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O projeto de lei elaborado pelo Palácio do Planalto e apresentado nesta terça-feira, 18, aos líderes da base aliada do governo sobre criação de novos municípios tem com um dos principais objetivos "enrijecer" os critérios para o surgimento de novas cidades aprovados pelos congressistas em outubro do ano passado.

Na noite desta terça, o Congresso deve se reunir para votar o veto feito pela presidente Dilma Rousseff à proposta ratificada pelos senadores e deputados que pode ocasionar a criação de pelo menos 363 novos municípios, segundo uma nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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O Broadcast Político teve acesso ao texto apresentado pelos integrantes do Palácio do Planalto aos líderes da base aliada. De acordo com técnicos envolvidos na discussão do tema no Congresso, a principal alteração está no artigo que trata das condições e pré-requisitos para a criação de um novo município.

O texto apresentado pelo governo diz que o Estudo de Viabilidade Municipal (EVM) deverá considerar população igual ou superior a 5 mil habitantes nas Regiões Norte e Centro-Oeste; 15 mil habitantes na Região Nordeste; 25 habitantes nas Regiões Sul e Sudeste.

O projeto aprovado pelos parlamentares não estabelece números fixos mas percentuais, o que para alguns consultores do Congresso leva em conta a possibilidade de crescimento da população. A proposta que foi a sanção define que a partir da média aritmética nacional, apurada com base da população dos municípios, o valor mínimo a ser considerado pelo EVM será: de 50% da média aritmética para as Regiões Norte e Centro-Oeste; 70% da média aritmética para região Nordeste e 100% da média aritmética para as Regiões Sul e Sudeste.

Temendo represálias dentro da própria base aliada, o Palácio do Planalto trabalha num plano B para garantir o veto integral da presidente Dilma Rousseff a projeto que facilita a criação de novos municípios. Este será um dos quatro vetos examinados pelo Congresso Nacional nesta terça-feira, 18.

O assunto foi discutido em reunião nesta segunda-feira, 17, entre o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP). A ideia é apresentar um projeto de lei alternativo, com critérios mais rigorosos na criação de municípios.

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"Ficou acertado que nós vamos trabalhar amanhã para que o veto seja mantido. Só que paralelamente está sendo feito um movimento para a elaboração de um novo projeto de lei onde nós teríamos um pouco mais de rigidez para a criação de novos municípios e teríamos também um direcionamento maior para uma possibilidade de criação de novos municípios mais na região Norte e Centro-oeste", afirmou Costa.

Segundo Costa, a tendência é "flexibilizar mais para o Norte, apertar um pouco para o Nordeste e apertar bem mais para o Sul e Sudeste". Nas regiões Norte e Centro-Oeste, explicou, há uma necessidade de desmembrar municípios por haver localidades gigantescas, "maiores até que alguns Estados da federação".

De acordo com o petista, o projeto não vai ser enviado pelo governo e sim a partir de uma discussão dentro do próprio Senado Federal, envolvendo parlamentares que participaram desse debate.

"Acredito que não será tão difícil manter (o veto) porque na verdade também há uma contra pressão na sociedade no sentido de acreditar que criar novos municípios não seria uma boa medida a ser adotada pelo Congresso. Mas eu creio que havendo uma garantia de que esse projeto terá um tratamento especial, tramitará rapidamente e não vai comprometer no essencial o desejo do projeto anterior eu acho que nós conseguimos sim (manter o veto)", comentou Costa.

O Palácio do Planalto vê com preocupação a análise de vetos presidenciais nesta terça-feira, 18, teme que o rancor do PMDB com os rumos da reforma ministerial transborde na votação e acredita que o cenário atual é "ruim para qualquer coisa", informou uma fonte ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Questionado sobre os riscos de a bancada do PMDB no Senado retaliar o Planalto, Costa respondeu: "A reforma ministerial não foi concluída, portanto ainda há muita discussão, muitas mudanças que podem ser feitas. Não há nenhuma definição última. O que se espera é que possamos ter o bom senso do Senado e da Câmara e escolher o caminho que seja melhor para o País."

O governo teme uma expansão expressiva no número de municípios, resultando em aumento de despesas com estruturas administrativas, o que poderia comprometer a "sustentabilidade fiscal" e a "estabilidade macroeconômica", conforme mensagem encaminhada por Dilma ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para justificar o veto.

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Guilherme Uchoa (PDT), afirmou que vai aguardar os estudos técnicos que serão realizados pelo Tribunal de Contas antes de instalar os processos de emancipação de distritos que estão tramitando naquela Casa. "A presidente do TCE, Teresa Duere, que é um órgão auxiliar da Assembleia, me comunicou que vai nos enviar pareceres sobre a viabilidade econômica desses distritos. Os estudos vão diagnosticar as condições de cada um", afirmou o parlamentar.

Uchoa afirmou também que não pretende criar nenhum obstáculo à criação de novos municípios, desde que os 31 distritos que pleiteiam a emancipação atendam aos requisitos contidos na Lei Complementar, aprovada pelo Senado na quinta-feira da semana passada, que devolve às Assembleias Legislativas a prerrogativa de criar, fundir e desmembrar municípios. A Lei já passou também na Câmara Federal mas ainda precisa da sanção da presidente Dilma Rousseff.

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No último dia 22, comissões pró emancipação de 11 distritos entregaram um abaixo-assinado à Comissão de Negócios Municipais da Assembleia Legislativa pedindo pressa na realização do "estudo de viabilidade", previsto na Lei, para que os plebiscitos sejam realizados junto com as eleições de 2014.

Subprefeituras - A presidente Teresa Duere fez um alerta à Assembleia Legislativa para que não aprove a emancipação de distritos que não têm auto-sustentabilidade. Segundo ela, se os deputados não forem muito rigorosos na apreciação dessa matéria corre-se o risco de transformar um município pobre em dois miseráveis, tal qual ocorreu com Inajá e Manari.

O segundo foi emancipado do primeiro, disse a conselheira, e ostentou até bem pouco o "nada honroso título" de município com o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.

Ela sugere a criação de "subprefeituras" nos distritos em vez de sua emancipação, pura e simples, o que implicaria gasto público com a construção de sedes para a prefeitura e a câmara municipal, além do pagamento dos agentes políticos.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

O Projeto de Lei Complementar nº 416/2008 de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), divide opiniões de políticos pernambucanos em diferentes esferas. A matéria trata da criação, fusão, desmembramento e incorporação de municípios e já foi aprovada na Câmara de Deputados Federais e deve ser avaliada do Senado. Se não houver alteração e for acatada, a proposta seguirá para sanção da presidente Dilma Rousseff (PT).

Em Pernambuco, o assunto recém-aprovado na Câmara Federal, divide opiniões de parlamentares. Corregionário do autor da proposta, o deputado Sílvio Costa Filho (PTB) não diz ser contra, mas sugere a criação de uma Comissão Especial na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para que a pauta não tenha conotação política. “Eu acho que a Alepe, depois de aprovada esta matéria, tem que ter muita responsabilidade para este tema porque de 1988 até 2000 foram criados mais de mais de 1400 municípios no Brasil e quase 60% desses, não têm a mínima viabilidade econômica. Ou seja, tem uma grande dependência do governo federal”, analisa.

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O petebista alerta para a importância de seriedade ao tratar do tema e comenta que existem na Alepe várias indicações para criação de novos municípios em Pernambuco. “hoje há mais de 20 propostas de criação de novos municípios, mas muitos são perceptíveis que não têm a mínima viabilidade de se tornar municípios. Não podemos eleitoralizar esse debate. A preocupação é que nós não podemos misturar a criação de novos municípios com a questão eleitoral”, avalia Costa. Ainda segundo o parlamentar, alguns deputados mostram uma conotação eleitoral para emancipar determinados Distritos. Ele defende também que haja um estudo de impacto econômico para averiguar cada caso e que o assunto só se intensifique após as eleições de 2014.

Questionada sobre o assunto, a vereadora da oposição, Priscila Krause (DEM), disse ter uma opinião radical sobre a pauta tanto para o Estado como para todas as localidades brasileiras. “Embora não seja da minha esfera de atuação, vejo como uma temeridade, porque os nossos municípios principalmente os menores, têm problemas muito grande e muito sério porque vivem do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e não têm capacidade nem condições próprias politicamente”, expõe.

Krause torce para que o Senado Federal não aprove o Projeto de Lei e diz que a provação da Câmara dos Deputados foi um erro. “Isso não é bom para a economia do país principalmente. O caminho não é esse. Cometeram um equívoco e eu espero que o Senado não aprove”, opinou.

Diferente da avaliação da democrata, o seu corregionário deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), apoia a iniciativa e afirmou ter votado favorável à proposta. “Primeiro eu acho que é uma regra constitucional que precisa ser cumprida desde 1994. Ela (a Lei) não é nova e trata não apenas da criação, mas também da fusão de novos municípios. Então, tem esse diferencial”, disse.

O democrata descreveu alguns critérios da proposta e afirmou que não haverá nenhuma “farra” na criação dos municípios. “Os critérios são muito mais rígidos do que no passado. Está condicionada ao número mínimo de eleitor e a receita gerada do próprio município, o que significa que não haverá nenhuma farra, nem dificuldade”, assegurou.

Perspectiva – Segundo Mendonça Filho a previsão é que o Projeto de Lei só esteja válido em 2015 ou em 2016. “Esse projeto vai ainda para o Senado e terá um longo caminho. Caso o Senado faça alguma alteração ele voltará para a Câmara, então eu acho que é pouco provável que antes de 2016 seja criado algum município”, comentou o parlamentar.

Com a aprovação do Congresso Nacional do Projeto de Lei que vai permitir a criação de cerca de 400 novos municípios. A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) deverá criar uma comissão especial para tratar do assunto.  No estado 16 distritos poderão se emancipar politicamente.

A proposta foi apresentada pelo deputado estadual, Silvio Costa Filho (PTB) e tentará estabelecer regras de incorporação, fusão, criação e desmembramento dos municípios. Segundo o parlamentar, a Casa Joaquim Nabuco precisa tratar o tema com responsabilidade.

Ao tomar conhecimento da proposição, o deputado Eriberto Medeiro (PTC) também informou que já tramita na Casa uma solicitação de audiência pública com o objetivo de discutir o assunto e propor a criação de uma comissão especial sobre o tema.

Com a aprovação do Congresso Nacional do Projeto de Lei que remete às Assembleias Estaduais criação de novos municípios, os deputados pernambucanos comentaram o assunto durante o expediente desta quarta-feira (5). A matéria agora segue para análise do senado antes de ser encaminhada para a sanção da presidenta, Dilma Rousseff (PT).

O parlamentar, Odacy Amorim (PT), comentou que esse resultado poderá ajudar no crescimento social e econômico de muitos distritos e que o surgimento de novos municípios não aumentará as despesas do estado.

O pastor deputado, Cleiton Collins (PSC), defendeu a emancipação do Distrito de Cavaleiros, que pertence ao município de Jaboatão dos Guararapes. Na ocasião ele argumentou que a localidade foi esquecida pelos últimos prefeitos.

Já Raimundo Pimentel (PSB) reforçou a necessidade de mobilizar vários estados e que distritos que já foram transformados em cidades ajudam ao desenvolvimento econômico de Pernambuco e citou como exemplo Lagoa Grande.

Os deputados Silvio Costa Filho (PTB) e Rodrigo Novaes (PSD) destacaram que os critérios para regulamentar a emancipação destes municípios precisam ser seguidos de forma rígida e que o tema precisar um debater mais amplos.

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Após dois adiamentos, a Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira (4) o Projeto de Lei Complementar que estabelece novas regras para a criação, o desmembramento e a fusão de municípios.

Inicialmente, o PLC 416/08 seria incluído na pauta logo após o encerramento da votação da MP dos Portos, o que ocorreu no  dia 16 de maio, mas como o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), esteve em missão oficial no exterior há duas semanas e houve um feriado na semana passada, a apreciação em plenário ficou para a sessão ordinária dessa terça.

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De acordo com o coordenador da Frente Parlamentar Mista de Apoio à Criação de Novos Municípios, deputado José Augusto Maia (PTB-PE), o texto que será votado é um substitutivo formulado por um grupo de trabalho formado por representantes dos ministérios das Cidades, do Planejamento, da Integração Nacional e da Fazenda.

Para Augusto Maia, a apreciação da matéria é mais do que necessária, já que em 1996 foi aprovada uma emenda constitucional que exigiu a aprovação de uma lei complementar para regulamentar o processo de criação das cidades. “De lá para cá, vários regiões de desenvolveram, se industrializaram, e alguns distritos ficaram maiores que a sede-mãe, mas continuaram proibidos de se tornarem cidades”, frisou.

O projeto exige estudo de viabilidade do município que se pretende criar, e submete sua criação à aprovação da população por meio de plebiscito, e à obediência de requisitos objetivos, como população e arrecadação mínimas. O PLC também confirma a validade de 57 cidades criadas de 1996 até 2007, e atende a uma recomendação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o texto da Constituição seja regulamentado.

De acordo com a Constituição, o PLC precisa ser aprovado por mais da metade dos deputados, ou seja, deve ter pelo menos 257 votos favoráveis.

FPE
Também está prevista a apreciação do Projeto de Lei Complementar 266/13, que define novas regras de divisão do Fundo de Participação dos Estados (FPE). No entanto, os líderes precisam aprovar requerimento de urgência para discutir a proposta.

No ano passado, foram distribuídos R$ 61,95 bilhões. A previsão para 2013 é de R$ 73,91 bilhões. O texto a ser analisado mantém os mesmos critérios até 2015. Já em 2016 e 2017, ficará garantido o mesmo montante recebido em 2015, mas haverá a atualização pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal índice de inflação, e metade da variação real do Produto Interno Bruto (PIB).

Outras matérias também estão na pauta, que deverá ser confirmada nesta terça, após a reunião de líderes partidários.

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