Tópicos | População Indígena

Foi iniciada nesta quinta-feira (13) a força-tarefa para vacinar mais de 8 mil indígenas que vivem em áreas de difícil acesso. A ação começará pelo município de São Gabriel da Cachoeira (AM), na região do Alto Rio Negro. As equipes irão percorrer 11 aldeias pelo período de 20 dias.

Chamada Operação Gota 2023, é uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Defesa e deve durar até outubro, com imunização de comunidades do Médio Rio Solimões e Afluentes, Vale do Javari, Alto Rio Juruá, Alto Rio Purus, Amapá, norte do Pará e Médio Rio Purus.

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De acordo com o Ministério da Saúde, as áreas foram selecionadas a partir dos seguintes critérios: sem acesso por rodovia ou hidrovia, mais de cinco dias de viagem para chegar ao local, área sem visitação ou entrada por mais de seis meses no ano, barreiras geográficas e região de floresta que exige permanência de um profissional por mais de quatro dias sem comunicação.

“Retomar as altas coberturas vacinais é prioridade do Ministério da Saúde e as ações em territórios indígenas tem o objetivo de recuperar os índices vacinais de todas os imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação que sofreram queda nos últimos anos. Desde fevereiro, o Ministério da Saúde está unindo o Brasil no Movimento Nacional pela Vacinação, que começou pelo reforço da imunização contra a Covid-19”, aponta nota da pasta. 

As comunidades indígenas serão vacinadas contra diversas doenças, entre elas covid-19 e influenza. No total, conforme o ministério, serão utilizadas aproximadamente 11 mil doses de mais de 20 tipos de imunobiológicos.

A estratégia é levar ainda vacinação para populações ribeirinhas e quilombolas.

Para o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é alvo de uma perseguição que tem contribuído para a imagem negativa do país no exterior. Por meio de videoconferência com veículos da imprensa internacional, Mourão defendeu o líder do Executivo dizendo que Bolsonaro não compactua com o extermínio dos povos indígenas e não deve ser comparado com ditadores.

A Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), aponta que mais de 17 mil índios foram contaminados pela Covid-19 e 544 deles morreram. Além disso, o Brasil já chega na marca dos 95 mil mortos pelo novo coronavírus e 2.750.318 infectados. É diante desses números que o vice-presidente resolveu reunir a imprensa para defender a forma que o presidente da República está combatendo a pandemia.

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"O país apresenta 1,7 milhão de curados, o índice de óbitos baixou de 8% para 4%, o país está agindo de acordo com todos os protocolos, embora só se fale da cloroquina e da hidroxicloroquina", explica Mourão.

O vice-presidente destacou as questões indígenas por conta da imagem negativa que o mundo tem da relação do governo brasileiro com esses povos e os quilombolas. Bolsonaro, inclusive, chegou a ser alvo de uma acusação formal de genocídio desses povos.

Sobre isso, Mourão retrucou: "Genocídio? Genocídio fez Hitler com os judeus, os turcos, com os armênios, fez Ruanda nos anos 1990, fez o Stalin na União Soviética. Há um compromisso do governo com a proteção dessas populações, de acordo com a Constituição", assegura o vice-presidente. Além disso, ele insiste que o combate ao novo coronavírus é diferente de país para país.

A Universidade de Brasília (UnB) realiza vestibular em Baía da Traição, litoral da Paraíba, para estudantes que se autodeclaram indígenas. As inscrições começaram na última segunda-feira (31) e podem ser realizadas até às 18h do dia 31 de agosto. Estão sendo oferecidas 72 vagas em 17 cursos de graduação que serão disponibilizados gratuitamente em três campi da UnB. O processo seletivo é uma parceira da UnB com a Fundação Nacional do Índio (Funai).

As vagas destina-se ao ingresso nos dois semestres de 2018. Os cursos são para as áreas de Administração, Ciência Política, Ciências Sociais, Comunicação Organizacional, Direito, Enfermagem, Engenharia Florestal, Fisioterapia, Gestão Ambiental, Gestão do Agronegócio, Jornalismo, Licenciatura em Ciências Naturais, Medicina, Nutrição, Psicologia, Saúde Coletiva e Serviço Social.

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Os interessados devem efetuar a inscrição pelo site do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe). O processo seletivo será dividido em duas etapas (prova objetiva e redação) que serão aplicadas no dia 28 de outubro, e através de avaliação dos documentos e uma entrevista com os candidatos. Os conteúdos exigidos nas provas objetivas serão das disciplinas de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Física, Geografia e História.

A seleção também será realizada nas cidades de Águas Belas (PE), Brasília (DF), Cruzeiro do Sul (AC), Lábrea (AM), Macapá (AP) e Manaus (AM). Para mais informações entrar em contato pelo telefone (61) 3448-0100.

Confira o edital.

Quatro em cada dez índios brasileiros vivem fora das terras indígenas reconhecidas pelo governo, apontam dados do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O País tem 896,9 mil índios (0,47% da população brasileira) divididos em 305 etnias e que falam 274 línguas diferentes. O resultado surpreendeu os técnicos do IBGE, que partiram de informações preliminares da existência de 220 a 225 etnias e 180 línguas.

Pela primeira vez, o IBGE fez o raio x do território indígena. Quase 380 mil índios (42,3% do total) vivem fora de terras próprias e 517,3 mil (57,7%) ocupam as 505 terras demarcadas, equivalentes a 12,5% do território brasileiro. Foram pesquisadas as terras regularizadas até dezembro de 2010.

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Em metodologia diferente dos demais Censos, o IBGE levou em conta não apenas a população que se declarou indígena ao responder o quesito sobre cor ou raça, mas contou também aqueles que se consideram indígenas, mesmo que tenham se declarado brancos, negros, pardos ou amarelos.

O Censo encontrou 78,9 mil indígenas não declarados, que se somam aos 817,9 mil encontrados na pesquisa de raça. A soma dos indígenas declarados e não declarados inicia uma nova série histórica do Censo. Em 2000, foram contabilizados apenas os que declararam raça indígena. Eram 734,1 mil. A população de raça indígena cresceu na década 11,4%, proporção menor do que o total da população brasileira, que aumentou 12,2% entre 2000 e 2010.

"Para muitos indígenas, cor ou raça é uma classificação dos brancos. Eles podem responder que são pardos, por exemplo, mas se considerarem indígenas. Você pode perguntar qual é raça e ele responder 'xavante' e não indígena ou amarelo ou branco", diz a pesquisadora do IBGE Nilza Pereira. Esses quase 80 mil que se consideram mas não se declaram índios responderam ser pardos, na maioria (67,5%). Pouco mais de 22% se disseram brancos.

As terras indígenas somam 567,5 mil habitantes, mas 30,6 mil (5,4%) deles não se declaram nem se consideram índios. Segundo técnicos do IBGE, essa ocupação nem sempre é conflituosa. Em muitos casos, os habitantes não-indígenas são pessoas que se casaram com índios e passaram a morar nas áreas demarcadas ou pesquisadores, agentes de saúde, de assistência social, das Forças Armadas e outros profissionais que vivem nas terras indígenas sozinhos ou com suas famílias. Há casos que chamam atenção, como da terra indígena Fulni-Ô, em Pernambuco (município de Águas Belas, no sertão), em que 18,6 mil dos 23,8 mil habitantes são não-indígenas. A localidade, no entanto, luta pela preservação de sua cultura e é uma das raríssimas etnias nordestinas que manteve a língua original.

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