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Com a alta no preço dos combustíveis e as turbulências no setor de fertilizantes, ganhou força no governo e no Congresso o plano para baixar encargos no frete marítimo, por meio de um corte no Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

A medida deve reduzir custos de importação, com reflexos nos insumos usados pelo agronegócio brasileiro, por exemplo. Criado para abastecer o Fundo da Marinha Mercante (FMM), o AFRMM é uma cobrança realizada sobre o transporte aquaviário de carga descarregada nos portos brasileiros.

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A tesourada na tributação é ensaiada em duas frentes. Em uma, o governo estuda editar um decreto para reduzir em cerca de 30% as alíquotas do encargo, ato que pode ser publicado nas próximas duas semanas. Na segunda, está uma articulação para reverter um veto do presidente Jair Bolsonaro sobre o tema, que barrou o corte nas alíquotas aprovado dentro do projeto de incentivo à cabotagem, o BR do Mar.

A expectativa é de que o Congresso analise a decisão do presidente nos próximos dias. Uma das bancadas mais fortes do Parlamento, a Frente Nacional da Agropecuária (FPA) vai trabalhar para derrubar o veto.

Em janeiro, o Planalto afirmou que, por questões orçamentárias, não poderia sancionar a redução nas alíquotas do AFRMM.

VETO DE BOLSONARO

O ponto mais crítico em relação aos tributos no frete marítimo no Brasil é a cobrança sobre a navegação de longo curso, hoje em 25% e fortemente criticada pelo agronegócio. Com a redução avaliada pelo governo federal, a alíquota cairia para em torno de 16%.

A proposta dentro do BR do Mar, por sua vez, era mais agressiva, e cortaria a cobrança para 8%. A diferença pode dar margem para o veto do presidente Jair Bolsonaro continuar na mira de setores do Congresso. Segundo uma fonte ouvida reservadamente, o corte planejado no decreto foi o "máximo" conseguido dentro do governo, sem que haja contestação das áreas técnicas e a necessidade de uma compensação orçamentária.

O veto à redução do AFRMM surpreendeu em janeiro, uma vez que o impacto positivo das reduções tinha sido destacado pelo próprio Ministério da Economia no mês anterior, em nota técnica da Secretaria de Política Econômica (SPA). No texto, divulgado logo após o Congresso aprovar o BR do Mar, o órgão apontou que a contração poderia reduzir o preço dos itens da cesta básica em, pelo menos, 4%, facilitar a importação, baratear a produção interna e impactar o PIB em até 0,2%.

MOBILIZAÇÃO

Com a pressão sobre o preço dos alimentos e fertilizantes, setores afetados pela cobrança se mobilizam para retomar a redução nas alíquotas. A atuação conta com o apoio da FPA, que trabalhará pela derrubada do veto, afirmou ao Estadão/Broadcast o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), integrante da bancada. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) destacou ainda que o corte na alíquota reduz o preço de fertilizantes, produto fortemente afetado pela guerra na Ucrânia e que tem preocupado o agronegócio brasileiro.

Dentro do governo, no entanto, há uma ala de técnicos que defendem uma redução aplicada apenas na navegação de longo curso. Com isso, a irrigação do Fundo da Marinha Mercante não seria afetada bruscamente, reduzindo resistências da indústria naval.

A posição do governo sobre o veto no BR do Mar deve ser discutida em reunião amanhã, quando o Planalto deve definir sua orientação sobre os assuntos pautados para a próxima sessão do Congresso, a princípio prevista para o dia 16. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A redução à metade dos encargos cobrados sobre os salários dos funcionários ainda está no radar do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas a proposta deve ser enviada nas semanas seguintes ao anúncio do pacote de terça-feira.

Guedes ainda avalia se manda o eixo do programa de emprego pelo Senado com a criação de um novo imposto sobre transações. Pelas contas do governo, uma nova contribuição com alíquota de 0,2% cobrada nas duas pontas - tanto no crédito ou entrada dos recursos como no débito (qualquer retirada de recursos) - pode arrecadar R$ 125 bilhões por ano.

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Se for pelo Senado, o plano pode ser acoplado à PEC do pacto federativo, que prevê desindexação do Orçamento para garantir uma economia com redução de gastos obrigatórios (como salários).

Na quinta-feira, o relator da proposta, senador Marcio Bittar (MDB-AC), defendeu a criação de um novo tributo desde que se reduza outras. "A substituição de determinados tributos por um novo não vejo problema até porque a possibilidade de substituição de alguns por um novo que possa assegurar o combate à sonegação, eu vejo como positivo", disse Bittar, usando o mesmo discurso da equipe econômica.

Com os recursos, seria possível, segundo cálculos oficiais, reduzir de 20% para 15% da alíquota das empresas com um custo de R$ 50 bilhões de perda de arrecadação federal. O corte dos outros 5 pontos porcentuais seria obtido, na prática, com duas medidas parafiscais (sem impacto no Orçamento do governo): redução de 8% para 6% do valor dos salários que é depositado pelas empresas nas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e corte permanente da metade dos encargos que pagam ao Sistema S.

Além disso, a contribuição das empresas ao INSS do trabalhador que ganha até um salário mínimo (hoje, R$ 1.045) será isenta para o patrão, ao custo de R$ 25 bilhões por ano para os cofres da União. Essa medida integra o novo modelo de Carteira Verde Amarela em gestação pela equipe econômica. Essa desoneração vale só para o trabalhador que recebe um salário mínimo e visa a aumentar as contratações e barrar demissões de quem já tem emprego formal.

Guedes também prepara dois acenos importantes para ter apoio ao novo tributo: à classe média (com a ampliação da faixa que fica isenta do IR, dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 3 mil) e à indústria, com o fim da cobrança do IPI para eletrodomésticos. Aos cofres públicos, a primeira medida tem impacto de R$ 22 bilhões e a segunda, de R$ 8 bilhões. Guedes quer acabar com o IPI para produtos, como por exemplo, geladeiras, máquinas de lavar e fogão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deputados aprovaram nesta terça-feira, 3, no plenário da Câmara, emenda para isentar contribuintes que aderirem ao Refis do pagamento de encargos legais e honorários advocatícios. O texto-base da medida provisória (MP) que criou o programa previa apenas desconto de 25% nos valores dos encargos e honorários que deverão ser pagos.

A emenda foi aprovada em votação simbólica. Com isso, contribuintes terão desconto de 100% nos encargos e honorários advocatícios nas três formas de pagamento das dívidas: à vista e parcelado em 145 meses e 175 meses. O aumento do desconto tem objetivo de atingir procuradores, que recebem parte da arrecadação do governo com esses encargos e honorários.

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Os descontos nas multas e juros de mora que contribuintes terão de pagar continuam, por enquanto, como aprovado no texto-base. Para as multas, os descontos serão os seguintes: até 70% (à vista), 50% (145 meses) e 25% (175 meses). No caso dos juros, os descontos previstos são, respectivamente: 90%, 80% e 50%.

O Senado aprovou na noite desta quarta-feira (17), em segundo turno de votação, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que impede a criação de encargos para União, Estados, Distrito Federal e municípios sem a previsão de recursos financeiros para custear as novas iniciativas.

O texto, que passou com 57 votos a favor e nenhum contra, voltará para a Câmara por ter sido alterado pelos senadores para estender a proibição de imposição de novas despesas também para União, o que não constava anteriormente na versão aprovada pelos deputados.

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Objeto de discussão em plenário desde ontem, quando foi votado o primeiro turno, o custeio do piso nacional dos professores foi excluído da nova regra prevista na PEC, de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Também estão fora da nova exigência pagamentos agentes comunitários de saúde e de agentes de combate às endemias.

Governadores e prefeitos chegaram a pressionar senadores para impedir que lei federal pudesse fixar o piso nacional dos professores. Em janeiro, a partir de uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, esse piso foi reajustado em 11,36% - o novo piso passou a ser de R$ 2.135,64.

Mas uma emenda do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apoiada por vários senadores, entre eles pelo ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (DF), alterou o texto e excluiu o piso das novas regras. Essa emenda foi aprovada por 62 votos a favor e um contra.

Os senadores rejeitaram uma emenda do senador Ricardo Ferraço (sem partido-ES) que vedava à União reduzir alíquotas de impostos que são compartilhados com os demais entes regionais sem a previsão de repasses financeiros destinados a compensar os Estados, o Distrito Federal e os municípios.

O relator da PEC e líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), foi contra a alteração. "Nós estamos amarrando, atando ainda mais a capacidade de o governo federal poder desenvolver políticas no campo econômico, políticas anticíclicas em momentos em que nós temos a perspectiva de uma queda do crescimento econômico, o atendimento a demandas do empresariado, que está o tempo inteiro pedindo a redução da carga de impostos. Portanto, eu acho que o que nós podemos cometer aqui é um suicídio político e econômico", disse.

Pressionado por governadores e prefeitos, o Senado articula aprovar uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe a capacidade da União de aumentar os encargos de Estados e municípios.

Os senadores podem votar nesta quarta-feira (3) a PEC, de autoria do líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), que impede que o governo federal edite qualquer norma legal que imponha ou transfira despesas para os entes regionais sem que haja a previsão de repasses financeiros necessários para o custeio.

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A proposta é a que reúne maior consenso dentre a pauta de reivindicações apresentada por 25 representantes dos Estados e do Distrito Federal que se reuniram nos dois últimos dias com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e lideranças partidárias da Casa.

O texto já passou pela Câmara e foi incluído por Renan como o quinto item da pauta da sessão do plenário, que deve ocorrer às 16h. Pouco antes, o presidente do Senado recebe em seu gabinete representantes de prefeitos que devem cobrar a aprovação de medidas legislativas de melhoria das finanças públicas.

O texto da PEC também diz que pisos salariais fixados pela União devem respeitar a nova regra. Sofrendo com a queda de arrecadação, Estados e prefeituras reclamam do fato de não terem recursos para bancar o novo piso nacional dos professores, que foi reajustado por lei federal em 11,36% a partir de janeiro - o novo piso passará a ser de R$ 2.135,64.

A PEC foi discutida nessa terça-feira, 2, em reunião entre Renan, líderes partidários e o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), ex-senador que foi designado pelos representantes dos Estados para acompanhar a pauta de interesse deles no Congresso.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), apresentou no final de novembro parecer favorável à proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A intenção é votar o texto do petista diretamente em plenário, após a aprovação de um requerimento que permita esse envio.

Em seu parecer, Costa disse que o mérito da PEC é louvável. Para ele, "a União, de forma recorrente, edita atos normativos que comprometem a capacidade financeira dos demais entes federados, sem previsão de uma contrapartida a esses entes".

"Podemos exemplificar com o caso dos pisos salariais nacionais. Embora sejam meritórios, por valorizarem carreiras relevantes, tais como professores e agentes de saúde, eles impactam de modo significativo nas contas das prefeituras municipais e dos governos estaduais, que precisam de recursos adicionais para o custeio de pessoal, sem contarem com verbas adicionais da União", critica, no parecer.

Em agosto do ano passado, o Senado aprovou uma PEC com teor semelhante, de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS). O texto foi enviado para a Câmara, mas, para não ficar numa disputa sobre qual matéria deve ser apreciada primeiro, os senadores decidiram acelerar a proposta de Mendonça Filho a despeito do andamento entre os deputados da PEC de Ana Amélia.

Outras matérias de interesse dos entes regionais ainda estão em discussão pelos senadores. Apesar do forte apelo dos governadores, não há consenso, por exemplo, sobre a aprovação da chamada PEC dos Precatórios, uma proposta que altera as regras de uso de recursos dos depósitos judiciais pelos Estados e municípios para pagamento de precatórios. Nesse caso, a polêmica maior gira em torno da previsão de uso de 40% dos depósitos judiciais em causas que envolvem disputas entre particulares. Alguns senadores alegam que essa matéria é inconstitucional.

Após promessa do Congresso de priorizar as demandas federativas, em reuniões com prefeitos e governadores, a Câmara deu um passo no sentido da aprovação da proposta de emenda à Constituição 172/2012, que altera o artigo 160 e proíbe transferência de qualquer encargo ou prestação de serviços aos Estados, Distrito Federal e municípios sem a previsão de repasses financeiros necessários ao custeio. Uma comissão especial para analisar a matéria já foi instalada.

De autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), a PEC foi apresentada em maio de 2012 e chegou a receber parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) no mesmo ano e em 2013. Sem avanço, a matéria foi arquivada em janeiro de 2015 e desarquivada em março. Em maio, a CCJC confirmou a admissibilidade da proposta, que agora terá o mérito analisado no colegiado especial. Só após esse parecer, o texto seguirá par o plenário.

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A promessa inicial do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é de levar o texto para o plenário ainda neste primeiro semestre. “Essa é uma emenda urgente. Precisamos estabelecer os encargos, mas também garantir os recursos para a execução”, frisou ele. No entanto, ao que tudo indica, não haverá tempo hábil para votar o texto antes do dia 17 de julho, devido às prioridades da Casa e processo de tramitação previsto no Regimento Interno. “Neste primeiro semestre, não dá para ela chegar ao plenário. Mas acho que no segundo semestre, é bem provável”, aprontou Mendonça Filho.

O líder do DEM se diz confiante na aprovação. “É uma proposta que não tem como você se opor a ela. Ela é absolutamente lógica. Não dá para continuar repassando encargos para os estados e municípios e não repassar meios”, defendeu. “Essa é a cultura da União, não é só do governo atual do PT. É ao longo de décadas. A gente tem que acabar com essa farra, em que a conta sempre é paga pelos municípios e pelos estados da federação”.

Para o parlamentar, além de comprometer a eficiência e a qualidade dos serviços transferidos, a prática de não prover os recursos necessários afeta significativamente o próprio equilíbrio financeiro do pacto federativo, por aprofundar a dependência dos Estados e municípios de repasses da União. “Os prefeitos e os governadores ficam com o pires na mão, sem conseguir dar conta das obrigações por falta de recursos”, salientou.

Um dos exemplos do não cumprimento é o da Lei 738/2008, que instituiu o piso nacional para os professores da rede pública da educação básica. A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) reclama da impossibilidade do reajuste porque boa parte das prefeituras não tem verba para o cumprimento sem quebrar as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal.  “Isso encurta a distância entre o Estado e seus cidadãos, destinatários de qualquer planejamento público”, lembrou Mendonça.

 

A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho lançou nessa terça-feira (16) o Programa de Recuperação Fiscal (Refis) do município, que concede a dispensa ou redução de multas e juros de mora incidentes sobre créditos tributários vencidos até o dia 31 de dezembro de 2012. Quanto antes o contribuinte regularizar sua situação com o fisco municipal, maiores serão os descontos sobre os encargos.

O contribuinte que desejar regularizar sua situação cadastral poderá se beneficiar do Refis e obter o perdão de 100% de multa e juros, se quitar a dívida à vista. Se o pagamento for feito em até 6 vezes e no prazo de até 180 dias a contar da data do lançamento do programa,  a redução será de 80%, o desconto cai para 60% caso o contribuinte queira parcelar  em até 18 vezes no mesmo prazo. 

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Passando de 180 a 360 dias do prazo de lançamento para fazer o parcelamento, os descontos sobre os encargos de até 6 parcelas caem para 30% e de até 18 vezes passam para 20%. Lembrando que o valor mínimo das parcelas tem que ser de R$ 40,00.

Os interessados em aderir ao programa devem se dirigir à Secretaria de Finanças e Arrecadação, situada no Centro Administrativo Municipal (CAM), na Torrinha, ou ao Centro de Atendimento ao Contribuinte, em Ponte dos Carvalhos. Mais informações podem ser obtidas pelo 3521-6666.

Com informações da assessoria

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