Após operação da Polícia Federal deflagrada na quarta-feira (19), tendo como alvo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aliados ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já defendem o afastamento temporário do chefe da pasta, até que as acusações contra ele feitas em inquérito da Polícia Federal sejam esclarecidas. A pressão seria uma forma de preservar o PR, frente à corrida eleitoral de 2022. As informações foram passadas ao jornalista Valdo Cruz, do G1.
Interlocutores próximos ao presidente disseram, porém, que ele está preocupado com o que o inquérito pode mostrar e, caso seja informado de qualquer indício mais forte de irregularidade, determinará o afastamento de Ricardo Salles. Nos bastidores, a equipe avalia que o afastamento imediato seria mais interessante, mas que não precisa ser permanente, apenas avaliando as suspeitas da PF.
##RECOMENDA##Segundo o blog, "esse é um risco para o presidente, segundo auxiliares, porque o ideal seria ele atuar preventivamente. Depois, caso alguma irregularidade seja confirmada, o desgaste será maior, principalmente no discurso de que seu governo não teve nenhuma denúncia de corrupção até hoje”.
Salles é alvo da Operação Akuanduba, deflagrada por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a Petição nº 8.975, foram expedidos mandados de busca e apreensão “de itens, bens, documentos, mídias, dados e objetos” contra o ministro e mais 17 pessoas, além de cinco pessoas jurídicas. Ele teve também seus sigilos bancário e fiscal quebrados.
A acusação é que o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama afrouxaram regras de exportação de madeira para facilitar a venda de produto de origem ilegal. O inquérito investiga se essas movimentações estariam relacionadas a pessoas ligadas às empresas acusadas de exportação ilegal de madeira.