A oitava edição do festival Janela Internacional de Cinema do Recife inicia sua extensa programação no próximo dia 6 de novembro. Os realizadores Kleber Mendonça, Emilie Lesclaux e o coordenador do evento, Luís Fernando Moura, falaram à imprensa sobre os 10 dias de programação que se dividirão entre os cinemas da Fundação, no Derby, do Museu, em Casa Forte e São Luiz, no centro da cidade. Este último vem como carro chefe desta edição, pois o festival marca o início das projeções no novo equipamento digital adquirido pela sala. Os ingressos já podem ser comprados através do site Eventick.
Serão 118 filmes de 21 países que ilustram o panorama contemporâneo e de clássicos da sétima arte no mundo. Além deles, palestras, oficinas e convidados nacionais e estrangeiros que se encontrarão e discutirão junto ao público o cinema e o fazer cinematográfico. Também haverá, como de costume, as mostras competitivas de curtas (nacionais e internacionais); de longas - na qual produções brasileiras e estrangeiras competem juntas dialogando num mesmo nível de qualidade e com a participação do filme pernambucano Boi Neon, de Gabriel Mascaro (vencedor dos festivais de Veneza e do Rio deste ano), que abre a programação no dia 6 de novembro no São Luiz; mostras especiais e cineclubes.
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Cine São Luiz
Um dos grandes destaques desta edição do Janela é a programação a ser realizada no Cinema São Luiz. A sala está com equipamento novo - um projetor digital Barco 23B 4K com capacidade de apresentar filmes em 3D, um servidor digital e novos processadores e amplificadores de som para formato Dolby 7.1 - que garantirá uma padronização da qualidade técnica e a democratização da projeção de filmes no formato digital. Para Kleber Mendonça, cineasta e um dos realizadores do Janela, este é o início de uma nova fase para o São Luiz: "O cinema vai ter acesso aos filmes que antes não tinha, ele estava sendo asfixiado pelo próprio mercado. A equipe do São Luiz esperou muitos anos por isso", disse. Ele também salientou que o Recife é umas das poucas cidades a manter uma sala como a do São Luiz: "É um equipamento muito valioso, o São Luiz pertence a todos nós".
Outra atividade importante do Janela é a mostra Gothic: the dark heart of film (Gótico: o coração sombrio do cinema), que exibirá uma seleção do gênero Gótico Britânico. Serão sete cópias restauradas de filmes do gênero fantástico. A mostra é uma parceria entre o festival e o British Film Institute (BFI), com apoio do British Council. Além disso, o festival vai debater o cinema de rua, os espaços de convívio nas cidades e os filmes feitos na rua com o programa Cinema de Rua.
Também haverá espaço para a produção originada a partir de movimentos e mobilizações sociais: o programa Ocupe Estelita: filmes de Ação vai exibir um apanhado de produções pernambucanas dos últimos cinco anos que usam o audiovisual como ferramenta de reação política. "É um cinema muito raivoso que tenta mudar algo tomando diversos caminhos. São filmes feitos com quase nenhum orçamento, mas que precisam ser feitos", afirmou o coordenador do festival, Luís fernando Moura. A programação completa pode ser conferida no site do Janela Interncaional de Cinema.
Clássicos
Ainda dentro da temática do cinema de rua, a sexta edição do Clássicos do Janela traz uma seleção de 11 filmes em cópias novas no formato DCP (Digital Cinema Packing). entre os títulos estão A pequena loja de Horrores (1986), de Frank Oz; Um lobisomem americano em Londres (1981), de John Landis; Jackie Brown (1997), de Quentin Tarantino e Intriga Internacional (1959), de Alfred Hitchcock.
Atividades Formativas
O Janela Internacional de Cinema do Recife também aposta nas ações formativas dentro de sua programação. Este ano serão duas oficinas com aulas realizadas no Portomídia, no Bairro do Recife. A mestre em efeitos visuais caroline Pires, radicada em Londres, ministra atividade sobre efeitos visuais. O foco serão as ferramentas atuais para propor soluções no processo de criação de filmes de baixo orçamento. A vinda de Caroline também é fruto da parceria com o BFI. As aulas serão entre nos dias 12 e 13 de novembro e são gratuitas.
Já a Oficina Super 8, com Ivan Cordeiro e os produtores Phil e Rhonda Vigeant (Los Angeles, EUA), celebra os 50 anos do formato. Na ementa, estão aulas teóricas sobre elementos básicos para trabalhar com filmes deste formato, tais como funções básicas da câmera e tipos de filmes existentes no mercado. A oficina conta com apoio da Kodak e terá o custo de R$ 120. As inscrições para ambas estão abertas até o dia 2 de novembro e podem ser feitas no site do festival.
Serviço
VIII Janela Internacional de Cinema do Recife
de 6 a 15 de novembro
Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 174 - Boa Vista)
R$ 4 e R$ 2
Cinema da Fundação (Rua Henrique Diasm 609 - Derby)
R$ 5
Cinema do Museu (Av. 17 de Agosto, 2187 - casa Forte)
R$ 7
Portomídia (Rua do Apolo 181 - Bairro do Recife)