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No Rio de Janeiro, onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) construiu sua carreira política, o público que compareceu ao ato deste domingo, 26, a favor de seu governo ocupou 800 metros da pista mais perto da praia da avenida Atlântica, em Copacabana (zona sul). Embora as principais pautas fossem quase unânimes - a aprovação do pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, a aprovação da reforma da Previdência e o apoio irrestrito ao presidente -, havia uma profusão de pautas divergentes - muita gente pedia o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, outros exigiam intervenção militar imediata, o fim do exame nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até a renovação da frota de ônibus municipais de Duque de Caxias (Baixada Fluminense).

Nem a Polícia Militar nem participantes do ato divulgaram alguma estimativa de público. A imensa maioria dos participantes usava camisas verde e amarelas, algumas personalizadas com frases de apoio a Bolsonaro ou a Moro. Embora políticos do PSL, como a deputada estadual Alana Passos, tenham comparecido e discursado, todos ressaltaram que estavam presentes como "cidadãos" e não como políticos.

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Olavo de Carvalho

A maior concentração de público ocorreu ao redor do caminhão de som do Movimento Brasil Conservador, cujos integrantes fizeram homenagens ao ideólogo Olavo de Carvalho e executaram o Hino Nacional pelo menos 11 vezes. "Viva Sergio Moro, viva Damares (Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). Esse é o primeiro governo em que o povo sabe o nome dos ministros", discursou um dos líderes do grupo, emendando o coro "Ão, ão, ão, Olavo tem razão".

A reportagem contou nove caminhões de som, a maioria concentrada ao longo de 400 metros ao redor do Posto 5. Devido à proximidade entre os veículos, alguns discursos divergentes eram feitos lado a lado. Enquanto um empresário de Itaguaí mandava "um recado ao pessoal de (Ciências) Humanas: a guerra fria acabou", no carro de som vizinho um homem que se apresentou como militar paraquedista gritava que "(o presidente da Câmara dos Deputados) Rodrigo Maia (DEM-RJ) é comunista".

Embora não tenham faltado cartazes e faixas pedindo o fechamento do Congresso Nacional, Maia foi individualmente o deputado mais criticado. Até um boneco gigante do parlamentar, anunciado como "o Judas do 17", referência ao número do PSL, partido de Bolsonaro, foi inflado e exposto na orla, ao lado de um "pixuleco", como ficou conhecido o boneco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trajado como presidiário. "Maia é o traidor desse governo", afirmou o administrador Ronaldo Magalhães, de 37 anos, autor da ideia de confeccionar o boneco do parlamentar.

Em um carro de som levado à manifestação por empresários e políticos de Itaguaí, um banner anunciava que Maia "nem brasileiro é". Ele nasceu no Chile, em 1970, porque seu pai, o ex-prefeito e atual vereador do Rio César Maia (DEM), estava exilado naquele país. O Brasil vivia a ditadura militar (1964-1985). Maia foi registrado na embaixada do Brasil em Santiago, o que lhe garante a condição de brasileiro nato. "Rodrigo Maia nos traiu, tem que sair imediatamente. Temos que colocar (na presidência da Câmara) alguém identificado com as pautas deste governo, não alguém que só quer atrapalhar", afirmou o empresário Donizete Pereira, de 50 anos.

O clamor pelo fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal era intenso. Um carro de som exibia faixas pedindo "intervenção militar já". "A ditadura é que era boa, não tinha pobreza, não tinha favela nem esse monte de pivetes na rua", garantiu a dona de casa Margarida, de 70 anos, que se deixou filmar e fotografar, mas não quis contar o sobrenome.

Dias após dizer que não participaria das manifestações em seu favor neste domingo (26), o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para divulgar os atos que acontecem ao redor do Brasil.

A conta do presidente trouxe três vídeos de manifestantes nas cidades do Rio de Janeiro, em São Luís, no Maranhão, e em Juiz de Fora, no interior de Minas, onde foi alvo de uma facada ainda durante a campanha presidencial.

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No vídeo em Juiz de Fora, os manifestantes pedem a aprovação da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro Sergio Moro. Também houve espaço para provocação a adversários políticos. "O choro é livre, o Lula não". No Maranhão, o grupo cantava "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". No Rio, gritavam: "a nossa bandeira jamais será vermelha".

O presidente foi aconselhado por aliados a não participar dos atos e também orientou ministros a não aderirem. As mensagens foram postadas em sua rede social enquanto ele estava em um culto no Rio de Janeiro.

Neste domingo (26), grupos favoráveis ao governo de Jair Bolsonaro (PSL) saem às ruas para demonstrar o apoio ao governo. Já há registro de atos em Brasília, Rio de Janeiro e Belém (PA), confira na galeria de imagens: 

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Em discurso na Avenida Paulista, o ministro-chefe da Casa Civil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que aceitou o cargo no governo Dilma para ajudar o Brasil. "Faltam dois anos e dez meses para a companheira Dilma encerrar o governo. É tempo suficiente para virar a história desse País e fazer o povo voltar a ser feliz, para gerar mais emprego e mais salário", afirmou.

Lula disse também que quer trabalhar para que possa sentar-se junto daqueles que "têm ódio da gente". "Temos que convencer essas pessoas que democracia é acatar o voto da maioria do povo brasileiro", afirmou.

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O ministro contou que, em uma conversa com Dilma Rousseff nesta semana, pediu à presidente para que ela sorria dez vezes por dia e que não fique mal humorada para governar. "É humanamente impossível governar com tranquilidade com a quantidade de desgraça, de provocações e de notícia negativa que ela vê todo dia", afirmou.

"A gente merece paz e a esperança para provar que o esse País vai sobreviver e vai voltar a crescer", disse. Afirmou também que é preciso recuperar a autoestima do povo brasileiro. "Esse País tem o povo mais extraordinário do mundo", disse.

No fim de seu discurso, Lula pediu aos manifestantes para que não aceitem provocações ao voltar para casa. "Quem quiser ficar com raiva que morda o próprio dedo", afirmou.

Encerramento

Foi encerrado há pouco o ato em defesa do governo de Dilma Rousseff, na Av. Paulista. O término foi anunciado por volta das 21h por lideranças dos movimentos sociais e sindicais, em palanque montado em caminhão posicionado em frente ao parque Trianon. Com isso, os milhares de manifestantes que foram ao local começam a se dispersar.

Segundo os organizadores, cerca de 380 mil pessoas foram ao ato. A Polícia Militar de São Paulo estima em 80 mil pessoas. O ato, que começou por volta das 16h, contou com a presença do ex-presidente e ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou às 19h, discursou e foi embora às 20h.

O ministro-chefe da Casa Civil, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou na noite desta sexta-feira, 18, seu discurso para a multidão que tomou a avenida Paulista em São Paulo. Lula afirmou que perdeu "várias eleições", mas em nenhum momento foi "para rua protestar contra quem ganhou", afirmou, destacando que "tem gente neste País que fala em democracia da boca para fora".

"Faz um ano e três meses que eles (a oposição) estão atrapalhando a presidente Dilma a governar", diz Lula. "Tentar antecipar eleições é um golpe contra a Dilma. Lutamos para conquistar a democracia e não vamos aceitar", afirmou e, em seguida, entoou o grito de ordem "Não vai ter golpe" junto com os manifestantes. "Nós lutamos para derrubar o regime militar e não vamos aceitar golpe", disse.

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Lula afirmou que os manifestantes que estão na Paulista na noite dessa sexta-feira "são aqueles que produzem o pão de cada dia do brasileiro" e que "sabem o que é subir um degrau na vida". "As pessoas que estão aqui sabem o que é para um jovem sem esperança fazer um curso técnico", afirmou.

Ao finalizar o discurso, Lula pediu para os manifestantes pró-governo não aceitarem provocações, a fim de evitar confrontos. "Tem gente que prega a violência contra nós todo dia", disse.

Lula deixou o local cercado de seguranças. Também participaram do ato o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.

Antes do discurso de Lula, Haddad afirmou que o ato de hoje não é em defesa de um governo, de um partido, de um homem ou de uma mulher. "É um ato em defesa da democracia, independentemente da sua orientação ideológica", disse.

O ex-presidente e ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou na noite desta sexta-feira, 18, ao ato a favor do governo de Dilma Rousseff na avenida Paulista, em São Paulo. A chegada do ex-presidente causou tumulto. Lula subiu a Alameda Casa Branca de carro até perto da Paulista.

Cerca de 380 mil pessoas presentes, segundo os organizadores, vão ouvir o discurso de Lula, que falará logo mais em cima de um caminhão posicionado em frente ao parque Trianon.

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Cercado de seguranças, Lula foi ovacionado pelas pessoas com gritos de "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula". Também estão presença o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de São Paulo, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha. Em discurso em frente ao Masp, o presidente do PT chamou o ex-presidente Lula de "ministro da esperança".

A assessoria de imprensa do Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) rechaçou a afirmação de Padilha de que os manifestantes de domingo pró-impeachment tiveram acesso a metrô gratuito.

Diante dos ânimos arrefecidos no cenário político nacional, militantes vão às ruas do Recife, nesta sexta-feira (18), para defender o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ministro-chefe da Casa Civil e a democracia. O ato é organizado pelo PT de Pernambuco e a Frente Brasil Popular, que reúne entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento Sem Terra (MST), além do PCdoB. 

A concentração da passeata será a partir das 15h, na Praça do Derby, área central do Recife. De lá, os militantes pretendem seguir pelas Avenidas Governador Carlos de Lima Cavalcanti, Conde da Boa Vista e Guararapes até chegar a Praça da Independência. O ato incialmente estava marcado para acontecer em Brasília Teimosa, na zona sul da capital pernambucana, no entanto, por conta da logística, o local foi alterado. 

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Apesar da tensão instalada no país, o pedido dos que apoiam o governo é de paz. “Estamos pedindo prudência aos militantes, para que eles não aceitem provocações. Está acontecendo um processo de ódio e intolerância muito grande no país, mas quem enfrentou a ditadura não vai se submeter a estes ataques. Não vamos ser coagidos de maneira nenhuma. Sabemos que o que está em jogo não é à saída de Dilma ou um ‘orquestramento’ contra Lula, mas um ataque as nossas conquistas instaladas durante o governo do PT. Vamos, de forma tranquila, defender a nossa pauta”, frisou o presidente da CUT-PE, Carlos Veras (PT). 

Além das bandeiras de defesa, os militantes vão criticar a atuação do juiz Sérgio Moro diante da condução da Lava Jato. “Está evidente a tentativa, que se arrasta há um ano e meio, de tentar desrespeitar o voto soberano e legitimo de 2014. Não só para tirar a presidenta, mas para mudar um modelo de país. Há um condomínio – formado por Eduardo Cunha, o PSDB, Sérgio Moro e alguns procurados”, cravou o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro. “Não aceitamos que manipulem as investigações da corrupção para fatos políticos, isso já está ficando muito evidente”, acrescentou.

Segundo a organização, a expectativa é de que 50 mil pessoas participem da manifestação. O Bloco Carnavalesco Eu Acho É Pouco também divulgou apoio e vai participar da mobilização. 

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