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O juiz Cid Peixoto do Amaral Neto, da 3ª Vara Cível de Fortaleza, suspendeu, na sexta-feira (10), a intervenção do comando nacional do PDT no diretório estadual da legenda no Ceará. A decisão liminar devolve o comando do diretório ao senador Cid Gomes, em mais um episódio da disputa interna entre os irmãos Cid e Ciro Gomes.

Na decisão, o magistrado suspende a intervenção e o processo ético-disciplinar abertos contra Cid Gomes dentro do partido. A intervenção havia sido determinada pela executiva do partido depois de uma reunião acalorada que contou com bate-boca e troca de ofensas entre os irmãos Ferreira Gomes.

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"Defiro parcialmente o pedido de tutela de urgência e determino a imediata suspensão do Processo Ético-Disciplinar nº 006/2023 (do PDT nacional contra Cid Gomes), bem como da intervenção aprovada na reunião da Executiva Nacional, realizada em 27 de outubro de 2023", diz o juiz na decisão.

Procurados pelo Estadão, Cid Gomes e André Figueiredo não se manifestaram até a publicação deste texto.

O comando da sigla no Ceará é estratégico para construir alianças de olho nas eleições municipais de 2024. Os ânimos se acirram, principalmente, com a disputa por Fortaleza. Aliado do prefeito José Sarto (PDT), Figueiredo defende a sua reeleição, enquanto outros consideram alternativas.

Em junho, Cid Gomes e André Figueiredo selaram um acordo de paz, com o deputado pedindo licença do cargo e entregando provisoriamente a função ao senador até novembro. O acordo não chegou ao fim após novos desentendimentos. Um deles envolveu o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PDT), que vinha se colocando como opção para as eleições na capital.

Em agosto, sob o comando de Cid Gomes, o diretório estadual entregou uma carta de anuência para que Leitão pudesse deixar a sigla sem perder o mandato. A validade do documento foi contestada pela executiva nacional do PDT.

O presidente nacional do PDT, André Figueiredo, afirmou em entrevista ao portal CN7 que abrirá um processo de expulsão contra Cid.

"Vamos denunciar os ditames ditatoriais da Justiça do Ceará ao CNJ, na segunda. Faz os caprichos de um político, que se acha poderoso. E, agora, vamos abrir processo de expulsão contra o senador Cid Gomes. Não íamos fazer isso. Agora, nós vamos", disse.

O senador Cid Gomes e o presidente nacional em exercício do PDT, o deputado federal André Figueiredo, selaram um acordo nesta sexta-feira (7) para pôr fim às disputas pelo comando do partido no Ceará, berço político do clã Ferreira Gomes.

Figueiredo se licenciou da presidência estadual até dezembro, e Cid assume o posto com o objetivo de construir alianças para a disputa das eleições municipais em 2024. Irmão de Cid, o ex-governador Ciro Gomes defendia a permanência de Figueiredo no cargo.

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As divergências entre Cid e Ciro se acentuaram nas eleições de 2022. Pela primeira vez em 16 anos, a aliança entre PT e PDT foi desfeita no Estado.

"Que se estanque todo tipo de sangramento que desde o ano passado nós todos do PDT vínhamos sofrendo", disse Figueiredo, em ato na Assembleia Legislativa do Ceará. Ele acumulava a função de presidente do diretório estadual e nacional desde que Carlos Lupi se licenciou para assumir o cargo de ministro da Previdência Social no governo Lula.

Lupi viajou ao Ceará para intermediar as negociações. Cid Gomes reuniu o apoio de integrantes do diretório estadual e convocou uma reunião para assumir o comando da sigla. A executiva nacional, por sua vez, tentou intervir no diretório.

Cid disse que o acordo com Figueiredo era necessário para tranquilizar os filiados que disputarão as eleições municipais em 2024. Segundo ele, o trabalho agora é de formar alianças. Ele destacou a necessidade de se avaliar as especificidades de cada localidade, especialmente no Estado, onde possuem conexões históricas com partidos não tão alinhados ideologicamente. Mas disse que é natural que se tenha mais alianças com partidos mais próximos e citou Rede, PSB e PT.

Em 2022, ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio foi escolhido candidato ao governo com o apoio de Ciro Gomes. O ex-governador Camilo Santana (PT) defendia a indicação da governadora Izolda Cela (PDT), que havia sido sua vice. O PT, porém, decidiu lançar candidato próprio, Elmano de Freitas, que foi eleito. Cid se manteve neutro na disputa.

Nesta sexta, Cid falou que existem "algumas visões diferentes dentro do partido". Classificou o momento como "natural do princípio da democracia e do princípio partidário".

Para 2024, Cid não se apõem a alianças com o PT. Ciro, porém, defende que o PDT tenha candidato próprio na disputa pela prefeitura de Fortaleza.

A disputa política entre o senador Cid Gomes e o ex-ministro Ciro Gomes, candidato à Presidência em 2022, pelo comando no PDT ganha novos contornos com ameaças de punições por infidelidade partidária, tentativa de intervenção da Executiva Nacional no diretório da sigla no Ceará - berço político do clã Ferreira Gomes - e ressentimentos expostos publicamente.

O racha entre os irmãos Gomes se arrasta desde a campanha eleitoral do ano passado, quando Cid decidiu apoiar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de um nome do PDT alinhado aos petistas para o governo do Ceará. A divisão se aprofundou.

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Nesta segunda-feira (3), a Executiva Nacional do partido decidiu, por unanimidade (7 a 0), "evocar as competências da executiva estadual no Ceará para a executiva nacional". Na prática, o grupo do atual presidente interino do partido, deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), que é ligado a Ciro, tenta manter o comando do partido ao controlar o diretório cearense.

"O termo não é intervenção. Tendo em vista que o os ânimos estão extremamente acirrados, inclusive com a convocação de uma reunião do diretório para destituir a executiva que tem mandato até 31 de dezembro, a direção nacional do partido chamou uma reunião, com a participação de praticamente todos os seus integrantes, para fazer uma evocação dos poderes da direção estadual para a direção nacional. É uma forma de tentar reduzir todos os danos que estão sendo causados ao partido por conta dessas divisões", afirmou André Figueiredo ao Estadão.

O controle da legenda no Ceará é ameaçado pelo grupo do senador Cid Gomes. Amparado por 52 dos 84 integrantes da Executiva Estadual, Cid convocou uma reunião para sexta-feira (7) na tentativa de assumir o controle do partido. O senador não reconhece a decisão tomada pela Executiva Nacional e diz que fará a "reunião na calçada", caso seja barrado de entrar na sede do PDT.

"A meu juízo, a decisão não promove intervenção no diretório estadual, porque o artigo 67 (usado como base da decisão da Executiva Nacional do PDT) trata da possibilidade de a Nacional avocar processos éticos disciplinares. Simplesmente, não se aplica ao caso. Eu disse isso lá: 'Rapaz, se vocês têm alguma intenção diferente da evocação de um processo ético e disciplinar, que é o que diz textualmente, procurem outro artigo. Esse, não'. Enfim, eu falei que a votação era inócua e que me absteria", contou Cid Gomes.

O senador afirmou ainda que manterá a reunião marcada para esta sexta, mesmo com ameaças de represálias por infidelidade partidária por parte de Figueiredo e do grupo de Ciro.

"Se houver quórum, a reunião acontecerá na sede do partido. Se não nós deixarem entrar, faremos na calçada, na frente da sede", disse.

Já Figueiredo, que também preside o diretório no Ceará, entende que a convocação da reunião fere o estatuto do partido. E diz que aguardará o desfecho para avaliar possíveis punições aos envolvidos.

"Tentamos fazer com que o processo seja menos traumático. O grupo do senador Cid está querendo chamar uma reunião para destituir a Executiva legalmente eleita e com mandato. Isso não está previsto em nenhum lugar do nosso estatuto. Há a previsão de convocação sim, mas nunca para destituir um Executiva com mandato. Isso aí é que está gerando toda essa celeuma. O partido não vai reconhecer. O que estamos vendo, infelizmente, é algo que tá fazendo o partido sangrar", disse.

Figueiredo é aliado de Ciro Gomes, rompido com o irmão desde 2022. O mandato de Figueiredo está previsto para durar até o fim do ano. No entanto, este prazo pode ser encurtado caso haja o consentimento dos integrantes da Executiva Estadual do PDT pela troca da liderança.

Os dois lados diferem em qual postura adotar nas eleições do ano que vem. Enquanto Cid busca uma reconciliação com o PT, a ala cirista, ligada a Figueiredo, não quer abrir o diálogo com o partido do governador Elmano de Freitas (PT) e defende a reeleição independente de José Sarto (PDT) na capital.

Procurado pelo Estadão, o ex-ministro Ciro Gomes não se pronunciou.

Para tentar mediar a questão, o ministro Carlos Lupi (Previdência Social), presidente licenciado do PDT, viajou para Fortaleza há cerca de duas semanas. Em reunião com parte dos membros, ele demonstrou não querer abrir mão de André Figueiredo na presidência da sigla até o fim do mandato. As disputas devem se estender até sexta.

O deputado estadual Osmar Baquit (PDT), que chegou com Cid no último encontro, não vê, no entanto, perspectivas próximas para o fim da crise interna do partido. "Eu não vejo como ter esse acordo, está só empurrando para frente", declarou.

Racha no clã Ferreira Gomes

A cisão entre os irmãos Gomes começou na eleição passada. Na ocasião, Ciro ficou frustrado sem o apoio de Cid durante a campanha presidencial. O rompimento foi motivado pela discordância de Cid, aliado do senador e ex-governador petista do Ceará Camilo Santana, com a estratégia de campanha do irmão, que contava com ataques constantes ao presidente Lula.

O embate público ainda se agravou com as disputas estaduais na mesma época. O partido se dividiu entre o apoio à então governadora Izolda Cela (PDT) e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT). Ciro Gomes bancou a candidatura de Roberto, enquanto os irmãos Cid e Ivo Gomes mantiveram-se neutros para evitar um rompimento com o partido do ex-governador Camilo Santana, que apoiava a candidatura de Izolda.

Apesar do histórico e da divisão política, Cid diz que é natural que ele e Ciro tenham opiniões diferentes sobre determinados caminhos políticos.

"Duas pessoas só brigam quando as duas querem. Nada me fará brigar com Ciro, nenhuma declaração que ele faça, em respeito aos meus irmãos e em respeito à memória do meu pai e da minha mãe", afirmou Cid Gomes nesta terça.

No fim das contas, puxada pela decisão de Ciro, foi desfeita a aliança com o PT que vigorava desde 2006 no Ceará, ano em que Cid Gomes foi eleito governador do Estado. A ação ainda rende ressentimentos.

Insegurança no PDT

Em meio às novas brigas de caciques do PDT, a insegurança é quase consenso entre os parlamentares do partido. Aliado de Cid Gomes, o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) admitiu que muitos parlamentares falam em se desfiliar da sigla "com medo do futuro".

"As pessoas não se sentem seguras porque não sabem o amanhã, principalmente em relação a candidaturas, então estão indo para outros partidos", disse Bismarck.

Nos bastidores há rumores até de uma possível saída de Cid do partido, que nega. O cientista político Kevan Brandão acredita, porém, que isso não acontecerá. "Cid ainda é o nome do consenso do PDT, e ele está ciente disso, por isso vai continuar. Mas hoje está totalmente rachado o PDT do Ceará", avaliou.

Apesar da força de Cid no Estado, Brandão crê que o partido pode deixar de ser o maior do Ceará caso José Sarto (PDT) não seja reeleito em Fortaleza nas eleições do ano que vem. "Se perder a capital em 2024, o PDT tende a passar por muita dificuldade no Ceará e pode perder muita força."

O senador pelo estado do Ceará, Cid Gomes (PDT) criticou nesta terça-feira (25), a atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O parlamentar pediu para que o atual dirigente da instituição renunciasse ao cargo, e também entregou um boné do Santander ao gestor, que atuou como membro do conselho executivo do banco no país até 2018.  Cid disse que Campos Neto tem ligação com o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL). "A política, por mais que o senhor não deseje, está presente nessas questões. O senhor fez manifestações públicas em defesa do presidente Bolsonaro, vestindo camisinha amarela, declaração pública e notória", afirmou.

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Nas eleições do ano passado, o gestor do BC votou em um colégio do estado de São Paulo usando uma camisa da seleção brasileira, um dos símbolos adotados por apoiadores do bolsonarismo ao longo dos últimos anos.

Em seguida, o parlamentar criticou a taxa de juros e entregou a Campos Neto um boné com a logomarca do banco Santander. “Com todo respeito, presidente, me perdoe, mas, nessa hora, eu queria lhe fazer uma sugestão. Pegue seu bonezinho e peça para sair”, disse o senador.

Cid Gomes ainda chegou a utilizar um quadro e giz para criticar a taxa básica, a Selic. “A inflação do Brasil em 2022 foi de 5,8%. A nossa taxa de juro terminou o ano com 13,75%”, disse. “Sabe onde é que vai incidir esses 13,75%? Na nossa dívida. Na dívida do governo federal que, em março, [tinha] R$ 7,3 trilhões”, completou.

A declaração de Cid Gomes foi feita durante audiência para discutir a meta de inflação e a taxa de juros praticada pelo BC. O índice é alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de governistas. O Economista não respondeu as acusações do senador.

O senador Cid Gomes (PDT-CE) está fazendo campanha aberta para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o objetivo de evitar o que chama de "mal pior". Ao contrário de seu irmão Ciro Gomes, que foi candidato ao Palácio do Planalto pelo PDT e, após ser derrotado, anunciou apoio apenas protocolar a Lula, Cid quer restabelecer a aliança com o PT no Ceará.

Na sua avaliação, a ausência de Ciro na campanha de Lula, nesse segundo turno, é uma estratégia para que o ex-ministro não se transforme em linha auxiliar do petista. "Ele considera que, para ocupar um espaço nacionalmente, tem de se distanciar do PT", afirmou o senador.

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Ciro disputou o primeiro turno da eleição com fortes críticas ao PT. Cid, por sua vez, argumentou que apoia Lula por considerar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem "tendências ditatoriais". O senador contou não ter conversado com o irmão após a derrota dele. "A última vez que falei com o Ciro foi em setembro", disse.

A falta de diálogo ocorre na esteira de um racha entre os irmãos Ferreira Gomes, motivado por divergências em relação à continuidade da aliança de 16 anos com o PT no Ceará. Com o divórcio, o PDT perdeu para o PT o comando do governo do Estado.

O PDT e o PT ainda podem se unir no âmbito nacional ou estadual?

O PDT tomou uma posição nacional e o presidente Lupi (Carlos Lupi, presidente do PDT) está integrado na campanha do Lula. A nível estadual (no Ceará), eu estou me esforçando para unir todo o PDT em apoio à candidatura do Lula. Mais do que isso, com o objetivo de restabelecer uma aliança que tem aqui um projeto comum há 16 anos.

O sr. tem falado com Ciro? Ao contrário do sr., ele optou por um apoio mais tímido a Lula.

Não falei, não. O Ciro há um bom tempo tem procurado… Ele considera que, para ocupar um espaço nacionalmente, tem de se distanciar do PT. Nessa eleição, ele manifestou o apoio seguindo a orientação partidária. Virou muito uma eleição do Lula contra o Bolsonaro. Uma eleição de um apelo pela garantia da democracia, respeito às instituições, pelo respeito à boa política. É tudo o que o Bolsonaro nega. O apoio do Ciro, imagino que da forma como ele explicitou, é um diferencial. Ele vai votar no Lula porque o Bolsonaro é pior para o Brasil. Estou fazendo suposição sobre a posição dele. A última vez que falei com o Ciro foi em setembro. Não falei mais com ele, não.

Ciro ainda é uma opção para ser candidato a presidente em 2026?

Cada coisa ao seu tempo. O partido tem um projeto, lançou um candidato. Nós temos convicção de que o nosso candidato era o mais preparado, era o que tinha publicamente mais projeto para o Brasil. Mas, infelizmente, o momento nacional é hiperpolarizado, com duas forças individuais fortes - cada uma com entre 20% e 30% de preferência já de partida - que, por conta dessas personalidades fortes, atraíram também o voto da rejeição. Quem não queria o Bolsonaro só enxergava no Lula a possibilidade de derrotar o Bolsonaro. Quem não queria o Lula só enxergava no Bolsonaro a possibilidade de derrotar o Lula. Ficou sem espaço para um projeto, uma proposta fora desse radicalismo. É a primeira vez também que se tem no País um presidente, que, mesmo no auge da sua impopularidade, conseguiu fidelizar um público contra um ex-presidente que saiu com aprovação de 80%. Foi difícil, nessas condições, ter uma terceira candidatura.

Diferentemente do que ocorreu em 2018, o PT conseguiu agora o apoio de diversos nomes distantes do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique e o senador Tasso Jereissati, do PSDB. O que mudou?

Não se trata de preferir o Lula. Trata-se de uma opção em que um candidato não guarda respeito à democracia, tem tendências ditatoriais, não respeita as instituições. O Bolsonaro não tem nem característica de uma pessoa séria que pensa no Brasil. É espalhafatoso, é um tipo ridículo. Nessas horas, para evitar o mal pior, você apoia a candidatura do Lula. Tenho certeza de que é esse o pensamento do Ciro, do Tasso, do Fernando Henrique, do Caetano (Caetano Veloso, que sempre apoiou Ciro, resolveu ficar com Lula já no primeiro turno) e também de vários outros.

O seu comportamento também mudou. Há quatro anos, o sr. discutiu com petistas e disse que Lula estava preso.

O fato aconteceu em uma situação. Naquela época, a reunião marcada para a gente celebrar uma aliança nacional para o segundo turno não foi precedida de outras falas que dissessem que queriam nosso apoio. Eu disse isso: "Estou estranhando me botar em primeiro para falar. Acho que o natural era alguém dizer que queria o apoio nosso aqui no Ceará." Aí começaram a vaiar e citaram o Lula. Eu disse que o Lula estava preso, não poderia fazer nada. Não foi nada além. (Neste ano), disse, brincando: "Vou falar pouco para não correr o risco de levar uma vaia e de novo repetir aquele fato." E brincaram: "Vai não".

No momento em que é pressionado por uma campanha de voto útil no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, enfrenta uma crise no seu Estado, o Ceará, onde brigou com o irmão Cid Gomes, e vê a candidatura de seu indicado para a disputa ao governo estadual definhar.

"Recebi uma facada poderosa nas costas. A traição é a cara do momento no Ceará. Resolvi não ir ao meu Estado pela primeira vez. Que o cearense diga lá o que quer fazer de mim", disse Ciro em recente entrevista ao site O Antagonista.

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O rompimento de uma aliança de 16 anos entre o grupo de Ciro e o PT no Ceará dividiu a família Ferreira Gomes. Enquanto o candidato do PDT ao Palácio do Planalto ataca o PT, o senador Cid Gomes (PDT-CE) e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT) - irmãos do ex- ministro -, evitam dar apoio a Roberto Cláudio (PDT), o candidato de Ciro ao governo, e fazem campanha para o petista Camilo Santana ao Senado.

Na tentativa de se reaproximar do PT, Cid afirmou que não vai declarar voto para governador. "Vou me preservar no primeiro turno para tentar ser esse catalisador, o cupido da renovação dessa aliança", disse o senador, no início do mês, ao pedir votos para Ciro e Camilo Santana, em Sobral. Cid está recluso e não participou nem mesmo da convenção do PDT que lançou a candidatura do irmão à sucessão de Jair Bolsonaro (PL).

Roberto Cláudio corre o risco de ficar fora do segundo turno, que deve ser disputado entre Elmano de Freitas (PT), candidato de Lula, e Capitão Wagner (União Brasil), nome avalizado por Bolsonaro.

A divisão tem atrapalhado também a candidatura de Ciro no seu Estado. Pesquisa Ipec divulgada na quinta-feira da semana passada indicou que o pedetista tem 10% das intenções de voto no Ceará. Ocupa o terceiro lugar no Estado onde construiu sua trajetória política, atrás de Lula (63%) e Bolsonaro (18%).

Nas três eleições presidenciais que disputou, Ciro sempre venceu em seu Estado. Em 1998 ele bateu, com 34,23% dos votos, Lula e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que foi eleito. Em 2002, venceu Lula e José Serra (PSDB), com 44,48% dos votos válidos. E superou Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro em 2018, com 40,95%.

Divisão

Adversários políticos de Ciro duvidam, no entanto, que haja um rompimento na família. O ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE) vê o movimento como "jogo de cena" para garantir cargos, caso o PT ganhe o governo do Ceará. "Eles não brigam entre eles, não. Eles querem uma boquinha porque perderam o Brasil. O Ciro destruiu tudo, ninguém pode ser ministro de um nem de outro", afirmou Eunício, em referência a Lula e a Bolsonaro.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse ao Estadão que Cid tem evitado seus contatos. "Não falo com ele há um bom tempo. Ele se licenciou do Senado. Logo no comecinho (do período eleitoral), liguei para ele e não respondeu. Não voltei a falar."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nessa quinta-feira (16) que tenha encomendado à Polícia Federal as operações de busca e apreensão em endereços do pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) e seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE), realizadas ontem.

"Vou avisar aquela dupla do Ceará, que vive metendo o dedo na cara de todo mundo, todo mundo é ladrão, todo mundo é corrupto. Tiveram visita no dia de ontem. Estão me acusando. Eu não tenho como interferir na PF, não existe isso aí", declarou Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais, sem citar nominalmente os irmãos Ferreira Gomes. "Essa operação começou em 2017, não tem nada a ver comigo. Vou dizer a dupla do Ceará: a partir do mês que vem tem mais 670 policiais federais na rua", acrescentou o presidente.

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Ciro e Cid foram alvo da Operação Colosseum, que apura supostas fraudes e pagamento de propinas a políticos e servidores públicos nas obras no Estádio Castelão, em Fortaleza, entre os anos de 2010 e 2013. À época, Cid era governador do Estado e Ciro não exercia cargos públicos. Os dois negam os fatos e classificam as ordens de busca e apreensão como abusivas e a mando de Bolsonaro, já que Ciro é pré-candidato a presidente.

Bolsonaro ainda voltou a citar a suposta articulação de Deltan Dallagnol (Podemos) nos bastidores para ser indicado à Procuradoria-geral da República (PGR). De acordo com o chefe do Executivo, o ex-procurador da Lava Jato teria feito chegar um recado à primeira-dama Michelle sobre sua intenção. "Minha esposa não se intromete em nada de política. Raramente ela fala alguma coisa de política, até porque ela tem vida atribulada no programa como é o nome? Pátria Voluntária", declarou o presidente, que só lembrou o nome do programa após a ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, "assoprar" a resposta.

Tradicionalmente iniciada às 19 horas, a live de hoje começou mais cedo, às 18 horas, com a participação de Major Vitor Hugo, pré-candidato ao governo de Goiás e deputado federal pelo PSL, e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

O adiantamento foi feito para o presidente poder participar de culto na Assembleia de Deus em ação de graças pela posse de André Mendonça como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A transmissão ao vivo, inclusive, foi feita diretamente da Igreja da Baleia, onde acontece agora o ato evangélico.

Contato: eduardo.gayer@estadao.com

O senador pedetista Cid Gomes se manifestou, na noite de quarta-feira (15), sobre a operação da Polícia Federal que apura suposto esquema de corrupção durante as obras do estádio Castelão, em Fortaleza, para a Copa 2014. O parlamentar é alvo da investigação junto ao irmão, Ciro Gomes (PDT), e outros suspeitos. Adepto à tese de que a instituição está agindo por interesse do presidente Jair Bolsonaro (PL), Cid chamou a operação de "molecagem com objetivos politiqueiros".

O senador ainda não foi interrogado pela PF, mas teve sua casa revistada em cumprimento de um mandado de busca e apreensão também na quarta-feira (15). O mesmo procedimento foi realizado na residência de Ciro. As buscas tiveram como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos que possam contribuir para a investigação sobre as licitações fraudadas na obra.  

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De acordo com a Polícia Federal, as investigações foram iniciadas em 2017, após indícios da existência de um esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para beneficiar uma empresa durante o processo licitatório que autorizou verba à construção da arena. Foram identificados pagamentos estimados em R$ 11 milhões em propinas com dinheiro vivo ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas 

“Tenho consciência absolutamente tranquila que sempre agi alinhado ao mais genuíno interesse público. Agora, completando 9 anos da conclusão da obra, é muito estranho que a questão seja objeto de investigação”, escreveu Cid sobre o caso. 

O senador disse ainda que participou de reuniões para reduzir os valores da obra em R$ 139 milhões. Sendo R$ 40 milhões de um sobrepreço no planejamento da empreitada e R$ 99 milhões na licitação. 

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se solidarizou, nesta quarta-feira (15), com os irmãos Ciro e Cid Gomes, presidenciável e senador, respectivamente, que foram alvos de uma operação da Polícia Federal. A ação da PF cumpriu mandados nas casas dos pedetistas como parte da investigação que apura um esquema de corrupção durante as obras da Arena Castelão, em Fortaleza, entre 2010 e 2013. 

Durante entrevista à Rádio Clube AM, Lula criticou a operação policial e disse que Cid e Ciro tiveram seus endereços invadidos "sem necessidade". A fala de Lula foi replicada no Twitter. 

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"Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados", declarou Lula.

A cordialidade de Lula, apesar de já ter sido alvo de diversos disparos por parte de Ciro, foi agradecida pelo pré-candidato à Presidência pelo PDT. 

"Obrigado presidente @LulaOficial. O estado policial de Bolsonaro é uma ameaça à democracia e a todos os democratas. Me considero na obrigação de dar todos os esclarecimentos necessários, em respeito ao povo brasileiro, e o farei", declarou Ciro.

Veja a troca de afagos:

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O ex-governador do Ceará e aspirante à Presidência, Ciro Gomes (PDT), se manifestou no Twitter sobre os mandados de busca e apreensão exercidos contra ele, em operação da Polícia Federal (PF) que apura fraude em licitação do estádio Castelão, em Fortaleza, nesta quarta-feira (15). O presidenciável e seu irmão, o senador pedetista Cid Gomes, são alvos no caso, referente às obras do empreendimento para a copa de 2014. Em mensagem na rede social, Gomes alegou que a PF é aparelhada pelo presidente Jair Bolsonaro (PF) e que cumprimento dos mandados é antidemocrático. 

Ciro Gomes também acredita que a retomada das investigações acerca do caso, que teria acontecido sete anos atrás, é uma forma de "gerar danos" à sua pré-candidatura. “Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático”, iniciou Ciro. Confira as publicações: 

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O centrista concluiu afirmando que irá recorrer e processar a instituição pelas supostas falsas acusações. “Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão. Ninguém vai calar minha voz”, escreveu. Cid Gomes ainda não se pronunciou.

O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, e o irmão dele, senador Cid Gomes (PDT), são alvos de uma operação contra a corrupção orquestrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (15). O objetivo da ação é desmontar um esquema de fraudes, exigências e pagamentos de propinas a políticos e servidores públicos associado à obra do estádio Castelão, em Fortaleza, capital cearense, entre os anos de 2010 e 2013. Ao todo, a PF emitiu 14 mandados de busca e apreensão, aplicados aos irmãos e outros investigados. A informação é da Veja. 

Os mandados foram expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal e serão aplicados em domicílios investigados nas cidades de Fortaleza (CE), Meruoca (CE), Juazeiro do Norte (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA). As buscas têm como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos que possam contribuir para a investigação sobre as licitações fraudadas na obra. 

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“As investigações tiveram início no ano de 2017, sendo identificados indícios de esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para que uma empresa obtivesse êxito no processo licitatório da Arena Castelão e, posteriormente, na fase de execução contratual, recebesse valores devidos pelo Governo do Estado do Ceará ao longo da execução da obra de reforma, ampliação, adequação, operação e manutenção do Estádio Castelão. Apurou-se indícios de pagamentos de 11 milhões de reais em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas”, diz a PF. 

As investigações continuam com análise do material apreendido na operação policial e do fluxo financeiro dos suspeitos. Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva – art. 1º da lei 9.613/98; 89 e 90 da lei 8.666/93 e artigos 288, 317 e 333 do Código Penal. O nome da operação remete em italiano ao estádio Coliseu, localizado em Roma – Itália. 

Ex-ministros da Educação alertaram, em carta aberta, que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) "está em perigo". A autarquia, ligada ao Ministério da Educação (MEC), vem sendo gravemente enfraquecida, de acordo com o documento, o que “coloca em risco políticas públicas cruciais para gestores educacionais, professores, alunos, familiares, além de governantes de todos os níveis".

O manifesto intitulado “Em defesa do Inep, o órgão que avalia a educação no Brasil” foi assinado pelos ex-ministros Rossieli Soares (gestão Michel Temer), Mendonça Filho (Temer), Aloizio Mercadante (gestão Dilma Rousseff), José Henrique Paim (Dilma), Cid Gomes (Dilma), Fernando Haddad (gestões Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva) e Tarso Genro (gestão Lula).

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A carta destaca que o Inep, órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), teve em sua liderança grandes acadêmicos e gestores experientes no campo educacional. No entanto, nos últimos dois anos, a pasta vem sendo liderada por cinco pessoas diferentes. “E pior: as posições de gestão não têm sido preenchidas com indicações de quadros técnicos qualificados para as funções.”

No governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o Inep nomeou o quinto comandante no final de fevereiro. Danilo Dupas Ribeiro substituiu Alexandre Lopes, que foi exonerado do cargo logo após a realização das provas digitais do Enem.

Em outro ponto da carta, os ex-ministros comentam que o Inep está sendo excluído pelo MEC: “O corpo técnico de servidores do órgão, que é amplamente reconhecido no meio educacional pela seriedade, especialidade e compromisso público, não é ouvido. O Ministério da Educação exclui constantemente o Inep de debates sobre a atuação de prerrogativa legal do órgão, como a reformulação do Ideb e as avaliações para medir a alfabetização das crianças no 2º ano do ensino fundamental”, destaca o trecho.

A carta ressalta que neste período pandêmico, a educação precisa mais do que nunca de investimento. “Estamos em um dos momentos mais desafiadores de nosso País, com esta pandemia. Mas não será com cortes no orçamento da Educação, área prioritária para o desenvolvimento social e econômico, que isso irá se resolver. Mesmo porque o Inep produz informações que evitam o desperdício, racionalizando e tornando o Estado brasileiro mais eficiente.”

“Nós, que tivemos a honra de comandar esse ministério em algum momento da história recente do país, sentimos compelidos a fazer um apelo ao governo e à sociedade: respeitem, valorizem e reconheçam o papel de Estado desta instituição. O Inep é fundamental para a produção de dados sobre a educação brasileira. Por ser tão técnico, seu trabalho talvez não seja suficientemente conhecido pela população, mas asseguramos que é um pilar de sustentação da maior parte das ações do MEC. Sem um Inep capaz de cumprir suas funções, não haverá gestão responsável na educação do Brasil”, finalizou o manifesto.

Confira, na íntegra, a carta assinada pelos ex-ministros: 

Em defesa do Inep, o órgão que avalia a educação no Brasil

O principal órgão responsável pelas avaliações e indicadores da educação brasileira está em perigo. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, vem sendo gravemente enfraquecido e isso coloca em risco políticas públicas cruciais para gestores educacionais, professores, alunos, familiares, além de governantes de todos os níveis.

O Inep é vinculado ao Ministério da Educação e teve em sua liderança acadêmicos de prestígio e gestores experientes no campo educacional ao longo dos seus 84 anos de história. Nos últimos dois anos, no entanto, o cargo foi ocupado por cinco pessoas diferentes. E pior: as posições de gestão não têm sido preenchidas com indicações de quadros técnicos qualificados para as funções.

O corpo técnico de servidores do órgão, que é amplamente reconhecido no meio educacional pela seriedade, especialidade e compromisso público, não é ouvido. O Ministério da Educação exclui constantemente o Inep de debates sobre a atuação de prerrogativa legal do órgão, como a reformulação do Ideb e as avaliações para medir a alfabetização das crianças no 2º ano do ensino fundamental. Além disso, há incertezas sobre a realização da própria prova do Saeb em 2021, logo quando é tão importante mensurar os impactos da pandemia de Covid-19 para o aprendizado dos alunos.

Para se ter uma ideia da importância do Inep, todos os anos, dezenas de milhões de crianças e adolescentes que frequentam as nossas escolas são contabilizadas pelo Censo da Educação Básica. O resultado do Censo forma a base de cálculo para repasses de recursos do Fundeb para estados e municípios, financiando a maior parte da educação básica no Brasil.

Já no Censo da Educação Superior, outras milhões de pessoas são contabilizadas anualmente, com informações valiosas sobre o perfil dos alunos, seus cursos e a taxa de evasão, por exemplo. Parte desses estudantes faz a prova de avaliação da educação superior, o Enade, que conta para o Índice Geral de Cursos (IGC). O IGC impede que cursos e instituições de baixíssima qualidade estejam ao alcance das pessoas. Isso tudo também é organizado pelo Inep. 

Em anos alternados, dezenas de milhões de estudantes do ensino fundamental e médio são avaliados pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica, o Saeb. Os resultados dos alunos do 5º e 9º ano do fundamental e 3º ano do médio são usados para compor o Ideb, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. As redes estaduais e municipais anseiam por esses dados para medir a qualidade do ensino que oferecem aos seus estudantes. Sem os dados do Ideb, a educação brasileira fica às cegas e a aplicação dos recursos fica comprometida. Sem o Inep seria impossível.

Isso sem falar dos milhões de jovens e adultos em busca do acesso ao ensino superior que fazem as provas do Enem, elaboradas pelo Inep.

Estamos em um dos momentos mais desafiadores de nosso País, com esta pandemia. Mas não será com cortes no orçamento da Educação, área prioritária para o desenvolvimento social e econômico, que isso irá se resolver. Mesmo porque o Inep produz informações que evitam o desperdício, racionalizando e tornando o Estado brasileiro mais eficiente.

Nós, que tivemos a honra de comandar esse ministério em algum momento da história recente do país, sentimos compelidos a fazer um apelo ao governo e à sociedade: respeitem, valorizem e reconheçam o papel de Estado desta instituição. O Inep é fundamental para a produção de dados sobre a educação brasileira. Por ser tão técnico, seu trabalho talvez não seja suficientemente conhecido pela população, mas asseguramos que é um pilar de sustentação da maior parte das ações do MEC. Sem um Inep capaz de cumprir suas funções, não haverá gestão responsável na educação do Brasil.

Carta assinada, em ordem cronológica, por Tarso Genro, Fernando Haddad, Cid Gomes, José Henrique Paim, Aloizio Mercadante, Mendonça Filho, Rossieli Soares.

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) foi ao Twitter disparar ataques contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e os irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT-PE). “Sabe aquel(x) senador(x), que não fez corpo de delito porque disseram ser um chupão que tinha na barriga, além de lutar contra você pagar menos tributos (DPVAT)? Agora quer passar por cima de crianças e mulheres com o pessoal do nariz nervoso e lambedor de beiço do Ceará”, tuitou.

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O filho do presidente Bolsonaro, postou a legenda acompanhado de um vídeo em que Randolfe ao subir em um trator diz que vai ao Ceará ajudar os irmãos Gomes no conflito entre policiais militares, cuja manifestação deixou Cid ferido por disparos de arma de fogo. "Vambora, Ciro, estou indo para Sobral, me espera aí, cara", diz o senador no vídeo.

No entanto, as críticas de Carlos não passaram em branco por parte do ex-presidenciável Ciro Gomes, que também não foge a uma boa polêmica, especialmente quando se trata do clã Bolsonaro. “Libélula deslumbrada, nós aqui no Ceará somos e seremos o pior pesadelo de sua família de canalhas, milicianos e peculatários corruptos. Quanto dinheiro roubado o Queiroz depositou na conta da mulher de seu pai, o canalha maior?”, disparou Ciro.

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O senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) recebeu alta do Hospital Monte Klinikum e já está em casa em Fortaleza onde continuará em reabilitação após ter sido baleado na quarta-feira (19), ao tentar romper com uma retroescavadeira o bloqueio de policiais amotinados num batalhão em Sobral.

Em casa, Cid fará fisioterapia respiratória e tomará antibióticos para restabelecimento da função pulmonar. No sábado (22), ele se submeteu a um exame de raio-x que confirmou a existência de dois projéteis alojados, um ao lado da costela e outro no pulmão esquerdo, e de um fragmento de projétil.

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A assessoria do senador informou que, por decisão médica, não serão realizados procedimentos para a retirada desses projéteis.

Tensão

A tensão envolvendo o governo cearense e policiais militares e bombeiros começou por uma demanda de reajuste salarial em dezembro. Quatro batalhões da PM foram atacados, segundo o governador do Estado, Camilo Santana (PT), aliado político de Cid.

As ações foram feitas por pessoas encapuzadas, mas o governo suspeita de que os responsáveis sejam policiais. Por isso, Santana solicitou o apoio de tropas federais para reforçar a segurança.

Boletim médico divulgado pelo Hospital Monte Klinikum, de Fortaleza, nesta sexta-feira, 21, afirma que o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) teve lesão pulmonar, perfuração do hemotórax esquerdo e pneumotórax hipertensivo. De acordo com o boletim, Cid "encontra-se em reabilitação, realizando fisioterapia respiratória e uso de antibióticos para restabelecimento da função pulmonar". Ainda segundo o relatório divulgado, "não há, portanto, previsão de alta hospitalar, tendo em vista a repercussão das lesões pulmonares".

Cid segue internado "devido a trauma torácico por arma de fogo, que ocasionou a perfuração do hemotórax esquerdo (quando há derrame de sangue na cavidade pleural), lesão pulmonar e pneumotórax hipertensivo", diz o boletim, assinado pelo médico Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho.

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Nesta quarta-feira, 19, ele foi atingido por disparos de arma de fogo ao avançar com uma retroescavadeira um grupo de policias militares amotinados que realizavam bloqueio a um quartel em Sobra. (CE).

A União Nacional dos Juízes Federais do Brasil (Unajuf) pediu ao procurador-geral da República Augusto Aras que denuncie o senador licenciado Cid Gomes (PDT), de 56 anos, por tentativa de homicídio qualificado "com emprego de meio resultante em perigo comum" e de "impossibilidade de defesa das vítimas".

O pedido tem relação com o episódio em que o senador foi atingido por dois tiros de pistola ao tentar derrubar, a bordo de uma retroescavadeira, o portão de um quartel da Polícia Militar ocupado por soldados grevistas e seus familiares em Sobral, no interior do Ceará, na quarta-feira (19).

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A representação protocolada nesta quinta-feira (20), junto à Procuradoria-Geral da República alega que, "com intenção dolosa, previamente orquestrada e amplamente anunciada", Cid "arremessou" a retroescavadeira contra as pessoas que se colocavam em frente ao portão do quartel da PM em Sobral.

No mesmo dia os deputados federais Capitão Wagner (Pros-CE), Major Fabiana (PSL-RJ) e Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) registraram boletim de ocorrência contra Cid Gomes sob a justificativa de que o senador atentou contra a vida dos policiais militares em Sobral.

O texto da Unajuf transcreve fala do senador que, em frente ao quartel, pediu que os manifestantes deixassem o prédio, usando um megafone. "Esse movimento é ilegal. Vocês têm cinco minutos para pegarem seus parentes e saírem daqui em paz. Cinco minutos." Houve confusão. Enquanto Cid e seus apoiadores estavam de um lado do portão, homens encapuzados ficavam do outro lado.

Segundo a Unajuf, o meio utilizado por Cid "indica um real e potencial risco do evento morte daqueles que ali estavam". A entidade argumentou ainda que os dois tiros de pistola calibre .40 que atingiram a região do tórax de Cid se trataram de "legítima defesa". O senador recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital do Coração de Sobral nesta quinta e fica agora aos cuidados da enfermaria.

"Pela rápida ação dos que ali estavam, houve a legítima defesa de uma ou mais vítimas, que fizeram cessar a carnificina eminente, realizando disparos de projéteis de arma de fogo rumo ao autor do fato, que por sorte ou perícia dos que realizaram se logrou êxito contra o agente criminoso, tanto que só assim cessou a conduta hedionda", pontua a representação.

O comando da PM do Ceará trata dos disparos também como tentativa de homicídio.

Ao fim da representação, a Unajuf pede, caso a PGR não entenda que é o caso de promover ação penal, que seja instaurado inquérito do Ministério Público para colher elementos sobre o episódio.

Tensão

A tensão envolvendo o governo cearense e policiais militares e bombeiros começou por uma demanda de reajuste salarial em dezembro. Quatro batalhões da PM foram atacados, segundo o governador do Estado, Camilo Santana (PT), aliado político de Cid.

As ações foram executadas por encapuzados. O governo suspeita que os responsáveis sejam policiais. Por isso, Santana solicitou o apoio de tropas federais para reforçar a segurança.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou na quarta o envio da Força Nacional de Segurança Pública para o Ceará. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o emprego das Forças Armadas no Estado.

Os ministros do Supremo criticaram nesta quinta a paralisação dos PMs em Sobral, sob a alegação de que o movimento é "ilegal". A Constituição Federal proíbe a sindicalização e a greve de militares.

O senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE), que na manhã desta quinta-feira (20) deixou a UTI e foi para a enfermaria do Hospital do Coração de Sobral, depois de ter sido atingido por dois disparos de arma de fogo, ao tentar romper um bloqueio de policiais grevistas da PM do Ceará com uma retroescavadeira, foi transferido para Fortaleza.

De acordo com os médicos que o atendem, Gomes está bem, conversando e respirando normalmente, mas por questões familiares, está sendo transferido para a capital do Estado. A informação é da assessoria de imprensa do senador.

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Cid, inclusive, chegou a gravar um vídeo agradecendo aos cuidados do hospital. 

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Na noite de quarta-feira o político já estava lúcido e respirava sem ajuda de aparelhos. Ele chegou a ser transferido para a Santa Casa de Misericórdia de Sobral para realizar um exame de tomografia que não constatou alterações neurológicas ou cardíacas. Depois, voltou para o Hospital do Coração.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) afirmou, nesta quinta-feira (20), que os policiais militares do Ceará não eram grevistas, mas milicianos. Um protesto realizado por PMs cearenses, nessa quarta (19), na cidade de Sobral resultou no ataque a tiros contra o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE). 

De acordo com jornais locais, o grupo que fazia a mobilização murchou os pneus de viaturas policiais para que outros profissionais, não grevistas, fossem impedidos de trabalhar. No momento que Cid Gomes tentava entrar com uma retroescavadeira em um dos quartéis da PM e foi alvejado por dois tiros, os grevistas escondiam os rostos com capuz preto. 

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Ao avaliar o cenário, Túlio Gadêlha, que é do mesmo partido de Cid, comparou a greve de policiais militares com a de profissionais da saúde. 

"Quando os profissionais de saúde entram em greve, eles não levam medicamentos e ambulâncias para ruas, nem ameaçam as pessoas. Aqueles policiais no Ceará não eram grevistas. Eram milicianos", escreveu no Twitter.

O presidente da Fundação Leonel Brizola em Pernambuco, Pedro Josephi, emitiu uma nota, nesta quinta-feira (20), afirmando que as declarações do deputado estadual Joel da Harpa (Podemos) sobre o senador licenciado, Cid Gomes (PDT-CE), “denotam pouco apreço pelo Estado de Direito e respeito à Constituição Federal”.

Cid Gomes foi alvejado por dois tiros nessa quarta (19) durante um protesto realizado por policiais do Ceará na cidade de Sobral. Joel da Harpa, ao avaliar o episódio, disse que os disparos contra o ex-governador cearense foram “legítima defesa” dos policiais que participavam do ato. 

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Para Pedro Josephi, “neste momento, um homem público deveria se solidarizar e não desvirtuar o conceito de legítima defesa, que só se ocorre quando alguém é vítima de violência injusta, hipótese não configurada porque quem estava em atos ilícitos eram os encapuzados amotinados”. 

Veja a nota na íntegra:

As declarações do deputado estadual Joel da Harpa em homenagem aos homens encapuzados que atiraram contra o senador da República, Cid Gomes, denotam pouco apreço pelo Estado de Direito e respeito à Constituição Federal.

Havia uma mesa de negociação estabelecida com o Governo Estadual, com a participação do Ministério Público, de parlamentares da oposição e líderes das corporações, que resultou em avanços e conquistas significativas para toda a tropa. Todavia, minoria dissidente, insuflada por interesses partidários, iniciou a esvaziar pneus de viaturas, impedir que policiais trabalhassem normalmente, a coagir comerciantes e a população a não saírem de suas casas, tudo isto encapuzados, sem a farda, usando veículos e armas da Polícia Militar. Além disto, realizaram motins e bloqueios em batalhões, provocando e disseminando o caos.

Tais condutas deveriam gerar repúdio de qualquer cidadão, sobretudo, alguém investido em cargo político, que deveria respeitar a Constituição, segundo a qual é proibida a greve de militares, e à justiça, que já havia determinado a suspensão daquelas ações.

Neste momento, um homem público deveria se solidarizar e não desvirtuar o conceito de legítima defesa, que só se ocorre quando alguém é vítima de violência injusta, hipótese não configurada porque quem estava em atos ilícitos eram os encapuzados amotinados. 

Confio que as instituições punirão exemplarmente e manifesto preocupação com as declarações do parlamentar. 

Pedro Josephi

Presidente da Fundação Leonel Brizola em Pernambuco (PDT)

O senador licenciado Cid Gomes (PDT), baleado nessa quarta-feira (19), na cidade de Sobral (CE) durante protesto de policiais, teve alta hospitalar da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Coração, na manhã desta quinta-feira (20). Gomes foi transferido para a enfermaria.

De acordo com boletim médico, Cid Gomes deu entrada naquela unidade hospitalar, "vítima de ferimento por arma de fogo no hemitórax esquerdo" e após o atendimento inicial seu quadro clínico evoluiu sem intercorrências, mantendo-se "hemodinamicamente estável e com padrão respiratório normal, não mais necessitando de cuidados de terapia intensiva".

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