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A centenária varejista Pernambucanas estreou em dezembro na venda direta, seguindo uma tendência que ganha força entre as redes de comércio especializadas em vestuário. A empresa já investiu cerca de R$ 10 milhões em tecnologia, treinamento e processos para começar a operar esse novo canal. Em cinco anos, a meta é que a venda direta responda por cerca de 10% do faturamento anual, hoje de R$ 5 bilhões.

"No passado, fizemos vários ensaios, mas a barreira era a operação feita por meio de catálogos físicos enviados pelos Correios, era tudo muito lento e difícil de entrar nesse mercado", afirma Sergio Borriello, CEO do grupo.

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Com a pandemia, houve uma rápida digitalização da venda direta. Isso facilitou o ingresso da empresa no setor. O CEO explica que a companhia já tinha catálogos digitalizados que usava na venda por meio de Whatsapp e no comércio online. O passo seguinte foi combinar as plataformas digitais com as lojas físicas.

Produtos e Serviços

Por meio de revendedores, a empresa comercializa não apenas artigos de vestuário, calçados, utilidades domésticas, eletroeletrônicos, mas também produtos e serviços financeiros oferecidos pela Pefisa, a fintech do grupo, como cartão, crédito e seguro.

"O que a gente vê é muitas empresas buscando a venda direta como mais um canal de comercialização", diz Adriana Colloca, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Venda Direta (ABEVD). Nos últimos dois anos, a entidade tem sido procurada por empresas do varejo de itens de vestuário, lojas de departamento e até o setor de serviços financeiros.

Borriello diz que a venda direta de produtos financeiros é um diferencial. Antes de a Pernambucanas decidir ingressar no setor, artigos de vestuário já respondiam por 22% do mercado da venda direta. Em 2020, a venda direta movimentou R$ 45 bilhões no País e avançou 10% sobre o ano anterior, segundo a ABEVD. O Brasil é hoje o sexto maior mercado em venda direta, cuja liderança é disputada por China e EUA.

Usando a venda direta, a Pernambucanas quer aumentar a capilaridade da rede e reconhecer algo que já acontece de fato. Em municípios menores próximos de cidades onde há lojas do grupo, muitas pessoas compram mercadorias da marca para revendê-las, diz Borriello.

ENTREGAS ÁGEIS. No modelo da venda direta traçado pela companhia, a loja física funciona como um minicentro de distribuição, o que torna as entregas mais ágeis. O consumidor pode comprar o produto por meio do revendedor e retirá-lo na loja física em até duas horas. Ou o revendedor pode se encarregar da entrega da compra, tendo a loja física como sua base de apoio.

O canal da venda direta terá duas formas de operar. Em uma, os revendedores compram os itens da loja, com desconto, e revendem para sua rede de contatos. Na outra, usam o catálogo virtual para divulgação aos clientes, que fazem as compras. Neste caso, a comissão do revendedor pode chegar a 10%, diz o executivo.

"A venda direta encontra hoje uma massa de pessoas, potencialmente revendedoras, ávidas para ter uma renda adicional", observa o consultor de varejo Eugênio Foganholo, sócio da Mixxer Desenvolvimento Empresarial. A Pernambucanas tem cerca de mil revendedores, mas a meta é chegar a mais de 1,5 milhão nos próximos 12 meses.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O juiz Edvaldo Batista da Silva Júnior, da 10ª Vara Federal de Pernambuco, concedeu nesta terça-feira, 26, liminar para que usinas daquele Estado, e também de Alagoas e Sergipe, comercializem etanol hidratado diretamente aos postos de combustíveis, sem a necessidade da intermediação de distribuidoras. A decisão impede também que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável pela fiscalização do setor, aplique sanções aos postos e às usinas que adotarem a prática.

Por meio da assessoria de comunicação, a ANP informou ao Broadcast Agro que "ainda não foi formalmente intimada da decisão". A tutela antecipada foi concedida no processo impetrado pelos sindicatos representantes do setor sucroalcooleiro dos três estados nordestinos e pela Cooperativa do Agronegócio dos Associados da Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar (Coaf) contra a União e a ANP.

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Na decisão, o juiz cita a lei 9.478/97, conhecida como "Lei do Petróleo", para cobrar a necessidade de promover a livre concorrência no setor de combustíveis, em detrimento de resoluções da ANP que obrigam a venda via distribuidoras. "Como haverá então livre concorrência se o preço acaba sendo ditado pelas distribuidoras, pelas quais o etanol tem necessariamente de passar por mais distantes que sejam dos postos revendedores? (...) Não há como ignorar o verdadeiro cartel formado pelas mais poderosas distribuidoras de combustíveis", relata o magistrado no despacho.

Em seguida, Silva Júnior indaga qual o mal a venda direta de etanol poderia causar ao setor de combustíveis e à fiscalização sob o encargo dos agentes da ANP. "De idêntico modo e com idêntico rigor com que hoje se fiscalizam as distribuidoras, podem ser fiscalizados os produtores e os postos de revenda. A postura irrazoável da ANP, ao editar as malsinadas normas, evidencia igualmente maus tratos ao princípio da proporcionalidade", relatou.

O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar) e vice-presidente do Fórum Nacional do Setor Sucroenergético, Renato Cunha, afirmou que a decisão beneficiará 30 usinas dos três estados. No entanto, a liminar deve ter pequeno efeito no curto prazo, já que os estoques das companhias são pequenos por conta da entressafra da cana-de-açúcar no Nordeste.

"A decisão permite uma forma alternativa de venda, sem alijar as distribuidoras, e facilita o planejamento para a próxima safra, a partir de julho e agosto", afirmou o executivo. Cunha explicou que, por cautela, as companhias devem aguardar entre 48 horas e 72 horas para iniciarem a venda direta aos postos, prazo previsto para que a ANP seja notificada da decisão.

A venda direta de etanol hidratado dos postos às usinas divide o próprio setor produtivo. Enquanto produtores nordestinos apoiam a proposta, representantes do Centro-Sul, inclusive a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), são contrários à medida, por conta da dificuldade de fiscalização. A principal entidade do setor de etanol cita também que as distribuidoras terão papel fundamental na viabilização da nova política nacional de biocombustíveis (RenovaBio), com a compra dos Créditos de Descarbonização (CBIOs).

Os CBIOs são considerados fonte de recursos para financiar a ampliação na produção de etanol. Os títulos serão emitidos pelos produtores de biocombustíveis e adquiridos pelas distribuidoras para serem utilizados na compensação e redução das emissões feitas pelos combustíveis fósseis também comercializados pelas companhias. Os recursos gerados pelos CBIOs devem ser reinvestidos pelas usinas para aumentar a produção do etanol.

Além da judicialização do tema, ao menos quatro projetos de lei tramitam no Congresso Nacional, o principal deles já aprovado no Senado.

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Em meio à crise, os brasileiros que têm vontade de empreender em algum tipo de negócio estão optando em seguir uma carreira independente, por meio da venda direta. Para esse público - milhares de pessoas - a ideia de estar ligado ao padrão empregatício através da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não é relevante. O que realmente importa são os ganhos financeiros e a qualidade de vida, segundo muitos profissionais. Alguns deles chegam a receber mais de R$ 100 mil mensalmente e veem esse modelo de trabalho como uma oportunidade para mudar de vida.

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Conhecido e intitulado como Marketing de Rede, Marketing Multinível ou Venda Direta, o negócio em sua essência visa oferecer incentivos de vendas e ganhos, a partir da comercialização de produtos e recrutamento de novos integrantes à rede de relacionamento. O estilo de comercialização utilizado é o Plano de Negócio Binário, ou seja, ao ingressar, as pessoas cadastram novos consultores na rede de negócios e os ganhos são proporcionais às vendas realizadas a aos novos consultores indicados.

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Segundo o professor, consultor em marketing e pesquisador da cultura de consumo, Thiago Ianatoni, a prática de negócio, intitulada pelo mercado de venda direta, Marketing Multinível ou Marketing de Rede, está se tornando cada vez mais comum. Ele ressalta que esta mudança se deve à vários fatores. “É importante lembrar que essa prática sempre existiu, mas ultimamente as pessoas podem recorrer ao tipo de negócio para complementar uma renda, empreender ou até mesmo pela crise”, diz Ianatoni.

O pesquisador aponta ainda que a cultura de aquisição das pessoas ao escolher ou comprar produtos pode está mudando, o que pode favorecer ao mercado de venda direta. “É interessante que os consumidores demonstram assumir um consumo mais consciente e até valorizam mais o vendedor de porta-a-porta. Muitos deles ficam mais satisfeitos porque o vendedor vai a sua casa. Ele não precisa ir aos centros de compras e há a questão da confiança do amigo que está indicando”, explica.

No Brasil existem várias empresas de venda direta, porém, nem todas são de Marketing Multinível. A grande diferença entre elas são os ganhos. As empresas que adotam o Multinível aplicam o sistema binário e o que difere uma das outras, muitas vezes, são as porcentagens de lucro. Existem várias organizações que adotam esse tipo de negócio, como a americana Mary Kay; a brasileira Hinode e a pernambucana Cidiz.

Exemplos do mercado

Criada há 27 anos, a Hinode aderiu ao Marketing Multinível de 2012. Segundo um dos consultores independentes, Júlio Miranda, 25, que atingiu o nível 'Triplo Diamante' na empresa e recebe mais de R$ 100 mil por mês,  todo valor conquistado é por mérito. "A ideia do negócio é a meritocracia, ou seja, vou ganhar esse dinheiro a partir da minha dedicação e trabalho. Se eu consigo manter a minha rede e a incentivo, continuo com a média desse valor, caso eu consiga expandir, consequentemente, receberei mais", explica o consultor, que se dedica a esse tipo de negócio há quase dois anos.

O jovem empreendedor ainda destaca que no Brasil, o Marketing Multinível ainda é pouco conhecido e explorado. "A maioria dos brasileiros não tem a cultura de empreender e isso não é ensinado e nem estimulado nas escolas. Na prática, as pessoas não querem trocar a 'estabilidade' da carteira assinada para investir na carreira de venda direta e principalmente o Marketing de Rede, que ainda é muito desconhecida pela população", diz Miranda. Mesmo com a ausência da popularização do negócio, ele ainda aponta que nos últimos meses a procura tem aumentado. "Acredito que com a crise e com o desejo de mudar de vida, as pessoas procuram outras fontes de renda", opina.

Há dez meses na Hinode, Nikácia Moura (à direita na foto ao lado) relata que deixou a atividade de comércio em shopping para ingressar como consultora, mas para isso, pesquisou durante um ano, até chegar à conclusão. "Analisei bastante e vi várias empresas. O que me chamou atenção na Hinode foi a forma de ganho, que pode chegar até 35% do valor da venda e do recrutamento de novas pessoas", conta ela, que atualmente ganha aproximadamente R$ 10 mil em sua rede, juntamente com Alessandra Lubambo.

Para ingressar, os interessados precisam investir de R$ 299 a R$ 2.200, que são revertidos em produtos. "O lucro do valor pago é de 100%, ou seja, se um produto tem o custo de R$ 50, revendemos por R$ 100, além dos incentivos de venda quando um novo membro entra e as porcentagens dos produtos comercializados por eles", fala a empreendedora, que ressalta também que o 'plano B', que era a venda direta, virou o 'plano A'. Atualmente, a Hinode possui 100 mil consultores e apresenta o lucro anual de R$ 1 bilhão.

Em Pernambuco, a empresa de moda Cidiz é uma opção também para quem quer investir no Marketing de Rede. Criada há quase três anos por três amigos, a marca já iniciou o negócio como Marketing Multinível. O consultor Emanoel Florêncio, que era vendedor da Loja Narciso, no Centro do Recife, acreditou no novo estilo de ganho e hoje lucra aproximadamente R$ 20 mil por mês. “Estou a quase dois anos na Cidiz e eu não tenho dúvida que o plano de negócio vai se tornar tendência e estimular outras empresas a aderir. Estamos falando de meritocracia, ganhos justos e significativos para a empresa e os consultores”, avalia.

De acordo com Florêncio, a Cidiz fatura mensalmente R$ 6 milhões e possui mais de 35 mil associados no Brasil, sendo 15 mil ativos. Ele fala também que a procura pelo negócio surpreendeu nos últimos meses, a partir da estimativa de expansão da empresa. “Para o final de 2015, estávamos prevendo um aumento de 200% do número de associados, mas já atingimos o índice de 300%. Esses números mostram que muitas pessoas estão mudando o modo de querer empreender e a crise também pode ter intensificado essa procura”, conclui.

Integrante da Cidiz há quase um ano, a estudante Rhayana Fernandes diz que conheceu o negócio através do amigo Rodrigo Carvalho, e que não se arrepende de ter deixado o emprego para se dedicar, integralmente, à venda direta. “Atualmente ganho bem mais com a venda direta e tudo a partir do merecimento, da dedicação e do trabalho”, fala. Emocionada, ela lembra como tudo aconteceu. “Recordo-me como se fosse hoje. Era final de 2014 e eu pedi a Deus um caminho, foi quando o meu amigo Rodrigo me apresentou o negócio e analisei por um período e entrei”, finaliza. Para ingressar na rede, os interessados precisam investir de R$ 400 a R$ 2 mil em produtos.

EUA

Conhecida por conceder vários incentivos, inclusive o famoso carro cor de rosa e por fornecer rendimentos que podem chegar a R$ 150 mil, a empresa Mary Kay, de cosméticos, com sede na Dallas, chegou ao Brasil em 1998 e já possui várias consultoras independentes. Só em 2014, o faturamento estimado foi acima de R$ 3,5 bilhões - numero atingido em 2013. 

>>Mary Kay: colaboradoras ganham carros e viagens por vendas<<

Com incentivos como viagens, carro e premiações, a empresa oferece vários níveis de carreira independente, que atraem milhares de empreendedores, como Elaine Aquino, a consultora independente que já está na empresa há mais de um ano. Ela conquistou vários níveis de carreira: iniciou como consultora de beleza e passou por vários níveis como consultora sênior, iniciadora estrela, líder de grupo e atualmente está como Diretora Executiva Elite. De acordo com Aquino, a Mary Kay é uma empresa de venda direta e que oferece níveis igualitários para todos que ingressam. “Todos começam a partir do mesmo nível, o crescimento vai depender exclusivamente do trabalho e dedicação dos consultores. Resumindo, o resultado só vem com o trabalho”, explica.

Segundo o consultor de marketing Thiago Ianatoni, as pessoas que desejam empreender nesse tipo de negócio devem ficar atentas a alguns critérios. “O importante é conhecer como funciona o sistema de cada empresa e também como elas estão trabalhando a imagem da sua marca, sua posição no mercado e do produto, para obter segurança”, alerta. Ele ainda lembra que essas empresas possuem várias fases e que, normalmente, quem ingressa no início tem maior chance de crescer.

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Renda mensal que pode chegar a R$ 150 mil - dependendo do cargo de direção -, viagens e um veículo de no valor de R$ 76 mil. Esses são alguns dos benefícios que estão atraindo centenas de mulheres para o segmento de venda direta no Brasil. Incentivos dados pela empresa de cosméticos, Mary Kay. Presente no mercado mundial desde a década de 1960, a organização chegou ao Brasil em 1998, e em Pernambuco, há sete anos. É importante destacar que as consultoras não possuem vínculo empregatício com a empresa.

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Com sede na cidade de Dallas, nos Estados Unidos, o empreendimento já desempenha suas atividades em 37 países. De acordo com a diretora de marketing da Mary Kay no Brasil, Shana Peixoto (foto à esquerda), em 2013, o faturamento da organização foi de US$ 3,5 bilhões. Dentre as nações que a companhia atua, o Brasil atingiu o terceiro lugar no ranking de venda direta, perdendo apenas para a China e os Estados Unidos.

--> 'Venda direta' atrai jovens com lucros de até R$ 100 mil

Ainda segundo Shana, no Brasil, existem 270 mil consultoras, distrubuídas em várias regiões, e a expectativa é de crescimento para os próximos anos. Para isso, a Mary Kay investiu, em 2014, aproximadamente R$ 270 milhões em incentivos, como viagens, produtos, veículos e bônus. “Trabalhamos com a motivação! Orientamos nossas consultoras independentes que é possível conquistar os sonhos e obter uma boa renda mensal, empreendeendo na carreira”, destaca.

Quem aproveitou a oportunidade foi Elaine Aquino. Trajada com um blazer verde, cor que representa o seu nível na carreira independente, e vários broches que indicam premiações conquistadas, Elaine enxergou a possibilidade de lucro na empresa de cosméticos e deixou cargo da empresa que atuava como administradora. “Comecei como consultora de beleza, investindo R$ 150, depois passei para consultora sênior, iniciadora estrela, líder de grupo, futura diretora, diretora em qualificação e agora sou diretora e conquistei o carro cor de rosa”, conta. 

Em entrevista ao Portal LeiaJá, Elaine revelou como está sendo a experiência e como funciona o sistema de remuneração e bonificação. Assista ao vídeo abaixo.

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Quem já atingiu essa fase e passou pelas carreiras de diretora sênior, futura executiva, executiva e executiva elite, foi Karla Teles (foto à direita). Atual diretora nacional de qualificação, ela explica como ocorre o plano de carreira. “A organização trabalha com dois planos, a venda direta e a carreira, ambas opcionais para quem quer iniciar e crescer”. Antes de tudo, a pessoa tem que trabalhar e ser uma consultora ativa. Para isso, é necessário adquirir um kit de R$ 150, para iniciar o cuidado com a própria pele e realizar as demonstrações, com as amigas e familiares. A partir daí, vão surgindo vendas e o interesse pelo produto, e consequentemente a evolução na carreira”, detalha Karla.A diretora ainda afirma que já conquistou vários incentivos, como viagens e o tão sonhado carro cor de rosa da Mary Kay. O mimo, desejado por várias consultoras, pode ser adquirido a partir de meta alcançada, opcionalmente, pelas consultoras independentes. Para ganhar o veículo ou o bônus no valor do carro, Karla Teles explica o que é necessário: confira no áudio abaixo:

Porém, para isso é primordial a dedicação. “Comecei como consultora e hoje atuo como diretora nacional em qualificação. Para alcançar esse nível na carreira, tive que recrutar, orientar e motivar dezenas de vendedores", conta. Karla também exemplifica até quanto pode chegar o lucro e como isso ocorre. “Em relação a remuneração de nova diretora, o valor pode iniciar a partir de R$ 2,5 mil, a diretora de carro cor de rosa, R$ 10 mil e diretora nacional, inicia com R$ 26 mil, porém pode chegar R$ 150 mil mensais. Entretanto, é necessário passar por todas as etapas da carreira, permanecer ativa e liderar uma equipe”, explica.

Em relação à remuneração, ela explana: “Os interessados devem adquirir um kit de R$ 150, que equivale a R$ 400 em produtos para realizar a demonstração. A carreira de vendedora direta pode ser desenvolvida até chegar a direção de nível nacional. A consultora ganhará sob suas vendas e uma comissão de 4% a 12% do seu time direto. Os ganhos, do cargo de diretora, permanecem os mesmos, porém são acrescidos bônus de unidade de até 13%, mais o bônus de volume de R$ 500 a R$ 6 mil e bonificação de 4% a 5% sob a produção de venda das diretoras descendentes. Já a diretora nacional, além de todos esses ganhos, terá o acréscimo das diretoras de segunda de terceira gerações, o equivalente a 3% e 2%, respectivamente".

A carreira independente da Mary Kay chamou a atenção da advogada Marcela Freire (foto à direita), que estudava para concurso quando começou a ser consultora independente. “No início, não acreditei na rentabilidade, após três meses decidi ingressar e hoje não me arrependo. Minha meta agora é o carro cor de rosa”, diz Marcela. Segundo a advogada, que deixou um pouco de lado a dedicação aos estudos, sua família chegou a criticá-la. “Falavam o seguinte: você vai deixar de estudar para vender batom?”, conta, descontraída. Quando questionada sobre a estabilidade profissional, ela foi objetiva: “Hoje dou graças a Deus por não precisar de carteira assinada”, conclui.

Para alcançar esses benefícios, a gestora de marketing da Mary Kay, Shana Peixoto, ainda deixa uma mensagem. “Trabalhamos com descontos que vão de 25% a 40%, e essas variações ocorrem de acordo com a quantidade de vendas que são realizadas. Por isso nos destacamos das concorrentes diretas e indiretas do Brasil. Todos devem ser consultoras ativas, porque trabalhamos com a venda e a carreira”, destaca.

Associação Brasileira de Venda Direta - De acordo com a diretora executiva da Associação Brasileira de Venda Direta (Abevd), Roberta Kuruzo, todas as empresas, sendo elas nacionais ou multinacionais, para atuarem como organizações de venda direta, precisam possuir algumas características. “Elas devem comercializar um produto, através do relacionamento da consultora diretamente com o cliente”, explica Roberta. “Além disso, as organizações devem oferecer capacitações e informações necessárias do produto”, completa a diretora.

O código de ética, que as empresas de venda direta devem seguir, pode ser consultado através do site da Associação ou neste arquivo.

Não existem muitos requisitos necessários para ser uma revendedora, mas força de vontade e disciplina são características fundamentais para quem deseja ter seu próprio negócio como fonte de renda ou apenas como um complemento. E, com o passar dos anos, uma forma simples e fácil que conquistou espaço entre as mulheres, em especial, donas de casa, foi a revenda de cosméticos e semi-joias.

Marcas de renome, como a Rommanel e a Natura, se expandiram no mercado e conquistaram a confiança de diversos clientes, fato este que gerou muitos empregos, por permitir possibilidades atraentes através da venda direta, como um horário flexível, independência financeira e a oportunidade de ser seu próprio chefe.

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Para a aposentada Maria do Socorro, 67, que revende produtos da marca Rommanel há cinco anos, aderir à venda direta serviu como um complemento para suprir as despesas extras. “Como a aposentadoria de professora não condiz com a nossa realidade econômica, eu tive que buscar uma opção por fora para suprir outras contas que surgem de acordo com as suas próprias necessidades ou com as da casa”, explicou.

Sobre os lucros tirados em cima de cada venda, Socorro ressaltou que varia de época para época. “Vai depender muito do mês. Período de festa, principalmente no Natal, eu recebo uma boa demanda de pedidos dos clientes. Porém, quando vira o ano, as vendas ficam fracas porque tem as despesas com material escolar, já que é início de ano letivo nos colégios. Aí, do período da Páscoa em diante, as vendas já começam a ficar aquecidas novamente. Já teve mês em que apenas tirei R$ 500 como tiveram casos em que lucrei cerca de R$ 2.000. Como é muito incerto, não é bom contar com o dinheiro como algo concreto e sim, encará-lo só como um extra”.

Porém, para quem lida com revendas de produtos, é preciso ficar atento com os “maus pagadores”. Segundo a aposentada, “para não ser indelicada, é preciso saber ter jogo de cintura. Quando alguma cliente minha está em atraso, eu entro em contato para falar das novidades que chegaram. Assim, eu faço com que a pessoa já adiante uma parcela do produto comprado anteriormente e estimulo uma nova compra, em que eu facilito o pagamento dividindo em duas ou três vezes. É uma forma de, não só manter o cliente, mas também cativá-lo”, disse.

Para conservar as semi-joias em bom estado de uso, Maria do Socorro explicou que, ao ingressar como revendedora da Rommanel, foi feita uma capacitação gratuita em uma das franquias da marca. “Um consultor nos apresentou informações como características das peças, onde ele detalhou os cuidados necessários para garantia para que, assim, o consumidor tivesse uma maior durabilidade do produto, já que se trata de peças folheadas e não de joias. Caso o cliente reclame de algum defeito, nós encaminhamos o produto para a Rommanel para eles analisarem se é erro de fabricação ou mau uso”, afirmou.

Segundo a gerente de marketing da Rommanel, Raquel Santana, para tornar-se uma revendedora, não é exigido um tipo de perfil específico. “O perfil é para qualquer pessoa, desde que possua idade acima de 18 anos. Basta ir a uma das franquias levando CPF, RG e comprovante de residência, além de fazer um investimento inicial de R$ 600, que pode ser dividido em até três vezes no cheque ou cartão”.

Para que o revendedor não tenha prejuízos por conta de algum cliente, a gerente deixou clara a posição da Rommanel sobre o assunto: “Quando a revendedora se cadastra, ela recebe a orientação de vender sempre recebendo uma entrada, com isso, minimiza a possibilidade de prejuízos, porém elas são livres para vender da forma que achar melhor, e quando não conhecer o cliente o mais seguro é vender a vista”, alertou. “Existe também a possibilidade da revendedora se cadastrar como autônoma nas operadoras de cartões através de seu banco e vender com cartão de crédito, tendo segurança nas vendas”, completou.

Mas, não é só a área de semi-joias que está em alta e entre as mais procuradas pelas mulheres, mas a linha de perfumaria e cosméticos também.  É o caso da cabelereira Ana Cristina, 32 anos, que revende produtos da Natura há, aproximadamente, 11 anos.

De acordo com Ana Cristina, o fato de ter se tornado revendedora também foi para ajudar na renda familiar como nas despesas extras. “Na minha casa funciona um salão de beleza, que é a minha principal fonte de renda. Mas, a revenda autônoma veio mais para complementar e para eu tirar um lucro a mais em cima do que eu já ganho com meu trabalho”, contou.

Em relação à quantidade vasta de clientes, a cabelereira atribui às indicações feitas de uma pessoa para outra. “Eu, antes de ter meu próprio negócio, trabalhava em um outro salão, onde conquistei uma boa clientela. Saí de lá, mas continuo, não só com os mesmos clientes, como ganhei novos devido ao boca a boca e às indicações. Mês de festa é a melhor época para se vender”, disse.

Para ter conhecimento sobre os produtos cadastrados no catálogo da Natura, Ana Cristina informou que a empresa realiza, mês a mês, cursos gratuitos para as revendedoras. “Durante os encontros, participamos de cursos de perfumaria, maquiagem, de pele e cabelo para conhecermos o produto que estamos vendendo para, então, indicar a melhor opção de acordo com o perfil do cliente. Por exemplo, há alguns que preferem uma fragância mais suave, outros gostam de perfumes amadeirados, então, eu já tenho em mente qual linha indicar”.

Segundo o diretor regional da marca no Norte e Nordeste, Daniel Silveira, para se tornar um revendedor, as exigências são mais rígidas comparadas as da marca de semi-joias Romannel. “Para se candidatar à vaga, além da apresentação do CPF, RG e comprovante de residência, é preciso ser alfabetizado, ser maior de idade e não ter restrição de crédito no SPC/ Serasa. Possuir um telefone, desde que seja fixo, para facilitar a comunicação, também é necessário”, enfatizou.

Em relação à perspectiva de lucro, o diretor afirmou: “É possível lucrar até 30% com a venda dos produtos. Além disso, a cada novo ciclo há promoções especiais que podem aumentar ainda mais os ganhos financeiros. As vendas diretas cresceram na última década de forma acentuada, acompanhando a ascensão da classe média e o crescimento da economia brasileira. Em muitos casos, ela deixou de representar uma fonte de renda extra para se tornar a principal fonte de recursos da família”.

De acordo com o diretor, o número total de consultoras no Brasil só no ano passado chegou a 1.573 milhão, com crescimento de 10,7% em relação ao ano de 2011. Atualmente, a rede cresceu cerca de 8%, somando 1.268 milhão de consultoras.

Sobre o serviço de pronta-entrega que hoje se encontra mais ágil, o que facilita o trabalho das consultoras, Silveira justifica que foi possível devido a ampliação da malha logística no País e ao investimento em tecnologia de sistemas para captação dos pedidos.” Hoje, o nível dos serviços prestados evoluiu e mais consultoras foram atendidas em menos tempo. Hoje, 25% delas recebem seus pedidos em até 48 horas. Realizamos entregas mais rápidas e precisas, já que em 2012 também registramos o menor índice de indisponibilidade de produtos dos últimos sete anos”, concluiu.

*Crédito das fotos: Cleiton Lima/LeiaJáImagens e Kleber Freitas/LeiaJáImagens

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