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Na tarde desta segunda-feira (13), os vereadores se reuniram na Comissão Especial sobre a retomada do Carnaval e Grandes Eventos em 2022 para debater sobre a possibilidade da realização do Carnaval no próximo ano. Durante o seu discurso o vereador Ivan Moraes Filho (PSOL) disse que "o Brasil vai se tornar um pais de negacionistas".

"A gente vai continua achando normal que as pessoas entrem no nosso país sem precisar nem mostrar que não estão contaminados por vatriante nenhuma? Eu estou preocupado", afirmou o vereador Ivan.

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O parlamentar comentou que é preciso que se analise a necessidade de manter a cadeia produtiva da cultura viva. "Nós fomos o primeiro a parar e seremos os últimos a voltar. Mas sem a gente ninguém estava vivo hoje porque as pessoas estão com o mínimo de saúde mental porque tinha música para ouvir e tinha livro para ler. Essa cadeia precisa ser cuidada", ponderou o pesolista.

Variantes e vacinação 

Na reunião pública da Comissão Especial sobre a retomada do Carnaval e grandes eventos, o doutor Carlos Brito revelou que o futuro e a pesrpectiva dos próximos anos mostram que deve surgir outras variantes da Covid-19 no próximo ano.

"O que a gente ver hoje no mundo todo é uma desigualdade muito grande na vacinação. Essa possibilidade da gente ter uma imunidade de rebanho e da pandemia acabar é praticamente impossível à luz da ciência no momento atual", conta.

O médico salienta que, a pesar da população mundial estar com 45% das duas doses da vacina, deve se observar que os países mais pobres têm uma cobertura vacinal muito baixa.

"Esse diagnóstico por si só fala que é impossível que a imunidade de rebanho, que só pode ser oferecida através da vacina, não por outro motivo, ela só vai acontecer quando 80% ou mais da população estiver completamente vacinada", disse Brito.

O médico salienta que para a realização do Carnaval no próximo ano deve se levar em conta as possibilidades das variantes da Covid-19. "Mas a Ômicron causa uma preocupação muito maior porque a Ômicron se mostrou desde o início uma quantidade de mutação muito grande", detalha.

 

Neste ano, a celebração da padroeira do Brasil foi ofuscada pela presença indesejada da Covid-19, que superou a marca de 150 mil mortes no país. Em Pernambuco, o feriado desta segunda-feira (12) corresponde ao sétimo mês de circulação do vírus, ampliado no aumento diário de óbitos e contaminações. Apesar dos dados ainda preocupantes, parte da população ainda nega a gravidade da doença em defesa de convicções pessoais e resiste ao cumprimento das normas sanitárias.

“A morte se banalizou”, desaprova o sociólogo Wellthon Leal, que compara o sentimento coletivo de desprezo à conformidade social com a Corrupção e a Violência. Praias e ônibus lotados, e a interdição de pelo menos cinco bares, provam que os 8.441 óbitos e 153.144 infectados listados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), são considerados apenas uma estatística. “Enquanto o número não for nome, isso vai se elevar nas pessoas”, complementa o psicólogo Dino Rangel.

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Ideologia acima da Ciência

Na sua visão, ainda que prejudicial, o negacionismo representa uma tentativa de autoproteção, descrito por "um mecanismo de defesa que a pessoa cria para não se permitir flexibilizar a ideologia que ela tem”, aponta o psicólogo. A não compreensão da realidade é fruto do enraizamento dessas convicções, geralmente político-econômicas ou religiosas. “Vivem em função dos outros, das ideologias, dos dogmas, mas não vivem em função de si”, acrescentou, ao destacar que a consolidação desta recusa pode resultar no processo de autodesprezo.

Sem a distribuição de uma vacina ou medicamento comprovadamente eficaz, o respeito às regras contra à Covid-19 é a única forma de prevenção. Reforçar a higiene das mãos, evitar aglomerações e obedecer às indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) traduzem a esperança pela queda dos indicativos negativos.

Ante os negacionistas, a recuperação de 133.312 pacientes no Estado é comemorada pelos pernambucanos. A conquista é proveniente do atendimento de profissionais da saúde, que dividem esforços com pesquisadores na luta para minimizar os impactos da pandemia.  “A gente vive um momento político-social em que a Ciência tende a ser negada e questionada por pessoas que nunca estudaram ou tiveram processo crítico sobre a realidade”, adverte o sociólogo. 

O exemplo que deveria vir de cima

Essa falta de empatia e desvalorização do ser humano foi incentivada pela irresponsabilidade de influenciadores e figuras públicas, que subestimaram o vírus e usaram da popularidade para enfraquecer o isolamento social. “O processo de comportamento social tem muito a ver com a reprodutibilidade”, comenta Leal. 

Embora o governador Paulo Câmara tenha admitido a gravidade da pandemia desde o início, bem como os principais representantes políticos de Pernambuco, para o sociólogo, tal precaução - requisitada por especialistas - deveria ter sido uma regra para a classe gestora do país. “Se a gente tem figuras políticas e o alastramento muito grande desse comportamento, então é óbvio que a sociedade vai começar a reproduzir”, avaliou.

Toda a indiferença diante do aumento de vítimas foi reforçado pela redução de postos formais de trabalho, fechamento de empresas e suspeitas de desvio de recursos destinados ao enfrentamento da doença, como a recaiu sob a gestão do Recife na compra de respiradores. A necessidade de mover a economia pressionou a flexibilização precoce das atividades comerciais e obrigou os trabalhadores a se expor novamente ao risco. “Se elas são obrigadas a pegarem ônibus para ir trabalhar em um espaço apertado, elas também vão começar a se dispor a ir aos espaços de lazer e aglomerações da mesma maneira", entende o sociólogo.

Diante da expectativa de mais um feriado com espaços públicos lotados e novos flagras de irresponsabilidade, Leal lamenta a contrariedade entre economia e saúde pública, e assume a perspectiva social para reconsiderar a crítica aos negacionistas. "Por que aplicar a regra só no momento que o sistema quer que você se aglomere para gerar lucro e num momento de diversão você não vai levar isso em consideração?”, questionou.

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