Um dos principais eventos aguardados para esta quarta-feira (19) não pegou a Bovespa aberta. A ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve foi divulgada durante o leilão de fechamento dos papéis do Ibovespa - assim, não houve tempo hábil para fazer preço no mercado doméstico. Num ambiente de especulação sobre a formação da equipe econômica - e data da divulgação para o substituto de Guido Mantega na Fazenda -, o principal índice à vista terminou a sessão com ganhos firmes, que o içaram para o patamar de 53 mil pontos.
O Ibovespa terminou a sessão em alta de 2,58%, aos 53.402,81 pontos, na máxima da sessão e no melhor nível desde 5 de novembro. Na mínima, registrou 52.032 pontos (-0,06%) e, na máxima, 53.403 pontos (+2,58%). No mês, acumula perda de 2,24% e, no ano, alta de 3,68%. O giro financeiro totalizou R$ 8,001 bilhões, segundo dados preliminares.
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O desempenho do setor financeiro mais uma vez ajudou a segurar o índice em alta, assim como já havia acontecido na véspera. Com o noticiário mais esvaziado, os investidores decidiram alocar seu dinheiro em papéis de empresas que entregaram bons resultados no último trimestre. Não foi o caso do Banco do Brasil, mas o papel ganhou destaque ontem e hoje, depois das negociações bilionárias com a Cielo para que esta assuma sua parte operacional de cartões.
Fecharam nas máximas Bradesco PN, com +4,30%, Itaú Unibanco PN, +4,02%, e BB ON, +5,92%. Santander Unit avançou 4,17%. Cielo ON teve ganho de 2,86%.
As estatais contribuíram com os ganhos do índice, num movimento de recuperação das perdas recentes e em meio à expectativa de que poderia ser divulgado hoje o novo ministro da Fazenda. A lógica é o feriado que deixa os mercados fechados amanhã e daria tempo para os investidores digerirem o nome. Pelo sim, pelo não, os vendidos no mercado acionário concluíram no final da tarde ser melhor zerar posições, e isso fez com que o índice fosse para as máximas no ajuste final.
Petrobras ON terminou a sessão com ganho de 2,68% a PN, de 2,65%. Fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, informou que a estatal afastou do cargo de chefia cinco funcionários citados em auditorias internas que investigam casos de corrupção, todos relacionados à contratação de equipamentos e serviços para a construção da Refinaria Abreu e Lima.
Mais cedo, a Polícia Federal afirmou que foi um erro ter mencionado o nome do atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, entre os beneficiários do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
Ainda sobre a empresa, vale registrar que o Deutsche Bank iniciou cobertura de Petrobras com recomendação de compra para as ações ordinárias da estatal e preço-alvo de R$ 18,50, a despeito das denúncias de corrupção e problemas de governança corporativa enfrentados pela companhia. Os analistas esperam um desempenho operacional e financeiro sólido da Petrobras, na contramão das expectativas do mercado, que eles acreditam ser "muito baixas".
Vale virou para cima depois de operar em baixa a maior parte do dia e fechou com +0,59% na ON e +0,42% na PNA.
Nos EUA, as bolsas se recuperaram pontualmente após a ata do Fed. No documento, considerado mais "dovish" do que se esperava, o Fed disse enxergar riscos negativos maiores para as economia de Europa, China e Japão. Além disso, pontuou que o crescimento dos EUA pode desacelerar no médio prazo se as condições se deteriorarem. A maioria dos membros do Fed também vê a inflação caindo no curto prazo, em parte por conta da queda do petróleo. Às 17h24, Dow Jones recuava 0,16%, S&P, 0,28%, e o Nasdaq, 0,53%.