A Polícia Civil do Ceará apresentou em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (19), vídeos que comprovam que clientes brancos entraram na loja Zara de Fortaleza sem o uso correto da máscara e não foram barrados - diferente do que aconteceu com a delegada negra Ana Paula Barroso - que foi impedida de entrar no espaço no dia 14 de setembro.
Ana estava consumindo um sorvete e não usava a máscara corretamente. Ela denunciou a loja por racismo, mas a Zara disse por meio de nota que a abordagem não teve nenhuma ligação com a questão racial, mas pelo uso incorreto da proteção contra a Covid-19.
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No entanto, o inquérito policial afirma que Ana Paula Barroso teve um tratamento diferente em relação aos outros clientes brancos que entraram na loja, mesmo sem usar a máscara e/ou estarem se alimentando.
Clientes brancos sendo atendidos sem o uso correto da máscara no mesmo dia que delegada foi barrada. Foto: Reprodução
"Nas imagens, é possível ver quando a vítima é expulsa do local, quando minutos antes, o mesmo funcionário atendeu uma cliente que, mesmo não consumindo nenhum alimento, não fazia o uso correto da máscara. A cena foi observada em outras situações onde outros clientes também não foram retirados da loja ou abordados para que utilizassem a máscara de forma correta", informou a Polícia Civil.
Com o fim do inquérito, a polícia do Ceará concluiu que o gerente da unidade praticou crime de racismo contra a delegada "por recusar, impedir acesso ao estabelecimento comercial, negando-se a servir , atender ou receber cliente ou comprador".
Posicionamento da Zara
A Zara Brasil, que não teve acesso ao relatório da autoridade policial até sua divulgação nos meios de comunicação, quer manifestar que colaborará com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19 se fundamenta na aplicação dos protocolos de proteção à saúde, já que o decreto governamental em vigor estabelece a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes públicos.
Qualquer outra interpretação não somente se afasta da realidade como também não reflete a política da empresa. A Zara Brasil conta com mais de 1800 pessoas de diversas raças e etnias, identidades de gênero, orientação sexual, religião e cultura. Zara é uma empresa que não tolera nenhum tipo de discriminação e para a qual a diversidade, a multiculturalidade e o respeito são valores inerentes e inseparáveis da cultura corporativa. A Zara rechaça qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a máxima seriedade em todos os aspectos.