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Um traficante português, acusado de estuprar mulheres em seu país de origem, foi preso no bairro de Santo Amaro, área Central do Recife, e extraditado nesse sábado (5). Há dois anos irregular no Brasil, ele escondia-se em comunidades para evitar a expulsão, já decretada pelo Superior Tribunal Federal (STF), em 2018.

O foragido, de 31 anos, foi entregue às autoridades portuguesas por volta das 18h30, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, Zona Sul do Recife. Em Portugal, ele chegou a ser condenado a seis anos e dois meses de prisão por estupro e ameaça qualificada, em fevereiro de 2015, mas não cumpriu a pena.

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Já no Brasil, o criminoso foi notificado pela Polícia Federal (PF) e detido em março de 2018, também em Santo Amaro, em uma operação conjunta com a Rádio Patrulha. Na ocasião, o Ministro do STF, Gilmar Mendes, decretou sua prisão preventiva para atender à solicitação de extradição do governo português.

O português já foi atuado por três vezes na Lei Maria da Penha "em virtude de relacionamentos agressivos e conturbados com mulheres" em Pernambuco e na Paraíba, onde foi registrada uma briga com guardas municipais. Escondido em comunidades nos dois estados nordestinos, ele alternava a moradia em locais como a V8 e os Coelhos, no Grande Recife, e "não costumava ficar por muito tempo em lugares fixos", aponta a PF.

Natural de Lamas, em Cadaval, o estrangeiro confessou que comandava um ponto de tráfico em Portugal, mas foi forçado a fugir do país após ser denunciado pela própria mãe. A Polícia Federal indica que "a prisão ocorreu sem nenhum transtorno e o estrangeiro não esboçou qualquer tipo de reação".

A Itália removeu um dos empecilhos legais para a extradição de Cesare Battisti e se comprometeu a não colocá-lo em regime de prisão perpétua caso ele seja restituído às autoridades de Roma.

A confirmação veio do subsecretário (espécie de vice-ministro) do Ministério da Justiça, Cosimo Ferri, durante uma entrevista ao diário "Il Giornale", e pode servir de incentivo para o governo brasileiro determinar a extradição de Battisti.

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Segundo os tratados bilaterais entre os dois países, o Brasil só pode expulsar um condenado pela Itália caso a pena infligida a ela respeite os limites previstos por sua legislação, ou seja, 30 anos de prisão.

"A Itália se compromete, de modo formal, por meio do Ministério da Justiça, a fazer com que a norma brasileira seja respeitada. Se Battisti for extraditado, como desejamos, descontará 30 anos de prisão, e não a pena perpétua", disse Ferri.

De acordo com o subsecretário, o governo já enviou uma carta à Embaixada da Itália em Brasília dando garantias formais de que o limite de 30 anos será respeitado, uma vez que a prisão perpétua não é prevista pela legislação brasileira. "Essa decisão protegeria as razões de ambos os países", acrescentou.

Ex-membro da milícia de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), o italiano foi condenado em seu país à prisão perpétua por quatro assassinatos e envolvimento com o terrorismo na década de 1970, mas, alegando perseguição política, fugiu para não ir à cadeia.

Como foragido, Battisti passou por França e México, antes de chegar ao Brasil, onde quase foi extraditado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, um decreto assinado por Luiz Inácio Lula da Silva no último dia de seu segundo mandato como presidente deu ao italiano a permissão para ficar no país.

Na semana passada, ele foi preso em Corumbá (MS), tentando entrar na Bolívia com o equivalente a R$ 23 mil em moeda estrangeira, e acabou acusado de evasão de divisas. Libertado dois dias depois, Battisti alega que o dinheiro não era só dele, mas também de dois amigos que o acompanhavam, e que seu objetivo no país vizinho era comprar roupas de couro, vinho e material de pesca.

Rodeado por grifes cobiçadas como Gucci, Prada e Louis Vuitton, vizinhos famosos e a duas esquinas do Central Park. É assim que o ex-presidente da CBF José Maria Marin vai cumprir a sua prisão domiciliar em Nova York, após ter negociado a sua extradição para os Estados Unidos.

Sua chegada a Nova York acontece até esta quinta-feira. Antes, seus advogados desembarcarão na cidade, assim como seus aliados mais próximos. Marin deixará Zurique, onde está preso desde maio, acusado de receber propinas para a Copa do Brasil e para a Copa América. Na ocasião, Marin foi preso com mais seis dirigentes na cidade onde acontecia o encontro anual da Fifa.

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A previsão é de que o brasileiro pague o equivalente a R$ 40 milhões como garantia e aguarde por seu julgamento em Nova York, no apartamento de quarto e sala que possui desde 1984. Ali, ele pretende montar sua estratégia de defesa. Seus advogados insistem que ele vai se declarar inocente na primeira audiência em uma corte do Brooklyn e insistir que não existem rastros do dinheiro. Se condenado, o ex-dirigente pode pegar até 20 anos de prisão.

Sua chegada aos Estados Unidos se contrasta com a recepção que ele teve em 2013 e 2014, quando era o todo-poderoso presidente da Copa do Mundo. Agora, ele chegará algemado.

VIZINHANÇA - Com vista para a Quinta Avenida, seu imóvel na Trump Tower é avaliado em US$ 2 milhões. Por fora e por dentro, tudo no endereço remete à sofisticação. O prédio de 68 andares é um dos arranha-céus mais icônicos do skyline nova-iorquino. Quem mora no mesmo local é Chuck Blazer, outro ex-dirigente da Fifa e que foi o responsável por delatar os demais. A seus advogados na Suíça, Marin apenas insistia que queria voltar a "dormir na minha cama e tomar um banho na minha ducha".

Além da parte residencial, a torre espelhada de pisos e paredes de mármore abriga um complexo comercial, com livre acesso ao público e que fica apinhada de turistas mesmo em dias de semana. Do átrio principal é possível avistar de longe uma luxuosa cascata d’água que cai por uma parede de mármore. Lá dentro, turistas e moradores acessam jardins suspensos, além de uma praça arborizada com bambus e uma escultura em forma de maçã criada pelo artista plástico brasileiro Romero Britto.

Questionados sobre a família Marin, os funcionários do local admitem que há muito tempo que ninguém aparece por ali. "Faz tempo que não os vejo por aqui", afirmou um concierge.

A negociação dos advogados de Marin garantiu que a ida do brasileiro aos Estados Unidos não lhe tire privilégios. Em caso de bom comportamento, Marin poderá ter sua esfera de circulação ampliada. Primeiro, será autorizado a andar pelas ruas. Depois, pela cidade. Mas o dirigente dificilmente voltará um dia ao Brasil se for condenado.

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