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Um dia após a posse como novo presidente da Argentina, Javier Milei publicou no Diário Oficial do país uma alteração em um decreto de restrição à nomeação de parentes na administração pública para dar um cargo a sua irmã em seu governo. Karina Milei, que ficou conhecida como o braço direito de Milei, foi empossada como secretária-geral da Presidência no domingo, 10.

O novo Decreto 13/2023 altera o artigo 1º do Decreto nº 93, de 30 de janeiro de 2018, publicado pelo então presidente Mauricio Macri. Essa medida proibia a nomeação de parentes diretos ou indiretos até o 2º grau, além de cônjuges, do presidente, vice-presidente, chefe de gabinete de ministros, ministros e outros funcionários em cargos elevados do governo.

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A mudança publicada pelo novo mandatário limita a proibição estabelecida no decreto posto por Macri com a ressalva para as nomeações que o presidente do país possa efetuar "por força das atribuições que lhe são conferidas pela Constituição Nacional".

Segundo o jornal argentino El Clarín, inicialmente, durante a transição, Milei havia dito que sua irmã seria conselheira pro bono (sem salário). Posteriormente, optou por nomeá-la como secretária-geral da Presidência, cargo que foi elevado pelo próprio Milei a um nível semelhante ao de um ministério.

Na cerimônia de posse, foi ela quem atuou como "primeira-dama", vestida de branco, e quem segurou o bastão presidencial enquanto o irmão fazia o primeiro discurso como chefe de Estado.

O delegado de Polícia Federal Valdecy Urquiza, diretor de Cooperação Internacional da PF, pode se tornar o primeiro policial brasileiro a ocupar o cargo de secretário-geral da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal que mantém bases e correspondentes em quase todo o planeta. O processo de seleção para um dos postos mais sensíveis da Interpol foi aberto em julho passado e deve se prolongar até junho de 2024. Urquiza tem recebido sucessivas declarações de apoio para chegar lá.

Aos 42 anos, pai de dois filhos, maranhense de São Luís, Urquiza ingressou na Polícia Federal no concurso de 2004 e iniciou as atividades em 2007. Ao longo da carreira, atuou em cargos estratégicos na corporação.

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O secretário-geral representa a Interpol em questões internacionais e é o principal responsável por promover a cooperação entre as unidades nacionais e "garantir a execução eficiente das operações policiais internacionais".

Diversos países já se manifestaram a favor da candidatura brasileira. A expectativa é de que o delegado federal poderá assegurar uma maior "diversidade, dinamismo e inovação" à organização que completará 100 anos em 7 de setembro próximo.

Os ministérios brasileiros de Relações Exteriores e de Justiça e Segurança Pública estão empenhados nos esforços da candidatura brasileira.

O cargo de secretário-geral da Interpol é crucial na administração da organização. É nomeado pelo Comitê Executivo e confirmado pela Assembleia-Geral. Cabe a ele liderar o corpo executivo da instituição, formado por mais de 1.000 profissionais, entre homens e mulheres que atuam nas atividades estratégicas e operacionais da Interpol.

Após a apresentação das candidaturas, o Comitê Executivo da Interpol avalia cada candidato com base em critérios estabelecidos, como experiência em aplicação da lei, liderança, habilidades diplomáticas e capacidade de gestão.

A conclusão dessa etapa do processo de seleção está prevista para ocorrer em junho de 2024.

Encerrado o processo de seleção, o candidato que alcançar o apoio da maioria dos membros do Comitê Executivo é indicado como novo secretário-geral, sendo então confirmado e formalmente designado durante a Assembleia-Geral da Interpol que ocorrerá em novembro de 2024.

Fontes ouvidas pelo Estadão destacaram que esse processo assegura a escolha de um "líder competente e qualificado para dirigir a organização em seus esforços contínuos de combate ao crime em escala global".

A Interpol mantém uma rígida e efetiva estrutura de governança, com a missão de garantir que as atividades da organização respeitem os objetivos e interesses comuns de seus membros. Essa estrutura é formada pela Assembleia-Geral, pelo Comitê Executivo e pela Secretaria-Geral.

Em um século de existência, o cargo de secretário-geral foi sempre ocupado por representantes de países europeus e um dos Estados Unidos. Urquiza poderá romper essa tradição.

O processo de candidatura ao cargo de secretário-geral da Interpol é um procedimento rigoroso e transparente. As candidaturas são abertas a representantes de todos os países-membros. Os candidatos devem apresentar suas credenciais formalmente, acompanhadas de currículo detalhado e uma carta de motivação, onde demonstram suas "habilidades e experiências" relevantes para liderar a organização policial internacional.

Policiais brasileiros ouvidos pela reportagem do Estadão avaliam que Valdecy Urquiza ostenta currículo, experiência e liderança para chegar à Secretaria-Geral da Interpol.

Quem é Valdecy Urquiza

Aos 42 anos, pai de dois filhos, Valdecy Urquiza é delegado da Polícia Federal desde 2004. Atualmente, o Brasil ocupa a vice-presidência da Interpol - cargo ocupado por Urquiza, por mandato.

Eleito em 2021, com término de sua gestão previsto para 2024, ele representa todos os países das Américas no Comitê Executivo da organização.

Urquiza já representou a Polícia Federal junto à Interpol na sede da organização em Lyon, na França, onde liderou a Diretoria de Combate ao Crime Organizado e proteção de comunidades vulneráveis.

O delegado federal coordenou as atividades globais da Interpol nas áreas de tráfico de seres humanos, contrabando de migrantes e exploração sexual de crianças na internet.

Acumula a função de diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal.

Em 2021, foi eleito pelos 195 países-membros da Interpol para servir como vice-presidente da Interpol para as Américas, para mandato de 2021 a 2024.

Anteriormente, atuou como chefe de Cooperação Jurídica Internacional na PF. Também exerceu o cargo de diretor na Diretoria de Crimes Organizados e Emergentes da Interpol em Lyon, na França, onde liderou a estratégia global da organização sobre crimes contra crianças, tráfico humano e contrabando de migrantes. Nessa função, liderou operações da Interpol na África, Oriente Médio e nas Américas.

Ele foi chefe do Escritório Central Nacional da Interpol no Brasil, chefe da Divisão de Cooperação Policial Internacional e liderou a Diretoria de Tecnologia da Informação na Polícia Federal.

Urquiza é formado em Direito pela Universidade de Fortaleza, possui MBA em Administração Pública pelo IBMEC e em Direito Ambiental pela PUC/SP.

Estudou Justiça Criminal na Universidade de Virginia, Telecomunicações e Tecnologia da Informação na Agência Japonesa de Cooperação Internacional em Tóquio e Gestão e Liderança na Universidade Harvard em Boston.

Também é formado pela Academia Nacional do FBI em Quantico/Virgínia.

Primeira mulher a se tornar secretária-geral das Relações Exteriores, a embaixadora Maria Laura da Rocha assumiu o cargo, nessa quarta-feira (4), num momento histórico para o movimento de mulheres na diplomacia. Em discurso, ela prometeu trabalhar "sem medir esforços" para que a igualdade de gênero se torne um objetivo em todas as ações do Itamaraty e para que a diplomacia passe a refletir "a cara da Brasil". Ela defendeu a ampliação do número de diplomatas negros, homens e mulheres, em postos de chefia.

"Não medirei esforços para evidenciar o que a Casa ganha em múltiplas dimensões valorizando as suas funcionárias mulheres e a diversidade dos seus quadros. O objetivo da igualdade de gênero deve pairar sobre todas as ações do ministério, orientando a atuação de cada um de nós em todos os momentos. Todos ganharemos com esse engajamento", disse Maria Laura, antes embaixadora do Brasil na Romênia. "É preciso aprofundar a tendência do aumento no número de mulheres e negras e negros na carreira diplomática e em postos de chefia, ampliando suas oportunidades nas classes superiores da carreira e em posições de comando na Secretaria de Estado e no exterior."

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A embaixadora diz que pretende atuar para "ampliar o número de mulheres, negras e negros, pessoas menos favorecidas e candidatos de todas as regiões do País recrutados para as nossas carreiras". "Isso é ainda mais importante no caso da carreira de diplomata, que precisa refletir cada vez mais a cara do Brasil. Mas isso não se fará se não agirmos para motivá-los, desde a escola secundária, a ver na carreira diplomática, tanto quanto uma oportunidade, uma verdadeira possibilidade", indicou a secretária-geral.

A nova gestão do Itamaraty promete reativar um comitê interno de Raça e Gênero, que fora extinto. "Uma instituição de Estado mais diversa não é apenas mais justa e democrática como convém, mas é também mais eficiente, produtiva e inovadora", disse a embaixadora.

Tanto o chanceler Mauro Vieira quanto Maria Laura prometem valorizar diplomatas mais experientes, uma tradição num órgão de Estado regido por hierarquia, mas que havia sido abandonada na era Jair Bolsonaro. Ela falou também em promover "ambientes livres de qualquer tipo de assédio e preconceito". E defendeu mudanças nos critérios de remoção e ascensão na carreira, vistas como barreiras à promoção de mulheres, para que sejam mais objetivos e previsíveis.

Na política externa, seguiu o tom de Lula e Vieira em defesa de retomar a atuação focada em organismos multilaterais, reconstruir pontes com parceiros e foros tradicionais e destacar o papel do Brasil na diplomacia do clima, como "detentor da maior floresta tropical do mundo".

"Como ex-embaixadora na FAO e na Unesco, conheço bem a demanda pelo Brasil como provedor de soluções para os desafios comuns da humanidade: do flagelo da fome à mudança do clima; da assistência a refugiados e deslocados à promoção dos direito humanos; das novas ameaças à paz e segurança ao enfrentamento de pandemias e catástrofes; dos riscos representados pelas armas nucleares às tensões geopolíticas entre grandes potências; do protecionismo comercial contra países em desenvolvimento à desestruturação de cadeias globais de suprimento", disse Maria Laura.

Ela prometeu dar "especial atenção" a uma nova secretaria que cuidará do atendimento consular, uma diretriz de Vieira, diante do crescimento da comunidade brasileira no exterior. São 4 milhões de pessoas vivendo fora do País. "Trabalharemos sobre o muito que já se fez nessa área para que seja uma vitrine do Serviço Exterior Brasileiro", disse a secretária-geral.

Os diplomatas lotaram a sala Brasília para assistir à cerimônia. A maioria das mulheres vestia roupas ou acessórios na cor lilás, que representa a causa feminista. Homens usavam gravatas e lenços da mesma cor, com variações de tom.

O chanceler Mauro Vieira, por exemplo, vestia camisa lilás e gravata roxa. Celso Amorim, ex-chanceler e assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também colocou uma gravata de mesmo tom.

A chefia da Secretaria-Geral das Relações Exteriores é o cargo número dois do Itamaraty. Trata-se, porém, do mais alto posto reservado a diplomatas de carreira, além de ser uma posição-chave na administração do ministério e na execução da política externa. É a ele que se dirigem, prioritariamente, os embaixadores acreditados e residentes no Brasil pela comunidade internacional.

Houve intensa campanha interna, na academia e até apelos políticos para que Lula nomeasse uma chanceler mulher. A nova secretária, que havia sido chefe de gabinete de Celso Amorim, era cotada, assim como a embaixadora Maria Luiza Viotti - agora um dos nomes fortes para assumir a embaixada brasileira em Washington. Será também a primeira mulher, caso a nomeação se confirme.

O tenente do Exército Mosart Aragão Pereira, ex-assessor especial do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi nomeado para um cargo na Coordenação-Geral de Saúde da Diretoria de Gestão de Pessoas, órgão que faz parte da Secretaria Especial de Administração da Secretaria-Geral da Presidência. A publicação está no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 26, assinada pelo secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Mario Fernandes.

Um dos assessores mais próximos de Bolsonaro desde 2019, Mosart foi exonerado em julho do cargo para concorrer a uma vaga como deputado federal pelo PL em São Paulo, mas não conseguiu se eleger. A campanha dele foi coordenada pelo irmão do presidente, Renato Bolsonaro.

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O tenente acompanhava de perto agendas de Bolsonaro como motociatas e passeios de jet ski e costumava compartilhar imagens do presidente em meio a apoiadores, além de bastidores de reuniões em Brasília e outras publicações de apoio ao governo. Em suas redes sociais, o militar continua postando registros de manifestações pró-Bolsonaro e contrárias ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ministra Flávia Arruda, da Secretaria-Geral de Governo, pediu licença do cargo a partir desta quinta-feira (13) e ficará afastada da pasta até o dia 21 de janeiro para tratar de "assuntos particulares". A licença da titular consta em publicação do Diário Oficial da União desta sexta-feira (14).

Única representante do PL - novo partido do presidente Jair Bolsonaro, a ministra vem sofrendo desgaste em sua relação com a base governista há alguns meses. Ela é pressionada sobretudo por integrantes do Centrão, que pedem sua demissão por ela supostamente não honrar acordos de repasses de emendas.

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Em dezembro de 2021, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) se desentendeu com a ministra pelo telefone ao cobrar a liberação de uma emenda prometida a ele pelo Planalto. O parlamentar teria gritado e agredido verbalmente a ministra, usando expressões machistas, o que motivou inclusive uma nota de repúdio da bancada feminina da Câmara.

Em entrevista na primeira semana do ano, Bolsonaro afirmou que "desconhece" onde a ministra teria errado para que a demissão dela fosse solicitada. "Se, porventura, (ela) estiver errando, como já aconteceu, acontece, eu chamo e converso com ela. Ela não será demitida jamais pela imprensa", disse.

A ministra começou o ano fazendo viagens pela pasta. Na semana passada, foi escalada pelo chefe do Executivo para visitar cidades atingidas pela chuva em Minas Gerais e auxiliar a viabilização de recursos para os municípios afetados. Ela registrou parte das visitas em seu perfil oficial no Instagram.

Entre outras coisas, a Secretaria-Geral de governo tem a função de coordenar a articulação política, conduzir o diálogo e garantir a integração do Poder Executivo com a sociedade. Não há ainda justificativa detalhada divulgada pelo Planalto ou pela pasta sobre o afastamento temporário da ministra.

A nova secretária-geral da Organização Mundial do Comércio (OMS), Ngozi Okonjo-Iweala, afirmou nesta segunda, 15, que, com sua posse, os modelo de práticas usuais deve ser esquecido no órgão. A nigeriana afirmou estar "honrada" em ser a primeira mulher e africana a chegar ao cargo, e que está pronta para assumir os desafios da OMC. "O trabalho real começa agora", escreveu no Twitter, após os membros da organização terminarem a eleição, que descreveu como histórica. Ao longo do dia, diversos líderes mundiais congratularam Okonjo-Iweala.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, escreveu que são "notícias fantásticas para o mundo e para as mulheres" no Twitter, afirmando desejar "tudo de bom no emprego de suas tremendas habilidades e experiência para a cooperação multilateral no comércio". Presidente de outra organização internacional, o líder do Banco Mundial, David Malpass, chamou a escolha de "excelente" e disse "estar ansioso para um novo relacionamento de trabalho forte", também na rede social.

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Em meio às críticas de Okonjo-Iweala contra o nacionalismo na vacinação contra a covid-19, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que a nigeriana tem as habilidades para ser a "líder perfeita" da OMC. Entre os desafios que Adhanom colocou, esteve a equidade na vacinação.

Com apoio importante da União Europeia, as principais autoridades do bloco congratularam a líder. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou no Twitter apoiar "a reforma da OMC e a ajudaremos a proteger o sistema comercial multilateral baseado em regras". Além disso, escreveu que a "Europa apoia totalmente você". Na mesma rede social, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a ex-ministra das Finanças da Nigéria tem "total apoio da UE". "Você traz uma riqueza de experiência e conhecimento em um momento em que a OMC precisa de reforma", escreveu.

Na mesma linha, o Alto Representante da UE, Josep Borrell, escreveu que o bloco "apoiará inteiramente os seus esforços para reforçar ainda mais a OMC como pilar do multilateralismo, que é essencial para uma recuperação justa e resiliente para todos".

Mais cedo, a Reuters noticiou que a China através do seu Ministério do Comércio afirmou ter "total confiança" na nigeriana.

O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta segunda-feira, 8, que o atual ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, deverá assumir a vaga de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. A mudança já era esperada e dada como certa por auxiliares do governo. Apesar da troca, Bolsonaro afirmou que "não existem" planos de realizar uma reforma ministerial para acomodar aliados.

"Onyx vai para a Secretaria-Geral da Presidência", confirmou Bolsonaro em entrevista ao apresentador José Luiz Datena. A mudança marcará o retorno de Onyx ao Palácio do Planalto, que já ocupou a cadeira de ministro da Casa Civil. "Não existe isso (reforma ministerial)", garantiu. Bolsonaro rebateu críticas sobre ter negociado apoio de partidos do Centrão em troca de cargos no governo. "Não é hora de trocarmos ninguém aqui para atender interesses políticos", disse.

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O presidente também negou ter liberado emendas parlamentares em troca de apoio. O chefe do Executivo lembrou que as emendas são "impositivas". Apesar disso, é o governo federal quem decide quando liberar os recursos. Como o Broadcast/Estadão mostrou, em janeiro, mês anterior às eleições para a presidência da Câmara e do Senado, houve liberação recorde de emendas parlamentares.

Além disso, o Estadão revelou que R$ 3 bilhões em recursos extras foram liberados para deputados e senadores, negociados pela Secretaria de Governo. A destinação dos recursos foi uma das formas do Planalto garantir apoio para Arthur Lira (PP-AL), eleito presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente escolhido no Senado.

Nesta segunda, Bolsonaro também voltou a citar que tinha problemas com o presidente anterior da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Com a eleição de aliados, Bolsonaro espera destravar a agenda econômica, a pauta conservadora, além de afastar o fantasma do impeachment.

Mais um general deixou o governo. O general da reserva Maynard Santa Rosa pediu demissão do comando da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), órgão subordinado à Secretaria-Geral da Presidência. Ele era o último secretário nomeado pelo ex-ministro da pasta Gustavo Bebianno, primeiro ministro a perder o posto na Esplanada, ainda em fevereiro. A saída do militar foi comunicada à sua equipe no início da tarde desta segunda-feira, 4.

Ao menos outros cinco militares, entre generais e coronéis do Exército, que trabalham na equipe de Santa Rosa devem deixar a SAE.

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Segundo apurou a reportagem, a saída do secretário foi motivada por descontentamentos na relação com o atual ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira. Logo que assumiu o cargo, em junho, Oliveira afastou a secretária de Modernização do Estado, Márcia Amorim, também nomeada por Bebianno.

Nas palavras de auxiliares, Oliveira deixou Santa Rosa na "geladeira", sinalizando que não o queria mais no cargo. Depois de pedir demissão, o general conversou com Bebianno.

Presidente do PSL durante a campanha eleitoral, Bebianno foi demitido após desentendimentos com o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho "02" do presidente Jair Bolsonaro.

Exoneração em 2010 por Lula

Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva também exonerou Santa Rosa. Na ocasião o general ocupava o cargo de chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército. O general havia criticado, em carta publicada na internet, a Comissão da Verdade, criada pelo governo para investigar crimes de violação aos direitos humanos durante o regime militar.

Planalto

O porta-voz do governo, Otávio Santana do Rego Barros, confirmou que Santa Rosa pediu demissão da SAE da Presidência. O porta-voz, no entanto, não comentou as razões da saída do general. Afirmou apenas que foi uma decisão "da lavra do próprio general". COLABOROU LÍGIA FORMENTI

A poucos dias da eleição, a secretária-geral do PSL em São Paulo, Letícia Catel, foi afastada do cargo. A decisão foi tomada pelo presidente do partido de Jair Bolsonaro, Gustavo Bebianno, depois de desavenças com a empresária. Ela continua filiada à sigla.

Após a decisão, Letícia foi barrada na porta do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde Bolsonaro está internado desde o dia 7. O controle de acesso ao candidato tem sido organizado por Bebianno. Eles não quiseram comentar o caso.

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Letícia era responsável pela área administrativa do partido. Ela cuidava, por exemplo, dos registros dos cerca de 200 candidatos em São Paulo. Também era presidente da comissão de ética e uma das principais interlocutoras entre os candidatos e a cúpula da sigla.

Quando ganhou espaço dentro do PSL, passou a fazer reuniões diretamente com Jair Bolsonaro, que conheceu por meio de um dos filhos do candidato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Essa movimentação em torno do presidenciável começou a incomodar Bebianno, segundo pessoas próximas a ele.

Letícia ainda teria ignorado ordens da presidência, fazia eventos sem consultar a cúpula e teria telefonado para Paulo Guedes, responsável pelo programa econômico de Bolsonaro, para dizer que ele deveria ir a uma entrevista na TV - opinião contrária à de integrantes da sigla.

"Em vez de cuidar da parte burocrática, ela começou a fazer articulações, criando uma série de problemas", disse um integrante da cúpula.

Viagens

A relação entre Letícia e o presidente do PSL em São Paulo, o deputado federal Major Olímpio, também se deteriorou depois que a empresária se tornou "voz ativa" na sigla. Viagens dela junto com o candidato a vice, general Hamilton Mourão, em agendas pelo Sul do País também desagradaram à cúpula do PSL.

A movimentação teria sido feita justamente no período em que Mourão tentou ocupar um espaço na campanha, enquanto Bolsonaro estava no hospital e Bebianno, isolado. Major Olímpio não comentou.

Eleitores criticaram a saída da empresária na página de Bebianno no Instagram. Um dos usuários escreveu: "Tem que trazer a Letícia de volta, o movimento JB17 é mais forte unido".

Nos bastidores, Eduardo Bolsonaro estaria trabalhando para que a saída de Letícia seja revertida. Ele não comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Advocacia-Geral da União (AGU) derrubou a decisão judicial que tornava sem efeito a nomeação do ministro Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência da República. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira (9).

A decisão liminar – de caráter provisório – foi expedida nessa quarta (8) pelo juiz Eduardo da Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal em Brasília, em atendimento a uma ação popular apresentada por três cidadãos.

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Na determinação, o magistrado entendeu que a situação de Moreira Franco se a assemelhava ao caso da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil pela ex-presidenta Dilma Rousseff, no ano passado. Na ocasião, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu a nomeação de Lula por entender que a medida foi tomada para conceder foro privilegiado ao ex-presidente e evitar que ele fosse julgado nas ações da Lava Jato pelo juiz federal Sérgio Moro.

A AGU recorreu, alegando que as citações são diferentes, que não há intenção de dar foro privilegiado a Moreira e que derrubar impedir a noemação dele causaria danos irreparáveis à gestão pública federal. O presidente do Tribunal Regional Federal da primeira região (TRF1), desembargador Hilton Queiroz, acolheu o pedido.

Agora caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a decisão final. O ministro Celso de Mello é o responsável por julgar dois mandados de segurança contra a nomeação - um da Rede e outro do PSol.

Com informações da Agência Brasil.

O agora ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, ainda não sabe qual sala irá ocupar dentro do Palácio do Planalto, mas sua personalidade descrita como "forte" já tem causado "ciumeira" nos corredores da sede do Poder Executivo, que terá "um novo síndico".

O antes ministro todo poderoso da casa, Eliseu Padilha (Casa Civil), perdeu atribuições para Moreira, que agora comandará toda a administração do Palácio, incluindo a comunicação social do governo e o cerimonial. No mínimo, ambos terão que dividir os holofotes de "homens fortes de Temer".

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Mesmo ocupando atualmente o antigo e pomposo gabinete de Michel Temer quando ele estava na Vice-Presidência, Moreira deixará a sala que fica no anexo do Planalto. A aposta é de que ele escolherá uma sala no terceiro andar, o mais próximo possível do presidente.

Pelo menos uma fonte afirmou que Moreira pode desalojar o atual chefe do cerimonial, Pompeu Andreucci, que será seu subordinado. Pompeu é uma das figuras "coladas" no presidente e tem sua sala a poucos metros do gabinete de Temer. Apesar disso, o quarto andar pode ser adaptado para receber "o novo prefeito do Planalto".

Caberá a Moreira, como destacou Temer no discurso de posse ontem, "estruturar" a administração interna do Planalto. Justamente por isso, os atuais ocupantes dizem que "o novo síndico" poderá fazer o que quiser.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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