Diante da perspectiva de reversão da política monetária nos Estados Unidos, a agência de classificação de risco Fitch Ratings publicou nesta segunda-feira, 08, um mapa da vulnerabilidade de 31 países emergentes. De 11 critérios avaliados, o Brasil recebeu uma nota vermelha para a elevada relação entre crédito e poupança e duas observações amarelas, uma para o crédito bancário e outra para o vencimento da dívida pública.
Para tentar avaliar o impacto da reversão da política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), a agência Fitch desenvolveu um mapa da vulnerabilidade externa para os mercados emergentes mais importantes. Da comparação dos números dos 11 critérios relacionados a contas externas, finanças públicas e setor bancário, foram criados dois grupos mais vulneráveis: "vermelho" para a parcela das economias com as piores avaliações e "amarelo" para identificar o segundo grupo mais vulnerável.
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O Brasil recebeu uma nota vermelha pela relação entre o crédito bancário e depósitos, que, segundo o estudo, terminou o ano passado em 141,4%. Isso quer dizer que o volume de empréstimos tomados pela sociedade é mais que o dobro do valor depositado nos bancos. Nesse critério, o Brasil teve o indicador mais elevado entre os 31 países avaliados. Para efeito de comparação: o indicador é de 75,8% na China, 79,8% na Índia e 106,4% na Rússia. No caso russo, o país recebeu nota amarela pelo número.
Outro foco de vulnerabilidade do Brasil é o crescimento do crédito bancário ao setor privado. De 2008 a 2012, a carteira de financiamentos e empréstimos teve média expansão anual de 12,7% no Brasil. O desempenho recebeu nota amarela da Fitch. Nesse critério, o desempenho da China, com crescimento da carteira de 16% no período, recebeu avaliação vermelha. Os demais Bric (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China) tiveram números mais modestos: 6,8% para a Rússia e 9,5% para a Índia.
A terceira vulnerabilidade brasileira é a maturidade da dívida pública. O critério não é detalhado no estudo, mas a Fitch destaca o montante da dívida pública brasileira que tem vencimento no curto prazo, o que equivale a 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Novamente, o País recebeu nota amarela no critério. Nessa avaliação, a China tem apenas 2,3% do PIB e a Rússia, 1,2% do PIB.
Nos demais critérios da pesquisa, o Brasil não recebeu notas vermelhas ou amarelas. Dentre essas avaliações, estão o financiamento das contas externas, relação entre reservas internacionais e serviço da dívida externa, total da dívida externa, resultado das contas públicas, parcela da dívida adquirida por estrangeiros e tamanho do crédito em relação ao PIB.