Tópicos | Lei de Responsabilidade das Estatais

A Lei de Responsabilidade das Estatais (Lei 13.303/16), que estabelece regras para as nomeações de dirigentes e conselheiros administrativos de empresas públicas, de sociedades de economia mista e suas subsidiárias foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (1º).

A nova lei foi publicada com dez vetos, mas mantém pontos considerados polêmicos – entre eles o que proíbe que pessoas com atuação partidária com cargos públicos ocupem postos de direção das estatais. Com essa restrição, busca-se evitar que sejam feitas indicações políticas para o comando de estatais.

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Entre os itens vetados, está um trecho do Artigo 13 da lei, que proíbe a acumulação de cargos de diretor ou de diretor-presidente e de membro do conselho de administração pela mesma pessoa, mesmo que interinamente.

Temer também vetou o caput do Artigo 21, que previa que o conselho de administração responderia solidariamente, na medida de suas obrigações e competências, pela efetiva implementação de suas deliberações.

Também foi vetado trecho do Artigo 34, que estabelecia que “na hipótese de adoção de procedimento sigiloso, depois de adjudicado o objeto, a informação do valor estimado será obrigatoriamente divulgada pela empresa pública ou sociedade de economia mista e fornecida a qualquer interessado”.

O projeto da Lei Geral das Estatais, também chamada de Lei de Responsabilidade das Estatais, é o primeiro item da pauta de votações do Plenário do Senado para a próxima semana. O PLS 555/2015, que integra a Agenda Brasil, estabelece normas de governança corporativa e regras para compras e licitações que atendam às especificidades de empresas públicas e sociedades de economia mista.

As normas da futura lei serão aplicadas a toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. O projeto inclui as estatais que exploram atividade econômica em sentido estrito, como o Banco do Brasil; as que prestam serviços públicos, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); e as que exploram atividade econômica sujeita ao regime de monopólio da União, como a Casa da Moeda.

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PECs com calendário especial

A pauta também inclui três propostas de emenda à Constituição que ganharam calendário especial de votação. Prevista para ser apreciada na ordem do dia de terça-feira (15), a PEC 110/2015 restringe a quantidade de cargos em comissão. De autoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a proposta tem objetivo de reduzir a máquina pública e torná-la mais eficiente e qualificada tecnicamente, estabelecendo o critério da meritocracia e a realização de concurso público para preenchimento de parte dos cargos comissionados — 50% dos quais terão que ser ocupados por servidores do quadro efetivo da instituição.

Para quarta-feira (16), estão previstas a PEC 133/2015, do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que torna isentos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) os imóveis alugados a templos religiosos e utilizados para a realização de cultos, e a PEC 3/2016, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que insere em quadro em extinção do governo federal pessoas que tenham mantido relação de trabalho com os ex-territórios de Roraima e do Amapá durante sua transformação em estados da Federação.

Para ingresso dessas pessoas no quadro funcional da União, é necessário, segundo a PEC, comprovar vínculo como empregado, servidor público, prestador de serviço ou trabalhador contratado pelos ex-territórios de Roraima e do Amapá entre outubro de 1988 (promulgação da Constituição federal e da criação dos estados) e outubro de 1993 (data da efetiva instalação dos estados).

IFI

Ainda consta da pauta do Plenário a criação, no âmbito do Senado, da Instituição Fiscal Independente (IFI), prevista no Projeto de Resolução do Senado (PRS) 61/2015. A ideia é aprimorar os mecanismos de avaliação e controle social da política fiscal do governo. 

Da Agência Senado

O projeto que cria a Lei de Responsabilidade das Estatais foi aprovado nesta quarta-feira, 19, na comissão especial criada para discutir o tema. A proposta segue agora para a análise no plenário da Câmara dos Deputados e, depois de aprovada, terá de ser apreciada pelo Senado.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), compareceu à comissão e declarou "apoio incondicional à iniciativa". "Ter uma lei como essa é prioridade. O Brasil precisa demonstrar que a utilização da transparência não pode ser uma conveniência", disse.

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O projeto é um dos itens da chamada Agenda Brasil, o pacote de medidas apresentado na semana passada pelo peemedebista. O texto aprovado, porém, não incluiu a ideia inicial defendida por Renan e pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de realizar sabatinas com os indicados para ocupar a presidência da estatal. A medida foi vista pelo Palácio do Planalto como uma tentativa de enfraquecer a presidente Dilma Rousseff, por interferir na autonomia do Executivo.

Apesar disso, a proposta mantém uma série de restrições para quem for ocupar cargos na cúpula das estatais. Para chegar à presidência, o indicado terá de ter, no mínimo, dez anos de experiência profissional na área.

O texto também estabelece regras para a composição dos Conselhos de Administração dos órgãos. Agentes políticos vinculados ao Executivo - como ministros de Estado - não poderão fazer parte do colegiado.

O relator do projeto, deputado Arthur Maia (SD-BA), incorporou cinco emendas ao projeto, quatro delas propostas pelo senador José Serra (PSDB-SP). Entre elas está a retirada da necessidade de realizar sabatinas de conselheiros nas estatais em que a União tenha mais de R$ 1 bilhão em participação no capital social da companhia. "O importante é que a gente tenha criado mecanismos para evitar o aparelhamento desses conselhos", afirmou Maia.

Um ponto que pode gerar polêmica também foi mantido no relatório. O projeto determina que estatais como a Petrobras trabalhem apenas com as chamadas ações ordinárias na bolsa, isto é, que dão direito a voto aos acionistas. Hoje as estatais também operam com as ações preferenciais, como uma forma de alavancar o seu poder de investimento. As empresas teriam um prazo de dez anos para fazer essa adequação.

Para o relator, a aprovação do projeto se faz necessário especialmente após as revelações da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção que atuava na Petrobras. "Com o petrolão, ficou evidente que é preciso melhorar a governança das estatais", afirmou. Durante a tramitação no Congresso, deputados e senadores ainda podem fazer alterações no texto.

A comissão mista que elabora a proposta da Lei de Responsabilidade das Estatais deve apresentar em agosto relatório preliminar sobre o tema. A votação deverá ocorrer até o dia 21, quando se encerram os trabalhos do colegiado, instalado em 18 de junho.

Criada por sugestão dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha - ambos do PMDB -, a comissão vai propor um projeto de lei para regulamentar dispositivos da Constituição e definir orientações gerais sobre a organização das empresas estatais, bem como mecanismos de fiscalização pública e governança interna.

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O artigo 173 da Constituição determina que seja votada lei para estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e das respectivas subsidiárias, inclusive no que diz respeito à função social e as formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade. Atualmente, por falta dessa legislação, cada estatal segue normas próprias.

Uma das atribuições da comissão é analisar o anteprojeto da Lei de Responsabilidade das Estatais apresentado por Renan e Cunha. Há ainda propostas sobre a organização, gestão e fiscalização das estatais de autoria dos senadores José Serra (PSDB-SP), Roberto Requião (PMDB-PR), Aécio Neves (PSDB-MG) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), que preside a comissão mista encarregada de aprofundar os estudos. Aprovado pela comissão, que tem como relator o deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA), o texto do projeto de lei complementar vai passar pela análise das duas Casas do Congresso - Câmara e Senado.

*Com informações da Agência Senado

O Congresso Nacional instalana, nesta quinta-feira (18), uma Comissão Mista para analisar o projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais, para regulamentar dispositivos da Constituição e definir orientações gerais sobre a organização dessas empresas e mecanismos de fiscalização pública e governança interna.

De acordo com a Agência Senado, uma das atribuições da comissão — formada por cinco senadores e cinco deputados e com prazo de funcionamento de 30 dias — é a análise da proposta apresentada pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ambos do PMDB.

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Outra proposta a ser analisada é a alternativa anunciada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tem o objetivo de definir as qualificações técnicas e profissionais necessárias para os ocupantes dos conselhos de administração e das diretorias das estatais e, dessa forma, impedir o aparelhamento das empresas por meio de nomeações exclusivamente políticas.

Um terceiro projeto em questão (PLS 167/2015) foi apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR). Na justificativa, Requião afirma que a proposta legislativa seria um regime diferenciado de contratações adaptado às empresas estatais, de modo a regulamentar a Constituição, padronizando a contratação por parte dessas empresas e provendo-as de um ágil e moderno estatuto de licitações. A matéria já recebeu substitutivo, proposto pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), junto à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na semana passada.

Designado presidente da comissão mista esta semana, Tasso Jereissati afirma que "o projeto consolidado preencherá uma lacuna legal, fixando normas e procedimentos de boa gestão e governança das empresas públicas e sociedades de economia mista, trazendo transparência ao uso dos recursos públicos".

Também integram a comissão os senadores Otto Alencar (PSD-BA), José Serra (PSDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR) e Walter Pinheiro (PT-BA); e os deputados federais Danilo Forte (PMDB-CE), André Moura (PSC-SE), Rogério Rosso (PSD-DF) e Leonardo Picciani (PMDB-RJ). O deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA) é o relator.

 

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