Preocupações com um aperto de liquidez pelo governo da China limitam nesta quinta-feira, 24, a reação dos investidores à alta do PMI industrial chinês acima do esperado em setembro. Além disso, na semana que vem haverá reunião de política monetária do Fed na terça, 29, e quarta-feira, 30, e estaria programada no Brasil por um grande banco uma saída forte, possivelmente pela conta financeiro e no dia 29.
Diante disso, os agentes de câmbio no Brasil tendem a manter certa cautela. Mas esses profissionais já devem contabilizar na abertura da sessão em instantes a emissão externa do Tesouro ontem, de US$ 3,2 bilhões, que apesar de não passar pelo mercado e ter tido uma taxa de retorno mais alta, poderá favorecer novas emissões corporativas.
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A rolagem até agora parcial do vencimento de swap cambial de 1º de novembro e a realização hoje da terceira tranche programada deste certame também estão na conta do mercado e podem ajudar a dar sustentação à taxa de câmbio, disse o gerente de câmbio de uma corretora, destacando que a não rolagem total já está prevista pelo mercado. Na prática, a rolagem parcial representa retirada de recursos do mercado, o que pode dar suporte ao dólar, comentou o mesmo operador.
O dólar à vista abriu em alta, a R$ 2,200 (+0,50%) no balcão. Às 9h27, a moeda registrou uma mínima, a R$ 2,1990 (+0,46%) no balcão. No mercado futuro, às 9h27, o dólar para novembro de 2013 subia 0,23%, a R$ 2,2010. Esse vencimento oscilou até agora de R$ 2,1965 (+0,02%) a R$ 2,2065 (+0,48%), após abrir a R$ 2,1980 (+0,09%).
O ajuste positivo inicial da moeda norte-americana contrasta com o desempenho quase "lateral" registrado no exterior. A forte agenda diária de indicadores dos EUA deve dar um rumo mais claro aos negócios lá fora, disse o mesmo operador já citado. Ele destacou mais cedo que o mercado tenderia a ajustar na abertura a taxa de câmbio ao fechamento de ontem, quando o dólar à vista fechou a R$ 2,1890, enquanto o dólar para novembro terminou mais alto, a R$ 2,1960.
O calendário norte-americano prevê divulgações de dados sobre pedidos de auxílio-desemprego na semana até 19 de outubro (a expectativa é de 340 mil pedidos) e do saldo comercial do país em agosto (previsão de déficit de US$ 39,4 bilhões). A Markit anuncia o Índice preliminar de atividade dos gerentes de compras (PMI) industrial de outubro (em setembro ficou em 52,8); o Departamento de Comércio anuncia as vendas de moradias novas em setembro (média anualizada), cuja estimativa é de 430 mil unidades (+2,1%); e, às 13 horas, o Fed de Kansas City informa o Índice de atividade industrial regional de Outubro.
No Brasil, na quarta-feira, 23, o governo brasileiro captou no mercado internacional US$ 3,2 bilhões em títulos com vencimento em 2025. Embora o valor vendido tenha sido maior dos que os US$ 2 bilhões esperados, o Tesouro pagou mais para vender seus papéis. A taxa de retorno ao investidor de 4,305% foi a maior desde julho de 2010, com custo maior para o governo. O spread do papel também ficou mais salgado, em 180 pontos-base acima dos títulos americanos, o maior valor desde maio de 2009. A demanda dos investidores superou US$ 7 bilhões.
Na terceira tranche de rolagem de swap cambial hoje às 14h30, o Banco Central ofertará mais US$ 1 bilhão, totalizando US$ 3 bilhões. Esse lote representa 33,7% dos vencimentos no valor de US$ 8,9 bilhões previstos para o dia 1º de novembro. Dessa oferta, US$ 2 bilhões foram vendidos na terça-feira, 22, e na quarta-feira, 23, por meio de 40 mil Contratos.
Na China, O resultado preliminar do índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa medido pelo HSBC avançou para 50,9 em outubro, em comparação com 50,2 em setembro. Já o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) vai retirar 58 bilhões de yuans (US$ 9,5 bilhões) líquidos do sistema bancário do país nesta semana, depois de interromper suas operações regulares de mercado aberto pela segunda semana consecutiva. O PBoC não fará operações com seus acordos de recompra de títulos nesta quinta-feira, disseram operadores.