Tópicos | Feira do Livro de Frankfurt

A Feira do Livro de Frankfurt, maior encontro mundial da indústria editorial, celebra esta semana seu retorno pós-pandemia com a presença de editoras de todo o mundo, estimuladas pela resiliência dos livros durante a crise sanitária, mas preocupadas com a escassez de papel.

A Feira, que no ano passado foi quase inteiramente online, abre as portas de quarta (20) a domingo (24) na esperança de retomar a efervescência que lhe deu importância e prestígio ao longo dos anos.

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No entanto, algumas restrições continuam, como o número diário de visitantes limitado a 25 mil, duas vezes menos que o normal, e a exigência de um passe de saúde.

"Ainda não é uma Feira normal", alertou o diretor do evento, Jürgen Boos, que esta tarde presidirá a tradicional cerimônia de abertura.

Mas é a oportunidade para a indústria se "reencontrar" após 18 meses, acrescentou.

Durante o período de pandemia, a indústria do livro "teve um desempenho muito bom", assegurou. As restrições que deixaram as pessoas em casa incentivavam a leitura, especialmente entre os jovens.

Nos Estados Unidos, as vendas de livros impressos cresceram mais de 8% em 2020, o maior aumento em 10 anos, segundo o grupo de pesquisa NPD.

O crescimento do setor foi impulsionado por obras para adolescentes, mas também por textos práticos para adultos, que procuravam livros de culinária e de conserto para preencher o tempo livre.

Na Alemanha, maior mercado de livros da União Europeia (UE), as livrarias se estabeleceram na venda online, conseguindo aumentar em 20% as receitas por internet, que chegaram a 2,2 bilhões de euros (2,6 bilhões de dólares).

As vendas de livros digitais e de áudio também cresceram.

Os livros "se revelaram um suporte especialmente resistente e popular durante a pandemia", garantiu Boos.

- Preocupações com o Natal -

No entanto, os profissionais do livro, cujos números anuais de negócios se aproximam de 86 bilhões de euros (US $ 103 bilhões), temem que esses números sejam passageiros.

Como as indústrias automotiva e de eletrodomésticos, os editores temem ser atingidos por uma escassez global de matérias-primas que afeta as cadeias de abastecimento e retarda a recuperação econômica global.

À medida que se aproxima o período crucial de festas de fim de ano, os editores estão alertando sobre a escassez de papel e papelão, gargalos nos portos e falta de motoristas de caminhão para as entregas.

"Temo que no Natal as pessoas não possam ter certeza de obter o livro que desejam rapidamente", disse Jonathan Beck, editor-chefe da celebrada editora alemã C.H. Beck. Ele também alertou que o preço dos livros pode subir.

O evento de Frankfurt é o mais recente sinal do retorno das feiras profissionais após 18 meses. Em setembro, Munique recebeu cerca de 400 mil visitantes no Salão do Automóvel IAA.

No entanto, a Feira do livro será marcada pela crise da saúde, já que apenas cerca de 1.500 expositores de mais de 70 países estarão presentes.

Em 2019, foram 7.500 expositores de mais de 100 países.

Apenas 200 autores estarão na Feira este ano. A incerteza sobre as restrições às viagens e as preocupações com o vírus assustou muitas editoras e escritores de renome, especialmente dos Estados Unidos, Ásia e América Latina.

Inúmeros eventos para profissionais da área, como a venda de direitos ou a tradução de obras, serão realizados online.

O Canadá será o convidado de honra deste ano, com a presença dos autores Michel Jean, Michael Crummey e da haitiano-canadense Dany Laferriere.

Margaret Atwood, figura de destaque na literatura canadense com sua obra "The Handmaid's Tale", participará online.

O economista Thomas Piketty atraiu um bom público na manhã desta sexta-feira, 10, na Feira do Livro de Frankfurt, interessado em um tema árido, mas que trouxe fama ao francês: a ameaça representada pelo crescimento acentuado do capital privado, sempre maior que o crescimento econômico público, gerando uma concentração de riqueza que pode ameaçar a democracia, caso os governos não tomem nenhuma medida.

Autor do livro O Capital no Século XXI (Intrínseca), Piketty participou do "Das Blaue Sofa", evento aberto que oferece uma série de debates diários de meia hora de duração. A fim de atrair atenção também de um público leigo, Piketty utilizou seu tradicional estratagema, ou seja, a referência a escritores famosos como Balzac e Jane Austen para esclarecer problemas econômicos.

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"Há um personagem em O Pai Goriot, de Balzac, que afirma que, mais importante que trabalhar, é acumular capital. Isso me fez pensar se se tratava de uma ideia de Balzac ou se ele se baseava em algo real", comentou Piketty, notando ainda que, se fosse possível alguém que vivesse na época de Cristo aplicar 1 euro em qualquer tipo de investimento, hoje, caso vivo ainda fosse, teria uma fortuna muito maior que se tivesse trabalhado todos esses séculos.

São argumentos como esse que ofuscam o reconhecimento de Piketty nos Estados Unidos, onde existe a crença arraigada de que só o trabalho produz sucesso. "Mesmo assim, até lá eles perceberam que a desigualdade, se descontrolada, pode ser uma ameaça para a democracia."

O escritor inglês David Nicholls não tem nada de esnobe - ao contrário, sua forma divertida de conversar, aliada ao formato dos óculos, fazem lembrar vagamente Woody Allen. Sua experiência prévia como ator pode ajudá-lo, mas, na apresentação que fez na manhã dessa quinta-feira, 9, na Feira de Frankfurt, surgiu ali um sujeito com uma insegurança sincera e um palavreado confiável.

Nicholls é autor de um best-seller, Um Dia (Intrínseca), 5 milhões de exemplares vendidos no mundo e que inspirou também um filme de igual êxito. E, ao fazer o tour de lançamento do livro, há quatro anos, ele teve ideia para um novo romance, Us, que será lançado em maio no Brasil. "Sou filho de família humilde e, quando jovem, não tive a chance de viajar como mochileiro e conhecer diversos lugares", contou. "Assim, quando precisei lançar a obra, fiquei maravilhado com o que descobri."

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E, se nos volumes anteriores tratou de adolescência, Nicholls decidiu agora falar da maturidade, ao mostrar o desafio enfrentado por Douglas - homem de meia idade que, certo dia, descobre que ficará sem a mulher e o filho. Ele vai para a universidade e ela quer se separar. A fim de não ver seu castelo ruir completamente, Douglas tenta transformar o tom de despedida que deverá marcar a viagem de férias em reconciliação familiar.

"Decidi tratar de relações humanas, especialmente de casamentos", observa. "O início de uma união é como uma terra plana, sem obstáculos. Passados 10, 20 anos, o casal logo começa a descobrir montanhas e depressões."

O livro traz o mesmo estilo que se tornou característico no texto de Nicholls, hábil em bons diálogos (afinal, ostenta também experiência como roteirista de TV), humor calibrado e emoção na dosagem certa. Conseguir o equilíbrio, no entanto, não foi fácil.

"Em 2012, fiz uma primeira versão do texto e, na época do Natal, enviei para meu agente e alguns amigos", conta. "Todos responderam que estava bem escrito mas eu deveria jogar o manuscrito no lixo." Feitas as aparas, Nicholls descobriu o tom certo, um feito e tanto para quem enfrentou a expectativa de seu enorme público, provocada por Um Dia. "Aprendi que não posso corresponder aos pedidos dos leitores, mesmo aqueles surpreendentes, como os brasileiros, tão jovens e tão ávidos por romances." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há dois anos, os organizadores da Feira do Livro de Frankfurt começaram a pensar na criação de um espaço exclusivo para escritores, onde eles poderiam "pensar e recarregar a bateria". Isso porque sabiam que o evento não era muito interessante para eles, que só viam gente para cima e para baixo tentando ganhar dinheiro com livros.

A ideia saiu do papel este ano motivada pelo atual cenário internacional: conflitos ideológicos e religiosos, extremismos, fanatismos e violência, espionagem americana, mudanças climáticas, crise econômica, etc. Por isso, além de criar esse espaço de respiro, os organizadores e a escritora dinamarquesa Janne Teller convidaram 28 autores de diferentes países para um encontro inusitado e reservado que teve início nessa quarta-feira, 8, e terminará na sexta-feira, 10.

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Durante três horas pela manhã eles se reúnem no Author Lounge - nenhum editor, agente ou curioso pode entrar - para discutir livremente temas de interesse geral. Na mira, além dos assuntos políticos, econômicos, sociais e bélicos estão ainda questões como as práticas da Amazon, consideradas por muitos como prejudiciais para o bom funcionamento do mercado editorial internacional e uma das responsáveis pela quebra de pequenas livrarias.

Dessa iniciativa, que ganhou o nome de Frankfurt Undercover, sairá um documento que será enviado a políticos. Seu conteúdo deve ser revelado na sexta-feira, 10.

"Essas discussões estão presentes na mídia diariamente, mas agora poderemos ter a opinião de escritores, a partir do ângulo deles que é a condição humana", disse Jüergen Boos, presidente da Feira de Frankfurt. "Será uma experiência interessante reunir pessoas que poderiam estar brigando por uma ideia ou se entediando", comenta Teller.

Autores

Os escritores convidados são: Fadhil Al-Azzawi, Melten Arikan, Marica Bodrozic, Steffen Brünel, John Burnside, Vanessa Fogel, Olga Grjasnowa, Arnon Grünberg, Oscar Guardiola-Riviera, Joseph Haslinger, Gail Jones, Esther Kinsku, Maly Kiyak, Michael Kleeberg, Katri Lipson, Afrizal Malna, Jagoda Marinic, Charl-Pierre Naudé, Tom Rachman, John Ralston Saul, Moritz Rinke, Michael Schischkin, Samuel Shimon, Tzveta Safronieva, Steven Uhly, Najem Wali e Stefan Weidner. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O escritor Paulo Coelho foi o grande nome do primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt, na tarde dessa quarta-feira, 9. Não pelos pedidos de fotos e autógrafos, aos quais já está acostumado, mas pelo seu discurso explosivo: diante de 200 pessoas, entre jornalistas, escritores e editores de várias artes do mundo, ele criticou o mercado editorial justamente no maior evento da indústria do livro do planeta. "Cutuquei o leão em sua jaula, não?", comentou ao jornal o Estado de S.Paulo depois de sua fala. "Mas, foi um alerta: ou eles se adaptam aos novos tempos ou não sobreviverão como estão hoje."

Coelho foi convidado pelo diretor da feira, Jürgen Boos, que, ressentido com sua ausência na edição do ano passado, justamente quando o Brasil foi o país homenageado (o assunto rendeu mais comentários ácidos, que você poderá ler mais abaixo), telefonou para o escritor e o colocou no panteão das honras.

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Assim, com as honras da casa garantida, Boos manteria uma conversa de 45 minutos com Coelho, período em que tratariam do futuro da leitura. O dirigente alemão esperava, por certo, uma charla literária, mas o escritor brasileiro, que agora comemora a fantástica marca de 165 milhões de livros vendidos em todo o mundo, preferiu um caminho mais tortuoso. "São duas as grandes razões que fazem alguém ler:a busca de entretenimento e a de conhecimento", afirmou. "Mas, no mundo tecnológico em que vivemos, esse leitor não necessita mais da cadeia intermediária entre ele e o conteúdo. Assim, editores, distribuidores e livreiros tornam-se, muitas vezes, dispensáveis para esse leitor, pois encarecem o produto."

Como exemplo, ele citou um livro hipotético que custasse US$ 20 - em alguns sites, a mesma obra, no formato digital sairia por US$ 0,99. "Isso se não for pirateado, o que não custaria nada para esse leitor", comentou Coelho que, numa medida arrojada e corajosa, há alguns anos liberou seus livros gratuitamente na internet, o que ainda acontece hoje - menos nos EUA. "E, nem por isso, minhas vendas caíram. Aliás, um livro que sai a US$ 0,99 vende até dez vezes mais que o por US$ 20, o que, no final das contas, sai mais lucrativo."

À medida que ouvia, Jürgen Boos buscava manter a fleuma, mas não conseguia disfarçar sua incredulidade, pois, no momento, o mercado alemão trava uma guerra contra a Amazon que, na terça-feira, anunciou, momentos antes da abertura da Feira, o lançamento de uma tarifa única pela qual os usuários alemães poderão ter acesso a 650 mil títulos (dos quais, 40 mil em alemão) em troca de uma mensalidade de 9,99 euros. Com isso, os comentários de Coelho soavam como um incômodo vaticínio.

Curiosamente, terminada a palestra, o escritor foi surpreendido pela presença de um representante da Amazon, que foi felicitá-lo. Depois de conversarem reservadamente, Coelho disse que seu discurso seria reproduzido para todos os cardeais da companhia americana. "E olha que nem citei a Amazon na conversa."

"Não acredito no fim do livro em papel", disse o brasileiro. "Acredito no poder de uma boa história, seja em livro tradicional, digital, cinema, qualquer ferramenta. É esse o caminho que se conquista leitores. Quando comecei a escrever no Brasil, não pensava em ficar rico, mas em compartilhar minhas emoções com um público. Eu expressava a minha alma. É essa verdade do autor, logo identificada pelo leitor, que transforma a obra em best-seller."

"Ele deixou todo mundo em choque", comentou Ruth Geiger, da editora Diogenes, que publica a obra de Coelho na Alemanha. "Ninguém esperava que fosse falar algo assim."

"Meu editor alemão me disse que queria tapar os livros", divertiu-se o escritor, em conversa com o Estado. "Mas, eu tinha que dizer aquilo. Estou tranquilo e, com exceção de duas obras que não foram bem de vendas, eu quase dobrei o total de livros comercializados em seis anos". Segundo suas contas, em 2006, a soma chegava a 100 milhões de exemplares e, até junho deste ano, a cifra atingiu 165 milhões. "Está tudo auditado."

E a pirataria, garante, continua não o incomodando. "Hoje (ontem) vi pela primeira vez meu livro em árabe, que sai na Síria e certamente será pirateado em papel em todo o mundo árabe", conta. "Isso acontece porque a edição libanesa é caríssima para o leitor daquela região. E, na internet, nem tenho noção da quantidade, mas juro que não me incomodo. Só cheguei a ser Paulo Coelho por conta disso e não o contrário. Comecei a escrever para ser lido e continuo assim até hoje."

Desde 2008, Paulo Coelho não voltava a Frankfurt. E a ausência mais sentida foi no ano passado, quando declarou abertamente sua crítica à curadoria da delegação brasileira ao compor a lista dos 70 escritores convidados. À época, Coelho reclamou da falta de nomes como Eduardo Spohr, autor de A Batalha do Apocalipse, livro que esteve entre os mais vendidos em 2010. Spohr, aliás, está agora em Frankfurt, na magra lista de cinco autores nacionais presentes à feira.

Curadoria

Alguma lição da atitude do ano passado? "Acompanho as notícias pelos jornais e percebi que todos criticaram a forma política de como foi organizada a participação brasileira nesse ano", disse. "Uma curadoria ruim, confusa, e o resultado é que as coisas voltaram a ser exatamente como antes, mesmo com o imenso investimento feito no ano passado. Não houve a continuidade que se esperava ter."

Karina Panza, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), discordou do escritor. "No ano passado, tivemos uma curadoria que foi soberana e cujos critérios não foram aceitos pelo Paulo", disse. "Mesmo assim, tivemos um retorno considerável."

Segundo levantamento feito pela CBL e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que busca incentivar a exportação de conteúdo editorial, "as exportações de conteúdo de direitos autorais somadas às vendas de livros impressos evoluíram de US$ 410 mil em 2012 para US$ 750 mil em 2013, um crescimento de 82%". E as editoras participantes do Brazilian Publishers exportaram em 2013 US$ 2,95 milhões, incluindo venda de direitos autorais e exportação de livros físicos (aumento de 11% frente ao montante de US$ 2,65 milhões em 2012).

"Por conta disso, mostramos que o trabalho é correto e frutifica", comentou Karina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Paulo Coelho será o primeiro autor brasileiro a se apresentar na Feira do Livro de Frankfurt este ano. Ele participa de uma conversa com Jüergen Boos, presidente da feira e seu amigo, na quarta, dia 8. Um grupo de cerca de 300 pessoas acompanhará o evento.

Walcyr Carrasco fala na sexta, dia 10, sobre o processo criativo de um autor e a gênese de um personagem. No mesmo dia, Gabriel Chalita faz uma palestra sobre o tema Semiótica na Educação e o Desafio de Criar Novos Leitores.

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Já os autores trazidos pelo Ministério da Cultura - Ana Martins Marques, Bernardo Kucinski, Edney Silvestre e Eduardo Spohr - participam de debates também na sexta-feira, dia 10, mas no Instituto Cervantes de Frankfurt.

Paulo Coelho promete ser a estrela do primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt. Depois de se recusar a integrar a delegação brasileira de 70 escritores que veio no ano passado, quando o País era o homenageado (Coelho alegou que a literatura nacional não estava devidamente representada), o autor de O Alquimista chega como convidado especial de Jürgen Boos, diretor da feira, e com ele terá uma concorrida conversa no final da tarde (final da manhã no Brasil) desta quarta-feira, 8.

Eles vão debater sobre a origem de um romance. Boos vai questionar Coelho sobre a perenidade das obras (como O Alquimista será recebido daqui a cem anos?) e também sobre tecnologia - reconhecido por manter um contato direto com seus leitores na internet, o escritor brasileiro mais bem sucedido em vendas de livros falará sobre os benefícios desse relacionamento e o que acredita ser o melhor caminho para um autor manter a proximidade com seu público, independente do formato da obra (em papel ou digital).

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Boos e Coelho são amigos fraternos. No ano passado, ao saber que o brasileiro não viria para feira justamente quando o Brasil era o homenageado, o diretor alemão conversou com ele por telefone e acertaram a vinda em 2014. Além da amizade, o sucesso de Coelho (já foram vendidas mais de 165 milhões de cópias no mundo de O Alquimista) é bem vindo a uma feira de negócios editoriais.

Depois do encontro, que deverá durar uma hora, Coelho participa de um coquetel e depois é convidado para um jantar com Boos. Nesta quinta, 9, ele pretende assistir na feira a uma conversa mediada por Wolfgang Herles, jornalista e escritor alemão de quem é amigo.

Os brasileiros que participaram da Feira do Livro de Frankfurt em 2013 foram chacoalhados com o discurso histórico e polêmico feito por Luiz Ruffato na abertura do evento - uns disseram que roupa suja se lavava em casa e outros fizeram coro ao mineiro. Este ano, quase não se viam brasileiros na cerimônia realizada na noite dessa terça-feira, 7, à noite, e quem fez o papel desempenhado em 2013 pelo autor de Eles Eram Muito Cavalos foi a escritora e ativista Sofi Oksanen.

Aos 37 anos, filha de pai finlandês e mãe estoniana e autora de As Vacas de Stalin e Expurgo, ambos publicados pela Record no Brasil, ela é a escritora mais conhecida da Finlândia e atualmente a mais bem-sucedida internacionalmente.

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Expurgo, seu terceiro romance e livro que a projetou, foi traduzido para mais de 40 línguas e transformado em peça, ópera e filme. Nada mais justo que ela fosse a escolhida para representar seu país, o homenageado desta edição da Feira de Frankfurt.

A Finlândia trouxe para a feira uma comitiva de 50 escritores, além de mais de uma dezena de tradutores, e vai tentar mostrar um pouco de sua literatura, que é nova - Oksanen lembrou em seu discurso que o primeiro romance publicado em finlandês é de 1848. Até então, a língua oficial era o sueco.

Em seu discurso, a escritora criticou Vladimir Putin e seu esforço de centralização do poder - em entrevista ao Caderno 2 em 2012, quando Expurgo saiu no Brasil, ela chegou a dizer que na Finlândia é a Rússia quem define a política internacional -, falou sobre como a língua pode ser usada como ferramenta, comentou sobre autores como Leila Hirvisaari - ela já vendeu mais de 4 milhões de exemplares num país habitado por cinco milhões de pessoas. A cultura indígena, a história do País, as liberdades de expressão e liberdade linguística e até Papai Noel, "que vive ali no nosso pedaço", permearam seu discurso - precedido e antecedido pela fala de políticos finlandeses e alemães. Após a cerimônia, foi inaugurado oficialmente o pavilhão de exposição da Finlândia - totalmente branco como é o país na maior parte do ano, o que talvez o ajudem a ter uma das mais elevadas taxas de leitura e um dos melhores índices educacionais do mundo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Feira do Livro de Frankfurt, Jüergen Boos, negou, em entrevista à imprensa internacional, que a lista de escritores brasileiros que participam do evento a partir do dia 9, quando o país será homenageado, seja racista.

Entre os 70 autores escolhidos pelo governo brasileiro, só há um negro (Paulo Lins) e um índio (Daniel Munduruku). "Temos esta mesma discussão todos os anos. Não tem nada a ver com o Brasil ou com minorias", ressaltou.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Feira do Livro de Frankfurt, a maior do gênero no mundo, que terá o Brasil como país convidado deste ano, só será aberta no dia 9 de outubro e vai durar meros cinco dias, mas a programação cultural brasileira já começa a movimentar a cidade alemã. Foi um show do Criolo na noite de sexta-feira (23), que deu o pontapé na agenda que se estenderá até janeiro. Ele se apresentou na Museumsuferfest, a festa dos museus que ocupou, com vários palcos, parte das margens do rio Reno durante todo o fim de semana. Este é um dos principais eventos ao ar livre da Europa - e a chuva deste ano não atrapalhou.

O Brasil teve um palco só para ele, com atrações promovidas pelo comitê nacional que organiza a presença do país em Frankfurt, que levou, além de Criolo, Lenine e Barbatuques, e pela secretaria de Turismo de lá, que priorizou artistas brasileiros que residem na Alemanha. Por iniciativa deles, houve aula de capoeira e show de Ivan Santos, entre outros.

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Mais conhecido na Europa do que Criolo, que fez o público dançar, Lenine se apresentou no sábado à noite com a Dutch Martin Orchestra Fonds. "O palco era muito próximo do rio e havia tanta gente que parecia que as pessoas cairiam nele", brincou Antonio Martinelli, um dos curadores. A festa foi encerrada neste domingo, 25, com o grupo de percussão corporal Barbatuques.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil será o convidado de honra da edição 2013 da Feira do Livro de Frankfurt, principal encontro internacional de editores, anunciaram os organizadores nesta terça-feira (25). "Queremos mostrar como a cultura alimenta a vida brasileira, especialmente quando vemos o que está acontecendo atualmente no Brasil", declarou Juergen Boos, diretor da Feira, referindo-se aos acontecimentos que abalam o país, em uma coletiva de imprensa.

O salão "tentará cobrir todos os aspectos da cultura brasileira durante todos o dias" de evento, acrescentou. A 65ª Feira do Livro de Frankfurt acontecerá entre os dias 9 a 13 de outubro, e deve atrair cerca de 300.000 visitantes.

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Nesta ocasião, o Brasil vai apresentar 70 autores e também organizará concertos, exposições, manifestações de arte de rua, projeções de cinema e performances teatrais. "O Brasil é fonte de grandes esperanças neste evento", disse à AFP Renato Lessa, diretor do comitê brasileiro.

"Acreditamos que precisamos mostrar a criatividade do Brasil (...) e queremos posicionar o português como uma das principais línguas" a nível internacional, acrescentou.

"O grupo selecionado representa um excelente e vivo exemplo da literatura brasileira. A seleção evitou a tendência comum de apresentar a cultura brasileira como exótica, étnica e regional", explicou.

"Essa seleção tem como objetivo mostrar a relação entre as tendências literárias contemporâneas no Brasil e aquelas no exterior", disse.

No ano passado, a Feira do Livro de Frankfurt recebeu 7.307 expositores de 97 países e cerca de 280 mil visitantes, sendo a Nova Zelândia o convidado de honra.

Os nomes dos 70 escritores brasileiros que o governo federal levará em outubro para a Feira do Livro de Frankfurt foram divulgados na manhã desta quinta-feira (14) pela Biblioteca Nacional. O Brasil, neste ano, será o convidado de honra da feira, considerado o maior evento editorial do mundo.

Foram selecionados autores de prosa, poesia, ensaio, biografia, crítica, obras técnicas e científicas, quadrinhos e infanto-juvenis. Entre os selecionados há os mais conhecidos como Adélia Prado, Ana Maria Machado, João Ubaldo Ribeiro, Carlos Heitor Cony e Ziraldo, e representantes da nova geração como Daniel Galera, Michel Laub, Carola Saavedra e Ferrez.

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A seleção foi feita pelos curadores Manuel da Costa Pinto, Antonio Martinell e Maria Antonieta Cunha, da Biblioteca Nacional. Além dos 70 autores, o Brasil contará com programação cultural de agosto a outubro em Frankfurt. A programação completa será anunciada em junho.

Os critérios adotados pela curadoria foram a pluraridade e a diversidade, o equilíbrio entre escritores consagrados e a nova geração, a variedade de gêneros e a qualidade estética. Foram privilegiados autores com publicações em idiomas estrangeiros, bem como os ganhadores de prêmios literários no Brasil de 1994 até hoje.

Confira a lista completa de autores:

Adélia Prado (MG)

Adriana Lisboa (RJ)

Affonso Romano de Sant'Anna (MG)

Age de Carvalho (PA)

Alice Ruiz (PR)

Ana Maria Machado (RJ)

Ana Miranda (CE)

André Sant'Anna (MG)

Andrea del Fuego (SP)

Angela-Lago (MG)

Antonio Carlos Viana (SE)

Beatriz Bracher (SP)

Bernardo Ajzenberg (SP)

Bernardo Carvalho (RJ)

Carlos Heitor Cony (RJ)

Carola Saavedra (Chile - RJ)

Chacal (RJ)

Cíntia Moscovich (RS)

Cristovão Tezza (SC)

Daniel Galera (SP)

Daniel Munduruku (PA)

Eva Furnari (SP)

Fábio Moon e Gabriel Bá (SP)

Fernando Gonsales (SP)

Fernando Morais (MG)

Fernando Vilela (SP)

Ferréz (SP)

Flora Süssekind (RJ)

Francisco Alvim (MG)

Ignácio de Loyola Brandão (SP)

João Almino (RN)

João Gilberto Noll (RS)

João Ubaldo Ribeiro (BA)

Joca Reiners Terron (MT)

José Miguel Wisnik (SP)

José Murilo de Carvalho (MG)

Lelis (MG)

Lilia Moritz Schwarcz (SP)

Lourenço Mutarelli (SP)

Luiz Costa Lima (MA)

Luiz Ruffato (MG)

Manuela Carneiro da Cunha (Portugal - SP)

Marçal Aquino (SP)

Marcelino Freire (PE)

Maria Esther Maciel (MG)

Maria Rita Kehl (SP)

Marina Colasanti (RJ)

Mary del Priore (RJ)

Mauricio de Sousa (SP)

Michel Laub (RS)

Miguel Nicolelis (SP)

Nélida Piñón (RJ)

Nicolas Behr (MT)

Nuno Ramos (SP)

Patricia Melo (SP)

Paulo Coelho (RJ)

Paulo Henriques Britto (RJ)

Paulo Lins (RJ)

Pedro Bandeira (SP)

Roger Mello (DF)

Ronaldo Correia de Brito (CE)

Ruth Rocha (SP)

Ruy Castro (MG)

Sérgio Sant'Anna (RJ)

Silviano Santiago (MG)

Teixeira Coelho (SP)

Veronica Stigger (RS)

Walnice Nogueira Galvão (SP)

Ziraldo (MG)

País homenageado na Feira do Livro de Frankfurt, o Brasil vai levar diversos expositores até o evento alemão. Para que as oportunidades sejam aproveitadas ao máximo, está sendo realizada uma capacitação - que integra o programa Brazilian Publishers - que visa preparar e sensibilizar as editoras para as oportunidades de negócio que lá podem surgir.

São realizados diversos workshops, com especialistas nacionais e internacionais, para aumentar o conhecimento da internacionalização da área. As capacitações são voltadas para editoras que ainda não expuseram na Feira e assim prepará-las para o evento.

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Organizada pela Fundação Biblioteca Nacional, Câmara Brasileira do Livro e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), os cursos também oferecem preparatórios para a venda de direitos editoriais. Os participantes recebem um manual com recomendações de como participar e quantidade de livros que devem ser levados para o evento, por exemplo.

Até o próximo domingo (14), a Alemanha recebe o maior evento literário do mundo. A Feira do Livro de Frankfurt reúne mais de sete mil expositores internacionais, que participam das mais de três mil atividades propostas na programação do evento, que este ano homenageia a Nova Zelândia. O Brasil participa desta edição da feira em clima de expectativa, já que em 2013 será o grande homenageado.

Até o último dia da Feira do Livro de Frankfurt, 280 mil pessoas são aguardadas nos pavilhões que acolhem o evento. Na programação, lançamentos, encontros técnicos e profissionais, mesa redonda, debates e palestras são propostos aos visitantes, que podem conferir também a programação e o conceito que regem a edição do próximo ano. Entre os temas sugeridos estão multimidialidade, e-books e revolução digital.

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O estande brasileiro, com 330m², reúne escritores e público com os nove autores que representam a literatura brasileira na feira alemã, com destaques para Milton Hatoum, Patrícia Melo, Luiz Ruffato e Cristovão Tezza.

2013 - A participação brasileira na próxima edição da Feira do Livro de Frankfurt vai ter um sabor diferente. Em 2013 o país será o homenageado da Feira, sob o slogan "Brazil in Every Word – Brasil em Cada Palavra". Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Galeano Amorim, falou sobre as principais expectativas do país. “Queremos compartilhar com o mundo um país estável economicamente, que enfrenta suas adversidades sociais e que está em constante reinvenção de suas influências culturais e artísticas em busca de uma definição para o que é ser brasileiro. Essa permanente reinterpretação forma um país de diferentes cores, sons, tradições e estórias que queremos mostrar”.

Esta é a segunda vez que o Brasil ganha o título de País homenageado na Feira do Livro de Frankfurt, a primeira foi em 1994.

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