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Jaqueiras, amendoeiras-da-praia, casuarinas, jiboias, agaves. São plantas que fazem parte das paisagens brasileiras, mas nem sempre foi assim. Essas espécies não são nativas do Brasil e, trazidas de outros pontos do globo pelo homem, acabaram se espalhando sem controle pelo país.

O Banco de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, mantido pela organização não governamental Instituto Hórus, elenca pelo menos 210 espécies vegetais não nativas que se espalharam por ecossistemas brasileiros, causando danos à flora local.

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As amendoeiras-da-praia ou castanholas (Terminalia catappa), por exemplo, são presença constante nas praias e orlas de lagoas brasileiras. Proveniente da Ásia, provavelmente chegou por aqui de forma não intencional, através da água de lastro de embarcações portuguesas.

Sendo tolerante a ventos fortes, salinidade e uma variedade de tipos de solos, aqui encontrou terreno fértil para sua expansão, já que suas sementes podem ser carregadas por longas distâncias através das correntes marítimas e são dispersadas pela fauna nativa. Ela até foi plantada intencionalmente em praças e orlas devido à sombra proporcionada por sua copa.

Sua sombra, no entanto, é justamente o que mais prejudica as espécies vegetais nativas, já que impede a passagem de luz solar e atrapalha o desenvolvimento das mudas. No ambiente praiano, por exemplo, muitas plantas só se desenvolvem a sol pleno.

Efeitos

Levantamento concluído em 2021 pela bióloga Gyrliane Santos dos Santos, na época graduanda da Universidade Federal do Ceará (UFC), mostrou que a amendoeira-da-praia havia se espalhado por pelo menos 34 unidades de conservação, em nove estados brasileiros, entre elas o Parque Nacional de Fernando de Noronha.

Assim como a amendoeira-da-praia, as casuarinas (Casuarina equisetifolia) também são um problema para as vegetações costeiras. Originária da Austrália chegou, provavelmente, de forma intencional, sendo usada para fins ornamentais, cercas-vivas e estabilização de dunas.

Estudo feito por uma equipe da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em 2020, na restinga do Cabo de Santa Marta, mostrou que a casuarina causa impacto na abundância de indivíduos nativos, reduzindo a cobertura vegetal nas áreas onde estão presentes.

“Quando são introduzidas em um ambiente diferente daqueles em que elas ocorrem naturalmente, elas [as espécies exóticas] podem se adaptar. Quando elas se adaptam, elas se reproduzem e modificam totalmente o processo ecológico natural daquele ambiente. E quando elas se reproduzem com certo sucesso, elas se tornam dominantes”, explica o pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e do projeto Ilhas do Rio Massimo Bovini.

Capim-colonião

O pesquisador coordenou um projeto de erradicação do capim-colonião (Megathyrsus maximus) nas Cagarras, ilhas costeiras que são parte da paisagem da orla carioca e abrigam 190 espécies vegetais. Não se sabe se a espécie africana chegou aqui de forma acidental ou intencional, mas hoje é uma das plantas invasoras mais comuns no Brasil.

“Eu fiz o levantamento de todas as espécies de flora que ocorrem lá na ilha. Mas, ao longo dos dois anos em que fui fazendo o levantamento, uma coisa me incomodava, que era o capim-colonião, uma espécie invasora muito agressiva”, conta o pesquisador.

O incômodo transformou-se em ação e Bovini iniciou, em 2014, o trabalho de erradicação do capim. Foram alguns anos para se descobrir a melhor forma de lidar com a espécie. “É um trabalho muito árduo, muito difícil, porque o capim cresce muito rápido. Em um mês, ele é capaz de crescer dez centímetros. E quando chove e faz sol, ele cresce mais rápido ainda. Ele se alastra muito rápido”, disse.

Depois de algumas tentativas, que incluíram fogo controlado, cobertura do capim com lona preta, extração manual e uso de herbicidas, sua equipe concluiu que o melhor resultado foi obtido com a “nucleação”.

O método inclui o replantio de mudas nativas próximas umas das outras, criando núcleos de vegetação que, ao gerar sombra, evitam naturalmente o crescimento do capim, espécie que necessita de sol pleno para se desenvolver. Mas, mesmo depois de oito anos, o trabalho ainda está no início. E, sem patrocinadores, o projeto realizado no arquipélago, que é uma unidade de conservação federal (Monumento Natural das Ilhas Cagarras), está parado desde julho do ano passado.

Bovini destaca que, em muitos casos, a supressão de flora nativa, seja por incêndio ou desmatamento, favorece a expansão de plantas invasoras. “Abriu uma clareira, tirou o sombreamento, vem aquele sol direto no solo, com certeza as espécies invasoras vão chegar e chegam muito rápido”.

O Parque Nacional da Tijuca, também na cidade do Rio, é outra unidade de conservação federal que tem que lidar com espécies invasoras, como o capim-colonião, a jaqueira (Artocarpus heterophyllus), originária da Índia, e a dracena (Dracaena fragrans).

O capim-colonião é uma preocupação extra para o parque porque é suscetível ao fogo e pode servir como estopins para incêndios que atinjam a mata. Um levantamento feito entre 2014 e 2015 mostrou que a gramínea ocupava 2% da área total do parque, ou 83 mil metros quadrados. No setor Covanca, o capim ocupava quase 13% da área.

Palmito

Assim como acontece com os animais, nem todas as plantas invasoras vêm de outros países. O banco de dados do Instituto Hórus aponta que 14 espécies brasileiras invadiram ecossistemas de onde não eram nativas.

É o caso do açaizeiro (Euterpe oleracea), palmeira de cujos frutos se extrai a famosa polpa que é nativa da Amazônia e foi trazida para cultivo na Mata Atlântica. Um dos projetos envolvendo o açaí visava, na verdade, salvar sua congênere: a palmeira juçara (Euterpe edulis), nativa da Mata Atlântica.

Por produzir um palmito saboroso e de alto valor para a gastronomia, a juçara foi tão explorada que acabou se tornando uma espécie ameaçada. O motivo é que o palmito é justamente a parte da planta em que se formam as novas folhas e, caso seja retirado, a palmeira morre.

Alguns pesquisadores tentaram, então, criar uma alternativa viável para a exploração da palmeira, hibridizando-a propositalmente com seu congênere amazônico que, diferentemente da juçara, entouceira, ou seja, um mesmo indivíduo gera vários caules. Assim, seria possível retirar os palmitos sacrificando apenas alguns desses caules sem matar totalmente a planta.

O problema é que algumas dessas experiências acabaram saindo do controle. Em Sete Barras (SP), por exemplo, o açaizeiro passou a se espalhar pela mata nativa do Parque Estadual Carlos Botelho.

O Plano de Manejo do parque considerou-a uma “espécie-problema” por sua capacidade de dispersão e pela possiblidade de hibridização natural com a juçara, o que pode causar “problemas genéticos” na população da palmeira nativa.

Restrições

Para a fundadora do Instituto Hórus, Silvia Ziller, seria importante ter um controle sobre essas espécies que têm potencial invasor, impondo, por exemplo, restrições ao seu comércio.

“As plantas ornamentais, de uso comum, tinham que ser banidas, na medida em que estejam nas listas de plantas invasoras. Então as floriculturas teriam que ser fiscalizadas no sentido de não produzir e não vender mais essas plantas, que a gente sabe que são plantas-problema”, argumentou.

Segundo ela, além disso, é preciso investir na detecção precoce, ou seja, na medida em que as unidades de conservação forem percebendo o surgimento de espécies exóticas invasoras, elas vão sendo eliminadas. “Na medida em que tem controle, você consegue ir eliminando”.

Plantas têm uma dispersão mais fácil do que a fauna, uma vez que sementes e esporos de são de difícil contenção. No entanto, segundo Ziller, sua eliminação acaba sendo mais fácil porque, diferentemente dos animais, as plantas ficam paradas.

“Com uma abordagem correta de controle, você consegue ao longo do tempo fazer uma diferença gigantesca, na restauração de elementos naturais, tirando essas espécies [exóticas invasoras]”.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, mas não obteve resposta.

Estudo publicado na quarta (29) na revista Science Advances mostra que dois terços dos estados brasileiros têm risco de médio a alto para ser o próximo palco de surto de zoonoses. Esta relação se dá, sobretudo, em populações humanas vulneráveis que ocupam áreas mais remotas e próximas à vida selvagem.

O estudo, liderado por pesquisadores do Projeto RedesDTN, do Centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (SinBiose/CNpq), sediado na Fiocruz do Rio de Janeiro, chama atenção para o fato de que o aumento recente na vulnerabilidade ambiental e social do país pode acelerar a emergência do próximo surto.

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O risco de surtos decorrentes de zoonoses é um tema que ganhou visibilidade com a ascensão em escala global da SARS-CoV-2. A ideia de olhar para animais, sobretudo os selvagens, como reservatórios zoonóticos trouxe uma nova camada para a discussão sobre a conservação da biodiversidade: a abordagem da saúde global.

A pesquisa analisou dados de incidência de casos e mortes decorrentes de zoonoses, ocorrência de mamíferos e seus patógenos e parasitas, caça, perda de vegetação natural e cobertura verde urbana. Segundo os autores, nos países em desenvolvimento, a ocupação de áreas ambientalmente degradadas, associada à vulnerabilidade social da população, favorecem a rápida disseminação geográfica das infecções. Além disso, à medida que a ocupação humana vai avançando para as áreas naturais adentro, o contato com animais selvagens se intensifica. Isto cria condições para a emergência de doenças zoonóticas. Um exemplo é a incidência de malária e leishmaniose que está diretamente relacionada ao desmatamento.

De acordo com os autores, o aumento das vulnerabilidades ambientais e sociais no país, somados a crises econômicas e políticas, são potenciais gatilhos para surtos. Dados do Observatório do Clima mostram que, em 2020, o desmatamento elevou em 20% a emissão de gases na Amazônia Legal na comparação com o ano anterior.

Vulnerabilidade e capacidade de resposta

Para entender quais as áreas no país estariam mais sujeitas à emergência de surtos zoonóticos, os pesquisadores fizeram um esforço inicial de compilar dados de diferentes fontes e formatos no intervalo de 2001 a 2019. Em seguida, adaptaram o protocolo europeu INFORM que considera o risco à exposição, às vulnerabilidades, as estruturas de enfrentamento a situações de risco. Em seguida, analisaram as relações de dependências entre as variáveis.

A pesquisa constatou que há uma forte correlação entre perda de vegetação, riqueza de mamíferos, isolamento do município, pouca vegetação urbana e baixa cobertura vegetal. “O curioso é que a maioria das cidades que estão cercadas de mata nativa, têm pouca ou quase nenhuma vegetação urbana”, explica Gisele Winck, autora do estudo e pesquisadora de pós-doutorado do SinBiose. A aplicação do modelo mostrou que apenas 30% dos estados brasileiros, ou seja, oito estados, têm baixo risco de surtos de zoonoses.

Por exemplo, o Maranhão, que tem 34% do seu território coberto por floresta, é considerado de alto risco. Entretanto, o estado vizinho, Ceará, cujo bioma de prevalência é a Caatinga, tem baixo risco. Os outros sete estados de baixo risco são Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.

Uma característica compartilhada entre estes estados é a alta conectividade entre as cidades, o que favorece a capilarização do acesso ao sistema de saúde e, portanto, o tratamento de acometidos por zoonoses. “Se a pessoa não consegue tratamento em um município, ela consegue acessar outro município rapidamente. Isto tem a ver com a capacidade de resposta à crises”, explica Winck.

Os estados amazônicos são todos considerados de médio a alto grau de risco de surto zoonótico. Isto não é uma surpresa para os cientistas, pois a grande diversidade de espécies da Amazônia naturalmente abarca também riqueza de patógenos. “A questão é que atualmente há uma sobreposição das nossas áreas com maior cobertura vegetal e biodiversidade com as áreas de maior desmatamento. Isto as torna potencialmente um risco para a emergência de surtos de zoonoses”, avalia a pesquisadora.

Outro aspecto discutido no artigo é a caça. A caça é considerada atividade ilegal no país, exceto como atividade de subsistência para comunidades tradicionais e indígenas. Ainda assim, não é incomum encontrar a comercialização de carne de caça em todas as regiões do país. Esta manipulação de carne de caça preocupa os pesquisadores, não apenas em termos de manejo das espécies, mas também de saúde coletiva.

O consumo desta carne pode representar uma porta de entrada para patógenos e parasitas desconhecidos. “É preciso discutir este tema ao invés de ignorá-lo. Talvez a regulamentação incluindo monitoramento sejam saídas para a redução dos riscos eminentes”, considera a autora. Estimativas recentes apontam que o mercado de carne de caça na Amazônia Central seja de aproximadamente 35 milhões de dólares por ano e a carne de mamíferos é a mais consumida, seguida pela de répteis e aves.

Para finalizar, os autores apontam no artigo que não há uma única saída. “O desafio atual é a colaboração intersetorial para uma gestão eficaz focada no conceito de Saúde Única (One Health), sobretudo em países mega diversos com alta vulnerabilidade social e crescente degradação ambiental, como o Brasil”.

Fonte: Agência Bori

No interior de São Paulo, um incêndio de grandes proporções devastou uma área de vegetação no município de Cajuru (a 300 km da capital). Embora boa parte do terreno tenha sofrido com as chamas, um fato despertou a atenção dos moradores: o fogo destruiu quilômetros de mata, mas não alcançou o altar construído por um fiel em homenagem à Nossa Senhora Aparecida.

De acordo com a reportagem do G1, o serralheiro José Ali Rahal, 63 anos, foi quem construiu o pequeno santuário em 2012. A fé do homem na Padroeira do Brasil o faz crer que o fato do fogaréu não ter atingido o altar é um milagre. O idoso, conhecido na região como Zé Turco, contou que viu as chamas e se preparou para reconstruir o altar quando o incêndio acabasse.

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No entanto, quando chegou ao local, percebeu que o fogo havia apagado 20 centímetros antes de se aproximar das imagens e terços instalados em homenagem à santa. Segundo o fiel, apenas a fuligem da queimada atingiu os símbolos religiosos.

Ainda segundo o G1, o altar de Zé Turco recebe visitantes da região para momentos de oração e vigília dedicados à Padroeira do Brasil. O serralheiro, que percorre mais de 370 quilômetros a pé até o município de Aparecida (SP) para visitar a Basílica construída para celebrar a santa, é referência de fé e religiosidade nos arredores de Cajuru.

As altas temperaturas e a ausência de chuvas na Grande São Paulo ocasionaram incêndios em diversas áreas de mata que cercam a capital paulista. Entre os dias 2 e 4 de novembro, mais de mil chamados para contenção de incêndio em vegetação foram registrados pelo Corpo de Bombeiros. Os maiores prejuízos foram registrados no Pico do Jaraguá, na zona oeste da cidade e em Cotia, município da região metropolitana.

De acordo com o tenente André, do Corpo de Bombeiros em entrevista ao LeiaJá, o principal motivo para as queimadas é a falta de chuva na região da Grande São Paulo. “Este período de seca já era para ter acabado, a gente tem uma base do período de estiagem entre junho e outubro e depois já começa o período das chuvas de verão que acabam minimizando este tipo de ocorrência”, explica. Ainda segundo o tenente, a baixa na umidade relativa do ar que deixa o tempo seco também pode contribuir para a aridez nas matas. “Infelizmente a gente pegou um certo período de bastante calor, a umidade relativa do ar baixa e esse período de seca sem precipitação, então teve esse acúmulo de ocorrências de incêndio na vegetação”, completa.

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Apesar do número e do visual ter chamado bastante atenção da população nos locais atingidos, o Corpo de Bombeiros esclarece que a situação está sob controle. O tenente André ressalta que a prioridade de atendimento é sempre para os casos em que há risco para o patrimônio ou para a vida das pessoas. “A grande maioria das ocorrências não apresentam risco à população, óbvio que elas estão colocando em risco o meio-ambiente, mas a gente sabe também que isso faz parte até do bioma de algumas regiões”. Ainda de acordo com o tenente, a corporação monitora as ocorrências e chamados. “A gente entende que essas ocorrências nem sempre estão colocando em risco um patrimônio ou a vida de alguém, portanto quando existe uma ocorrência envolvendo uma vida, esta ocorrência vai passar na frente”, ratifica.

Para evitar maiores transtornos, a população deve estar atenta a algumas medidas que podem reduzir os riscos de incêndios prejudiciais ao meio-ambiente e a quem vive próximo às regiões de mata. O tenente André alerta que o Corpo de Bombeiros faz uma atividade de educação pública no perímetro urbano. “Não jogar ponta de cigarro nas rodovias, evitar fogueiras próximo a mato, atentar para as crianças não brincarem com fósforos e isqueiros, tomar cuidado com velas, tem também o problema com os balões, a gente pede para a população ficar bem atenta a isso, além da responsabilidade criminal que é soltar um balão também”, orienta. Já nas regiões rurais, a recomendação dos Bombeiros é direcionada à manutenção da limpeza dos terrenos e à capinação de cercas vivas.

 

 

Uma ação conjunta, realizada nesta quinta-feira (4), pretende identificar a vegetação que surgiu no leito do Rio Capibaribe esta semana, formando uma mancha verde. As plantas aparecem quando a maré está baixa, nas imediações da Ponte Paulo Guerra, no Pina, e do Cais José Estelita.

A operação contará com técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Brigada Ambiental do Recife e do departamento de botânica da Faculdade Frassinetti do Recife – Fafire.

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Os técnicos e pesquisadores irão observar as plantas e as condições do ambiente onde se desenvolveram. Também serão recolhidas amostras para análise nos laboratórios da Fafire, pela professora Paula Fortunato, doutora em botânica.

Com informações da assessoria

Brasília - A taxa anual de desmatamento da Amazônia, divulgada hoje (5) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 6.238 quilômetros quadrados (km²), mantém a tendência de queda da derrubada e é a menor desde o início do levantamento, em 1988. Com a devastação em queda, o governo quer agora investir na recuperação de áreas do bioma que já foram desmatadas e estão abandonadas.

“O que está em debate hoje não é só coibir o desmatamento, temos que avançar em relação ao que está em regeneração na Amazônia. É preciso avançar no monitoramento dessas áreas em regeneração”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a apresentação dos dados.

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Cerca de 20% de toda a área já desmatada na Amazônia são ocupadas por vegetação secundária, áreas que se encontram em processo de regeneração avançado ou que tiveram florestas plantadas com espécies exóticas, de acordo com levantamento feito pelo Inpe e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, essas áreas poderão ser utilizadas como sumidouros de carbono, porque funcionam como absorvedoras de dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa.

“Se aumentarmos a fiscalização, e aumentarmos a produtividade da pecuária – que ocupa 62% das áreas desmatadas – poderíamos, sem desmatar mais, transformar a Amazônia em um grande instrumento de sequestro de carbono, mudando totalmente o balanço brasileiro de emissões”, avaliou.

O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, calcula que essa mudança do papel da Amazônia no cenário brasileiro de emissões de gases de efeito estufa deve ocorrer nos próximos anos. “A recomposição da floresta junto com as medidas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que prevê meta contínua de redução do desmatamento, vão fazer com que a Amazônia, a partir de 2015, possa de transformar em um centro de absorção de carbono”.

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