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O ministro da Educação Renato Janine Ribeiro afirmou nesta terça-feira, 15, que os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização "não são uma história de sucesso". Os dados são referentes à edição de 2014. A prova avalia o desempenho de todas as crianças do 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas e é prevista na legislação para ocorrer todos os anos.

"Os resultados não são uma história de sucesso, mas o bom é que eles apontam o que devemos fazer, apontam o que são os problemas, apontam os níveis de alfabetização", disse o ministro, durante fórum de educação realizado pela revista Exame, em São Paulo.

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A ANA foi criada com o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), lançado pela presidente Dilma Rousseff em 2012. A decisão interrompe a série de provas iniciada em 2013. No ano passado, 2,9 milhões de crianças participaram do exame, que custou R$ 150 milhões aos cofres públicos.

Conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo em julho, o MEC cancelou a avaliação deste ano por corte de gastos. O cancelamento do monitoramento de alfabetização foi mais um impacto do aperto nos gastos na área de educação. Programas estratégicos, como o Financiamento Estudantil e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), também tiveram cortes.

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse, durante a abertura do Ato Pela Educação, em Brasília, que o País não nasceu para ser atrasado no setor e voltou a criticar a elite. "Este País não nasceu para ser um País atrasado na Educação. Atrasada neste País foi a elite que governava esse há até pouco tempo e não pensava em garantir escola de qualidade", disse Lula, que iniciou o discurso dizendo que veio de São Paulo com uma camisa preta e que a trocou por uma vermelha, com o emblema do PT, para homenagear o partido. "Nós nunca vamos ter vergonha de ser do Partido dos Trabalhadores".

Lula afirmou não ter nada contra a elite e defendeu o direito igual a todos. "Não temos nada contra eles, mas nós queremos ir também para a Sorbonne", disse o ex-presidente, citando a universidade francesa na qual seu antecessor e adversário, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) lecionou. "Educação é a única coisa que garante a igualdade, Essa gente nunca quis que a gente estudasse".

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Uma segunda edição já para este ano do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) está sendo cogitada pelo Ministério da Educação (MEC). A informação foi confirmada na noite desta terça-feira (26) pelo ministro Renato Janine Ribeiro, após a solenidade de abertura do Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica (FMEPT), que pela primeira vez acontece em Pernambuco.

“Nós estamos trabalhando com esta hipótese”, declarou Janine em entrevista após sua fala de abertura do FMEPT. O ministro também falou da portaria que obriga os interessados no Fies a participarem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). "Isso vai ocorrer a partir de 2016. Já estava previsto”, disse o ministro.

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Antes dessas declarações, Janine fez o discurso de abertura do Fórum e acabou ouvindo gritos de protestos de grupos de movimentos estudantis. Os manifestantes criticaram os cortes financeiros para a educação. Sobre esse recuo de investimentos, o ministro reconheceu que isso não é positivo. “Ninguém gosta de cortes. Mas o fato é que a economia não está suportando neste momento o que nós gostaríamos de fazer. O que devemos fazer: estamos com vários critérios, analisando o que pode ser alongado e o que pode ser desenvolvido no próximo ano, para este ano garantir o funcionamento do sistema de ensino federal”.

 

 

 

Em sua primeira entrevista depois da indicação anunciada pela presidenta Dilma Rousseff para a pasta da Educação, o filósofo Renato Janine falou da sua visão da educação brasileira e da ideia de aproximá-la do mundo da cultura. “Acredito na educação como libertação. Saber não é uma transmissão de conteúdos, não é uma padronização. Penso que um dos pontos importantes é como a gente aproxima isso do mundo da cultura”, disse em entrevista ao jornalista Alberto Dines, no programa Observatório da Imprensa, da TV Brasil, que foi ao ar nessa terça-feira (31).

“O mundo da educação é muito mais regulado, porque há cursos, currículos, nota, diploma. Estou fazendo uma esquematização muito simples. O mundo da cultura, você pode ver [o filme] Lincoln, do [diretor Steven] Spielberg, é uma aula sobre escravagismo e abolição. Aula mesmo seria diferente”, acrescentou Janine, lembrando que o aprender tem se tornado mais uma obrigação e menos um prazer.

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Professor titular de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo (USP), o ministro disse estar empolgado com sua nova missão e confessou que, para ele, foi uma “enorme surpresa” a indicação da presidenta para que ele assumisse a pasta. “Estou empolgado. Foi uma surpresa. Realmente eu não esperava. Houve algumas postagens no Facebook em favor do meu nome, mas também em favor de outros nomes.”

O novo ministro também fez reflexões sobre a democracia brasileira e as recentes manifestações de rua. Considerando que a democracia depende de instituições, mobilização política e cultura política, o professor avaliou que o país ainda enfrenta problemas no terceiro quesito. “O problema é a cultura política. Política quer dizer que não existe um lado totalmente certo e outro totalmente errado. Você tem preferências. Tem de ter pelo menos dois grupos divergentes, apresentando propostas diferentes. Mas ambos dignos, ambos legítimos”, destacou.

“A tendência para escassez de cultura política é achar que a origem de todos os males está sempre na corrupção. E sempre o corrupto é o partido que nós não gostamos. É o outro. Quando vejo esse tipo de discurso, a recusa de diálogo, me parece coisa infantil”, explicou.

Sobre como analisaria o reaparecimento de movimentos fascistas, Janine informou que vê na atualidade muita liberdade, mas também insegurança. E que, ao contrário de décadas atrás, as pessoas não vivem mais dentro de um pacote de identidade, que antes trazia garantias.

“No passado, cada um de nós vivia em um pacote identitário. A gente nasceu na classe média. Tinha umas três ou quatro carreiras universitárias para fazer. Iríamos escolher uma, casar no rito religioso. Tudo está pronto e você não sai dele”, observou.

“De repente, nada mais é obrigatório. Você pode dar vazão ao que você é e ao que você quer. Ficamos em situação mais instável, mas com maior liberdade, com maior possibilidade de realização pessoal, mas, estranhamente, com maior possibilidade de frustração. Acho que esse horizonte assusta muito”.

O futuro ministro acrescentou que, após receber a indicação para assumir a pasta, recebeu muitas mensagens. Um pequeno número delas cobrando disciplina na sala de aula e até a expulsão de alunos em determinadas situações.

“Olho e penso que eles estão falando de condutas horríveis, que não podem ser toleradas. Concordo. Mas a demanda principal é saber se se colocar ordem na bagunça vai resolver. Isto não existe. Este não é um projeto pedagógico, não é um projeto de país.” “No Brasil, há uma certa ideia muito antiga de que, com um homem providencial, autoritário, mal-humorado, despótico, tudo vai funcionar”, concluiu.

Depois de dois pedidos de demissões em menos de 15 dias, a presidenta Dilma Rousseff (PT) precisou escolher novos representantes em meio a críticas da oposição e sugestões de entidades políticas e movimentos sociais. Saíram do governo o ex-ministro da Educação, Cid Gomes, depois de um bate boca na Câmara dos Deputados, e o ex-ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, supostamente envolvido na criação de robôs que atacaram a oposição na internet. Para substituí-los foram anunciados Renato Janine Ribeiro e Edinho Silva, respectivamente.

Militante político do PT e integrante da Direção Nacional, Edinho Silva, primeiro a ser anunciado pelo Palácio do Planalto, é ex-deputado estadual do Estado de São Paulo, onde também foi presidente estadual da legenda. Além dessas atuações políticas, o novo ministro foi tesoureiro da campanha de reeleição de Dilma em 2014, além de prefeito e vereador de Araraquara, em São Paulo.

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Na vida acadêmica, Edinho é formado em sociologia e já assumiu a função de professor. Atualmente ele integra a corrente petista 'Construindo um Novo Brasil (CNB)', a mesma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por essa influência no partido, a escolha da presidente foi bastante criticada pela oposição.

Renato Janine Ribeiro – O novo ministro da Educação, que levou mais tempo para ser escolhido do que Edinho, é professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo. Sua pesquisa inicial tratou do filósofo inglês Thomas Hobbes, a quem dedicou seu mestrado (Sorbonne, 1973) e seu doutorado (USP, 1984). Entre seus principais interesses, estão a natureza teatral da representação política e as dificuldades na construção da democracia no Brasil.

Em 2003, com base na sua experiência em política científica (na SBPC, no CNPq e na Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia), Renato Janine lançou o livro 'A Universidade e a Vida Atual', com o subtítulo 'Fellini não via filmes', em que defende uma universidade mais aberta para a sociedade e mais inovadora no plano da pesquisa. No mesmo ano, também publicou outro livro: 'Por uma nova política' que faz uma reflexão sobre sua campanha para a presidência da SBPC.

Ribeiro ainda foi presidente da Comissão de Cooperação Internacional da USP (1991-94), membro do Conselho Deliberativo do CNPq (1993-97) e ocupou na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1997-99) os cargos de Secretário, de Conselheiro e também presidiu a Comissão de Programação Científica da 50ª Reunião Anual da SBPC, em Natal (1998), e da 51ª, em Porto Alegre (1999). 

O Palácio do Planalto divulgou na noite desta sexta-feira (27) o nome do novo ministro de Educação que assumirá a pasta no lugar de Cid Gomes. O novo representante da presidente Dilma Rousseff (PT) é o professor doutor Renato Janine Ribeiro.

Segundo nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, o novo ministro aceitou o convite da chefe do executivo hoje, e tomará posse no próximo dia 6 de abril. Renato Janine é o segundo ministro anunciado pelo Palácio do Planalto nesta sexta-feira. Durante a manhã Dilma revelou o nome do ministro da Secretaria de Comunicação Social, o petista Edinho Silva.

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Perfil – Ribeiro é professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo, na qual se tornou doutor após defender mestrado na Sorbonne.  Ao longo da carreira profissional Renato Janine tem se dedicado à análise de temas como o caráter teatral da representação política, a ideia de revolução, a democracia, a república e a cultura política brasileira. 

O novo ministro de Dilma possui algumas obras como "A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil" (2000, Prêmio Jabuti de 2001) e "A universidade e a vida atual - Fellini não via filmes" (2003). 

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