Tópicos | empurrões

Os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Duda Salabert (PDT-MG) discutiram duramente, nesta quinta-feira (3), pouco antes do início oficial da sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas de 8 de Janeiro.

Isso ocorreu quando parlamentares se reuniam em um canto do plenário para discussões finais sobre quais requerimentos seriam colocados em pauta para votação em bloco, de maneira a aprovar ou rejeitar todos conjuntamente, por acordo entre governistas e bolsonaristas.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

O tumulto começou depois que a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) subiu o tom de voz contra o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), a quem acusou de romper acordo feito entre os parlamentares e favorecer interesses de bolsonaristas.

Os governistas alegam que Arthur Maia rompeu acordo ao retirar do bloco de votação requerimentos para solicitar de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua mulher, Michelle. O presidente da CPMI também foi acusado de romper o acordo entre governistas e opositores, ao aceitar a inclusão no bloco de um requerimento de parlamentares do PL para convocar o fotógrafo Adriano Machado, da Reuters, a prestar depoimento sobre sua cobertura jornalística dos ataques golpistas.

Entre os requerimentos incluídos no bloco de votação, estavam também pedidos para interrogar o hacker Walter Delgatti Neto, preso em operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (2), e o ajudante de ordens Luís Marcos dos Reis, que é suspeito de participar de um esquema ilegal de financiamento às despesas pessoais de Michelle.

Durante o tumulto, o deputado federal André Fernandes (PL-CE) acusou a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), de atuar como advogada do governo.

Com o início da sessão, governistas defenderam que fosse então rompido o acordo caso não fosse excluído do bloco o requerimento sobre Adriano Machado. Maia disse que era contra esse requerimento, mas que não aceitaria, por razões regimentais, separar o requerimento sobre o fotógrafo e disse que não faria a votação em bloco enquanto não existisse acordo entre os partidos sobre a pauta.

"A pauta só poderia ter sido apreciada por acordo. A pauta deveria ter sido publicada 48 horas atrás. Não foi. Se houver posição contrária, a pauta não poderá ser apreciada", afirmou Maia no começo da sessão.

A confusão que iniciou na manifestação “Ocupa Brasília”, nesta quarta-feira (24), se estendeu à Câmara dos Deputados entre parlamentares da base aliada e da oposição, que chegou a tomar a Mesa Diretoria e mostrar cartazes com as frases “Diretas Já” e “Fora Temer”. Houve troca de empurrões e até xingamentos. 

Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), foi direto ao falar sobre o assunto. “Vamos reorganizar, não pode ter zona”, disse. O democrata também declarou que o Parlamento não pode passar essa imagem. “A posição contra ou a favor é democrática, agora esse tipo de imagem não agrega nada para campo nenhum”.

##RECOMENDA##

O jornal também questionou se todo o contexto poderia estar ligado à situação de fragilidade do presidente Michel Temer (PMDB). Maia negou. “Uma coisa dessas não é questão de imagem, é uma questão de respeito ao plenário da Câmara, não tem nada a ver com o presidente da República”. 

Hoje, mais cedo, Rodrigo Maia também falou sobre os pedidos de impeachment contra Temer. Ele ressaltou que é necessário paciência. “Não posso avaliar uma questão tão grave como essa num drive-thru. Não é assim. Quanto tempo se discutiu aqui o governo Dilma? As coisas não são desse jeito. Temos que ter paciência. Estão dizendo que eu engavetei: não tomei decisão. E não é uma decisão que se tome da noite para o dia. O presidente da Câmara não será instrumento para a desestabilização do Brasil”, afirmou.

Líder do governo Dilma Rousseff na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) foi cercado e hostilizado com empurrões hoje (31) à tarde por um grupo no desembarque do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. Ele chegava à cidade para participar do ato em defesa da democracia.

Um vídeo divulgado em uma página do Facebook mostra um grupo de cerca de dez pessoas cercando o deputado e jogando notas falsas de dinheiro nele, enquanto uma mulher tenta segurá-lo. Ele foi acompanhado pelo grupo até o carro que o levaria para a manifestação. No caminho, o grupo o chamava de "ladrão" e grita "fora PT".

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Mais cedo, a mesma página na rede social havia divulgado o horário do desembarque do parlamentar no aeroporto de Fortaleza.

Guimarães divulgou nota repudiando o ato e chamando as pessoas que o atacaram de "neofascistas". "Assim como me atacam de forma covarde - da mesma forma que atacaram personagens do calibre do ministro Teori Zavascki e do jornalista Juca Kfouri, entre outros - atentam contra a democracia e a legalidade. Também por isso, jamais me curvarei", acrescentou o deputado na nota.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando