Nesta segunda-feira (18), o cientista político Adriano Oliveira analisa em seu podcast a instalação de um processo mais forte de crise dentro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele ressalta que criar crises é o modus operandi desde o começo do mandato do atual presidente da república, em janeiro de 2019. Por trás dessas atribulações, os principais atores são o próprio mandatário máximo da nação ou um dos seus filhos que se alternam neste papel. Oliveira aponta que desde o princípio detalhou os quatro pontos de sustentação do governo federal, que eram o ex-ministro Sérgio Moro, o ministro da economia, Paulo Guedes, os militares e os filhos de Bolsonaro. Porém, Adriano mostra que por conta da agenda ideológica dos filhos, junto com a militância digital deles, este quarto ponto tem sido cada vez mais uma fagulha para acender crises políticas dentro do palácio, ao invés de contribuir para o andamento das ações governamentais.
Adriano Oliveira comenta que por conta da falta de diálogo e negociação por parte de Bolsonaro, a tão desejada coalizão partidária nunca existiu em seu governo, o que aumenta o atrito com o Congresso e alimenta reiteradas vezes a crise política. Outros problemas apontados são, primeiro: o presidente não permite o protagonismo de seus ministros, o que em um ano e meio já culminou na saída de dois personagens importantes das suas pastas ministeriais, Moro e Mandetta. Em segundo lugar vem o fato de Jair Bolsonaro alimentar as intrigas com instituições através da militância digital dos seus filhos, convocando ou apoiando protestos contra o STF e o Congresso Nacional, o que só faz aumentar o vulto das crises.
Oliveira detalha ainda que as próximas semanas serão bastante turbulentas para o país, com mais crises políticas, pois a conjuntura atual da investigação sobre a possível interferência de Bolsonaro no comando da Polícia Federal (PF), (que está em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria Geral da República (PGR)), deflagrada por acusações do ex-ministro Sérgio Moro, poderão abalar ainda mais os alicerces já combalidos do presidente. Para o cientista político a junção da crise sanitária, com a crise econômica mais esse inquérito supracitado, com as declarações dadas ontem por Paulo Marinho, empresário e suplente do Senador Flávio Bolsonaro, a Folha de São Paulo, de que a investigação sobre a prática de "rachadinha" feita pelo Senador, foi encerrada por ordem de Jair Bolsonaro, são elementos que amplificam ainda mais as crises dentro do governo nacional.
O podcast de Adriano Oliveira tem duas edições, nas segundas e nas sextas-feiras. Além disso, também é apresentado em formato de vídeo, toda terça-feira, a partir das 15h, na fanpage do LeiaJá.
Confira esta análise a seguir: