Tópicos | Luiz Fernando Borges

Seis de novembro. É a nova data do julgamento do ex-Policial Militar (PM) Luiz Fernando Borges, que matou o estudante Mário Andrade de Lima, de 14 anos, no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, em 2016. É a segunda vez que o julgamento é adiado, para frustração da família e amigos que se reuniram em peso nesta quarta-feira (10) para acompanhar o júri popular no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, centro do Recife.

Joelma Andrade, mãe de Mário e personagem central na luta pela justiça no caso, lamentou o novo adiamento, mas disse estar firme. “Por mais que seja doloroso, é o momento de levantar mais ainda a minha cabeça para ele ver o filho de quem ele matou. Eu não vou parar. Dia seis eu vou estar aqui com muito mais gente”, disse a mulher para a imprensa.

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Dois fatos motivaram o adiamento do júri popular, primeiro um atestado médico do 3° sargento reformado, que alega ter passado por uma cirurgia de hérnia recente, tendo direito a 30 dias de repouso. O segundo foi o substabelecimento de novo advogado, termo jurídico que significa que o defensor do caso permitiu que outro advogado também atuasse na defesa. O substabelecimento só foi feito na segunda-feira (8).

O promotor de acusação Guilherme Vieira Castro afasta a hipótese de que os adiamentos sejam uma estratégia e reforça a importância do julgamento. “Se houvesse um objetivo de desmobilizar, não conseguiu. O adiamento não é bom para a sociedade, nem pro réu, nem para a familiar que tem que reviver isso, nem para o promotor. Mas toda vez que eu volto para os autos, que estudo os autos, tenho que manter uma postura extremamente isenta, mas a situação, o sangue que foi derramado nesse processo traz para o promotor de justiça um sentimento de revolta”, comentou. Para evitar que o júri mude de data outra vez, o promotor solicitou que a defensoria pública seja notificada para acompanhar a sessão e assumir a defesa caso o advogado não possa vir. A solicitação foi autorizada pelo juiz Jorge Henriques.

Mário morreu no dia 25 de julho de 2016. Ele estava em uma bicicleta na companhia de um amigo, de 13 anos, na Avenida Dois Rios, Ibura. A bicicleta esbarrou na moto do sargento, que machucou o pé. Mostrando sinais de embriaguez, Luiz Fernando desferiu uma coronhada na cabeça de Mário, causando um sangramento. Em seguida, ele realizou os disparos. Quatro tiros, sendo um de raspão, acertaram o amigo de Mário, que sobreviveu. O filho de Joelma foi alvejado três vezes e faleceu.

Inicialmente, Luiz Fernando alegou que se defendeu de uma tentativa de assalto e que os garotos estariam armados. A versão foi desmentida por testemunhas. Segundo o promotor, nas fases policiais e judiciais do processo, o ex-PM tem se mantido em silêncio. Luiz Fernando Borges está detido no Presídio de Igarassu, no Grande Recife. A Polícia Militar já o expulsou da corporação pelo ocorrido.

No decorrer dos últimos dois anos, Joelma tem virado um símbolo na luta contra o genocídio da juventude negra da periferia. Vários protestos e vigílias foram realizados desde a morte de seu filho, que sonhava ser empresário e ajudava nas finanças de casa.

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A Justiça confirmou a data do júri popular do sargento reformado da Polícia Militar (PM) Luiz Fernando Borges, acusado de matar o adolescente Mário Andrade, de 14 anos, no dia 25 de julho de 2016, no Ibura, Zona Sul do Recife. O julgamento será no Fórum de Joana Bezerra, área central do Recife, às 9h do dia 24 de setembro, que é, coincidentemente, a data de aniversário de Mário.

“Estou eufórica. Vou fazer justiça bem no dia que meu filho nasceu”, disse Joelma Andrade, mãe de Mário e principal símbolo da luta por justiça. Ela foi uma das grandes responsáveis por fazer o crime não ser esquecido, promovendo e participando de mobilizações.

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Mário estava em uma bicicleta na companhia de um amigo, de 13 anos. Na Avenida Dois Rios, a bicicleta esbarrou na moto do sargento reformado, que machucou o pé. Após isso, o policial matou Mário com três tiros e atingiu o segundo adolescente, que sobreviveu. Antes dos disparos, o sargento desferiu uma coronhada na cabeça de Mário, causando sangramento.

O réu alegou ter agido em legítima defesa. Em sua versão, ele contava ter sido abordado por dois bandidos que queriam roubar sua moto. Ele foi ao hospital dizendo ter levado um tiro no pé, o que perícia mostrou não ser verdade.

Atualmente, Luiz Fernando Borges está preso no Presídio de Igarassu. Em abril deste ano, a Secretaria de Defesa Social (SDS) oficializou a exclusão do réu da Polícia Militar.  “Estou feliz [sobre a data do julgamento], mas apreensiva por saber que vou estar cara a cara com o assassino do meu filho”, completa Joelma.

Após quase seis meses da morte do adolescente Mário Andrade de Lima, de 14 anos, assassinado por um sargento reformado da Polícia Militar, familiares e amigos organizam um protesto na próxima sexta-feira (27), às 13h, no Fórum Joana Bezerra, área central do Recife. De acordo com Joelma Lima, mãe da vítima, esta é a segunda audiência do caso.

O crime aconteceu na noite do dia 25 de julho, na Avenida Dois Rios, entrada do bairro do Ibura, Zona Sul do Recife. A mãe conta que Mário e um amigo de 13 anos estavam de férias da escola e decidiram passear de bicicleta a noite. Os jovens se envolveram em um acidente com uma moto pilotada pelo PM Luiz Fernando Borges, de 50 anos, que disparou alegando uma tentativa de assalto. 

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Após o crime o policial ligou para a emergência e alegou ter sido vítima de um assalto. Procurou o Hospital da PM onde foi atendido e liberado. Mário foi atingido na cabeça, no tórax e nas pernas. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. O amigo de 13 anos, que não teve identidade revelada, sobreviveu e desmentiu a versão dita pelo sargento. 

No dia 3 de agosto, o PM se apresentou à Justiça e foi detido por policiais da Radiopatrulha. O sargento foi encaminhado ao Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (RMR).

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Nesta quinta-feira (4), a delegada Andréa Busch, da 3ª delegacia de Homicídios, à frente do caso do sargento reformado da Polícia Militar suspeito de assassinar a tiros um adolescente no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, informou que o PM ainda não foi ouvido. Luiz Fernando Borges se apresentou nessa quarta (3) na Segunda Vara do Tribunal do Júri da Capital e foi preso por policiais militares do Batalhão de Radiopatrulha. 

A apresentação do suspeito diretamente na Justiça causou estranheza em parte da equipe de investigação do caso. De acordo com a delegada, o procedimento rotineiro é que os suspeitos se apresentem diretamente na delegacia em que está sendo feita a investigação para posteriormente prestar depoimento e contar a sua versão do fato. "A gente não sabe se ele quis fugir da imprensa ou não quis ser ouvido", explica Andréa.

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O sargento foi conduzido à Delegacia de Polícia de Capturas, Instituto de Medicina Legal (IML) e, por fim, ao  Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), onde ficará à disposição da Justiça. Apesar da apresentação fora do que é comum, a delegada explica que a investigação não é bruscamente prejudicada, mas que o prazo de conclusão do trâmite judicial tem que ser mais rápido.

"Eu não tenho como precisar o motivo de evitarem trazer ele para se apresentar na delegacia. Pode ter sido uma estratégia dos advogados da defesa, mas eu não posso confirmar essa informação até ouvir o suspeito formalmente", pontua a delegada. Andréa informou que as investigações seguem normalmente. "Ainda precisamos colher pelo menos quatro depoimentos e aguardar a chegada oficial de novas provas", falou.

A Polícia Civil afirmou que já foram ouvidas cerca de oito pessoas. A delegada falou que não há muita divergência na colheita das provas até o momento. "Pelos depoimentos até então, não há nada que indique que as vítimas estariam cometendo um assalto". De acordo com a delegada, imagens das câmeras de segurança da localidade onde aconteceu o crime também foram solicitadas. Ela confirmou a informação de que, por enquanto, não há nada indicando que as duas vítimas teriam envolvimento com a criminalidade. 

O crime – Um adolescente de 14 anos foi assassinado e outro de 13 anos ficou ferido a tiros após colidirem com uma bicicleta na moto em que estava o sargento no dia 25 de julho. Luiz Fernando Borges ainda teria ligado para a polícia para denunciar ter sofrido uma tentativa de assalto e, em seguida, efetuou os disparos. Mário Andrade de Lima, de 14 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. O amigo dele foi socorrido e já recebeu alta. Moradores do Ibura já realizaram uma série de manifestantes pedindo justiça. 

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