRQ

O Índice de Mercados Emergentes (EMI) do banco HSBC caiu de 53,8 em janeiro para 52,3 em fevereiro deste ano. O resultado foi o mais baixo desde agosto do ano passado e, de acordo com a instituição, indica uma moderação no crescimento econômico de mercados emergentes no mundo.

O economista-chefe do HSBC para Europa Central e do Leste e África Subsaariana, Murat Ulgen, apontou que as economias emergentes continuaram a se expandir em fevereiro, mas o ritmo de crescimento perdeu força no segundo mês do ano. "A desaceleração parece ser baseada em manufaturados e serviços, com a atividade moderada do Bric depois de um promissor começo para o ano", comentou Ulgen, na pesquisa distribuída à imprensa.

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O economista-chefe do banco na América Latina, André Loes, reiterou que houve expansão em fevereiro, porém mais fraca do que no mês anterior. "O México sentiu a moderação dos Estados Unidos, enquanto o Brasil converge para uma velocidade de crescimento suave", disse, também em nota à imprensa.

As taxas de crescimento desaceleraram na China, Índia e no Brasil em fevereiro, maiores economias analisadas. Além disso, aumentos mais suaves na produção são "evidentes" tanto no setor de manufaturados como no de serviços nestes países - exceto na Índia, onde bens de produção cresceram de forma acelerada, aponta o relatório do HSBC.

Ulgen apontou que o conjunto de economias emergentes apresentou um abrandamento nos novos pedidos, especialmente na indústria de manufaturados. Além disso, o quesito de mercado de trabalho apresentou melhoria "marginalmente mais lenta" nas condições de emprego do que nos dois meses anteriores.

A queda no índice geral mostra, entre outras coisas, que o crescimento ainda é o grande problema para os mercados emergentes e, para muitas economias, a inflação será uma questão secundária, avalia o economista. Concorda com ele o responsável global por pesquisa de mercados emergentes, Pablo Goldberg, que afirmou, em nota, que as preocupações nos emergentes podem se mover da inflação para o crescimento. "O mundo emergente precisa da China para manter um ritmo forte de expansão", comentou.

Expectativas

Já o indicador de produção futura do EMI, que mostra as expectativas para a atividade em 12 meses, cresceu em fevereiro para o maior nível desde maio do ano passado. A instituição aponta que a alta, em grande parte, foi impulsionada pela melhoria do sentimento do setor de manufaturas, em que o Índice de Produção Futura foi o mais alto em 11 meses. As expectativas em serviços foram as mais fortes em três meses.

Para o Brasil, o sentimento positivo com relação às expectativas foi o mais forte em quatro meses e o maior entre os Brics. Entre os destaques de resultados com relação às expectativas, aparece também a China, que atingiu o grau positivo mais forte desde abril do ano passado. Já na Rússia, a perspectiva para produção em 12 meses foi a mais baixa em seis meses e, na Índia, não houve alteração no sentimento com relação ao próximo ano nas pesquisas de janeiro para fevereiro.

O EMI deriva das pesquisas PMI (Índice Gerente de Compras), realizadas pelo HSBC, de 16 economias emergentes e é publicado mensalmente.

Apesar de a economia do Brasil ter crescido a um ritmo mais rápido nos últimos anos, a produtividade não reagiu. Ao contrário, um estudo do Conference Board mostra que a produção média por trabalhador brasileiro tem crescido menos que o visto em outros grandes emergentes desde 1996.

De acordo com o estudo, a produtividade média do brasileiro subiu 0,4% por ano no período entre 1996 e 2005. O ritmo é o pior entre os grandes emergentes citados pelo estudo. No grupo, todos apresentaram desempenho melhor: Rússia, com expansão média da produtividade de 3,8% por ano, Índia (+4,3%), China (+7,1%), México (+1,4%), Indonésia (+1,1%) e Turquia (+4,6%).

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Segundo o Conference Board, a produtividade dos brasileiros melhorou entre 2006 e 2011, quando, na média, o indicador subiu anualmente 2%. Mesmo com essa reação, o ritmo continuou aquém do observado em outras grandes economias emergentes: Rússia (+3,4%), Índia (+5,9%), China (+10,4%) e Indonésia (+3,1%). O desempenho brasileiro, porém, foi melhor nesse período que o da Turquia, que cresceu média de 1% por ano, e o do México, com expansão anual de 0,5%.

No fim desse segundo período, a produtividade brasileira começou a desacelerar. Em 2011, o índice brasileiro cresceu 0,7%, abaixo da média de 5,9% dos emergentes e também inferior a todos os outros países da comparação. Em 2012, o índice teve queda de 0,3%.

O compromisso assumido neste sábado pelo G-20 relacionados às políticas de moedas marca o início de práticas comuns para os regimes de taxa de câmbio no mundo, disse uma autoridade do alto escalão da administração dos Estados Unidos.

O comunicado divulgado após o encontro de ministros das Finanças do G-20 afirma o compromisso do grupo com taxas de câmbio determinadas pelo mercado, flexibilidade de câmbio para refletir fundamentos subjacentes e para evitar a desvalorização das moedas com intuito competitivo.

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A autoridade disse que, à medida que o que foi concordado for implementado, o mundo terá cada vez mais um amplo número de países que aderem aos mesmos parâmetros de políticas para o câmbio.

Embora o comunicado tem a intenção de acalmar os mercado, não endereçou todos os fatores subjacentes dos movimentos recentes das taxas de câmbio e não está claro se o grupo conseguirá amenizar a volatilidade das moedas.

O grupo diz, por exemplo, que é preciso a adoção da política monetária para alimentar a frágil recuperação econômica global. Há também incerteza sobre se a crise de dívida europeia será resolvida e sobre a velocidade com a qual os Estados Unidos recuperarão o crescimento saudável de sua economia. Espera-se ainda que os mercados emergentes cresçam mais rapidamente do que as outras economias por muitos anos. Toda essa dinâmica determinará como os investidores migrarão seus recursos pelo mundo, o que afeta o valor das moedas.

Os mercados emergentes estão preocupados com volatilidade e o fluxo de investimentos prejudicais às suas economias, criados pela flexibilização monetária agressiva adotada pelos Estados Unidos e pelo Japão, que considera-se teve intenção de dinamizar a economia. As informações são da Dow Jones.

O crescimento dos países emergentes acelerou "ligeiramente" no quarto trimestre, do ano passado, em função da expansão do setor industrial. É o que mostra o Índice de Mercados Emergentes (EMI), do banco HSBC, que atingiu 52,9, nos últimos três meses de 2012, uma melhora em relação aos 52,2 do terceiro trimestre do ano passado.

Segundo Stephen King, economista-chefe do banco, após uma contração modesta entre julho e setembro de 2012, a atividade se recuperou no quarto trimestre. Já há sinais "encorajadores para os primeiros meses de 2013", acrescenta King, em relatório para clientes.

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"Os estoques de bens finais caíram no quarto trimestre, após uma fase anterior do que parece ter sido um reabastecimento involuntário associado com a crise da zona do euro", diz King. "O volume de novos pedidos está aumentando, crescendo pela segunda taxa mais rápida desde o segundo trimestre de 2011", completa.

De acordo com o banco, a produção industrial cresceu modestamente nos três últimos meses do ano passado nos mercados emergentes, refletindo principalmente uma retomada do crescimento, na China e no Brasil, e expansões mais acentuadas na Índia, no México e na Turquia.

Ao mesmo tempo, continua a análise do HSBC, a atividade no setor de serviços dos mercados emergentes cresceu por uma taxa apenas marginalmente mais forte do que o recorde de baixa de quatro trimestres observado entre julho e setembro de 2012.

No caso do Brasil, a produção do setor industrial voltou a subir, expandindo-se pela taxa mais rápida desde o primeiro trimestre de 2011. A atividade do setor de serviços, no entanto, cresceu apenas moderadamente no quarto trimestre, após a estagnação observada no trimestre anterior.

Apesar da recuperação nos países emergentes, a expansão nesses mercados ainda está bem abaixo dos níveis pré-crise. "As leituras mais recentes não chegam a ser uma prova de crescimento econômico vigoroso", diz King. "Grande parte dessas notícias melhores parece vir do mercado interno; o volume de pedidos para exportação ainda está se contraindo, embora não pelo ritmo preocupante observado no meio do ano passado".

King ressalta que países com mercado interno mais robusto sofrem menos que os dependentes das exportações, como é o caso brasileiro. Ainda assim, esses mercados não estão isentos de problemas. "No Brasil, o tão esperado crescimento em investimentos antes da Copa do Mundo de 2014 não aconteceu", afirma.

Com relação à China, o HSBC vê uma recuperação do ritmo de crescimento, passando para de 8,6%, em 2013, contra 7,8,no ano passado. Para o mundo emergente como um todo, o HSBC antecipa um crescimento de 5,4% neste ano, acima dos 4,8% do período anterior.

"Embora, em nossas previsões, o crescimento não vá retomar o ritmo observado na pré-crise financeira, a China é agora uma economia muito maior do que era naquela época e, embora a sua própria taxa de crescimento possa ter desacelerado, a sua contribuição para o crescimento global está em ascensão", avalia o especialista. "Em nossos cálculos, a China fará a sua maior contribuição para o crescimento global em 2014", completa.

O EMI se baseia em 23 pesquisas PMI (Índice Gerente de Compras) conduzidas em 18 mercados emergentes pelo banco HSBC com o objetivo de fornecer as tendências para a economia.

Ao contrário do que temiam alguns economistas, a política de afrouxamento monetário adotada pelas grandes economias em crise não fez com que moedas emergentes, como o real, subissem rapidamente. A constatação foi feita pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). Em relatório divulgado neste domingo (9), a instituição afirma que, ao contrário, foi o dólar que ganhou força porque países emergentes têm crescido menos e por iniciativas para proteger moedas, como as intervenções do Banco Central do Brasil - estratégia destacada pelo BIS.

No principal capítulo do "Quarterly Report", economistas do BIS avaliam a evolução recente da política monetária global e seu impacto sobre os mercados. Nessa análise, há um trecho dedicado especialmente às moedas emergentes. "A flexibilização da política monetária em economias avançadas elevou as expectativas de que o capital internacional poderia fluir para mercados emergentes, causando apreciação dessas moedas", diz o texto, ao lembrar que essa percepção foi construída após a flexibilização da política monetária vista em 2010 e 2011 e que resultou na queda do dólar em mais de 5%.

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"Desta vez, porém, o dólar dos EUA se apreciou nos três meses a partir do início de setembro tanto em relação a uma série de moedas de países emergentes como também ante uma cesta de moedas", diz o documento. "As perspectivas mais suaves de crescimento nos mercados emergentes explicam, em parte, porque essas moedas e os fluxos de capital reagiram de maneira diferente", explicam os economistas do BIS, ao comentar que o quadro menos otimista reduziu a atratividade dos emergentes como destino de recursos.

Além de essas economias estarem com ritmo mais fraco, o documento do BIS destaca que "várias economias também usaram medidas em uma tentativa de interromper a apreciação de suas moedas nesse período". "O Banco Central brasileiro interveio no mercado de moedas estrangeiras e os operadores de câmbio tiveram a impressão que outros bancos centrais na América Latina e no Leste da Ásia também estavam em ação", destaca o documento.

Após a intervenção brasileira, o documento cita outras iniciativas. Na República Tcheca, por exemplo, o BC anunciou que considerava intervir no mercado de cambio em razão da trajetória da divisa. Na Coreia do Sul, autoridades apertaram o mercado de outra forma, mas com o mesmo objetivo: reduziram o espaço para exposição aos derivativos do mercado cambial. "Todas estas medidas foram, geralmente, associadas com valores mais estáveis das moedas", conclui o documento, que não faz nenhum julgamento de valor sobre as medidas adotadas por autoridades como o BC do Brasil.

O impacto da estratégia de afrouxamento monetário em países como os Estados Unidos tem sido um dos principais temas dos discursos do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao longo dos últimos meses. Ao classificar o cenário como de "guerra cambial", o ministro defende que essa estratégia prejudica diretamente países emergentes, que acabam recebendo parte importante dos recursos.

Na prática, para o ministro, isso resulta em uma desvalorização artificial das moedas de economias maduras - como o dólar, o que favorece as exportações desses países. O documento do BIS, no entanto, mostra que, com o crescimento cada vez mais fraco e medidas, o cenário temido por Mantega não se confirmou.

O fluxo para os fundos de ações dedicados a mercados emergentes foi positivo em US$ 920 milhões na semana que terminou em 31 de outubro, mas os direcionados ao Brasil tiveram o maior volume de saques, segundo relatório do Morgan Stanley. Esta é a oitava semana em que há informações de entrada de recursos. A maior parte do fluxo foi para fundos da região da Ásia, que somou US$ 900 milhões. China (US$ 700 milhões), Taiwan (US$ 180 milhões) e Coreia do Sul (US$ 160 milhões) foram os principais destinos dos recursos.

Os fundos de ações dedicados a América Latina e à região emergente da Europa tiveram saídas líquidas de US$ 190 milhões e US$ 120 milhões, respectivamente. Os fundos de ações dedicados ao Brasil foram os que registraram os maiores saques, de US$ 160 milhões na última semana. Os fundos do tipo ETF de mercados emergentes registraram fluxo positivo de US$ 970 milhões.

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O total de ativos sob administração em fundos dedicados aos mercados emergentes está atualmente em US$ 701 bilhões, 5% abaixo da máxima histórica de US$ 740 bilhões, atingida em 27 de abril de 2011. No acumulado do ano, o fluxo para fundos dedicados a mercados emergentes atingiu US$ 25,9 bilhões. O total de recursos investidos em fundos de ações dedicados a China está em US$ 5,17 bilhões no acumulado do ano, seguido por Brasil (US$ 4,26 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 3,22 bilhões).

Os fundos de ações dedicados a mercados desenvolvidos registraram fluxo positivo de US$ 1,86 bilhão na última semana, na esteira de um total de saques de US$ 15 bilhões no acumulado das últimas quatro semanas. Os fundos de ações dedicados aos Estados Unidos registraram fluxo positivo de US$ 1,2 bilhão. No acumulado do ano, os mercados desenvolvidos registraram fluxo negativo de US$ 85 bilhões.

Os bancos de países emergentes, incluindo os brasileiros, já estão entre os maiores do mundo, aponta o Fórum Econômico Mundial, em levantamento divulgado na quarta-feira (31/10) em Genebra. O ranking das instituições financeiras de maior valor de mercado já tem pelo menos sete bancos emergentes: três chineses (China Construction Bank, Agricultural Bank of China e Bank of China), três brasileiros (Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco) e um russo (Sberbank).

"Os bancos emergentes não estão apenas substancialmente grandes; estão crescendo rápido", diz o estudo. Um exemplo é que o Brasil ultrapassou, no ano passado, os lucros obtidos no Reino Unido, apesar de ter menos de um quinto da base de ativos britânica. Entre 2005 e 2010, a fatia das instituições dos países em desenvolvimento no valor de mercado global quase dobrou.

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Como o nível de bancarização nessas praças ainda é baixo, o crescimento deve vir principalmente dos mercados domésticos, avalia o Fórum. Apesar disso, vários bancos passaram a atuar no exterior. O Standard Bank, da África do Sul, por exemplo, gera quase um quarto de seus lucros fora de casa.

Na avaliação do Fórum, os bancos emergentes passaram melhor pela crise global, o que terá repercussões em seu papel no futuro do sistema financeiro mundial. As instituições de países em desenvolvimento não tiveram de passar pelo grande processo de desalavancagem do restante do mundo e puderam continuar emprestando, com o uso da estável base de depósitos.

Além disso, essas instituições já tinham índice de capitalização mais elevado, de 13% na Ásia, até 17% na América Latina. Outro ponto é que as novas regras de Basileia 3 devem ser menos dolorosas para os emergentes, que têm menor exposição a ativos mais arriscados.

Para completar, as nações em desenvolvimento se encontram em condições bem melhores do que as desenvolvidas, sem problemas de endividamento soberano ou déficits elevados. "É quase certo que os bancos emergentes logo se tornarão players importantes do sistema financeiro mundial", conclui o Fórum.

Ranking

O Brasil perdeu a liderança latino-americana do ranking de desenvolvimento do sistema financeiro do Fórum Econômico Mundial. O País foi desbancado pelo Chile no levantamento deste ano, divulgado na quarta-feira (31/10) em Genebra.

Os resultados apontam que o Brasil caiu duas posições no ranking da entidade, para o 32.º posto, entre 62 países analisados. Já o Chile subiu dois lugares e atingiu a 29.ª colocação, tornando-se o melhor da América Latina. "A queda do Brasil pode ser atribuída aos resultados mais fracos obtidos nos quesitos de estabilidade financeira, mercados financeiros e acesso financeiro", diz o relatório.

Entre os pontos avaliados, houve deterioração na estabilidade da moeda e do sistema bancário. A moeda brasileira deixou de ser a segunda mais estável de toda a mostra no ano passado, e recuou para a sexta posição, em razão da piora da relação entre o saldo de conta corrente do balanço de pagamentos e o PIB.

Além disso, o ambiente de negócios continua uma das maiores fraquezas do Brasil, em razão das dificuldades do sistema tributário, custos elevados e capital humano mais fraco. O Fórum aponta ainda que o ambiente institucional do País é atrasado por um setor financeiro não liberal, fraca estrutura legal e regulatória e relativa inabilidade de fazer cumprir contratos. Os pontos que mostraram melhora foram as atividades de fusões e aquisições, seguros e securitização.

Enquanto a avaliação brasileira se deteriorou, o Chile melhorou a situação do mercado financeiro, com destaque para o desenvolvimento de ações e títulos. Segundo o Fórum, o país tem instituições e políticas fortes. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Europa iniciou neste sábado o processo oficial para ceder duas de suas cadeiras na diretoria executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), abrindo espaço para que países emergentes tenham um maior poder de voz na instituição.

Bélgica e Holanda vão fundir suas duas cadeiras em uma só, permitindo que o assento restante seja dividido por Turquia, Hungria, República Checa e Áustria. A decisão foi anunciada durante a reunião anual do FMI em Tóquio. Segundo fontes, a Polônia também vai ganhar um assento rotativo na diretoria do Fundo, por meio de um acordo político costurado nos últimos meses. A cadeira será dividida com a Suíça.

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Mas alguns membros do FMI e analistas afirmam que as mudanças são insuficientes e se focam apenas nos países emergentes da Europa. Apesar de algumas mudanças, a diretoria do FMI, que tem 24 cadeiras, ainda é dominada pelos EUA e pela Europa, que controlam a instituição desde sua criação, durante a Segunda Guerra Mundial.

Um acordo para reformar a governança no FMI, aprovado em 2010 mas que ainda não foi totalmente implementado, deve dar aos emergentes ainda mais poder. Quando as mudanças forem ratificadas, a China deve se tornar a terceira força dentro da instituição, e a Rússia também terá mais influência. Na ocasião, a Europa tinha prometido ceder até dois dos seus oito assentos na diretoria.

Apesar das mudanças anunciadas hoje pelos países europeus, a União Europeia ainda não cumpriu todas as promessas estabelecidas no acordo de 2010. O bloco resiste em implementar as reformas porque os EUA também não cumpriram sua parte. O governo norte-americano ainda não obteve aprovação do Congresso para as mudanças e nem indicou quando pretende enviar o projeto para os legisladores. As informações são da Dow Jones.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) mantém sua avaliação "cautelosamente otimista" sobre a desaceleração de mercados emergentes, em especial em relação ao Brasil, motivada em grande parte pela crise internacional que leva alguns países da Europa à recessão. "Acredito que esse é um processo de pouso suave destes países (em desenvolvimento) e não se trata de pouso forçado", destacou Abdul Abiad, subchefe da divisão de Estudos da Economia Mundial do Departamento de Pesquisas do FMI. Hoje, o Banco Central informou que reduziu sua previsão do crescimento do PIB para este ano de 2,5% para 1,6%.

"Esses países (em desenvolvimento), inclusive o Brasil, normalmente têm espaço para adotar políticas quando o crescimento da economia não está num patamar satisfatório", acrescentou Abiad. Ele fez os comentários ao participar de entrevista coletiva em Washington para a apresentação dos capítulos analíticos do Panorama da Economia Mundial, que será divulgado pelo FMI no dia 9 de outubro.

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O fundo avalia também que o Brasil está entre os países exportadores para a China menos afetados por uma desaceleração de investimentos no país asiático. Segundo o texto, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuaria cerca de 0,1 ponto porcentual caso a expansão da formação bruta de capital fixo (FBCF) chinesa caísse 1 ponto porcentual. "Grandes exportadores de commodities com as economias mais diversificadas, como Brasil e Indonésia, registrariam declínios menores de seu crescimento."

De acordo com o documento, entre os países exportadores de commodities, o impacto maior seria registrado naqueles especializados na venda de minérios, com estruturas econômicas menos diversificadas e alta concentração de embarque de mercadorias básicas para a China. Segundo o FMI, o Chile registraria um impacto relativo quatro vezes maior do que o do Brasil, pois seu PIB diminuiria 0,4 ponto porcentual caso ocorresse a desaceleração de 1 ponto porcentual dos investimentos do país oriental.

Mas, segundo o FMI, os países exportadores que sentiriam maior impacto negativo da desaceleração de investimentos da China seriam vizinhos asiáticos que são fornecedores de peças e equipamentos para diversos segmentos industriais chineses.

Os fundos de bônus dedicados a países emergentes registraram entrada líquida de US$ 782,7 milhões na semana encerrada no dia 1º de agosto, enquanto os fundos de ações emergentes tiveram fluxo positivo de US$ 1,52 bilhão, de acordo com uma análise do Barclays sobre dados da provedora EPFR Global.

"A recuperação nos fundos de bônus e ações emergentes esta semana reflete uma melhora no sentimento do investidor, em função das expectativas de medidas adicionais de liquidez do Banco Central Europeu (BCE). Entretanto, a entrada de capital nos fundos de bônus em moeda local continua aquém do registrado nos fundos em moeda forte", afirma o Barclays. "Nós esperamos que os fluxos continuem robustos no próximo mês, com as expectativas de liquidez adicional continuando a alimentar novas entradas de capital", acrescentaram os analistas do banco.

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Na semana, os fundos de bônus emergentes denominados em moeda local registraram entrada líquida de US$ 166,91 milhões. Os fundos de bônus em moeda forte tiveram fluxo positivo de US$ 478,41 milhões. E os fundos mistos registraram saldo positivo de US$ 137,38 milhões.

Entre os fundos de ações emergentes, o fluxo para os fundos globais na semana foi positivo em US$ 1,4 bilhão. Os fundos dedicados a ações da Ásia tiveram entrada de US$ 166,48 milhões. Os fundos do Leste Europeu, Oriente Médio e África tiveram saldo positivo de US$ 107,52 milhões. Já os fundos do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) tiveram saída de US$ 4 milhões, enquanto os fundos da América Latinha registraram fluxo negativo de US$ 77,21 milhões.

A presidente Dilma Rousseff enumerou nesta sexta-feira o que para o governo representou algumas das conquistas do documento final da Rio+20, como o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a ajuda financeira para países em desenvolvimento. Dilma fez o discurso de encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável.

"O Pnuma sai fortalecido da Rio+20, inclusive em termos financeiros", lembrou a presidente. "Colocaremos US$ 6 milhões para países em desenvolvimento e US$ 10 milhões para o enfrentamento das mudanças do clima nos países pobres da África e pequenas ilhas".

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Segundo Dilma, a conferência levou a erradicação da pobreza para o centro do debate, assim como o respeito aos direitos humanos fundamentais.

"Vamos estabelecer um indicador mais adequado do que o PIB para medir o desenvolvimento", apontou ainda.

Os principais países emergentes detalharam ontem seus planos para aumentar os cofres do Fundo Monetário Internacional em mais de US$ 90 bilhões, o que irá elevar os novos compromissos totais para US$ 456 bilhões, segundo o FMI.

A China está prometendo US$ 43 bilhões, enquanto Índia, Rússia, Brasil e México disseram, na reunião de cúpula do G-20, que vão liberar US$ 10 bilhões cada um. A Turquia se comprometeu com US$ 5 bilhões, enquanto outros países ofereceram US$ 1 bilhão.

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As promessas demonstram "o amplo compromisso dos membros para garantir que o FMI tenha acesso a recursos adequados para cumprir o seu mandato no interesse da estabilidade financeira global", disse a gerente do FMI, Christine Lagarde, em um comunicado. "Esses recursos estão sendo disponibilizados para a prevenção e a resolução de crises e para atender às necessidades de financiamento de todos os membros do FMI."

Em abril, o G-20 havia se comprometido a aumentar o fundo do FMI, em meio à piora na crise da dívida da zona do euro, com a maioria dos recursos provenientes de países europeus. Mas a fonte de US$ 70 bilhões dos US$ 430 bilhões anunciados pelo FMI não havia sido revelada na época. As informações são da Dow Jones.

O Brasil registrou o maior fluxo negativo de capital na semana até 16 de maio entre os fundos dedicados a ações de mercados emergentes, com saída de US$ 510 milhões. É o que mostra relatório do Morgan Stanley, informando que os fundos dedicados a ações de mercados emergentes perdera nas últimas sete semanas US$ 5,1 bilhões.

O volume sob administração desses fundos está atualmente em US$ 631 bilhões, que é 16% menor que o recorde de US$ 749 bilhões atingido em 27 de abril do ano passado. Depois do Brasil, as maiores perdas ocorreram na China (-US$ 460 milhões), Coreia do Sul (-US$ 260 milhões), Índia (-US$ 240 milhões) e Rússia (-US$ 230 milhões).

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Desde o início do ano, porém, os fundos dedicados a ações do Brasil registraram entrada de US$ 2,08 bilhões, atrás apenas da China, que teve fluxo positivo de US$ 4,81 bilhões. Rússia atraiu US$ 2,10 bilhões e Coreia do Sul recebeu US$ 1,80 bilhão. Esses países representaram 55% do fluxo total atraído por fundos dedicados a ações emergentes.

Os mercados desenvolvidos tiveram saída de US$ 2,3 bilhões na semana até 16 de maio, com destaque para EUA (+US$ 3,0 bilhões), Japão (+US$ 750 milhões) e Alemanha (+US$ 660 milhões). No ano até agora, houve saída de US$ 30 bilhões dos fundos dedicados a ações de mercados desenvolvidos.

Outro relatório, feito pelo Barclays Capital com base em dados da EPFR Global, informou que os fundos dedicados a bônus de mercados emergentes atraíram US$ 633,78 milhões na semana encerrada em 16 de maio, mas os fundos dedicados a ações emergentes registraram saída de US$ 2,23 bilhões - o maior fluxo negativo de capital em seis meses.

O Barclays afirmou que os fundos dedicados a ações perderam um grande volume de capital na semana à medida que os participantes dos mercados passaram a prever uma maior probabilidade de a Grécia sair da zona do euro. "Nós vemos essa saída como a primeira de uma possível série de fluxos negativos significativos dos fundos dedicados a ações emergentes se as incertezas continuarem elevadas", afirma o Barclays em nota.

As cotações de moedas de mercados emergentes subiram bastante, após seis grandes bancos centrais anunciarem medidas coordenadas de liquidez para apoiar o sistema financeiro global.

A ação ajudou a valorizar sobretudo o rand da África do Sul, que subiu mais de 2% ante o dólar após o anúncio. O peso mexicano se valorizou quase 2% ante o dólar, enquanto o real e a lira turca subiam cerca de 1% ante a moeda norte-americana. Às 11h31 (de Brasília), o dólar era comercializado a 8,1304 rands, enquanto antes do anúncio a cotação era de 8,3260 rands. A coroa checa era comercializada a 25,332 por US$ 1, ante 25,577 no fim da terça-feira. O florim húngaro era vendido a 307,66 por US$ 1, ante 312 no fim da terça-feira.

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A medida foi muito bem vista e isso pode trazer de volta o apetite pelo risco, disse Michael Lee, gerente de portfólio do Wells Fargo Asset Management. A combinação de ação coordenada dos bancos centrais e as notícias de que a China está cortando o compulsório para os bancos ajudou a melhorar bastante o sentimento em relação aos mercados emergentes.

A coroa da República Checa se valorizou 1% ante o euro, enquanto o florim húngaro se valorizou quase 2%, após atingir as mínimas da sessão no início do dia. As informações são da Dow Jones.

Líderes globais convocaram nesta quarta-feira doadores emergentes, como a China, a intensificarem os esforços para ajudar os pobres do mundo, informa a agência de notícias AFP. Especialistas em ajuda de cerca de 160 países estão reunidos em Busan, Coreia do Sul, na tentativa de aumentar a eficácia da ajuda - em uma época de orçamentos apertados em países desenvolvidos e de gastos crescentes de novos doadores como China, Índia e Brasil.

"No leste e sul da Ásia, na América Latina e mesmo em África, muitas economias estão crescendo", disse, na conferência, o secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon. "Com o sucesso vem a responsabilidade. Esta pode se a chance de assumir suas novas lideranças", completou.

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A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, apelou para que todos os doadores trabalhem juntos para assegurar que os beneficiários da ajuda sejam mais autossuficientes e evitem a "maldição dos recursos" - que ocorre em nações que exportam petróleo, diamantes ou outros bens lucrativos, mas continuam pobres. As informações são da Dow Jones.

Tailândia, Bolívia e Rússia continuaram a aumentar suas posições em ouro no mês de setembro, refletindo uma sustentação de demanda das economias em desenvolvimento em busca da diversificação fora das reservas tradicionais em moeda e mantendo o setor oficial entre os principais compradores de ouro no ano.

De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Tailândia aumentou suas compras pelo segundo mês em setembro, em 500 mil onças-troy, para 4,9 milhões de onças-troy. Em janeiro, as reservas oficiais de ouro da Tailândia estavam em 3,2 milhões de onças-troy. A Bolívia adicionou 225 mil onças-troy às suas reservas - elevando-as para 1,586 milhões de onças-troy ante 1,361 milhão de onças-troy em agosto.

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O Banco Central da Rússia, comprador regular do seu próprio mercado doméstico, também continuou seu programa de acúmulo de ouro, elevando suas reservas para 27,378 milhões de onças-troy no mês passado, ante 27,161 milhões de onças-troy em agosto e 25,374 milhões de onças-troy em janeiro. Casaquistão, Tajiquistão, Grécia e Ucrânia também compraram o metal precioso para aumentar suas reservas no mês de setembro.

O México é o único país que reportou uma queda de reservas em setembro, baixando-as pelo quinto mês consecutivo após aumentá-las significativamente no início de 2011. O BC mexicano reduziu no mês passado suas reservas de 3,392 milhões para 3,388 milhões de onças-troy.

Recentemente, os bancos centrais dos mercados emergentes compraram ouro em reação à crise da dívida soberana, que afetou o dólar e o euro, avaliam analistas. A demanda também aumentou fortemente nos últimos trimestres enquanto alguns buscam diversificar as reservas em moeda estrangeira, que cresceram juntamente com os setores exportadores dos mercados emergentes.

No início do mês, a consultoria de metais GFMS projetou que os bancos centrais comprariam cerca de 500 toneladas, ou 16 milhões de onças-troy, de ouro neste ano como maneira de diversificar o portfólio em relação ao dólar.

A crise da dívida na Grécia e outros países europeus como Portugal levou a uma especulação sobre se os países endividados poderiam liquidar suas reservas de ouro para conseguir dinheiro. As informações são da Dow Jones.

Um colapso do sistema bancário europeu terá um impacto muito maior para os países emergentes do que os efeitos com a quebra do Lehman Brothers em 2008, segundo análise do RBC Capital Markets. A exposição dos bancos europeus a países emergentes, em termos de empréstimos e outros ativos, equivale a mais de três vezes o valor da exposição combinada dos bancos japoneses e americanos. O contágio da crise da dívida soberana da zona do euro pela via de crédito bancário será sentido com mais força pelo Leste Europeu, seguido pela América Latina.

Com base em dados do último relatório do Bank for International Settlementes (BIS), o banco central dos bancos centrais, o total de crédito e empréstimos de bancos europeus aos países emergentes somou US$ 3,4 trilhões em março de 2011, enquanto que a exposição dos bancos americanos a países emergentes estava em US$ 727 bilhões e a dos bancos japoneses, em US$ 299 bilhões. Na América Latina, a exposição dos bancos europeus é de US$ 792 bilhões, comparada com uma exposição de US$ 250 bilhões de bancos americanos e US$ 62 bilhões de bancos japoneses.

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"Se a crise da dívida soberana da zona do euro deflagrar um estresse do sistema bancário europeu mais profundo, poderá haver um impacto bem mais negativo sobre os mercados emergentes do que o choque do Lehman Brothers teve", afirmou um estudo do RBC Capital Markets assinado pelo chefe de estratégia para mercados emergentes do banco em Toronto (Canadá), Nick Chamie. Se os bancos europeus passarem por um estresse financeiro semelhante ao registrado pelos bancos americanos em 2008 e 2009, "as consequências negativas para os mercados emergentes, particularmente um choque no crescimento econômico, poderão ser muito mais significativas, em especial se houver uma escassez de crédito mais prolongada".

Os países emergentes representam cerca de 18% da carteira de crédito total no exterior dos bancos europeus. A participação dos emergentes na carteira de crédito no exterior dos bancos americanos é de 22% do total. Os emergentes do Leste Europeu são os que representam a maior parcela na carteira total de crédito no exterior dos bancos europeus, com 51%. Os latino-americanos detêm 23% da carteira de crédito total no exterior dos bancos europeus. A parcela dos países asiáticos é de 26%.

Segundo o estudo do RBC Capital Markets, para medir qual região dos mercados emergentes poderá sofrer um maior aperto de crédito se houver uma retração dos bancos europeus na concessão de empréstimos, é preciso levar em conta qual região depende mais dos bancos europeus versus bancos de outros países e em qual região o peso do crédito de bancos estrangeiros é maior em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Conforme o estudo, os países do Leste Europeu dependem em 93% dos bancos europeus para atender suas demandas por crédito, comparado com 2% do Japão e 6% dos Estados Unidos. Já os países da América Latina têm 68% do crédito estrangeiro provenientes de bancos europeus, enquanto que os bancos americanos são responsáveis por 21% por esse crédito e apenas 5% vêm dos bancos japoneses.

O valor dos empréstimos de bancos europeus corresponde a 25% do PIB dos países emergentes do Leste Europeu e a 16% do PIB dos emergentes na América Latina, enquanto que o valor dos empréstimos dos bancos americanos equivale a 2% do PIB no Leste Europeu e a 5% do PIB de países latino-americanos.

"Do ponto de vista de contágio pelo canal de crédito, a região dos emergentes do Leste Europeu parece naturalmente mais vulnerável, embora a América Latina e a Ásia emergente também tenham uma elevada exposição à qualquer retração dos empréstimos bancários europeus", afirma o estudo do RBC Capital Markets.

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