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O último jardim vertical restante do corredor verde do Minhocão foi atingido por um incêndio nesta quinta-feira (24), no centro da cidade de São Paulo. O fogo foi extinto e não há registros de feridos.

O painel artístico está na fachada lateral do Edifício Santa Cruz há oito anos, implantado durante uma parceria que envolveu artistas e a Prefeitura. Ao todo, sete prédios do Elevado Presidente João Goulart chegaram a receber intervenções verdes.

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O Estadão apurou que o fogo começou quando três pessoas trabalhavam na recuperação da estrutura do jardim vertical. Ainda não há informações sobre a causa do incêndio. Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram enviadas ao local, com a extinção do fogo pela tarde.

Ao menos outros dois incêndios chamaram a atenção na cidade nas últimas 24 horas, em meio a uma onda de calor recorde. O Parque do Carmo, na zona leste, teve parte da vegetação atingida por horas desde a noite de quarta-feira (23) na zona leste. Outro incêndio atingiu duas torres de resfriamento do Instituto do Coração (InCor), no centro expandido. Não há registro de feridos.

No jardim vertical, a vegetação da fachada lateral estava seca há cerca de um mês, após um problema na bomba de irrigação. Segundo a síndica do prédio, Dinah Moreira Allen, o condomínio vai aguardar uma perícia e ainda decidirá o que fará com o jardim. Ela afirmou que o fogo não impactou no edifício e que os moradores dos apartamentos sequer perceberam o que ocorria.

A empena verde do edifício passou por um restauro recente, com o apoio de um patrocinador privado. O Santa Cruz é o condomínio que mais se posicionou favoravelmente à manutenção da fachada verde ao longo dos anos, destacando benefícios citados por moradores, como a melhoria no bem-estar, o aumento na presença de aves e a redução da temperatura e da poluição sonora em parte dos apartamentos.

Em 2022, quando procurada pela Prefeitura sobre uma eventual remoção após o fim do termo de cooperação, a síndica levou a questão a uma reunião com os condôminos, na qual se decidiu pela busca de um possível patrocinador. Uma moradora conseguiu o apoio de uma marca de cerveja, para o conserto da bomba de irrigação, a recuperação do jardim e a manutenção por dois anos.

Como o Estadão contou, a Prefeitura gastou quase R$ 2 milhões para a retirada das demais seis intervenções verdes desde 2020, após o encerramento dos termos de cooperação com os condomínios. A remoção marcou o fracasso de um projeto que estimava chegar a 40 intervenções, mas que enfrentou problemas e foi enfraquecido nas últimas gestões municipais.

O Minhocão chegou a ter sete jardins verticais, com 3,5 mil m² de área verde e design elaborado por artistas visuais, instalados entre 2015 e 2016. O corredor verde foi criado com R$ 4 milhões, em valores não corrigidos.

Quatro jardins foram retirados em 2020, por mais de R$ 1 milhão, após parte dos condomínios entrar na Justiça e reclamar da falta de apoio público para as despesas de manutenção, água e energia. Os demais tiveram a remoção definida pela gestão Ricardo Nunes (MDB) em 2022, por R$ 657,2 mil.

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A proposta da Prefeitura de São Paulo de desativar e transformar em parque o Elevado João Goulart, o Minhocão, divide especialistas e moradores da região. Se por um lado, a proposta atende à parte de cima do viaduto, já usada para o lazer pelos paulistanos nos fins de semana, por outro, ainda há dúvidas sobre as vantagens na área sob o concreto e aos prédios do entorno.

Para o professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) Renato Cymbalista, a construção da estrutura, na década de 1970, foi uma "aberração urbanística". Nos últimos anos, diz ele, decisões "corajosas", como a extensão do tempo de uso da via para pedestres à noite e nos fins de semana, mudaram o foco dos veículos para as pessoas. O novo projeto também teria essa característica. "A ideia é fazer o parque e depois ver o que acontece com os carros."

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O engenheiro de trânsito Sergio Ejzenberg já prevê problemas. Segundo ele, veículos que circulam no viaduto vão engrossar o congestionamento na região. "O fluxo vai ser deslocado para outras áreas." Se a estrutura fosse desmontada, diz Ejzenberg, avenidas embaixo poderiam ser remodeladas, com mais faixas para carros e o aumento do uso de bicicletas. Mas, com a manutenção dos pilares de concreto, não sobra espaço para essa possibilidade.

A degradação da área sob o viaduto, úmida e escura e onde se concentram moradores de rua e usuários de drogas, é outra preocupação. "Manter a estrutura vai pressupor um projeto de iluminação cuidadoso", diz Cymbalista. Para ele, porém, a retirada dos carros abre novos horizontes. "(É possível) estreitar a pista em alguns lugares, para que se aumente a distância entre o parque e os edifícios, fazer buracos", exemplifica.

Já Francisco Machado, do Movimento Desmonte Minhocão, não vê benefícios para a parte inferior e prevê novos problemas na de cima. "Vamos ter a grave possibilidade de uma cracolândia suspensa", diz ele, que também teme a falta de manutenção da via. Hoje, o Minhocão tem pontos de infiltração e alagamentos. O grupo defende o desmonte da estrutura sob o argumento de que moradores de prédios vizinhos perderam a privacidade e ganharam dor de cabeça. "Querem colocar milhares de pessoas olhando para dentro dos apartamentos."

Já quem defende o parque suspenso, porém, entende que ele já ganhou os paulistanos. "A população se apropriou do espaço", diz Athos Comolatti, fundador da Associação Parque Minhocão. O grupo, diz, não participou do novo projeto, mas aprova a proposta. "Para conseguir o que conseguimos hoje, tivemos de focar na parte de cima. Uma coisa de cada vez." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) terá uma base comunitária móvel em funcionamento na Praça Marechal Deodoro, com policiamento reforçado nas imediações do Elevado João Goulart, o Minhocão, das 20h às 5h da manhã. A mudança na região central de São Paulo ocorre após a população notar um aumento na quantidade de crimes registrados na região, como mostrou o Estado na semana passada.

O vereador Pólice Neto (PSD) informou ter se encontrado com o secretário municipal de Segurança Urbana, o coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira, nesta segunda-feira, 6, para tratar do assunto. Disse ele que o encontro foi motivado em resposta às ocorrências de roubos e furtos na localidade e ao caso recente de agressão à modelo Paola Di Mônica. "Frequentadores do parque (Parque Minhocão) e da praça e os moradores da região poderão usar o espaço público com mais segurança", disse em nota.

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Segundo o vereador, o secretário teria indicado ainda o estudo para implementação de um sistema de segurança com monitoramento por câmeras ligadas ao programa City Câmeras. A reportagem do O Estado de S. Paulo contatou a Secretaria da Segurança Urbana, que confirmou o novo funcionamento da base no local, mas não apresentou respostas sobre o uso de câmeras na região.

"A secretaria ainda vai fazer uma análise técnica sobre a viabilidade de instalar as câmeras em todos os acessos ao parque e na praça, mas as associações já se colocaram à disposição para discutir o rateio dos custos de instalação e conexão com a internet", explica Athos Comolatti, fundador da Associação Parque Minhocão, de acordo com nota divulgada pela assessoria do vereador.

Crimes estão em alta no Minhocão

Dados obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que o número de crimes registrados no elevado cresce ano a ano. Enquanto em 2015 haviam sido registrados 18 crimes no local, em 2016 passou para 76, subindo para 90 ao longo do ano passado. Furto foi o crime mais frequente em 2017, com 45 registros, seguido de roubos, com 36 casos.

Sobre as ocorrências recentes, a Secretaria da Segurança Pública havia informado que não há registros e destacou ações. "Ao longo da via, policiais a pé e de bicicleta realizam o policiamento ostensivo e preventivo, principalmente nos dias em que a via é aberta aos pedestres e ciclistas."

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou um Projeto de Lei (PL) que transforma o Elevado João Goulart, popularmente conhecido como Minhocão, em um parque elevado. O viaduto é conhecido por ser a principal ligação entre as regiões leste e oeste no centro da cidade. Segundo o texto da proposta, o trânsito de veículos será desativado gradativamente e, após quatro anos, o parque funcionará em toda a sua extensão.

De acordo com o vereador José Police Neto (PSD), um dos autores do PL, a iniciativa já constava no Plano Diretor e a aprovação da lei serve para colocar em prática o que estava previsto. “O uso da via Elevada para carros se dará exclusivamente das 7h às 20h de segunda à sexta-feira. O Parque Minhocão funcionará de segunda a sexta-feira após às 20h, sábados, domingos e feriados integralmente na primeira etapa”, afirmou o parlamentar.

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O Minhocão foi construído no início dos anos 70 pelo então prefeito, Paulo Maluf, e foi questionado por diversos especialistas como solução viária para a cidade. Em 1976, após inúmeras reclamações dos moradores das avenidas São João e General Olímpio da Silveira, sobre as quais a obra foi erguida, o funcionamento foi restringido ao período entre 0h e 5h. Em 1989, outra determinação fez com que o elevado ficasse inoperante entre 21h30 e 5h, além do fechamento total aos domingos.

Idealizador do Elevado Costa e Silva quando era prefeito nomeado pelo regime, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) disse que a mudança do nome para Elevado Presidente João Goulart, aprovada na Câmara, é "preconceituosa".

Maluf evocou o líder político e militar francês, Napoleão Bonaparte, para resumir seu argumento: "Há 200 anos, Napoleão já dizia: 'Povo que não tem memória não tem história".

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Para o pai do Minhocão, como o Elevado é conhecido pelos paulistanos, todos os ex-presidentes da República "merecem homenagem porque fazem parte da história" e isso inclui tanto Costa e Silva, como João Goulart.

"João Goulart merece uma homenagem, mas Costa e Silva foi presidente da República e ninguém pode apagar da história do Brasil que Costa e Silva foi presidente da República", afirmou.

O deputado defendeu a manutenção do atual nome do presidente militar no Elevado. Como alternativa, sugeriu que um viaduto em construção fosse batizado com a denominação de João Goulart.

"Todas as personalidades do Brasil e de São Paulo merecem homenagem", destacou Maluf.

Mudança

O projeto de lei aprovado retira a atual denominação do presidente da ditadura militar - Artur da Costa e Silva (1967-1969) - e substitui pelo presidente deposto pelos militares - João Goulart (1961-1964).

De autoria do vereador Eliseu Gabriel (PSB), o PL é de 2014. Agora, segue para sanção do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). O projeto propõe a revogação do Decreto 8.574 de 19 de dezembro de 1969, que denominou a via como Elevado Costa e Silva.

Segundo justificativa de Gabriel, o presidente do regime militar "causou violência sem precedentes na história do País" ao aprovar no final de 1968 o Ato Institucional número 5 (AI-5), decreto que dava fim a todos os direitos civis.

O projeto foi aprovado em primeira votação no dia 8 de junho. Na ocasião, o vereador explicou ao jornal O Estado de S. Paulo que foi relator da Comissão da Verdade na Câmara e que uma das determinações do grupo foi retirar dos logradouros os "nomes de torturadores e pessoas que causaram crimes à comunidade".

Informalmente, o elevado é chamado de Minhocão e soma 45 anos de criação. Ao longo dos 3,4 quilômetros de extensão, percorre quatro distritos: Consolação, Santa Cecília, Perdizes e Barra Funda.

A Câmara Municipal marcou para domingo (20), a partir das 15h, uma audiência pública para discutir a ampliação do horário de fechamento do Minhocão, no centro, e a criação de modelo de gestão municipal para cuidar da limpeza, da manutenção e da segurança da pista elevada, nos moldes das administrações dos parques municipais.

A audiência será no próprio elevado, na alça de acesso a partir da Praça Marechal Deodoro, na Santa Cecília. No sábado (19), outra audiência, agora promovida pela Prefeitura, vai debater o fechamento da Avenida Paulista e outras sete vias aos domingos.

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Projeto de lei na Câmara, de autoria do vereador José Police Neto (PSD) previa o fechamento do elevado aos sábados. O texto foi aprovado em primeira votação, mas a medida foi adotada de ofício pelo prefeito Fernando Haddad (PT) antes da aprovação final, que ainda será colocada em votação.

Assim, o texto foi alterado para casar o horário de abertura do Minhocão para pedestres - e fechamento para carros - com o horário do rodízio municipal. A nova proposta é fechar a pista durante a semana sempre das 20 horas às 7h do dia seguinte. Atualmente, a via é fechada para carros, e aberta para pedestres, das 21h30 às 6h30 do dia seguinte.

A outra mudança foi a proposta de adoção de um modelo de gestão para o Minhocão, por parte da Prefeitura, gerenciaria os serviços dos garis e da Guarda Civil Metropolitana para garantir a conservação do espaço, coordenação ações de diferentes secretarias.

A proposta de criação de um parque no Minhocão é defendida por coletivos que estão instalados ao redor do parque. Mas a ideia sofre oposição de grupos organizados de moradores do bairro, que querem que a pista elevada seja derrubada. O Plano Diretor Estratégico estabelece prazo de 15 anos para que a Prefeitura dê alguma outra destinação para a via.

O delegado Lupércio Antônio Dimov, titular do 23º Distrito Policial (Perdizes), que investiga o atropelamento e morte do zelador aposentado Florisvaldo Carvalho Rocha, disse, na quinta-feira, 20, que o ciclista que atingiu a vítima "pode ter se confundido" ao dizer, em depoimento, que não estava na ciclovia, mas sim na rua, na hora do acidente. O crime ocorreu sob o Minhocão, em Santa Cecília, no centro, na tarde de segunda-feira, 17.

O posicionamento é diferente do que o delegado havia dito na quarta-feira, 19, quando deu as primeiras entrevistas sobre o caso. "Pode ter alguma confusão por parte dele. Devia estar na ciclovia, até porque não tinha como ele acertar a vítima se estava na rua", declarou o delegado. Anteontem, o policial não havia questionado o depoimento do administrador de empresas Gilmar Raimundo de Alencar, de 45 anos, condutor da bicicleta. O ciclista foi interrogado no começo da tarde.

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Defensora de Alencar, a advogada Juliana Alencar de Andrade Silva disse que não há nenhum novo elemento que justifique a desconfiança da polícia. "Nada mudou em relação ao depoimento oficial."

Alencar afirmou à polícia e a jornalistas que, no dia do acidente, voltava de um almoço no centro e havia entrado na Avenida General Olímpio da Silveira alguns quarteirões antes do ponto da colisão. Disse que, como já sairia da via, optou por não pegar a ciclovia, permanecendo na rua. Ele informou ainda que trafegou pela faixa da direita até o trânsito fechar, quando então mudou para a faixa à esquerda, exclusiva para ônibus. Foi nesse instante que Rocha apareceu em sua frente.

"Ele deve ter desviado da pilastra e atingido a vítima, não tem como ele estar na rua. Ele se confundiu", insistiu o delegado, ontem. A reconstituição do caso está marcada para as 14 horas. Segundo o delegado, os peritos farão um tipo de laudo chamado Croqui Dinâmico do Evento, que verificará as informações prestadas pelo ciclista. O ciclista confirmou que participará da reconstituição e levará sua bicicleta - que não ficou danificada no acidente. À polícia, o administrador teria afirmado que acreditava estar a uma velocidade de cerca de 20 km/h. A Polícia Civil pretende ouvir, também amanhã, outras duas pessoas: o filho de Rocha e a síndica do prédio em que o zelador aposentado vivia.

Estatística

Ontem pela manhã, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, declarou que, não fosse a cobertura da imprensa e a manifestação da população nas redes sociais sobre o caso, a morte de Rocha seria "mais um atropelamento na cidade, como acontece todos os dias".

"Teve essa repercussão toda primeiro porque foi um idoso, segundo porque foi um ciclista, terceiro porque tem uma ciclovia embaixo do Minhocão. Não fosse isso, seria mais um noticiário de rodapé que a gente vê, infelizmente", disse o secretário, completando o raciocínio dizendo que "ia virar um número", não fosse a repercussão.

A ciclovia vem sendo criticada por haver pontos cegos que trariam insegurança. O secretário afirmou também que a Prefeitura "não vai se conformar" com o acidente. "Temos de buscar mecanismos para que isso não aconteça mais." Para Tatto, uma série de fatores levou à colisão do ciclista com o idoso. Ele diz acreditar que, antes da política de implementação de ciclovias na cidade de São Paulo, os ciclistas eram "invisíveis". "Existiam, mas as pessoas faziam de conta que não." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um carro despencou no Elevado Costa e Silva, o Minhocão, na região central de São Paulo, na manhã desta terça-feira (21), após um capotamento causado por colisão na Rua da Consolação. O acidente teve duas vítimas, informou o Corpo de Bombeiros. Uma delas foi socorrida e conduzida ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia, no centro, e a outra seguiu para o Hospital São Cristóvão, na zona leste. Ainda não há informações sobre o estado de saúde das vítimas.

A batida ocorreu no sentido bairro da Rua da Consolação entre dois carros. Com o impacto, um dos veículos capotou e despencou até o acesso ao elevado. A via ficou bloqueada até 11h50, segundo a Companhia de Engenharia do Tráfego (CET). Cinco viaturas dos bombeiros foram deslocadas para o local.

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Vistoria do Corpo de Bombeiros no Elevado Costa e Silva, o Minhocão, no centro de São Paulo, constatou que o local não oferece condições de segurança para abrigar eventos temporários que reúnam grandes aglomerações - como as feiras que têm ocorrido no local nos fins de semana. O risco identificado é de queda de frequentadores. A via ficará fechada para carros a partir das 15h deste sábado (11), e reabre para veículos somente às 6h30 de segunda-feira.

A vistoria foi um dos principais argumentos para a gestão Fernando Haddad (PT) cancelar as atrações marcadas no local durante a Virada Cultural, ocorrida há três semanas. A suspensão foi anunciada depois de intervenção do Ministério Público Estadual (MPE), com quem a Prefeitura assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para suspender os eventos no Minhocão.

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Segundo o TAC, a vistoria "verificou que os guarda-corpos do Elevado Costa e Silva são de apenas 1,10 metro de altura, o que pode ensejar riscos potenciais de queda como consequências não desejadas". Segundo as normas seguidas pelos bombeiros, ainda de acordo com o TAC, as muretas do Minhocão deveriam ter ao menos 20 centímetros a mais, 1,30 metro, para não haver esse tipo de risco.

O promotor responsável pela assinatura do TAC, Mário Malaquias, ressalta que a vistoria teve como foco a realização de eventos: a simples abertura da via, como ocorre aos domingos desde o começo da década de 1990, não concentra grande público aglomerado em um mesmo ponto.

"Pessoas circulando ali, a passeio, é uma coisa. O que é perigoso é o governo promover a realização de eventos que atraiam uma grande concentração de público para o local", afirmou o promotor. Malaquias acompanha o assunto para decidir se o Ministério Público vai interferir no assunto.

Festa

A Prefeitura afirma, em nota, que, "desde o firmamento do TAC, a Subprefeitura da Sé não tem autorizado eventos no alto do Elevado. No entanto, neste fim de semana uma feira gastronômica foi liberada na alça de acesso que está próxima da Praça Marechal Deodoro (no centro do Minhocão)."

Na nota em que descreve o evento, a Prefeitura afirma que o espaço vai "reunir 18 expositores, entre food trucks, food bikes, carrinhos e tendas" e haverá "bombeiros brigadistas, equipes de limpeza, que priorizam a coleta seletiva, e segurança privada, que também conta com o apoio da Guarda Civil Metropolitana". O texto não traz, porém, nenhuma informação que explique por que a Prefeitura permitiu a feira, mesmo ciente das ressalvas feitas pelos bombeiros.

A gestão Haddad também foi questionada sobre a existência de estudos sobre a segurança dos frequentadores do evento no Elevado - uma vez que a autorização que o prefeito teve do Conselho da Cidade para a abertura nos fins de semana se baseou em estudos de impacto de trânsito. Mas a equipe do prefeito não respondeu ao questionamento.

Prós e contras

O fechamento aos sábados tem como pano de fundo uma proposta de criação de um parque permanente no local. Diretor do movimento Parque Minhocão, o engenheiro Athos Comolatti afirma que percorreu outras estruturas elevadas da cidade - como o Viaduto do Chá e a Praça do Ciclista, no fim da Avenida Paulista. "Nenhuma delas tem guarda-corpos de 1,30 metro", afirma.

O grupo tem como principal opositor o Movimento Desmonte do Minhocão, que quer devolver a luz à Avenida São João. "O local não é nem um pouco adequado. Não há rotas de fugas. Imagine se há multidão, ocorre uma briga e as pessoas saem correndo. O risco é grande", diz Francisco Gomes Machado, integrante do grupo.

Antes de determinar o fechamento definitivo do Minhocão, a Prefeitura fará novo teste para avaliar o trânsito na área. Hoje, a partir das 15h, o elevado ficará interditado para carros. A via será devolvida aos automóveis na manhã de segunda-feira. A experiência deve ser semelhante ao primeiro teste feito durante a Virada Cultural, em 20 de junho. Atualmente, o Minhocão fica bloqueado para carros a partir das 21h30 de sábado e é liberado às 6h30 da segunda-feira. Em cerca de um mês, quem circula pelo local também poderá apreciar o primeiro jardim vertical em um prédio perto do elevado.

A WTorre mostrou interesse em usar essa opção de compensação ambiental. A Prefeitura, que havia aberto chamamento público em maio para edifícios interessados em receber o painel, aprovou a instalação. O prédio fica na Rua Helvétia e tem duas paredes nuas viradas para o elevado. A empresa será responsável pela manutenção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Minhocão, na região central de São Paulo, foi inaugurado em 1971 e, desde então, a parte de baixo do elevado nunca recebeu a luz do sol. Um projeto paisagístico e arquitetônico pretende devolver a iluminação natural a essa área, abrindo uma fenda entre as duas pistas que passam por cima, e trazendo melhorias para que as pessoas se apropriem do local: plantas suspensas, quiosques com água, Wi-Fi e espaços de convivência.

Chamado de Marquise Minhocão, o projeto foi apresentado ao prefeito Fernando Haddad (PT) na semana passada pelo paisagista Guil Blanche e pela arquiteta Carolina Bueno, do escritório Triptyque. A Prefeitura começou, neste ano, a instalar ciclovias embaixo do elevado, local conhecido pela degradação, e busca tornar o ambiente mais agradável aos ciclistas e pedestres.

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"Com a chegada da ciclovia, muda a concepção para uma nova ocupação", afirma Guil, que também é diretor do Movimento 90°, grupo que busca a instalação de jardins verticais pela cidade. "O que o Minhocão cria é um grande abrigo, por isso, demos o nome ao projeto de 'marquise', como a que existe e é usada no Ibirapuera."

O projeto foi feito em seis meses. Em uma primeira reunião de Guil com Haddad a respeito da instalação de jardins verticais nos prédios ao redor do Minhocão, em dezembro, o prefeito havia sinalizado a necessidade de se pensar na parte inferior do elevado. Guil convidou a Triptyque para desenhar um projeto e, em maio, foram recolhidas sugestões de melhorias dos moradores do entorno. Jardim e áreas verdes surgiram como a principal demanda, seguidos de iluminação e ambiente para sentar e descansar.

"O primeiro passo foi pensar em abrir o vão central em um metro entre os carros que passam no elevado. Dessa forma, você já conecta a parte de cima com a de baixo", diz Carolina. A abertura seria possível porque, como se retira apenas uma capa de concreto, não interferiria na estrutura da construção - só a proteção lateral para os carros, em cima, teria de ser refeita.

As concavidades no teto e na lateral já existentes na estrutura do Minhocão deverão servir de vasos - as plantas, de espécies adaptadas à pouca luz, serão colocadas dentro de calhas e cairão do teto como uma minifloresta. O sistema hidráulico do elevado - que já existe, está nos pilares e acumula água da chuva - será aproveitado para irrigar as plantas suspensas, por gotejamento. "Só com a massa vegetal é possível diminuir em 22% a poluição dos carros", afirma Guil.

Com o intuito de ocupar aquele espaço com serviços, como floriculturas ou bancas de jornal, serão construídos módulos de 3 a 6 metros quadrados entre as ciclovias, como se fossem caixas metálicas com porta, equipadas com luz, água e Wi-Fi. "Queremos movimento no local, como se fosse uma praia urbana. Brinco que, enquanto o Rio tem o Posto 9 em Ipanema, nós poderemos ter o pilar 1, 2 ou 3 no Minhocão", diz Carolina.

A ideia é viabilizar o projeto inicialmente em uma parte do elevado, da alça de acesso para a Rua da Consolação até o Terminal Amaral Gurgel, trecho que compreende 650 metros, de um total de 3,4 quilômetros. O custo estimado é de cerca de R$ 3 milhões. A Prefeitura, se aprovar o piloto, deve determinar a maneira de financiar o projeto.

Consenso

Embora discordem sobre o futuro do elevado, a Associação Parque Minhocão e o Movimento Desmonte Minhocão concordam que qualquer iniciativa para a parte de baixo da via é válida. "A parte de cima é aquela em que basicamente tudo fica focado, mas a gente sabe que a parte de baixo é a mais difícil de ser resolvida em termos de projeto. Como nós não temos projeto e não vamos fazer, ficamos felizes que alguém se preocupe e já comece a fazer algo", afirma Athos Comolatti, que defende a criação do parque.

Yara Góes, do movimento que quer a demolição do elevado, diz que "o primeiro desejo é o desmonte, mas, enquanto isso, floreiras são sempre bem-vindas. Todo mundo gosta do verde, São Paulo tem muito cimento e concreto e é preciso colocar mais verde na cidade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um estudo ainda em andamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) aponta ser viável fechar o Elevado Costa e Silva, o Minhocão, no centro da capital paulista, sem grandes prejuízos para o trânsito da região. As informações foram repassadas ontem, em uma audiência pública na Câmara Municipal que debate o fechamento da via elevada aos sábados.

O trabalho deve estar pronto dentro de um mês. Um texto preliminar foi entregue à Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara. "Os resultados da macrossimulação indicam que os impactos em termos de fluxos veiculares nas vias da área de estudos não são significativos, permitindo a desativação do Elevado Costa e Silva", diz trecho do material.

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Os vereadores debatem um projeto de lei, de José Police Neto (PSD), que prevê o fechamento da via aos sábados - o Plano Diretor aprovado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) determina a desativação total do elevado em até 15 anos, sem definir se a via será demolida ou vai virar parque.

Detalhes

A área em estudo pelos técnicos inclui as vias ao redor do elevado, que receberiam o fluxo de veículos caso o Minhocão fosse desativado. Segundo a CET, o levantamento ainda não verificou o fechamento especificamente aos sábados. O que foi analisado até aqui, em programas de simulação de tráfego, foi o comportamento do trânsito com e sem o Minhocão.

Para verificar os eventuais impactos no trânsito do fim de semana é preciso reprogramar os sistemas, uma vez que as viagens nos dias úteis têm origens e destinos diferentes na cidade e o fluxo de automóveis no fim de semana é 17% menor.

Há duas semanas, o prefeito Haddad manifestou-se sobre o assunto dizendo ser favorável, de início, que o fechamento aos sábados ocorra apenas no período da tarde. A Prefeitura, no entanto, vai aguardar a conclusão do estudo da CET.

Já o vereador Police Neto, autor da proposta do fechamento aos sábados, diz que a desativação total da via deve começar de algum ponto. "Fechar aos sábados é um começo", disse. "Há pessoas que fazem uma crítica muito raivosa ao fechamento, à abertura de um parque no Minhocão. Defendo que esse parque tenha regras, horário de funcionamento, segurança, como todo parque público."

Police viu a manifestação preliminar da CET como "a primeira vez que a Prefeitura admite ser possível fechar o minhocão aos sábados". Uma nova audiência pública na Câmara deve ser marcada para discutir o assunto quando o estudo terminar.

Contra

Lideranças comunitárias da região, no entanto, são contrárias ao fechamento aos sábados. "O fechamento pode criar uma área de lazer durante o dia, mas vira fator de forte insegurança e perturbação do sossego, com música alta e pessoas se embebedando na porta da janela dos moradores", diz o presidente do Conselho de Segurança (Conseg) de Santa Cecília, Fabio Fortes. Ele afirma que, entre os moradores e comerciantes, o desejo é que o elevado seja demolido de vez.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O destino do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, no centro da capital, foi debatido nesta terça-feira, 9, na primeira audiência pública sobre o tema depois que o Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade foi sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

Em vigor desde agosto, o PDE prevê em um dos artigos que o tráfego de veículos na via seja gradualmente desativado. Para que isso aconteça, no entanto, uma lei específica precisa ser aprovada.

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Cerca de 180 pessoas participaram da audiência, na Câmara Municipal sobre o Projeto de Lei 10/2014, que determina a criação de um parque no local. Embora todos os presentes concordassem com a desativação do elevado, dois grupos contrários falaram: um defende o parque e o outro quer o desmonte do Minhocão.

"Basta ir aos domingos ao elevado para ver que as pessoas já se apropriaram daquele espaço. Já é um parque espontâneo. Se for derrubado, é bom avisar quem usa esse local para relaxar em uma cidade com tão poucas opções de lazer e de parques", afirmou Wilson Levy Braga da Silva Neto, da Associação Amigos do Parque Minhocão.

A presidente da Ação Local Amaral Gurgel, Yara Góes, não concorda em transformar o Minhocão em parque. "Quem defende o desmonte mora ali, quem quer o parque só vai aos domingos. Tem de fazer estudo de impacto desse parque na vida das pessoas."Segundo Yara, "por mais absurdo que pareça, quem mora na região prefere o ruído dos carros ao das festas" que ocorrem no local.

João Batista Largo, que faz parte do Grupo Veredas, também defendeu o desmonte. "Um parque suspenso será elitizado e ficamos preocupados com os gastos para manutenção." Largo já protocolou um substitutivo para o Projeto de Lei 10/2014.

Em uma discussão equilibrada, cerca de dez pessoas, a maioria moradores dos bairros no entorno do Minhocão, se manifestaram sobre as proposta. Os vereadores Nabil Bonduki (PT) e José Police Neto (PSD), autores do projeto, afirmaram que, antes de uma definição, acontecerá um "longo" debate.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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