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Chefe do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2012, Sebastian Coe afirmou nesta quinta-feira que há "lições a serem aprendidas" da onda de violência que atingiu a cidade de Londres, que sediará o evento no próximo ano. Assim, o dirigente avaliou que os tumultos permitirão que a capital britânica reforce a sua preparação para receber a Olimpíada e evitar a repetição destes incidentes. Além disso, negou que a imagem da próxima edição dos Jogos Olímpicos tenha sido atingida.

Coe falou publicamente pela primeira vez sobre os tumultos, que eclodiram no bairro de Tottenham, no norte de Londres no sábado. "Há lições a serem aprendidas e ao longo do ano nós vamos continuar nossos planos de contingência. Teremos que lidar com todo tipo de situações, incluindo a desordem pública".

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Coe, que foi duas vezes campeão olímpico, disse ter conversado com Jacques Rogge, presidente do COI, e outros dirigentes esportivos sobre o tumulto. Todos disseram que não acreditam que a imagem dos Jogos de 2012 tenha sido atingida pela violência. "Eles sabem que as coisas de vez em quando saem do controle nas cidades. Efetivamente dentro de dois dias tivemos tudo sob controle", disse.

A onda de violência em Londres e outras cidades britânicas não afetou qualquer sede olímpica. Porém, alterou a programação do evento-teste do vôlei de praia para a Olimpíada de 2012, que foi realizado na terça-feira, mas com horas de antecedência por precaução.

Os tumultos causaram o cancelamento do amistoso entre Inglaterra e Holanda, que seria disputado na quarta-feira, no Estádio de Wembley. Além disso, três jogos da Copa da Liga Inglesa que estavam marcados para terça-feira também foram cancelados. Nesta quinta-feira, a partida entre Tottenham e Everton, pela primeira rodada do Campeonato Inglês, que seria disputada no sábado, foi adiada.

A onda de violência e saques em Londres se espalhou para outras grandes cidades britânicas nesta terça-feira, enquanto autoridades lutam para conter os piores tumultos no país desde as grandes distúrbios da década de 1980.

Em Londres, grupos de jovens provocaram tumultos pela terceira noite seguida, incendiando prédios, veículos e latas de lixo, saqueando lojas e jogando garrafas e fogos de artifícios contra os policiais. A violência é uma advertência preocupante a respeito da possibilidade de problemas durante os Jogos Olímpicos de 2012, daqui a menos de um ano.

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A polícia convocou centenas de homens para reforçar a segurança, além de policiais voluntários, e tomou a rara decisão de enviar veículos blindados para alguns dos bairros mais atingidos, mas ainda luta para controlar os tumultos em algumas regiões de Londres, e nas cidades de Birmingham, Bristol e Liverpool.

"A violência que vemos é simplesmente indesculpável. Pessoas comuns tiveram suas vidas viradas de ponta cabeça por essa selvageria irracional", disse a comandante da polícia Christine Jones. A polícia de Londres disse que 14 pessoas ficaram feridas, dentre elas um homem de mais de 60 anos que corre risco de vida.

Os distúrbios parecem não ter uma causa única - embora alguns dos envolvidos afirmem que são manifestações contra os fortes cortes de gastos do governo, que afetou todos os pagamentos previdenciários e vai eliminar milhares de vagas no serviço público até 2015.

Mas muitos parecem realizar os ataques simplesmente pela oportunidade da violência. "Venha se divertir", gritava um jovem no subúrbio de Hackney, leste de Londres, onde lojas foram atacadas e carros incendiados.

A crise é um importante teste para a coalizão conservadora do primeiro-ministro David Cameron, que inclui os liberal-democratas, legenda que temia que o programa de cortes drásticos no orçamento pudesse provocar problemas. Cameron interrompeu suas férias de verão na Itália e voltou para a Grã-Bretanha para uma reunião de emergência nesta terça-feira.

Espera-se que Cameron endureça a atuação da polícia. A secretária do Interior, Theresa May, recusou-se a falar sobre as medidas, mas pareceu desconsiderar medidas mais dramáticas. "A forma como a polícia atua na Grã-Bretanha não é com canhões de água", disse ela à Sky News. "A forma como a polícia atua na Grã-Bretanha é por meio do consentimento das comunidades". As informações são da Associated Press.

A onda de violência que tomou conta de Londres nos últimos dias causou o cancelamento do amistoso entre Inglaterra e Holanda, que seria disputado nesta quarta-feira, no Estádio de Wembley, na capital inglesa.

A Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) confirmou nesta terça que o duelo precisou ser cancelado por causa do momento tenso vivido em Londres. "É com pesar que o amistoso de amanhã (quarta) com a Holanda em Wembley foi cancelado", afirmou a entidade em um breve comunicado oficial.

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A decisão foi anunciada antes de a seleção holandesa viajar a Londres para o amistoso, para o qual já haviam sido vendidos cerca de 70 mil ingressos. "Nós seguiremos na Holanda. É uma pena", lamentou Monique Kessel, porta-voz da Associação Holandesa de Futebol.

Em seguida, a entidade holandesa destacou que "os distúrbios em Londres são tais que toda capacidade disponível da polícia foi reservada para eles" e que "tendo em vista que um grande evento como um amistoso internacional em Wembley requer policiamento, foi decidido por não deixar que ele seja disputado".

Os protestos em Londres começaram depois da morte de Mark Duggan. Ele foi morto por policiais, na quinta-feira, em Tottenham, depois de ser abordado em um táxi por uma unidade da polícia que investiga crimes a mão armada naquele bairro. Na última segunda-feira, em um dos momentos mais tensos da onda de distúrbios, um prédio foi incendiado no sul de Londres. Mais de 200 pessoas já foram presas na cidade.

Além do atentado contra o prédio, jovens manifestantes já cometeram atos de vandalismo contra carros, incendiaram lixeiras, saquearam lojas e atacaram até policiais com garrafas e fogos de artifício.

Indignado com o quadro crítico vivido em Londres, Wayne Rooney, atacante da seleção inglesa e do Manchester United, fez um apelo para pedir pelo fim da violência na cidade. "Isso é vergonhoso para o nosso país. Por favor, parem", escreveu o jogador, por meio de sua página no Twitter.

O defensor Rio Ferdinand, outro astro da seleção inglesa, descreveu a escalada da violência em Londres como "loucura" e questionou se soldados não deveriam ser colocados nas ruas de Londres para contê-la.

Por causa dos distúrbios, três jogos da Copa da Liga Inglesa que estavam marcados para esta terça-feira também foram cancelados. O West Ham, time do leste londrino que receberia o Aldershot em um dos confrontos, disse que a polícia informou que "todos os grandes eventos públicos em Londres deveriam ser reorganizados". Já no sul de Londres, os duelos entre Charlton e Reading e do Crystal Palace contra o Crawley também foram adiados.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, presidirá nesta terça-feira uma reunião do comitê de crise denominado "Cobra", após o terceiro dia de violência em Londres, que já se estendeu às cidades de Birmingham, Liverpool, Manchester, Nottingham, Leeds e Bristol. Até esta manhã, no horário local (madrugada em Brasília), "mais de 400 pessoas" haviam sido detidas na capital, segundo a Scotland Yard. A extensão dos distúrbios obrigaram o premiê a antecipar seu retorno das férias, na Toscana (Itália), onde estava com sua família desde julho.

Cameron chegou de madrugada, no escritório e residência oficial, em Londres, e se reunirá nesta manhã com a ministra do Interior, Theresa May, e com o comissário de polícia da Scotland Yard, Tim Godwin, antes de presidir a reunião do comitê de crise. Cameron vinha sendo criticado pelo fato de continuar em férias enquanto a capital britânica era afetada por distúrbios nas ruas, com prédios e veículos em chamas. A polícia inglesa mobilizou nesta manhã mais 1.700 agentes para conter a violência em Londres, onde já trabalham mais de 6.000 policiais. As informações são da Associated Press.

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