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Autoridades filipinas alertaram para o risco de um "tsunami devastador" e instaram a população das zonas costeiras a se deslocarem ao interior, após um terremoto de magnitude 7,6 e ao menos duas fortes réplicas sacudirem a ilha de Mindanao, no sul do arquipélago.

Até o momento, não há informações sobre vítimas ou danos.

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O tremor ocorreu a uma profundidade de 32 km por volta das 22h37 locais (11h37 de Brasília), cerca de 21 km a nordeste do município de Hinatuan, na província de Surigao del Sur, relatou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Algumas horas mais tarde, dois fortes tremores de magnitude 6,4 e 6,2 voltaram a atingir a região, de acordo com a mesma fonte. O primeiro levou as autoridades a emitirem um alerta de tsunami e a pedirem à população na costa que se deslocasse.

"É esperado um tsunami devastador com ondas cuja altura apresenta uma ameaça à vida", declarou o Instituto filipino de Vulcanologia e Sismologia na rede social X.

O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico (OTWC), localizado no Havaí, também emitiu um alerta, mas depois anunciou que havia sido cancelado.

"Não há mais ameaça de tsunami devido a este tremor", informou o OTWC em uma mensagem divulgada às 16h45 GMT (13h45 de Brasília).

O Instituto Filipino de Sismologia, porém, manteve seu alerta. Também anunciou que estão previstas ondas com mais de um metro acima da média atinjam a costa, instando a população das províncias de Surigao del Sur e Davao Oriental a "evacuar imediatamente" para áreas mais altas ou mais para o interior.

Os proprietários de barcos receberam a ordem de proteger suas embarcações e se afastar da costa.

O sargento da polícia de Hinatuan, Joseph Lambo, afirmou que 45 mil residentes no município receberam a ordem de deixar suas casas. Muitos se dirigiram a pé ou em veículos para lugares mais elevados.

"Na delegacia, caíram objetos das prateleiras e duas televisões quebraram. As motos estacionadas do lado de fora também caíram", disse Lambo à AFP.

- "Entramos em pânico" -

Um vídeo compartilhado nas redes sociais, verificado pela AFP, mostra garrafas de bebidas e outros produtos caindo das prateleiras de um supermercado, enquanto os trabalhadores fogem para fora.

Em outras imagens, gravadas por Dennis Orong, de 26 anos, vê-se pessoas gritando e correndo em uma rua de Lianga, no município costeiro de Surigao del Sur. "Eu estava tremendo de medo, principalmente por causa da explosão dos postes elétricos", explicou à AFP.

Dyl Constantino, de 25 anos, estava na ilha de Siargao, no nordeste de Mindanao, quando o tremor ocorreu. "Foi o terremoto mais longo e forte que já vivi, provavelmente durou cerca de quatro minutos", contou à AFP.

"Aqui estamos acostumados a abalos, mas este foi diferente porque as portas realmente tremeram e todos nós entramos em pânico", continuou.

Bethanie Valledor, de 24 anos, estava dormindo em um hotel na cidade de Bislig, a cerca de 20 km a sudoeste de Hinatuan, quando o tremor a acordou. "Senti como se o quarto em que estávamos fosse ser destruído", relatou à AFP.

O terremoto ocorre quase duas semanas depois que outro tremor de magnitude 6,7 atingiu Mindanao, causando pelo menos nove mortes.

Os tremores são comuns nas Filipinas, localizada ao longo do "Anel de Fogo", um arco de intensa atividade sísmica e vulcânica que se estende do Japão ao Sudeste Asiático e à bacia do Pacífico.

A maioria é fraca demais para ser sentida, mas terremotos fortes e devastadores ocorrem aleatoriamente, e não há tecnologia disponível para prever quando e onde eles acontecerão.

Helicópteros e tropas terrestres correram para ajudar as pessoas feridas em um forte terremoto que sacudiu distritos no noroeste do Nepal pouco antes da meia-noite de sexta-feira, 3, matando pelo menos 128 pessoas e ferindo dezenas de outras, disseram as autoridades neste sábado.

As autoridades disseram que o número de mortos deve aumentar, observando que as comunicações foram cortadas em muitos lugares. No hospital regional da cidade de Nepalgunj, mais de 100 leitos foram disponibilizados e equipes de médicos ficaram à disposição para ajudar os feridos.

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"Eu estava dormindo profundamente quando, de repente, tudo começou a tremer violentamente. Tentei correr, mas a casa inteira desabou. Tentei fugir, mas metade do meu corpo ficou enterrado nos escombros", disse Bimal Kumar Karki, uma das duas primeiras pessoas a serem levadas para o hospital regional.

"Eu gritei, mas todos os meus vizinhos estavam na mesma situação e gritavam por socorro. Levou quase meia hora ou uma hora até que os socorristas me encontrassem", disse ele.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o terremoto teve uma magnitude preliminar de 5,6 e ocorreu a uma profundidade de 18 km. O Centro Nacional de Monitoramento e Pesquisa de Terremotos do Nepal disse que o epicentro foi em Jajarkot, que fica a cerca de 400 quilômetros a nordeste da capital do Nepal, Katmandu.

No início do sábado, helicópteros de resgate voaram para a região para ajudar e as forças de segurança no local estavam retirando os feridos e mortos dos escombros, disse o porta-voz da polícia do Nepal, Kuber Kadayat.

As tropas estavam limpando estradas e trilhas nas montanhas que foram bloqueadas por deslizamentos de terra provocados pelo terremoto. Helicópteros transportaram profissionais da área médica e medicamentos para os hospitais da região.

O primeiro-ministro Pushpa Kamal Dahal também voou em um helicóptero com uma equipe de médicos. Dahal liderou uma revolta comunista armada de 1996 a 2006, que começou nos distritos atingidos pelo terremoto.

No distrito de Jajarkot, o epicentro do terremoto, 92 pessoas foram confirmadas como mortas e outras 55 ficaram feridas, disse Kadayat. O terremoto matou pelo menos 36 pessoas no distrito vizinho de Rukum, onde várias casas desabaram, e pelo menos 85 pessoas feridas foram levadas ao hospital local, disse ele.

As autoridades de segurança trabalharam com os moradores durante toda a noite, na escuridão, para retirar os mortos e feridos das casas caídas.

O terremoto, que ocorreu quando muitas pessoas já estavam dormindo em suas casas, foi sentido na capital da Índia, Nova Délhi, a mais de 800 quilômetros de distância.

Os terremotos são comuns no montanhoso Nepal. Um terremoto de magnitude 7,8 em 2015 matou cerca de 9 mil pessoas e danificou cerca de 1 milhão de estruturas.

A vizinha Índia se ofereceu para ajudar nos esforços de resgate.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, publicou nas mídias sociais que estava profundamente triste com a perda de vidas e os danos causados pelo terremoto no Nepal. "A Índia é solidária com o povo do Nepal e está pronta para oferecer toda a assistência possível", disse ele.

Ao menos 12 pequenos abalos símicos foram registros na região do município de São Caetano, no Agreste de Pernambuco, desde quarta-feira. As informações são do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LABSIS/UFRN), que opera as estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) na região Nordeste.

O evento de maior magnitude, 2.7 mR, ocorreu às 22h18 de quarta-feira (25) e foi sentido pela população local e municípios vizinhos. Às 3h52 desta quinta-feira (26) ocorreu outro tremor, desta vez, de magnitude 1.7 mR.

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Tremores de baixa magnitude são relativamente comuns no Brasil, sobretudo na Região Nordeste. Em geral, esses pequenos sismos são causados por pressões geológicas movimentando pequenas fraturas na crosta terrestre.

A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) é a organização pública responsável por monitorar a sismicidade do território nacional através de suas quase 100 estações sismográficas espalhadas pelo país. As estações são operadas pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB), Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) e Observatório Nacional (ON). A RSBR conta ainda com o apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).

Com informações da assessoria

Um terremoto de magnitude 6,3 abalou a cidade de Herat, no noroeste do Afeganistão, na madrugada deste domingo (15), deixando pelo menos um morto e dezenas de feridos nessa região já atingida, no início do mês, por outros dois sismos com balanço de cerca de mil mortos.

O sismo ocorreu às 3h36 GMT (00h36 em Brasília), a 33 quilômetros de Herat, na província ocidental de mesmo nome, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). Na sequência, vieram dois tremores secundários de menor intensidade.

O diretor do hospital regional de Herat, Abdul Qadeem Mohammadi, disse que, até o momento, registram-se uma morte e 93 feridos. As autoridades responsáveis pela gestão de catástrofes afirmaram, por sua vez, que ainda avaliam a magnitude da destruição mais próxima do epicentro.

De acordo com um jornalista da AFP em Herat, a maioria dos moradores ainda dorme ao ar livre uma semana após o terremoto mortal, por medo de novas ocorrências, embora alguns tenham voltado para suas casas.

"Os moradores de Herat estão aterrorizados e assustados", relata o comerciante Hamid Nizami, de 27 anos, que agradeceu pelo fato de o terremoto ter ocorrido durante o dia, enquanto as pessoas estavam acordadas.

"Muitos dos nossos compatriotas não têm onde viver, e as noites são muito frias", acrescentou Nizami.

No dia 7 de outubro, um terremoto de magnitude 6,3 e oito potentes tremores secundários abalaram a área, derrubando fileiras de casas rurais e ferindo centenas de pessoas.

O governo talibã estimou o número de mortos em mais de mil, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou no sábado que o terremoto teria deixado cerca de 1.400 mortos.

Quatro dias depois, com milhares de residentes aterrorizados ainda sem abrigo e voluntários em busca de sobreviventes, outro tremor de mesma intensidade matou uma pessoa e feriu mais 130. Mais de 90% dos mortos nos terremotos eram mulheres e crianças, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na última quarta-feira.

As Nações Unidas disseram que mais de 20.000 pessoas foram afetadas pela emergência. Pelo menos seis cidades rurais do distrito de Zenda Jan foram completamente arrasadas.

- Necessidade de abrigos -

O Afeganistão já sofre uma grave crise humanitária, com a retirada generalizada da ajuda estrangeira após a volta dos talibãs ao poder em 2021.

Fornecer abrigos antes da chegada do inverno será um dos grandes desafios das autoridades talibãs, que tomaram o poder em agosto de 2021 e mantêm relações tensas com organizações de ajuda internacionais.

O Afeganistão sofre com frequentes terremotos, especialmente na cordilheira Hindu Kush, perto da junção entre as placas tectônicas da Eurásia e da Índia. Em junho de 2022, um terremoto de magnitude 5,9 deixou mais de mil mortos e dezenas de milhares de pessoas desalojadas na província de Paktika, no sudeste do país.

Moradores e voluntários buscam, nesta segunda-feira (9), sobreviventes soterrados nos escombros após o forte terremoto de magnitude 6,3 que deixou mais de 2.000 mortos no sábado (7), em uma zona rural do oeste do Afeganistão.

Caminhões carregados com alimentos, água e cobertores chegaram em massa às aldeias de difícil acesso localizadas cerca de 30 quilômetros a noroeste da cidade de Herat, a área mais afetada pelo terremoto, ao qual se seguiram oito réplicas.

Os voluntários levaram picaretas e pás, na esperança de encontrar sobreviventes.

"Muitas pessoas vieram de distritos distantes para tirar pessoas dos escombros", disse Khalid, de 32 anos, na aldeia de Kashkak, no distrito rural de Zinda Khan. "Todo mundo está procurando por corpos, embora não saibamos se ainda restam pessoas debaixo dos escombros".

As autoridades locais e nacionais forneceram números contraditórios de mortos e feridos. No domingo, o ministério responsável pela gestão de catástrofes anunciou que este "terremoto sem precedentes" deixou 2.053 mortos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que 11.000 pessoas e 1.655 famílias foram afetadas pelo terremoto e suas réplicas.

Os talibãs, que recuperaram o poder em agosto de 2021, enfrentam o enorme desafio logístico de realocar os habitantes antes da chegada do inverno.

As autoridades mantêm relações complicadas com organizações humanitárias internacionais, depois que proibiram as mulheres de trabalhar para a ONU e para ONGs, dificultando, assim, a avaliação das necessidades das famílias nas regiões mais conservadoras do país.

A organização Save the Children afirmou que esta é "uma crise que se soma a outra crise". Segundo o diretor da ONG no país, Arshad Malik, "a magnitude dos danos é assustadora. O número de pessoas afetadas por esta tragédia é realmente chocante".

- "Soterrados" -

Na cidade de Sarboland, perto do epicentro do terremoto, um jornalista da AFP viu casas destruídas, com pertences pessoais espalhados, enquanto homens removiam os escombros.

"Assim que ocorreu o primeiro tremor, todas as casas desabaram", disse Bashir Ahmad, de 42 anos. "Quem estava dentro das casas ficou soterrado. Há famílias, das quais não temos notícias", acrescentou.

Nek Mohammad, de 32 anos, estava trabalhando quando sentiu o primeiro tremor. "Voltamos para casa e vimos que não havia mais nada. Tudo virou areia", explicou, acrescentando que foram encontrados cerca de 30 corpos.

A província de Herat, na fronteira com o Irã, tem cerca de 1,9 milhão de habitantes, segundo dados do Banco Mundial de 2019.

O Afeganistão sofre frequentes terremotos, especialmente na cordilheira Hindu Kush, perto da junção das placas tectônicas da Eurásia e da Índia.

Em junho de 2022, um terremoto de magnitude 5,9 matou mais de 1.000 pessoas e deixou dezenas de milhares de desalojados na empobrecida província de Paktika, no sudeste do país.

O Afeganistão já se encontra imerso em uma grave crise humanitária, após o retorno dos talibãs ao poder, em 2021, e da consequente retirada da ajuda internacional.

Mais de 2.000 pessoas morreram no terremoto de magnitude 6,3 que abalou a região de Herat, no oeste do Afeganistão, no sábado (7), informou o governo talibã neste domingo (8), enquanto equipes de resgate procuram sobreviventes em aldeias devastadas.

O terremoto, que abalou regiões localizadas 30 quilômetros a noroeste da cidade de Herat, foi seguido por oito fortes tremores secundários.

O porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid, informou na rede social X (antigo Twitter) que "2.053 mártires morreram em 13 localidades; 1.240 pessoas ficaram feridas; 1.320 casas foram completamente destruídas", citando a agência de gestão de catástrofes.

O número de mortos aumentou acentuadamente neste domingo, já que pouco antes as autoridades haviam dado um número de mortos de mais de 1.000.

Na aldeia de Sarboland, localizada no distrito de Zinda Jan, zona próxima do epicentro, um jornalista da AFP observou que dezenas de casas foram destruídas.

Grupos de homens procuravam sobreviventes com pás entre os escombros das casas, enquanto mulheres e crianças esperavam ao ar livre entre as casas destruídas, com os seus pertences expostos ao vento.

"Assim que ocorreu o primeiro tremor, todas as casas desabaram", disse Bashir Ahmad, de 42 anos. "Quem estava dentro das casas ficou soterrado. Há famílias das quais não temos notícias", acrescentou.

- "Tudo virou areia" -

Nek Mohammad estava trabalhando quando o primeiro tremor foi sentido por volta das 11h00 (03h30 no horário de Brasília).

"Voltamos para casa e vimos que não havia mais nada. Tudo virou areia", explicou, acrescentando que foram encontrados cerca de 30 corpos.

"No momento não temos nada. Não temos cobertores, nada. Estamos abandonados", acrescentou o homem de 32 anos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou no sábado que "o número de vítimas deverá aumentar à medida que as operações de busca e resgate continuam".

Em Herat, considerada a capital cultural do Afeganistão, os moradores e comerciantes saíram às ruas em pânico ao sentirem a terra se mover.

Herat, 120 km a leste da fronteira com o Irã, é a capital da província com o mesmo nome, onde vivem cerca de 1,9 milhão de pessoas, segundo dados do Banco Mundial de 2019.

O Afeganistão sofre terremotos com frequência, especialmente na cordilheira Hindu Kush, perto da junção entre as placas tectônicas da Eurásia e da Índia.

Em junho de 2022, um terremoto de magnitude 5,9 matou mais de 1.000 pessoas e deixou dezenas de milhares de desalojados na empobrecida província de Paktika, no sudeste do país.

Em março deste ano, um terremoto de magnitude 6,5 matou 13 pessoas no Afeganistão e no Paquistão, perto da cidade de Jurm, no nordeste do país.

Além disso, o Afeganistão está imerso em uma grave crise humanitária, após o retorno ao poder dos talibãs em 2021 e da consequente retirada da ajuda internacional.

Pelo menos 15 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas devido a um terremoto de magnitude 6,3 que abalou o oeste do Afeganistão neste sábado (7), segundo um novo relatório das autoridades, que pode aumentar à medida que se registram deslizamentos de terras e há vítimas debaixo dos escombros.

"Esses números são os das vítimas que até agora foram levadas ao hospital central, mas não é um balanço definitivo”, disse à AFP o diretor de Saúde Pública da província de Herat, Mohamad Taleb Shahid.

"De acordo com as nossas informações, há pessoas soterradas sob os escombros", acrescentou.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) indicou que o epicentro do terremoto se localizou 40 quilômetros a noroeste da maior cidade da região, Herat. Depois houve sete réplicas com magnitudes entre 4,6 e 6,3.

Em Herat, moradores e comerciantes fugiram dos edifícios por volta das 11h, horário local (03h30 em Brasíla), quando os tremores começaram.

"Estávamos em nossos escritórios quando o prédio começou a tremer de repente e os revestimentos das paredes caíram. As paredes racharam e parte do prédio desabou", disse Bashir Ahmad, um homem de 45 anos, à AFP.

"Não consigo entrar em contato com minha família, as conexões e as redes não funcionam. Estou ansioso e com medo, tem sido assustador", acrescentou.

O USGS indicou em um relatório preliminar que poderia haver centenas de mortes.

"É provável que haja um número significativo de vítimas e que a catástrofe seja potencialmente extensa", afirmou o instituto.

O porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, Mullah Jan Sayeq, disse à AFP que "houve deslizamentos de terra em áreas rurais e montanhosas".

Segundo ele, há cerca de 40 feridos em três províncias, segundo um balanço provisório.

Herat, 120 km ao leste da fronteira com o Irã, é a capital da província com o mesmo nome, onde vivem cerca de 1,9 milhão de pessoas, segundo dados do Banco Mundial de 2019.

Eram duas da manhã quando gritos de desespero acordaram Abdel Moneim Awad al Sheikh. Ao se levantar, descobriu que a água se espalhava por todo o lado, até arrancar as portas de sua casa em Derna, no leste da Líbia.

As chuvas torrenciais que caíram sobre esta cidade na noite de 10 para 11 de setembro provocaram o rompimento de duas represas, e uma inundação colossal, como um tsunami, varreu tudo.

Na frente de sua casa em ruínas, Abdel Moneim, com o olhar perdido ante uma paisagem de desolação, recorda como ele e sua família sobreviveram à catástrofe, que deixou milhares de mortos e desaparecidos.

"Saí de casa sem levar nada, apenas meus óculos e o celular. Saí e vi a água bater nas portas de ferro como um terremoto", descreveu este homem de 73 anos em entrevista à AFP.

Algumas partes de Derna, como edifícios e infraestruturas, foram destruídas pela tromba d'água. Pontes que ligavam o leste e o oeste da cidade também desapareceram. A maioria das vítimas foi soterrada pela lama, ou arrastada até o mar Mediterrâneo.

Entre a casa de Abdel Moneim e o rio que atravessa a cidade, "havia três ou quatro edifícios".

"Agora não tem nada, apenas terra, como se nunca tivesse havido construção ali", relata.

O chão de sua casa, no primeiro andar, está coberto por uma espessa camada de terra seca. As janelas estão quebradas, e as paredes, estão cheias de rachaduras, ou em pedaços. Ele mora com sua esposa, enquanto seus dois filhos ocupam os demais andares do prédio com suas famílias.

Quando a torrente destruiu a porta de sua casa, eles subiram ao quarto andar. Mas não foi o fim de seu "pesadelo". Abdel Moneim conta que, depois de cerca de 15 minutos, "meu filho gritou para dizer que uma outra onda estava chegando e que era muito maior do que a primeira, com cerca de 20 metros de altura".

- "Vi a morte" -

A família decidiu subir mais, até o quinto andar, no telhado da casa dos vizinhos.

"Usamos uma escada de madeira e ficamos (lá) até o amanhecer, quando jovens voluntários vieram nos resgatar", lembra.

Assim como Abdel Moneim, muitas outras famílias em Derna viveram estes momentos aterradores. Mohamad Abdelhafidh, um libanês residente do local, afirma: "eu vi a morte".

O homem de 50 anos estava dormindo quando sentiu o "choque".

"Achei que fosse um terremoto", diz ele, que pediu à sua irmã e ao seu pai que fossem para a rua.

Ao sair na varanda, descobriu que a água tinha subido até o nível de seu apartamento, no terceiro andar. Ele e sua família rapidamente se refugiaram nos níveis superiores, onde permaneceram até a água baixar.

De acordo com o último relatório divulgado pelo ministro da Saúde do leste da Líbia, Othman Abdeljalil, as inundações deixaram 3.283 mortos. Teme-se, no entanto, que este balanço seja muito maior, devido aos milhares de desaparecidos.

"Na véspera, recebemos um aviso de que iria chover muito e que teríamos que ficar em casa. Só isso", lembra Mohammed Al Zawi, de 25 anos.

Depois de se abrigar, com a família, no telhado de sua casa de dois andares, este homem conta que, quando as águas baixaram, viu "25 ou 30 corpos" na rua.

"A água arrastou carros com gente dentro, pessoas, bens. Tudo foi parar no mar", acrescenta, ainda abalado.

As equipes de resgate intensificaram os esforços nesta quarta-feira (13) para ajudar as localidades do Marrocos devastadas pelo terremoto que matou mais de 2.900 pessoas, mas as esperanças de encontrar sobreviventes são cada vez menores, cinco dias após a tragédia.

O tremor, que afetou na sexta-feira (8) uma área da Cordilheira do Atlas, ao sudoeste da cidade turística de Marrakech, também deixou 5.530 feridos, segundo o balanço oficial mais recente.

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Diante da magnitude dos danos, o governo marroquino aceitou a ajuda da Espanha, Reino Unido, Catar e Emirados Árabes Unidos, que enviaram equipes de busca e resgate ao reino.

A Cruz Vermelha solicitou mais de 100 milhões de dólares (quase R$ 500 milhões) para atender as necessidades mais urgentes, que incluem saúde, água, saneamento e higiene, depois de liberar um primeiro fundo de emergência.

O terremoto destruiu várias casas em vilarejos na montanha, de difícil acesso.

Em Amizmiz, localidade que fica a uma hora de viagem de Marrakech, militares distribuíram barracas aos desabrigados.

"Eu peço apenas um lugar para viver, um lugar digno para um ser humano", disse Fatima Oumalloul, 59 anos.

- Fila de barracas -

A fila de barracas que começa perto das casas destruídas ou danificadas é um sinal de que a ajuda está chegando, mas deixa os sobreviventes em um cenário de incerteza para o futuro.

Fatima Benhamoud, cuja residência é considerada de "risco" devido à profundas fissuras, recebeu uma barraca para seis pessoas.

"Não podemos dormir dentro de nossa casa, temos que dormir do lado de fora", relata a marroquina de 39 anos, tensa com a proximidade da temporada de chuvas.

O primeiro-ministro do Marrocos, Aziz Akhannouch, anunciou na segunda-feira que as pessoas que perderam suas casas serão indenizadas.

O exército instalou hospitais de campanha para atender os feridos nas zonas isoladas, como na localidade de Asni, na província de Al Haouz.

As equipes governamentais prosseguiam com os trabalhos para liberar as rodovias que levam aos pequenos vilarejos montanhosos da província.

"Liberamos a estrada que segue até a cidade de Ighil, epicentro do terremoto, e ao vilarejo próximo de Aghbar", afirmou uma fonte do governo.

O rei Mohamed VI do Marrocos visitou na terça-feira os feridos em um hospital da cidade de Marrakech, onde doou sangue, segundo a agência oficial MAP.

O terremoto atingiu 7 graus de magnitude, segundo o Centro Marroquino para a Pesquisa Científica e Técnica, e 6,8 para o Centro Geológico dos Estados Unidos.

Este foi tremor mais forte já registrado no reino e o que provocou o maior número de vítimas em mais de seis décadas.

O papa Francisco, que visitou Marrocos em 2019, afirmou nesta quarta-feira que seus pensamentos estão com o "nobre povo marroquino".

"Rezamos por Marrocos, rezamos por seus habitantes. Que o Senhor dê forças para que se recuperem", afirmou o pontífice argentino.

Abdellah escapou por pouco da morte após o violento terremoto que destruiu a cidade Talat N'Yaqoub, ao sul de Marrakech, mas perdeu dois filhos e está inconsolável.

Na noite do tremor, Abdellah Aït Bihi, de 39 anos, dormia profundamente quando de repente " o teto caiu sobre nós".

"Meu filho mais velho (14 anos) saiu primeiro, ainda não sabemos como. Depois, graças à ajuda de nossos vizinhos, conseguimos abrir uma passagem. Consegui tirar minha filha de 10 anos e minha esposa", conta o homem amputado da perna esquerda, que perdeu sua prótese no terremoto.

Ele não chegou a tempo para salvar seus outros dois filhos, de 4 e 12 anos.

"Quando voltei, vi o mais velho inconsciente, pedras caíram na parte superior do corpo. O menor continuava vivo e falava, mas não tinha como chegar até ele. Eles o retiraram ontem", conta Abdellah, que também perdeu seus pais no terremoto.

"Minhas lágrimas não acabam, gostaria que parassem, mas a dor é mais forte que tudo", disse ao lado de sua esposa também desconsolada.

- "A vida não será a mesma" -

Latifa Aït Bizli, de 30 anos, conseguiu salvar seu três filhos de 3, 7 e 10 anos, e seus sogros, quando o teto de sua casa caiu. Seu marido estava em outra cidade na noite do terremoto e sobreviveu.

"A sorte foi que estávamos no andar de cima, corri primeiro até meus filhos e consegui tirá-los", recorda.

"A terra ainda tremia quando voltei para salvar meus sogros", lembra.

Do lado de fora, ficou "atônita" ao ver a magnitude dos danos: todas as casas estavam destruídas, inclusive a de sua irmã. Ela morreu com o marido e seus dois filhos.

"Não pude fazer nada por eles", lamenta a mulher.

"A vida nunca mais será a mesma para nós", resume Latifa.

Uma rede de solidariedade se formou após o terremoto. Muitos marroquinos viajaram para levar alimentos, remédios, cobertores e colchões para as vítimas, utilizando seus próprios recursos.

- "Comovida" -

Rachida Aït Malek, outra habitante de Talat N'Yaqoub, pensou que fosse morrer, mas foi resgatada por seus vizinhos.

"Estava em cima com meus dois filhos, minha mãe e duas de minhas irmãs, uma delas grávida, enquanto meu sobrinho estava no andar de baixo. Três vizinho nos retiraram dos escombros", explica a mulher de cerca de vinte anos.

Foi a última da família a ser retirada dos escombros, mais de seis horas após o primeiro tremor. O sobrinho morreu.

Suas duas irmãs foram hospitalizadas, enquanto Rachida, seus filhos e sua mãe ficaram ilesos.

Porém, psicologicamente está difícil superar. "Estou comovida, não consigo descrever a dor que sinto desde que a tragédia aconteceu. Voltamos dos mortos", disse a jovem.

As operações de resgate prosseguiam nesta terça-feira (12) no Marrocos, mais de 72 horas após o terremoto devastador que deixou quase 2.900 mortos, mas as esperanças de encontrar mais sobreviventes são cada vez menores.

O epicentro do terremoto, que provocou 2.862 mortes e deixou 2.562 feridos, segundo o balanço atualizado divulgado na segunda-feira à noite, fica em uma zona montanhosa da Cordilheira Atlas, onde os deslizamentos de terra dificultam ainda mais o acesso às localidades afetadas.

A Cruz Vermelha solicitou mais de 100 milhões de dólares (493 milhões de reais) para atender as necessidades urgentes, que incluem saúde, água, saneamento e higiene.

As equipes de resgate marroquinas, apoiadas por unidades estrangeiras, tentam acelerar a busca por sobreviventes e encontrar abrigo para centenas de famílias que perderam suas casas.

Em algumas áreas isoladas, no entanto, os moradores afirmam que não receberam qualquer tipo de ajuda.

Na localidade de Imoulas, os moradores parecem perdidos entre os escombros de suas casas.

"Nos sentimos completamente abandonados, ninguém veio nos ajudar. Nossas casas desabaram e não temos para onde ir. Onde todas essas pessoas vão morar?", lamenta Khadija, residente na cidade de difícil acesso.

"O Estado não veio, não vimos ninguém. Depois do terremoto, vieram contar o número de vítimas. Desde então, não restou ninguém. Nem proteção civil, nem as forças de emergência. Ninguém está aqui conosco", reclama Mouhamed Aitlkyd em meio aos escombros.

Correspondentes da AFP observaram helicópteros, que entregaram alimentos em alguns pequenos vilarejos isolados.

- Soluções? -

O chefe de Governo marroquino, Aziz Akhannouch, presidiu na segunda-feira uma reunião que abordou a reconstrução das casas destruídas.

"As pessoas que perderam suas casas receberão indenizações (...) em breve anunciaremos uma oferta clara", declarou.

O Exército marroquino instalou hospitais de campanha para atender os feridos nas zonas isoladas, como o vilarejo de Asni, na província de Al Haouz, a pouco mais de uma hora de viagem de Marrakech.

Mais de 300 pacientes foram atendidos, afirmou à AFP o coronel Youssef Qamouss.

"Avaliamos a gravidade e os pacientes em estado grave são enviados a Marrakech. Também temos uma unidade de radiologia, um laboratório e uma farmácia", disse.

O governo do Marrocos aceitou as ofertas de quatro países para o envio de equipes de busca e resgate: Espanha, Reino Unido, Catar e Emirados Árabes Unidos.

Jornalistas da AFP observaram socorristas espanhóis na segunda-feira em duas localidades ao sul de Marrakech, Talat Nyaqoub e Amizmiz.

"A grande dificuldade está nas áreas remotas e de difícil acesso, como aqui, mas os feridos são transportados de helicóptero", declarou a comandante da equipe espanhola de bombeiros, Annika Coll.

Ao comentar a possibilidade de encontrar sobreviventes, ela disse: "Na Turquia (afetada por terremoto violento em fevereiro), conseguimos encontrar uma mulher viva após seis dias e meio. Sempre há esperança".

"Também é importante encontrar os corpos, porque as famílias precisam saber e cumprir o luto", acrescentou.

O terremoto de sexta-feira à noite atingiu 7 graus de magnitude, segundo o Centro Marroquino para a Pesquisa Científica e Técnica, e 6,8 para o Centro Geológico dos Estados Unidos.

Este foi terremoto mais forte já registrado no Marrocos e o que provocou o maior número de vítimas em mais de seis décadas.

Assim que os leitos na barraca em frente ao hospital de Amizmiz ficam vazios, novos pacientes chegam para ocupá-los. O fluxo contínuo de feridos do terremoto que deixou milhares de mortos no Marrocos é ininterrupto.

Três dias após o devastador terremoto da sexta-feira, equipes de resgate e emergência continuam procurando sobreviventes entre os escombros e atendendo os feridos.

No hospital de Amizmiz, no sudoeste do país, os pacientes estão sendo tratados em uma grande tenda, pois o prédio do hospital não é seguro em caso de réplicas sísmicas.

Um novo paciente, Lhoucein Barouj, de 81 anos, chega de ambulância com fratura em uma perna.

"Tivemos que tirá-lo de casa com um cobertor e transportá-lo por vários quilômetros", explica sua filha, Habiba, depois que seu pai passou três dias sem receber atendimento médico, exceto de um osteopata tradicional.

"Ficamos esperando em um campo pelos serviços de emergência, que finalmente chegaram à aldeia de Ait Mbarek", acrescenta.

Como aconteceu em várias cidades montanhosas, as estradas ficaram bloqueadas devido a deslizamentos de terra, dificultando a chegada de socorristas e serviços de emergência para ajudar as vítimas do terremoto, que deixou quase 2.900 mortos e 2.600 feridos.

Nesta segunda-feira, ainda havia vítimas que não tinham recebido atendimento médico, como uma menina que estava no hospital de Amizmiz. Vestindo uma camiseta do Pernalonga, ela estava com a cabeça enfaixada.

"Só estamos cuidando dos tratamentos básicos, como suturas. As fraturas e casos mais graves são encaminhados para os hospitais de Marrakech", explica a oftalmologista Doha Hamidallah, que veio trabalhar como voluntária no pequeno centro médico desta cidade no domingo.

- "Muita histeria" -

Os médicos e enfermeiros deste hospital trabalham a um ritmo frenético devido à chegada constante de feridos e outros pacientes.

"Também precisamos tratar as complicações dos pacientes que não foram diretamente feridos pelo terremoto, mas não conseguiram tomar seus medicamentos", como no caso da diabetes, explica Christophe, um técnico de primeiros socorros da Cruz Vermelha do Marrocos.

As primeiras horas após o terremoto foram complicadas neste pequeno hospital, mas "fomos nos organizando", diz a doutora Hamidallah.

"Deslocamos unidades móveis com médicos para as aldeias isoladas", explica o membro da Cruz Vermelha.

O exército montou dois hospitais de campanha e as autoridades, várias clínicas móveis.

John Johnson, coordenador da organização Médicos Sem Fronteiras na França, destaca que, em termos de medicamentos, não parece haver grande escassez no país afetado.

No entanto, ele acredita que precisarão de ajuda com o apoio psicológico: "Vimos muita histeria".

Três dias após o terremoto, Amizmiz e muitas outras localidades ao redor ainda têm uma aparência desoladora.

Perto do hospital, um homem estava imóvel no meio da rua, com os braços cruzados. Ele estava olhando os destroços de sua casa em ruínas.

Luciana Vendramini viajou para o Marrocos onde está passando uma temporada e deixou os fãs preocupados após o terremoto que atingiu o país. Os abalos sísmicos deixaram 2500 mortos e a atriz se solidarizou com os acontecimentos.

Nesta segunda-feira, dia 11, a artista usou os Stories do Instagram para revelar que está bem e tudo aconteceu em uma cidade diferente da que ela estava.

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"Estávamos na cidade de Errachidia quando aconteceu o terremoto em Marrakesh. Demorou a chegar até nós a notícia, o sinal de internet perto do deserto do Saara oscila muito. Quando soubemos ficamos muito preocupadas e tristes com essa tragédia. Fiquei abalada com a notícia, por estar no mesmo país, mas graças a Deus não foi onde eu estava. Não consegui dividir aqui com vocês postagens sobre a viagem. Coração apertado por tantas pessoas que morreram nessa tragédia."

Luciana chegou ao Marrocos na última sexta-feira, dia 9, no mesmo dia em que o país sofreu os terremotos. Nos registros, a atriz contou que estava a cerca de 500 quilômetros de onde tudo aconteceu:

"Estamos voltando para o Brasil, estamos bem! Não do jeito que deveria, sem esse terremoto e sofrer por tantas pessoas que se foram. Os marroquinos são incríveis, educados, alguns tímidos, outros falantes, mas sempre muito atenciosos. Foi maravilhoso passar esse período com eles, quantos sorrisos pude trocar com as mulheres daqui... Obrigada por tudo! Pela recepção impecável nesse país mágico!"

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O terremoto de magnitude 6,8 que atingiu o Marrocos noite de sexta-feira (8) seguido por diversos tremores secundários, foi o mais forte já sentido no país em mais de um século. A catástrofe semeou destruição e devastação no local, onde o número de mortos e feridos continua aumentando à medida que as equipas de resgate desenterram pessoas vivas e mortas em aldeias que foram reduzidas a escombros. Veja o que se sabe até agora sobre a tragédia.

Quantas pessoas morreram?

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Até esta segunda-feira (11) o balanço provisório de mortos subiu para 2.497 pessoas, de acordo com o ministério do Interior. Pelo menos outras 2.476 pessoas ficaram feridas. O balanço anterior, divulgado na noite de domingo, 10, citava 2.122 mortos e 2.421 feridos.

Dessas, 1.452 mortes ocorreram em Al Haouz, ao sul de Marrakesh. Cerca de 760 também foram registradas em Taroudant e 200 em Chichaoua. A ONU estima que 300 mil pessoas foram afetadas pelo terremoto.

Quais são as áreas mais afetadas?

Um boletim de alerta sísmico divulgado pelo Instituto Nacional Marroquino de Geofísica explica que o terremoto, que ocorreu às 23h11, horário local, de sexta-feira, 8, a uma profundidade de 8 km, teve seu epicentro na cidade de Ighil, localizada a cerca de 80 quilômetros a sudoeste da cidade de Marrakech.

Esse epicentro ocorreu no alto das Montanhas Atlas. A região é em grande parte rural, composta por montanhas de rocha vermelha, desfiladeiros pitorescos e riachos e lagos cintilantes. O terremoto abalou a maior parte de Marrocos e causou ferimentos e mortes noutras províncias, incluindo Marraquexe, Taroudant e Chichaoua. O terremoto foi sentido por países como Portugal, Argélia e Espanha.

Como este episódio se compara com outros terremotos?

O terremoto de sexta-feira foi o mais forte já sentido em Marrocos em mais de um século, mas, embora tremores tão poderosos sejam raros, este, até agora, não é o mais mortal do país. Há pouco mais de 60 anos, o país foi abalado por um terremoto de magnitude 5,8 que matou mais de 12 mil pessoas na costa oeste, onde a cidade de Agadir, a sudoeste de Marrakech, desmoronou. Esse terremoto provocou mudanças nas regras de construção em Marrocos, mas muitos edifícios, especialmente casas rurais, não são construídos para resistir a tais tremores.

Não houve nenhum terremoto mais forte com magnitude maior que 6 em um raio de 500 quilômetros na região do tremor de sexta-feira em pelo menos um século, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O norte de Marrocos sofre terremotos com mais frequência, incluindo tremores de magnitude 6,4 em 2004 e magnitude 6,3 em 2016.

Dessas, 1.452 mortes ocorreram em Al Haouz, ao sul de Marrakesh. Cerca de 760 também foram registradas em Taroudant e 200 em Chichaoua. A ONU estima que 300 mil pessoas foram afetadas pelo terremoto.

Como estão funcionando os esforços de resgate?

Marrocos enviou ambulâncias, equipas de resgate e soldados para a região para ajudar nos esforços de resposta a emergências. Grupos de ajuda humanitária disseram que o governo não fez um apelo amplo por ajuda e aceitou apenas assistência externa limitada. O Ministério do Interior disse que estava aceitando ajuda internacional focada em busca e resgate da Espanha, Catar, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos, ignorando as ofertas do presidente francês Emmanuel Macron e do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

A vastidão da zona do terremoto e a complexidade do terreno estão dificultando os esforços de resgate, de acordo com Caroline Holt, diretora de desastres, clima e crises da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Algumas áreas afetadas só eram acessíveis por helicóptero, disse ela, acrescentando que a maquinaria pesada necessária para remover os escombros pode ser difícil de transportar através de um terreno tão montanhoso.

Mais de um dia após o terremoto, edifícios seguiram desmoronando. Em Marrakesh, as pessoas descreveram retiradas da população desesperadas à medida que os muros desabavam. As redes de telefonia celular nas áreas mais afetadas pararam de funcionar, deixando familiares em todo o país e em todo o mundo esperando por notícias.

Quais países estão fornecendo ajuda?

Cerca de 100 equipes compostas por um total de 3,5 mil socorristas estão registradas em uma plataforma da ONU e prontas para serem acionadas no Marrocos quando solicitadas, disseram os Rescuers Without Borders.

Uma equipe espanhola de busca e resgate chegou a Marrakech e seguiu para a zona rural de Talat N’Yaaqoub, de acordo com a Unidade Militar de Emergência da Espanha. O Reino Unido enviou uma equipe de busca de 60 pessoas com quatro cães, equipe médica, dispositivos de escuta e equipamento para cortar concreto.

O Grupo Internacional de Busca e Resgate do Catar está indo para Marrocos ajudar nas operações de recuperação, disse a organização num comunicado no domingo.

A Argélia também se ofereceu para reabrir o seu espaço aéreo para ajudar na ajuda e nas evacuações médicas. A Argélia fechou o seu espaço aéreo a Marrocos em 2021, quando os dois países cortaram relações diplomáticas sobre questões que incluíam uma disputa de longa data sobre o Saara Ocidental.

Entretanto, outras equipes de ajuda estrangeiras que estavam preparadas para se deslocarem expressaram frustração por não poderem intervir sem a aprovação do governo. A Alemanha tinha uma equipe de mais de 50 equipes de resgate esperando perto do aeroporto de Colônia-Bonn, mas os mandou para casa, informou a agência de notícias DPA. A República Tcheca disse ter uma equipe de 70 equipes de resgate prontas para partir e aguardar permissão para decolar.

(Com agências internacionais)

Omar Ait Mbarek falava por telefone com a noiva, quando a terra começou a tremer no povoado marroquino de Tikht. Ele ouviu objetos caíram no chão e, de repente, a linha foi cortada. Nesse instante, soube que a havia perdido para sempre.

"O que vocês querem que eu diga? Estou arrasado", desabafa o jovem, de 25 anos, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, após enterrar Mina Ait Bihi em Tikht, com quem se casaria em algumas semanas.

A aldeia situada a poucos quilômetros do epicentro do terremoto nas montanhas do Atlas ficou completamente arrasada. Esse foi o sismo mais letal no Marrocos em mais de seis décadas.

Os socorristas tiveram dificuldade para retirar o corpo da jovem dos escombros da casa, reduzida a pó após o abalo. Ao seu lado, encontraram seu telefone, com o qual ela conversava com o noivo, segundos antes de morrer. Seu corpo agora repousa em um cemitério improvisado, onde outras 68 vítimas do terremoto foram enterradas.

A localidade, onde viviam cerca de 100 famílias, é agora um amontoado de restos de madeira e alvenaria, louças quebradas, sapatos que não combinam e tapetes de complexas padronagens.

"A vida acabou aqui", lamenta Mohssin Aksum, um homem de 33 anos, com parte da família nesta aldeia. "O povoado está morto", insistiu.

- Construção tradicional -

Assim como a maioria dos municípios mais atingidos, Tikht era uma aldeia com muitas casas construídas segundo um método tradicional que usa uma mistura de pedra, madeira e argamassa de adobe.

Dezenas de habitantes, familiares em luto e soldados se reuniram nas ruínas no domingo. Vários disseram não se lembrar de outro terremoto nessa região.

"Não é algo em que as pessoas daqui pensem quando constroem as suas casas", afirmou Abdelrahman Edjal, um estudante de 23 anos que perdeu a maior parte de sua família na catástrofe.

Mas a qualidade dos materiais de construção não é a principal preocupação deste jovem sentado em uma rocha no meio dos escombros, sob um céu azul radiante no meio das montanhas.

Ele saiu para passear depois do jantar, e o tremor começou. Viu as pessoas fugindo das casas que desabavam. Tirou seu pai das ruínas da casa da família, mas seus ferimentos foram muito graves, e ele morreu ao seu lado.

- "Menos que nada" -

Originário dessa localidade e hoje morando em Rabat, Aksum lamenta que o terremoto tenha levado embora o pouco que essas pessoas possuíam. Ele aponta para o nariz e explica que o cheiro vem do gado, única fonte de riqueza de muitos habitantes, agora também soterrado pelos escombros e em processo de decomposição.

"Agora as pessoas têm menos que nada", afirma.

Enquanto ele fala, dois jovens com roupas manchadas de poeira dos escombros choram, sentados em pedras, sem dizer uma palavra.

No caminho para a cidade, veem-se tendas amarelas erguidas como abrigos de emergência. Membros da Defesa Civil transportam macas de um caminhão militar para as barracas. ONGs também operam na região, avaliando as necessidades de abrigo, alimentos e água dos habitantes que permaneceram em povoados como Tikht.

Ainda abalados com as perdas e com a magnitude da destruição, muitos dizem não saber o que fazer. Mas Omar Ait Mbarek é claro quanto ao próximo passo. "Vou reconstruir minha casa", diz ele, segurando na mão o telefone coberto de pó da sua falecida noiva.

Equipes de resgate correm contra o tempo para chegar a áreas remotas para resgatar sobreviventes do pior terremoto dos últimos 100 anos que atingiu Marrocos, na sexta-feira. Estradas bloqueadas e a lentidão do governo em pedir ajuda prejudicam os trabalhos. O tremor de magnitude 6,8 matou mais de 2,1 mil pessoas.

Isolamento

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A extensão dos danos e o número definitivo de vítimas estão longe de serem determinados, já que as comunidades mais atingidas estão nas montanhas do Alto Atlas, onde o acesso está bloqueado por escombros e rachaduras no solo. O serviço telefônico e o fornecimento de eletricidade foram interrompidos.

Imagens de TV mostraram ontem helicópteros transportando ajuda para áreas remotas, onde muitas casas são feitas de tijolos de barro, um método de construção tradicional e vulnerável. Os próximos dias, segundo especialistas, sejam cruciais para o resgate. "Os edifícios danificados representam um perigo e alto risco para quem tenta ajudar", disse Caroline Holt, diretora da Cruz Vermelha.

A tragédia provocou comoção internacional. Países Turquia, França e EUA ofereceram ajuda humanitária. No entanto, o governo marroquino está hesitante e deu sinal verde apenas para Espanha e Qatar. A lentidão na resposta ao terremoto também prejudica os trabalhos de resgate.

Milhares de marroquinos dormiram ontem nas ruas ao relento após suas casas terem sido destruídas. Em algumas áreas montanhosas, a própria população busca sobreviventes entre os escombros, enquanto as equipes de resgate não chegam.

Futebol

O amistoso da seleção olímpica do Brasil contra Marrocos, que seria realizado hoje, foi cancelado. O anúncio da CBF veio após a decisão da federação marroquina de jogar com os portões fechados por causa do terremoto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As equipes de emergência marroquinas, com o apoio de socorristas estrangeiros, prosseguiam nesta segunda-feira (11) com os esforços para encontrar sobreviventes e ajudar as pessoas que tiveram suas casas destruídas pelo terremoto que deixou mais de 2.100 mortos.

O governo do Marrocos anunciou no domingo à noite que aceitou as ofertas de envio de equipes de busca e resgate da Espanha, Reino Unido, Catar e Emirados Árabes Unidos.

As equipes entraram em contato com as autoridades marroquinas para coordenar o trabalho, informou o Ministério do Interior em um comunicado.

A Espanha anunciou o envio de 86 socorristas acompanhados por cães farejadores. Um voo humanitário decolou do Catar no domingo.

O ministério marroquino afirmou que "em caso de evolução das necessidades", outras ofertas de ajuda podem ser aceitas.

Vários países, incluindo França, Estados Unidos e Israel, também ofereceram ajuda ao reino do norte da África após o terremoto, que deixou 2.122 mortos e 2.421 feridos, segundo o balanço atualizando divulgado no domingo.

"Marrocos é um país soberano e lhe corresponde ao organizar as tarefas de resgate", disse a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, que anunciou uma ajuda de 5 milhões de euros (5,36 milhões de dólares) às ONGs que já estão trabalhando no país.

Enquanto aguardam a chegada de mais equipes estrangeiras, as autoridades marroquinas começaram a instalar tendas na área de Alto Atlas, onde localidades inteiras foram destruídas pelo terremoto.

- Cenário apocalíptico -

Socorristas, voluntários e soldados trabalham para encontrar sobrevivente e retirar corpos dos escombros, em particular nos municípios da província de Al Hauz, epicentro do tremor ao sul da cidade turística de Marrakech.

Em Tikht, uma pequena localidade próxima de Adassil, um minarete e algumas casas foram as únicas construções que resistiram em um cenário apocalíptico.

"A vida acabou aqui", lamenta Mohssin Aksum, um morador de 33 anos. "A cidade está morta".

Nas imediações, as forças de segurança cavam túmulos para as vítimas ou montam tendas amarelas para os sobreviventes que perderam suas casas.

O terremoto aconteceu na sexta-feira à noite. Com 7 graus de magnitude, segundo o Centro Marroquino para a Pesquisa Científica e Técnica, e 6,8 para o Centro Geológico dos Estados Unidos, este foi o tremor mais potente já registrado no país.

Diante da destruição, a solidariedade está presente em Marrakech, onde centenas de pessoas formaram filas nos hospitais para doar sangue.

"Estamos coletando alimentos para ajudar as áreas afetadas pelo tremor", declarou à AFP Ibrahim Nachit, membro da organização Draw Smile, que também prevê o envio de uma "caravana médica" aos locais mais necessitados.

"Acredito que os alimentos obtidos hoje devem ajudar a manter pelo menos 100 famílias durante uma semana", disse ao seu lado Abdeltif Razouki, vice-presidente da associação.

- "Fissuras importantes" -

A Cruz Vermelha Internacional fez um alerta sobre a importância da ajuda humanitária que, segundo a organização, pode ser necessárias "durante meses ou inclusive anos".

"Mas as primeiras 24 ou 48 horas são críticas", destacou.

Além das perdas humanas e materiais, o terremoto também afetou o patrimônio arquitetônico do país. Na medina do bairro antigo de Marrakech, os danos são impressionantes.

As muralhas do século XII que circundam a cidade imperial, fundada no ano 1070 pela dinastia dos Almorávida, estão parcialmente desfiguradas.

"Já podemos afirmar que (os danos) são muito mais importantes do que esperávamos. Observamos fissuras importantes, o minarete de (a mesquita de) Kutubia, a estrutura mais emblemática, assim como a destruição quase completa do minarete da mesquita de Kharbouch, na praça Yamaa el Fna", disse Eric Falt, diretor regional da Unesco para a região do Magreb.

Este foi o terremoto com o maior número de vítimas no Marrocos desde o tremor de Agadir em 29 de fevereiro de 1960. Quase 15.000 pessoas morreram na tragédia, um terço da população desta cidade na costa oeste.

O amistoso da seleção brasileira olímpica diante do Marrocos, nesta segunda-feira, na cidade de Fez, está cancelado. O anúncio foi feito pela CBF, logo depois da Federação Marroquina de Futebol anunciar, neste domingo, que o jogo teria portões fechados por causa do terremoto registrado no país na sexta-feira.

O rei Mohammed VI determinou luto oficial de três dias. Os jogadores da seleção brasileira usariam uma faixa preta no braço em homenagens às vítimas e uma outra seria apresentada em apoio aos marroquinos. A cidade de Fez não registrou incidentes causados pelo tremor. Segundo autoridades locais, o sismo de 7 pontos matou ao menos 2,1 mil.

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O amistoso desta segunda seria o segundo entre as duas seleções. Na quinta-feira, o Brasil perdeu para Marrocos, por 1 a 0, também em Fez.

O time do técnico Ramon Menezes se prepara para a disputa do Torneio Pré-Olímpico, em janeiro. Apenas duas seleções da América do Sul vão se classificar para os Jogos Olímpicos de Paris.

TREINO

A seleção brasileira treinou neste domingo e Ramon estuda mexer bastante na equipe para testar todos os convocados. A escalação só seria divulgada pouco antes da partida. Lesionados no primeiro jogo, o lateral Arthur e o volante Marlon Gomes são ausências certas.

As equipes de resgate aceleraram, neste domingo (10), a busca por possíveis sobreviventes presos sob os escombros de cidades devastadas no Marrocos por um violento terremoto, que já deixou mais de 2.100 mortos.

O terremoto, na noite de sexta-feira, teve uma magnitude de 6,8 segundo os serviços geológicos americanos, e de 7 segundo o centro marroquino de pesquisa científica e técnica. Foi o mais poderoso desde que começaram os registros modernos neste reino do norte da África.

O terremoto deixou pelo menos 2.122 mortos e 2.421 feridos, segundo o último balanço do Ministério do Interior divulgado em comunicado neste domingo.

"As autoridades públicas continuam mobilizadas para acelerar as operações de resgate e evacuação dos feridos", acrescentou o Ministério do Interior.

A província de Al Haouz, epicentro do terremoto, foi a mais atingida, seguida por Tarudant. Nestas duas áreas localizadas a sudoeste da cidade turística de Marrakech, o terremoto destruiu aldeias inteiras.

Neste domingo, muitos moradores foram aos hospitais da cidade para doar sangue às vítimas.

- Luto nacional -

"Perdi tudo", lamentou Lahcen, um homem que perdeu a esposa e quatro filhos na cidade rural de Moulay Brahim, na região montanhosa do Alto Atlas.

"A única coisa que quero é fugir do mundo e viver meu luto", disse o pai de família, que escapou da morte porque estava fora de casa no momento do terremoto.

A cidade de Tafeghaghte, poucos quilômetros a oeste, foi praticamente destruída pelo sismo, cujo epicentro ocorreu a apenas cinquenta quilômetros de distância, segundo uma equipe da AFP.

"Três dos meus netos (12, 8 e 4 anos) e a mãe deles morreram. Estão todos debaixo das ruínas", disse Omar Benhanna, de 72 anos, devastado.

No sábado, muitos dos sobreviventes dirigiram-se ao cemitério para o enterro de cerca de 70 pessoas, em cerimônias devastadoras marcadas por gritos e lágrimas.

O reino decretou três dias de luto nacional no sábado e líderes de todo o mundo, desde Espanha e França a Israel e Estados Unidos, enviaram condolências a Rabat.

A Argélia, um país vizinho em conflito com Marrocos, abriu o seu espaço aéreo, fechado há dois anos, a aviões que transportam ajuda humanitária e resgatam os feridos.

O Banco Mundial afirmou que dará "todo o seu apoio" ao país.

- Espanha enviará 'o que for necessário' -

A Espanha enviou neste domingo uma equipe de 56 socorristas e 4 cães de busca da Unidade Militar de Emergência (UME) para Marrakech, após receber um pedido formal do reino marroquino, e prepara um segundo avião.

"Enviaremos o que for necessário porque todos sabem que estas primeiras horas são cruciais, especialmente se há pessoas soterradas sob os escombros", declarou a ministra da Defesa, Margarita Robles, à televisão pública.

Outros países, como Estados Unidos, Itália, Reino Unido e Israel, também ofereceram a sua ajuda a Marrocos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou neste domingo que o seu país está pronto para "intervir" quando as autoridades marroquinas "considerarem necessário".

Neste domingo à tarde, Rabat indicou que aceitou o envio de "equipes de resgate" da Espanha, Reino Unido, Catar e Emirados Árabes Unidos.

A Cruz Vermelha Internacional alertou no sábado que as necessidades do país são enormes e prevê "muitos meses e até anos de resposta".

Na noite de sábado, canais de televisão marroquinos transmitiram imagens aéreas que mostravam cidades destruídas na região de Al Haouz, onde as construções são feitas de barro.

A poucos passos da Câmara Municipal de Marrakech, onde partes das muralhas da cidade do século XII estão danificadas ou parcialmente desabadas, algumas pessoas recolhiam os cobertores com que passaram a noite a céu aberto.

Maria, uma turista espanhola, passou a noite fora das ruas estreitas do centro histórico e preparou-se para "continuar a sua viagem normalmente" em direção a Fez, mais ao norte.

Além de Marrakech e regiões vizinhas, o tremor foi sentido em Rabat, Casablanca, Agadir e Easouira, onde muitos moradores abandonaram as suas casas em pânico no meio da noite.

Este é o terremoto mais mortal que atingiu este reino desde o tremor que destruiu Agadir, na costa oeste, em 29 de fevereiro de 1960. Quase 15 mil pessoas morreram, um terço da população da cidade.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prestou solidariedade à população de Marrocos pelo terremoto que atingiu a região de Marrakech na última sexta-feira. Em publicação no X (ex-Twitter) na manhã deste domingo, Pacheco pediu união internacional em torno de ações humanitárias para apoiar a região.

"Minha solidariedade ao povo marroquino pela tragédia que atingiu seu país e deixou inúmeros mortos e feridos. Que a comunidade internacional se una em ações humanitárias urgentes no sentido de apoiar as autoridades do Marrocos no envio do auxílio necessário aos atingidos", escreveu Pacheco.

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De acordo com o Ministério do Interior de Marrocos, pelo menos 2.012 pessoas morreram e outras 2.059 pessoas ficaram feridas. O número de vítimas pode aumentar à medida que o resgate avança sobre áreas remotas afetadas pelo terremoto. O terremoto de magnitude 6,8 foi o mais intenso a atingir o país norte-africano em 120 anos.

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