Tópicos | Republicana

A agenda de Joe Biden está em jogo nesta quarta-feira (9) em uma madrugada eleitoral tensa, na qual a esperança de onda vermelha sonhada pelos republicanos não se concretizou, embora Ron DeSantis, possível rival de Donald Trump como pré-candidato nas eleições presidenciais de 2024, tenha conquistado uma grande vitória na Flórida.

Os republicanos conquistaram vitórias na votação de terça-feira, mas não parecem ter alcançado a rejeição generalizada ao governo do presidente Joe Biden nas eleições de meio de mandato que podem definir o futuro político do chefe de Estado democrata e de seu antecessor Donald Trump.

##RECOMENDA##

O veredicto das urnas foi mais claro nas disputas para governadores dos estados comandados por republicanos, como Greg Abbott, promotor de políticas migratórias rígidas no Texas, ou a vitória esmagadora da estrela emergente Ron DeSantis na Flórida, consolidando sua posição como um dos principais pré-candidatos à Casa Branca em 2024.

DeSantis, de 44 anos, afirmou que a luta está apenas começando, o que possivelmente vai contrariar Trump, que pretendia usar os resultados das 'midterms' como trampolim para as próximas eleições presidenciais. Ele inclusive prometeu fazer um "grande anúncio" em 15 de novembro.

Trump pode celebrar o triunfo de alguns candidatos comprometidos com sua causa, como a cadeira no Congresso obtida pela latina Mónica De La Cruz, defensora de sua política migratória, no Texas, e em particular a vitória de J.D. Vance como senador por Ohio, um dos redutos industriais e agrícolas dos Estados Unidos.

A derrota na disputa pelo Senado em Ohio é uma grande decepção para Biden, mas os democratas também conseguiram vitórias importantes. O partido retomou dos republicanos dois governos estaduais: Maryland e Massachusetts, onde Maura Healey será a primeira governadora abertamente lésbica a comandar um estado.

E na Flórida foi um democrata, Maxwell Frost, de 25 anos, que se tornou o primeiro membro da "Gerração Z" a entrar para o Congresso, com uma cadeira na Câmara de Representantes.

A democrata Kathy Hochul levantou o ânimo dos democratas ao manter o governo do estado de Nova York, onde os republicanos acreditavam que poderiam derrotá-la.

"Não é uma onda republicana"

Com muitas dificuldades devido ao nível recorde da inflação, Joe Biden pode perder o controle da Câmara de Representantes e do Senado nas eleições de meio de mandato, que tradicionalmente são desfavoráveis para o partido que está na Casa Branca.

Mas a "gigantesca onda vermelha", a cor dos republicanos, prometida por Donald Trump, ainda não se concretizou, embora a apuração esteja longe do fim.

"Não é uma onda republicana com certeza", afirmou o influente senador Lindsey Graham, amigo do ex-presidente, ao canal NBC.

O senador republicano Ted Cruz, que previa um "tsunami vermelho", afirmou que o partido ainda pode ter maioria na Câmara e Senado, mas admtiu que "não foi uma onda tão grande como esperava".

O líder da minoria republicana na Câmara de Representantes Kevin McCarthy, também acredita no controle da Casa. "Está claro que vamos a recuperar a Câmara", afirmou.

A maioria no Senado é incerta, pois tudo depende de alguns estados cruciais, como Geórgia, Arizona e Pensilvânia, com disputas muito acirradas.

Uma das maiores incógnitas já foi definida: na Pensilvânia os democratas conquistaram uma cadeira potencialmente decisiva com a vitória de John Fetterman contra o candidato trumpista Mehmet Oz, informou a imprensa local.

 "Seguro de saúde e dinheiro" 

Neste estado, Lasaine Latimore, um afro-americano de 77 anos, esperava uma vitória dos democratas "porque eles estão mais do lado do povo".

"Eu quero apenas um seguro de saúde e mais dinheiro para meus cuidados dentários e meus óculos", acrescentou, seguindo o discurso da campanha de Biden, que se apresentou como o presidente da classe média e dos pobres.

Um argumento que teve pouco peso diante da campanha agressiva dos republicanos, que acusam o presidente democrata de ter provocado a disparada da inflação e ter permitido o aumento dos níveis de violência.

Se o democrata de 79 anos perder a maioria em uma das câmaras, sua margem de manobra se dissipa. Ele ficará paralisado diante dos republicanos que prometem usar todas as armas parlamentares: investigações, inclusive sobre seu filho Hunter Biden, e bloqueio orçamentário.

Mas se perder o Senado também, uma possível candidatura à reeleição em 2024 ficará sob risco.

Além de todas as cadeiras na Câmara de Representantes, um terço do Senado e vários governos estaduais e cargos locais, dezenas de referendos foram organizados na terça-feira, em particular sobre o direito ao aborto.

Mais de 140 candidatos republicanos que questionam o resultado das eleições presidenciais de 2020 foram eleitos nas disputas para cargos nacionais e locais, segundo a imprensa americana.

Porém, alguns nomes importantes que apoiaram as teses sem provas propagadas por Donald Trump foram derrotados, como o governador da Pensilvânia Doug Mastriano.

O presidente americano, Donald Trump, criticou na quinta-feira (27) o "fraco" Joe Biden, seu rival democrata na disputa pela reeleição, ao aceitar a indicação republicana em um país que sofre as consequências da Covid-19 e das tensões raciais.

Trump voltou a combinar patriotismo e retórica antissocialista para traçar um apocalipse caso Biden, que chama de "marionete da esquerda radical", chegue ao poder em 3 de novembro.

"Esta eleição decidirá se salvamos o sonho americano ou se permitimos que uma agenda socialista derrube nosso precioso destino", disse o presidente, ao lado de bandeiras americanas em um imponente palanque montado nos jardins da Casa Branca.

"Biden é fraco", declarou a respeito do ex-vice-presidente de Barack Obama. "Não é o salvador da alma dos Estados Unidos (...) e se tiver a oportunidade, ele será o destruidor da grandeza americana".

A segunda indicação do magnata republicano, de 74 anos, acontece em um cenário de crise de saúde, econômica e social sem precedentes, com quase 180.000 mortes provocadas pela covid-19, taxa de 10,2% de desemprego e grandes manifestações contra o racismo e a brutalidade policial.

Mas, em desvantagem nas pesquisas, Trump se apresentou como o único líder capaz de velar pelos americanos.

"Ninguém estará a salvo nos Estados Unidos de Biden", completou.

Trump também prometeu "acabar" com o coronavírus com uma vacina até o fim do ano.

"Produziremos uma vacina até o fim do ano, talvez antes", disse. "Derrotaremos o vírus, acabaremos com a pandemia e sairemos mais fortes do que nunca".

Um total de 58,2% dos americanos não aprovam a gestão de Trump na pandemia, de acordo com o site FiveThirtyEight.com.

A covid-19 quase não foi citada na convenção, exceto nas palavras de compaixão da primeira-dama, Melania, que reconheceu na terça-feira o impacto do "inimigo invisível" e a dor e angústia provocadas.

A outra voz que expressou a preocupação do presidente com a covid-19 foi a sua filha mais velha e assessora, Ivanka, que na quinta-feira apresentou o pai em um discurso repleto de elogios no qual pediu "mais quatro anos".

- "Otimismo ilimitado" -

"Com um coração repleto de gratidão e otimismo ilimitado" com a candidatura, o presidente encerrou uma Convenção Nacional Republicana celebrada em grande parte em formato virtual, mas que em nenhum momento deixou de ser um espetáculo sobre Trump.

Fogos de artifício e as estrofes da Ave Maria finalizaram o evento, marcado por quatro dias de elogios a Trump como um virtuoso da economia, defensor da vida e de Deus, além de firme na aplicação da lei.

Mas enquanto o presidente era a aplaudido em um ambiente de gala, sem distanciamento social ou máscaras, era possível ouvir o som dos manifestantes do movimento "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam), reunidos diante da Casa Branca para expressar revolta e pedir a saída de Trump.

Trump fez uma entrada triunfal, ao lado da primeira-dama, diante de mais de mil convidados e dois telões.

O cenário, que gerou críticas por confundir os limites tradicionalmente respeitados entre as funções do presidente e as ações do candidato, contrastou com os protestos que abalaram várias cidades americanas durante a semana.

Abaladas por atos de violência, as manifestações têm como alvo Kenosha, uma pequena cidade de Wisconsin, onde no domingo um policial branco atirou pelas costas em um jovem negro, Jacob Blake. Na quarta-feira, um adolescente branco, supostamente partidário de Trump, foi detido sob a suspeita de matar duas pessoas e ferir gravemente uma terceira durante confrontos na noite anterior.

"Senhor presidente, faça com que nos sintamos seguros de novo", afirmou o ex-prefeito Nova York e assessor de Trump, Rudy Giuliani, em um discurso.

- "Recordem", responde Biden -

Biden respondeu no Twitter às críticas de Trump. "Recordem: todos os exemplos de violência que Donald Trump denuncia aconteceram durante seu mandato. Sob sua liderança. Durante sua presidência".

O candidato democrata criticou o que considera uma exploração cínica de eventos trágicos por parte do presidente.

"Ao invés de tentar acalmar as águas, joga lenha na fogueira. A violência não é um problema para ele, é uma estratégia política", afirmou em um discurso mais cedo.

A candidata a vice de Biden, Kamala Harris, criticou o presidente por não ter cumprido o dever de proteger os americanos.

Ela disse que "sempre defenderá" os manifestantes pacíficos, mas não os que "saqueiam e cometem atos de violência". Também advertiu contra quem deseja fazer justiça com as próprias mãos, uma referência velada ao adolescente detido.

A convenção do Partido Republicano, que começa nesta segunda (24) e oficializa a candidatura de Donald Trump à reeleição, terá aliados e parentes do presidente. Na lista de convidados com discursos confirmados, anunciada neste domingo (23) constam os três filhos - Don Jr., Eric e Ivanka Trump -, além de personalidades do conservadorismo americano, como Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA na ONU, e Mike Pompeo, secretário de Estado.

Diferentemente da convenção democrata, encerrada na semana passada, nenhum dos ex-presidentes ou candidatos presidenciais do Partido Republicano foi convidado para participar do evento. Ficaram de fora o ex-presidente George W. Bush, além de Mitt Romney, candidato republicano em 2012 - ambos desafetos de Trump.

##RECOMENDA##

Também ausentes estão vários senadores que enfrentam as urnas em novembro, incluindo Susan Collins (Maine), Cory Gardner (Colorado), Martha McSally (Arizona) e Thom Tillis (Carolina do Norte), todos de Estados nos quais o democrata Joe Biden lidera a disputa, segundo pesquisas, e teriam assumido um risco calculado de não participar do evento.

Uma das preocupações da equipe do presidente, ao montar a lista de oradores, foi desfazer a imagem ruim de Trump entre os eleitores negros. Para isso, a Casa Branca escalou Tim Scott, único senador negro do partido, e Ben Carson, secretário de Desenvolvimento Urbano.

Entre as presenças mais esperadas está a do casal Mark e Patricia McCloskey. Os dois foram flagrados em vídeo apontando armas para manifestantes na cidade de St. Louis. A presença deles na convenção indica que Trump deve manter o apelo a sua base radical de eleitores conservadores.

O estudante Nicholas Sandmann também foi convidado e fará um discurso em apoio ao presidente. Sandmann ficou conhecido por processar - e vencer nos tribunais - vários veículos de imprensa pela cobertura de uma controversa que ele teve com um descendente indígena em Washington. Desde então, virou um símbolo de como a imprensa progressista, segundo a Casa Branca, caracteriza os conservadores nos EUA.

Trump chega à convenção bem atrás do rival Joe Biden, segundo pesquisas. A diferença é de 7,6 pontos porcentuais (50% a 42,4%) em favor do democrata, segundo a média calculada pelo site Real Clear Politics, e de 8,6 pontos porcentuais (51,4% a 42,2%), de acordo com o site Five Thirty Eight. A diferença caiu um pouco desde julho, quando passou de 10 pontos porcentuais, mas continua sólida no mesmo patamar.

Gravações

Ontem, o presidente ganhou mais um problema às véspras do início da convenção. Maryanne Trump Barry, irmã mais velha de Trump, criticou seu irmão numa série de gravações divulgadas no fim de semana pelo Washington Post. Maryanne, ex-juíza federal, de 83 anos, disse que o irmão é "mentiroso" e "não tem princípios". "O que ele quer é apelar para sua base de eleitores", disse a irmã do presidente americano.

Maryanne foi gravada secretamente pela sua sobrinha, Mary Trump, que recentemente lançou um livro sobre o tio. Em pouco tempo, a obra Too Much and Never Enough ("Demais e nunca o suficiente", em tradução livre) entrou na lista de best-sellers dos EUA. As gravações, segundo Mary, foram feitas entre 2018 e 2019. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de 22.000 pessoas assinaram uma petição pedindo que os americanos sejam autorizados a portar armas de fogo durante a Convenção Nacional Republicana, porque sua proibição coloca suas vidas em risco.

Não é permitida a entrada de armas na Quicken Loans Arena de Cleveland, onde ocorrerá em julho o evento que poderia se tornar uma batalha decisiva para a nomeação republicana.

A petição foi criada no site Change.org e sábado já havia sido assinada por 22,633 pessoas, um número que está aumentando rapidamente.

"Cleveland, Ohio, é sempre classificada como uma das dez cidades mais perigosas nos Estados Unidos", diz a petição, que se dirige ao candidato presidencial republicano Donald Trump e seus rivais Ted Cruz e John Kasich.

"Ao forçar o público a deixar suas armas em casa, o CNR e a Quicken Loans Arena colocam em risco dezenas de milhares de pessoas, tanto dentro como fora do local da convenção".

No caso de um ataque no lugar, as pessoas estarão tão vulneráveis ​​"quanto patos sentados", acrescenta o texto, sugerindo que a convenção poderia ser alvo do grupo Estado islâmico.

"Nós todos sabemos da matança em massa que pode ocorrer quando os cidadãos são negados o direito básico concedido por Deus para levar armas de fogo e assalto em público", acrescenta o pedido.

O Serviço Secreto proibiu o porte de armas na convenção republicana em Tampa em 2012, informou a imprensa americana.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando