Após ser baleado nesta quarta-feira (19) durante um motim de policiais em Sobral, no interior do Ceará, o senador Cid Gomes está estável e não sofre risco de morte, segundo divulgado pelo Hospital do Coração. Cid está em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem previsão de alta, e se encontra "lúcido e respirando sem auxílio de aparelhos. Ele apresenta "boa evolução clínica" e já realizou tomografia na Santa Casa de Sobral, informou o boletim médico.
Segundo o irmão de Cid, o ex-governador Ciro Gomes, afirmou em uma rede social que o senador licenciado "não corre risco de morte", foi atingido por "dois tiros de arma de fogo" e que os disparos "não atingiram órgãos vitais apesar de terem mirado seu peito esquerdo".
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Cid foi baleado ontem (19) em Sobral, no interior do Ceará, durante um protesto de policiais militares, enquanto dirigia uma retroescavadeira para tentar furar o bloqueio dos agentes que protestam contra a proposta de reestruturação salarial feita pelo governo. O caso provocou uma troca de farpas entre um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro e o irmão do senador, Ciro Gomes.
Em sua conta na rede social, o deputado federal Eduardo Bolsonaro disse que Cid teve uma "atitude insensata" ao tentar invadir o batalhão da PM. "[Ele] Tenta invadir o batalhão com uma retroescavadeira e é alvejado com um projétil de borracha. É inacreditável que um Senador da República lance mão de uma atitude insensata como essa, expondo militares e familiares a um risco desnecessário em um momento já delicado", escreveu.
A declaração, no entanto, foi rebatida pelo ex-candidato à Presidência Ciro Gomes. "Deputado Eduardo Bolsonaro, será necessário que nos matem mesmo antes de permitirmos que milícias controlem o Estado do Ceará como os canalhas de sua família fizeram com o Rio de Janeiro".
Eduardo, por sua vez, retrucou o comentário do pedetista, ressaltando que "nem 4 horas que o irmão foi alvejado após tentar atropelar dezenas de policiais, mulheres e crianças com uma retroescavadeira, e o coroné já usa o caso para fazer política. Talvez porque, a essa altura, só assim consegue ter relevância. Patético".
A polêmica também contou com a manifestação do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, que afirmou que "o que mata não são armas de fogo legais, mas a pessoa que está disposta a cometer o crime, seja com que ferramenta for". "Democraticamente estou desarmado, mas vou passar com um trator em cima de você. Aceite, ou senão é ditadura!", acrescentou.
Após o episódio envolvendo o senador, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, atendeu o pedido do governador do estado, Camilo Santana, e autorizou o envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Ceará. No documento, Moro disse ter recebido informações "sobre movimento paredista da polícia do estado" e um pedido para enviar a "Força Nacional de Segurança Pública para colaborar com as forças de seguranças estaduais na garantia da lei e da ordem".
Foto: Reprodução/Twitter
Da Ansa