Tópicos | A Gente da Palavra

Mais um posicionamento sem previsão de solução. Nesta segunda-feira (24), o Ministério da Cultura, através da nova gestão da Secretaria de Cidadania e da Diversidade Cultural, informou que o pagamento do convênio nº 821891/2015, do projeto ‘A Gente da Palavra’, está sob a ingerência da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República. Vinte agentes do projeto que incentiva a leitura em comunidades afirmam que não recebem bolsa há cinco meses. A remuneração é de R$ 350 mensais. O 'A Gente da Palavra' é vinculado à Secretaria de Cultura e à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

Em nota, a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura informou que a autorização de pagamento já foi realizada pelo então ministro Roberto Freire e pela secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC), Débora Albuquerque, em 7 de fevereiro de 2017. Porém, até o momento, o dinheiro não foi repassado. 

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Além disso, a Secretaria reiterou que ainda continua no empenho de solucionar os entraves nos convênios e que, além disso, a Secult-PE nunca acionou a SCDC para relatar atrasos de repasses neste convenio. Ainda não há uma data concreta para o pagamento. Confira a nota na íntegra:

“A nova gestão da Secretaria de Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura tem como política o diálogo permanente e as discussões com os parceiros, objetivando sempre a execução dos projetos culturais.

 A continuidade do pagamento do convênio nº 821891/2015, firmado entre o MinC e a Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), se encontra neste momento sob a ingerência da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República, já tendo sido autorizado pelo ministro da Cultura, Roberto Freire, e pela secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC), Débora Albuquerque, em 7 de fevereiro deste ano.

A Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura reitera que seu empenho segue sempre no sentido de solucionar os entraves nos convênios e que a Secult-PE nunca acionou a SCDC para relatar atrasos de repasses neste convenio.”

Entenda o caso - Na última quinta-feira (20), o LeiaJa.com publicou uma matéria relatando o atraso de pagamento da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), gestão do governo estadual, para 20 profissionais que atuam no projeto ‘A Gente da Palavra’. Em resposta, a pasta em questão responsabilizou o Minc pela falta de pagamentos.

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Insatisfação e decepção. Essas são algumas das palavras que definem o sentimento dos profissionais que atuaram no projeto ‘A Gente da Palavra’ - trabalho que incentiva leitura em comunidades -, iniciativa vinculada à Secretaria de Cultura e à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Segundo os bolsistas, o Governo não efetuou o pagamento dos últimos cinco meses do trabalho prestado.

De acordo com petição divulgada na internet, os profissionais afirmam que o preparatório iniciou em setembro de 2016, e logo no primeiro mês, já houve atraso no pagamento da bolsa, que só foi paga no final de novembro. Após a preparação da equipe selecionada, o projeto foi lançado em dezembro já com pendências de pagamento e, mesmo assim, os bolsistas continuaram na ação.  

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Desde então, os trabalhadores relatam que não receberam o pagamento, que teria sido prometido para ser liquidado em janeiro deste ano. Segundo os integrantes do projeto, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março são os meses pendentes. Em desabado, uma das participantes do projeto, Sandra Penha, relatou que "infelizmente" passou por uma trajetória de mentiras, durante a seletiva, aprovação e atuação do trabalho.

“No primeiro mês, começamos indo uma vez por semana, mesmo com as dificuldades e sem dinheiro para pagar as passagens, mas acreditávamos que logo sairia o dinheiro e, assim, concluímos a preparação que eles intitulam de ‘formação e capacitação’. Durante os dois primeiros meses, questionamos sobre os pagamentos, mas sempre nos davam informação sem sentido”, lembrou Sandra.

Em relação aos atrasos e às cobranças, a bolsista revelou que muitas vezes o grupo foi tratado com indiferença. “Quando começamos a questionar os pagamentos éramos os errados e em uma de nossas cobranças nos informaram que não tínhamos nenhum direito de questionar, pois era igual à bolsa família”, falou Sandra, que ainda interpelou: “Em Contrato não consta nada disso, que não somos funcionários e que é benefício social. Só mostra nossos deveres e o dever deles de fornecer a bicicleta, os livros e o pagamento. Acredito que fomos recrutados por meio de seleção simplificada, então temos o direito de receber”, defendeu.

Em relação à experiência profissional, Sandra exaltou. “Entrei no projeto porque, durante a faculdade, participei de iniciativas voltadas para a comunidade e sempre gostei dar apoio às comunidades carentes. Gostei muito do projeto desde o início, pois além de ajudar as pessoas eu iria incentivar a leitura e a meu ver essa contratação também iria me ajudar em outras seleções simplificadas. Entretanto, na verdade, foram meses que chamo de humilhação e mentiras”, concluiu.

A jovem Amanda Leicam, que também participou do projeto, disse que a iniciativa é plausível, porém, da forma como foi estruturado, deixou a desejar. “O projeto foi muito importante, porque possibilitou o compartilhamento de conhecimento e a prática da leitura, levando informação e conhecimento, mas eu fiquei muito triste com projeto”, falou descontente a bolsista.

Outra participante, que mora no município de Caruaru, Daniela Santos, também manifestou seu descontentamento. “É muito frustrante para todos nós. Participamos da inauguração oficial, pedalada no centro da cidade do Recife, tudo isso sem receber nada. No meu caso ainda é mais complicado porque estou gestante e na época da atuação fui ameaçada de sair do projeto por estar grávida. Hoje, estamos de mãos atadas, com as contas atrasadas, aluguel e até passando necessidade sem falar”, finalizou.

O LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Cultura para obter informações sobre a programação do pagamento e solução da pendência, mas até o momento a gestão não se pronunciou sobre o caso. De acordo com o edital da seleção simplificada, cada agente receberia R$ 350 por mês. Ao todo, foram recrutados 20 profissionais, sendo 14 para atuar no Recife e Jaboatão dos Guararapes, e seis para trabalhar no interior do Estado. 

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O Governo do Estado de Pernambuco, através da Secult-PE/Fundarpe, confirmou que o prazo para inscrições no projeto “A Gente da Palavra” está prorrogado até o próximo dia 7 de julho. A convocatória irá selecionar mediadores de leitura para promover atividades e circulação de livros em dez comunidades contempladas pelo Programa Governo Presente na cidade do Recife, além de Caruaru e Jaboatão dos Guararapes.

A seleção é destinada a candidatos entre 18 e 29 anos e que tenha Ensino Médio completo. No caso do Recife, os jovens devem residir nas comunidades Lagoa Encantada, UR-3 ou Ilha de Santa Terezinha; em Jaboatão dos Guararapes, em Cajueiro Seco, Jaboatão Velho ou Prazeres; e no caso de Caruaru, em São Francisco, Monte Bom Jesus ou Centenário. 

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Para realizar a inscrição, os candidatos devem incluir no envelope ou anexar ao e-mail agentedapalavra@gmail.com cópias do formulário de inscrição preenchidos e assinados. Além de documento de identificação com foto, certificado de conclusão do Ensino Médio ou declaração de vínculo no Ensino Superior e comprovante ou declaração de residência. 

Se estivesse vivo, Manuel Bandeira completaria 128 neste sábado (19). Para celebrar a vida e obra do poeta, na próxima quarta-feira (23) começa a Semana Manuel Bandeira, que segue até o dia 25. O evento acontecerá no Espaço Pasárgada, antiga morada do artista na Rua da União, que hoje abriga seu acervo.

A programação da semana começa com a ocupação das ruas no entorno do Espaço Pasárgada, onde o projeto A Gente da Palavra irá declamar e oferecer a poesia de Manuel Bandeira para as pessoas que trabalham e circulam pelo local. 

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O evento vai promover uma série de atividades para relembrar e manter viva a memória do poeta como debates, palestras, exposições, exibição de filmes e um escambo de livros.

Serviço

Semana Manuel Bandeira

Quarta (23), Quinta (24) e Sexta (25)

Espaço Pasárgada (Rua da União, 263 - Boa Vista)

Gratuito

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Engana-se quem pensa que o Festival de Inverno de garanhuns é feito apenas de grandes shows musicais. As atividades do FIG se estendem por várias áreas artísticas e culturais, envolvendo o município do agreste pernambucano em uma imersão de cultura durante os dez dias de festival. Entre as ações mais marcantes estão as atividades de literatura, que pela primeira vez tem um espaço próprio: A Praça da Palavra. A estrutura montada na Praça Souto Filho, conhecida como a praça da fonte luminosa, conta com um pequeno auditório em que são realizadas atividades como contação de histórias e mesas redondas, um café, uma livraria e expaços intitucionais do Funcultura e da Academia Pernambucana de letras.

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Além de comprar livros de autores de Garanhuns e do Recife, as pessoas podem trazer seus livros para trocá-los por outros. É o que fizeram Elizabete Macedo e Graziele Maurício, moradoras de Garanhuns. Elas trouxeram seus filhos para a Praça da Palavra e, além de livros para os pequenos, adquiriram obras para elas próprias. A pequena Beatriz Macedo, de 9 anos, filha de Elizabete, saiu satisfeita com seu novo livro, e ensina: "Ler é legal porque a gente aprende coisas novas". Ao lado de seus filhos Maria Luiza, de 5 anos, e João Vitor, de 6, Graziele aprovou a ação: "É uma iniciativa muito interessante porque desperta o gosto das crianças pela leitura", afirma.

As ações de literatura do FIG vão muito além da Praça da Palavra e atingem vários bairros de Garanhuns. Projetos como o A Gente da Palavra, que sai de casa em casa realizando microrecitais pela cidade, e o Poesia Delivery, que disponibiliza um telefone para o qual as pessoas podem ligar e solicitar um recital em casa, mexem com o cotidiano da cidade, espalhando as letras por suas ruas e casas. Outra ação que interfere no dia a dia dos moradores e visitantes é o Livros Livres, que espalha livros por lugares aleatórios com um recado a quem os encontrar: que os deixe também em um local público depois de ler. "A intenção é transformar a cidade em uma grande biblioteca", afirma Wellington de Melo, coordenador de Literatura da Fundarpe e responsável pelas atividades da área durante o FIG.

Wellington avisa que pela primeira vez existe uma programação diária especifica para crianças com contação de histórias, além de cursos de formação de contadores de histórias. A Praça da Palavra também abriga mesas de debate, como a Quatro Vezes Hermilo, que acontece nesta segunda (16), às 19h, sobre a obra ficional de Hermilo Borba Filho. "Todas as ações de coordenadoria de literatura são baseadas em três "L"s: literatura, livro e leitura. A Praça da Palavra é um local não só para a palavra escrita, mas que aproxima as pessoas e propicia conversas também", resume o gestor.

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