Janguiê Diniz

Janguiê Diniz

O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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A voz e a vez delas

Janguiê Diniz, | qui, 08/03/2012 - 08:50
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Os números não mentem: já são 3.941.819 milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. E a vantagem delas não fica só no quantitativo da população. As estudantes universitárias são 77,3 milhões em todo o planeta - 2,2 milhões a mais que os homens em faculdades.

Historicamente, as mulheres conquistaram o direito ao voto há 80 anos e hoje, elas representam 52% dos eleitores no Brasil. Em 1927, em Mossoró (RN), tivemos o registro da primeira eleitora e em 1928, Alzira Soriano foi eleita a primeira prefeita do país, em Lajes (RN). As mulheres também estão cada vez mais presentes na política e nas representações das grandes empresas do Brasil e do mundo. A atual presidente do Brasil, Dilma Rousseff, foi a primeira mulher a ocupar o cargo no país e a 11ª na América Latina. A primeira a chegar à presidência na América latina foi a argentina María Estela Martínez de Perón, mais conhecida como “Isabelita Perón”.

Entretanto,  as mulheres não conquistaram espaço apenas na política. Elas estão dirigindo empresas, se tornaram destaque no telejornalismo e começam a ser nomes fortes até nos mais fechados redutos masculinos, como é o caso de Patricia Amorim, atual presidente do Flamengo; e de Grace Lieblein, presidente da GM Brasil. Nos últimos anos, a presença de mulheres em cargos executivos é cada vez maior. Com destaque para Maria das Graças Silva Foster, que assumiu a presidência da Petrobrás; Ana Arraes, a primeira ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) eCármen Lúcia, que recentemente foi eleita presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE);

O antigo “sexo frágil” se tornou muito forte. As mulheres abandonaram o perfil de donas de casa e assumiram outros papéis. As mulheres estão cada vez mais presentes nas equipes da construção civil e mesmo diante de tantas mudanças, não deixaram as funções de casa esquecidas.  As donas de casa agora são mulheres que cuidam da família, trabalham fora e ainda tem tempo de estudar e se especializar. Todas essas transformações sem perder a delicadeza e o charme feminino.

Mesmo com todas essas mudanças, vale ressaltar  que, em  alguns aspectos, ainda existem diferenciações entre homens e mulheres. Infelizmente, em alguns casos, apesar de exercerem a mesma função, as mulheres ainda recebem remuneração inferior em até 40% das ofertadas aos homens.

Para concluir, caros leitores, parabéns a todas as mulheres, pela coragem em superar as adversidades e cumprir, com muita dedicação e amor, todas as missões que lhes são dadas.

Carga tributária nada justa

Janguiê Diniz, | qua, 07/03/2012 - 09:09
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O Brasil precisa de uma reforma tributária urgente. A frase já é um clichê, mas é certo que o País tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. Subindo quatro posições no ranking dos países com maior valor pago pelos contribuintes em 2009, o Brasil alcançou o 14º lugar. O Governo Federal compara o Brasil com outras economias e considera o valor justo. Mas justamente se fazendo a comparação, é possível verificar que a colocação do Brasil é, na verdade, vergonhosa.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a arrecadação de tributos no país correspondeu, durante o ano de 2009, a 34,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Ainda estamos atrás de países como Dinamarca (48,4%), Suécia (46,4%), Itália (43,5%) e França (41,9%), por exemplo, mas nesse caso estamos falando de países que oferecem contrapartida ao cidadão. No ano anterior, em 2008, o Brasil, que ocupava a 18ª colocação no ranking, contava com uma carga de 34,7%.

Se há um fato positivo na posição brasileira é que a base de comparação foi menor no ano estudado. Em 2009, a redução da atividade econômica e o corte de tributos por conta da crise financeira mundial geraram um declínio na arrecadação tributária em comparação ao PIB - ou seja, na carga tributária - na maior parte dos países verificados, na comparação com 2008. Dentre os países que apresentaram essa queda estão o Chile (de 22,5% em 2008 para 18,2% em 2009), México (de 21% em 2008 para 17,5% em 2009) e Grécia (de 32,6% em 2008 para 29,4% em 2009).

Foram poucas as nações que registraram aumento na carga tributária no ano de 2009, a exemplo de Luxemburgo (de 35,5% em 2008 para 37,5% em 2009), Suíça (de 29,1% em 2008 para 30,3% em 2009) e Eslovênia (de 37,2% em 2008 para 37,9% em 2009). No entanto, o Brasil não escapa de possuir uma das mais altas cargas tributárias do mundo.

Segundo o presidente Lula, durante seu governo, a carga de impostos foi reduzida, desonerando o empresariado em quase R$ 100 bilhões. O presidente ainda disse que esse processo deve continuar, de acordo com a ampliação da base de contribuintes. Mas Lula defende que é justo o valor pago pelos brasileiros, alegando que é necessário para o País obter recursos para promover políticas públicas. O presidente tem o seguinte argumento: aqui mesmo na América Latina, há estados cuja carga tributária é de 9% do PIB.

Está certo que o valor não permite ao estado que arrecada cerca de 9%  faça bons investimentos em educação, saúde ou infraestrutura. Mas o Brasil não pode se comparar aos mais fracos. Hoje, pelos dados do IBPT, cada cidadão brasileiro precisar trabalhar cerca de 150 dias, o que corresponde a cinco meses do ano, somente para custear a cobrança de tributos do governo. Mas, como se não bastasse, o brasileiro ainda tem que trabalhar outros quase cinco meses somente para pagar, desta vez ao setor privado, os serviços essenciais que o governo deveria garantir.

Não tem nada de justa a onerosa carga tributária paga pelos brasileiros. O Brasil tem o 14º valor mais elevado, mas além disso o problema é mais grave. Além de pagarmos uma conta cara, não temos os serviços que deveriam nos ser oferecidos. A colocação do Brasil por si só não seria vergonhosa se o brasileiro usufruísse do dinheiro pago. O Governo Federal defende que é necessária uma alta arrecadação para a realização de políticas públicas? Então onde estão esses investimentos?

 

O desafio da renovação e da inovação

Janguiê Diniz, | seg, 05/03/2012 - 13:48
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Por força da legislação eleitoral  brasileira, as eleições fazem parte do  cotidiano  da sociedade brasileira.  Em intervalos de dois em dois anos, os brasileiros vão às urnas escolherem prefeitos, vereadores, governadores, presidentes, deputados e senadores. Neste ano, os eleitores escolherão os  gestores de seus municípios e os legisladores das  respectivas câmaras municipais.

Está chegando a hora de os candidatos dos variados partidos, - marinheiros de primeira  viagem ou veteranos de tantas, tentando a reeleição - saírem às ruas para pedir votos aos eleitores.  Apesar da pluralidade partidária presente em nosso país, não se vê muita novidade. É muito comum a presença de atores tradicionais na política brasileira, tanto no âmbito da disputa micro -  municipal ou estadual -, como também  na macro, ou nacional.  Registre-se que depois de quase dois anos sem dar a mínima atenção ao eleitor, os veteranos do voto  voltam a fazer as mesmas promessas e os mesmos compromissos,  repetidos, mas,  nunca antes cumpridos. 

Certos candidatos podem ser antigos para o eleitor no âmbito da disputa municipal, mas, podem representar  novidades numa disputa estadual ou  nacional. É de suma importância que os  partidos políticos ofereçam ao eleitor novos quadros. O eleitor está cansado da velha política e dos velhos candidatos.

 Entretanto,  insta perquirir: será que a política brasileira tem ofertado novos quadros eleitorais ao eleitor para  a égide nacional? Importa responder negativamente.  Afora Aécio Neves, de Minas Gerais, que já vem tentando alçar vôos nacionais há algum tempo, e não decola, encontrando-se no momento, no ostracismo,  a única novidade nacional de peso e substância, capaz de enfrentar com grandes chances de vitória  uma disputa majoritária nacional   é a figura do brilhante governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

  Novos candidatos no âmbito nacional, como Eduardo Campos,  podem  significar novas idéias; práticas políticas e de gestão diferentes das que estamos acostumados, novos posicionamentos e inovação no exercício do mandato.  Registre-se que a  sociedade do conhecimento em que vivemos  é complexa e sofre mutações, as quais por si só  não diminui a sua complexidade. Ao contrário, a mutação a torna mais complexa. Neste contexto, os  novos atores políticos de destaque podem vir a dar conta, por meio das características citadas acima, das complexas demandas que surgem e estão presentes na sociedade brasileira.

Os eleitores da sociedade do conhecimento estão mais conscientes e mais exigentes. Dentre os  diversos critérios para que um candidato seja  escolhido pelo eleitor contemporâneo, além de apresentarem novas idéias e novas práticas de gestão, eles precisam estar propensos à inovação, fugindo da velha política e das velhas ideias oligárquicas. De fato, Eduardo Campos se destaca por ter todos esses predicados.

A qualidade da TV aberta no Brasil

Janguiê Diniz, | sex, 02/03/2012 - 08:22
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A televisão aberta brasileira foi, durante anos, referência dentro e fora do país. Aos mais novos, nas décadas de 80 e 90, a TV aberta era tida como um veículo de aprendizagem, visto que trazia muita informação aos telespectadores. Hoje, diferentemente de outrora, o que  temos são os bigbrothers da vida e os  excessos. Excessos de cenas de violência e apologia ao crime, excessos de  apelo sexual e brincadeiras que expõem os participantes ao ridículo. Tudo isso em programas que antes deveriam servir para informação e distração do público.

Cumpre lembrar que mais de 90% das residências no Brasil tem aparelho de televisão, cerca de 54 milhões de aparelhos.  Desses usuários, cerca de  17% adquiriram TV por assinatura. Tal crescimento não é apenas em virtude de que  o preço  da TV a cabo ter  caido, mas também em face  de que  são os canais fechados que tem, atualmente, a maior variedade em programação - aliando cultura, entretenimento e informação., 

Com efeito, o público da televisão aberta vem caindo nos últimos dez anos. A novela, o principal produto da televisão brasileira, tinha uma média de audiência de mais de 60 pontos no final da década de 90. Hoje, comemora, sobremaneira,   quando a audiência  atinge 40 pontos. Vale ressaltar, ademais,  que esses picos de audiência acontecem apenas em capítulos finais ou relacionados a alguma cena isolada.

Outrossim, quando nos referimos à qualidade dos programas  na televisão brasileira, não é simplesmente ter programas com inúmeros quadros e que tenha um(a) apresentador(a) bonito e simpático, com a capacidade de fazer o telespectador  não mudar de canal. Ter qualidade na televisão é ter acesso a um veículo  onde são transmitidos  programas que devem prezar pela qualidade no texto, quadros inteligentes que informem e eduquem - de preferência os dois ao mesmo tempo.  Em meio a tanta baixaria, programas sensacionalistas, filmes repetidos, humorísticos apelativos, é difícil encontrar algum  tipo de programa de qualidade para os olhos do telespectador exigente.

A reflexão sobre a “arte imita a vida” - ou seria “a vida imita a arte” - é cabível. Devemos parar e refletir  sobre o que estamos permitindo que os nossos filhos assistam.  Salvo poucas exceções, a péssima qualidade da programação da televisão aberta no Brasil é aquiescida  por nós brasileiros.  Na guerra das emissoras pela audiência, tudo que dá audiência se copia e, na maioria das vezes, programas com formatos idênticos passam, exaustivamente, em canais  e emissoras  diferentes.

Entrementes, caro leitor, atenta leitora. Censurar, apenas,  não é a solução. Já superamos  esta fase. Provavelmente o caminho para a solução  esteja na conscientização da população para que sejam exigidos programas mais inteligentes e não apenas novelas em que se tem sempre um final.  Se quisermos uma TV aberta de qualidade, precisamos separar o exercício da liberdade de expressão da prática do entretenimento nivelado por baixo. A qualidade dos programas de nossa televisão só mudará à medida  em  que a educação da população brasileira avançar, haja vista que  as programações são realizadas levando em conta  o nível intelectual do  telespectador brasileiro.  Fico então na torcida para que, no futuro, a televisão seja o reflexo de uma sociedade mais inteligente e esclarecida.

Vamos ser engolidos pelo mar?

Janguiê Diniz, | ter, 28/02/2012 - 15:09
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Há décadas o avanço do mar vem causando prejuízos e preocupação à população pernambucana, em especial aos moradores de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. Não há como negar que o nível do mar tem aumentado a cada ano. As causas desse avanço estão relacionadas às mudanças climáticas – resultado do aquecimento global - e à erosão natural provocada pela briga entre omar e as cidades do litoral. Porém, a ocupação urbana desordenada ao longo do litoral também está entre os fatores.

Antes, o inverno era o período mais preocupante, quando os ventos são mais fortes e as marés estão mais altas, resultando nas conhecidas ressacas litorâneas. Hoje, a variação climática, com temporais em pleno verão, estendeu essa preocupação para o ano inteiro. Como conseqüência desse desequilíbrio, vemos a água invadir e destruir casas, bares e restaurantes que compõem a orla marítima.

Um levantamento da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostrou que um terço das praias pernambucanas sofre com a erosão costeira. Na praia de Boa Viagem, a mais famosa do Recife e com 8 km de extensão, a faixa de areia reduziu cerca de 20 metros na última década. Existe uma grande extensão daquela praia que inexiste faixa de areia quando a maré está alta.  Em Jaboatão, o mar engoliu alguns trechos da praia. Inúmeros projetos para contenção foram realizados sem sucesso ao longo de 15 anos: muralhas de pedras, paredões de concreto e, em 2011, iniciou-se a colocação de 60 mil caminhões de areia para ampliar a área seca.

Os dados são preocupantes e não param apenas na erosão costeira, principalmente para o Recife. No caso de um aumento do nível do mar em meio metro, cidades da região metropolitana teriam 40 quilômetros quadrados de área inundada pelo mar. Aumentando essa variação para um metro, a água chegaria a quase 54 quilômetros quadrados. É preciso ressaltar que, geograficamente, nossa cidade é bastante plana e cortada por dezenas de rios. Na hipótese de um quadro como os citados acima, inúmeros bairros simplesmente desapareceriam.

Ampliando o quadro de análise, é triste lembrar que no Brasil, aproximadamente 40% de nosso litoral está sendo tomado pelo mar.De acordo com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO/USP), em um futuro não muito distante, o país deverá sofrer uma das piores consequências do aquecimento global - a destruição de regiões inteiras localizadas próximo à costa. Ou deveríamos dizer a destruição de cidades com grande importância para o país?

Nós desafiamos a natureza quando construímos imóveis à beira-mar, sem pensar nas consequências. Estamos longe de ter uma solução definitiva, mas, a situação ainda é reversível, basta haver vontade política. Obras bem estruturadas, não apenas emergenciais e paliativas – e com alto custo para o governo – podem ser  capazes de solucionar os problemas do nosso litoral. Embora seja preciso utilizar ou solicitar novos estudos aos especialistas para que os danos causados e soluções possíveis sejam avaliados e executados. Governantes do  município e do estado de Pernambuco, não deixem nossa linda Recife virar mar.

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Falta grandeza à oposição?

Janguiê Diniz, | seg, 27/02/2012 - 11:01
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Recentemente a presidente Dilma Rousseff, acertadamente, iniciou o processo de privatização dos Aeroportos Brasileiros, possibilitando, com isso, o fluxo de investimentos privados em  tão importantes e estratégicas instituições brasileiras.  Registre-se que, inicialmente, nem todos os aeroportos receberão investimentos privados. Inicialmente Guarulhos, Viracopos e o de Brasília. Entrementes,  com o passar dos tempos, estamos cônscios de que  todos os aeroportos, ou pelo menos a maioria, passarão para a gestão da livre iniciativa.

Além de responderem por 30% do trânsito de passageiros no Brasil, os aeroportos de Guarulhos(SP), Viracopos(SP) e Brasília(DF) respondem por mais de 50% das cargas e por 19% da movimentação de  aeronaves. E, com um lance mínimo de 3,4 bilhões de reais, é possível  arrematar Guarulhos. Dispondo de  um pouco menos,  leva-se o aeroporto de Brasília: 2,8 bilhões. Mas para arrematar Viracopos,  exigem-se  8,7 bilhões de reais.   Contrário ao leilão, a oposição declara que “a estatal vai se responsabilizar por quase metade dos recursos investidos, sem mandar na empresa”. Também diz a oposição que a privatização “tirará o TCU do controle e transparência de gastos com aeroportos”.  Não são esses os únicos argumentos contra o PT: “as operadoras internacionais dos grupos contextualizadas para participação do leilão são de segunda linha”.

Ora, não somos favoráveis à venda do patrimônio público. Entretanto, em relação àquelas entidades estatais em que se reconhece a incapacidade do estado em ofertar bens e serviços públicos de qualidade, como ocorre com os aeroportos brasileiros, a privatização se faz extremamente necessária. Nesse sentido, qual o problema de o governo do PT em realizar a sua privatização? Temos certeza de que a ação  é um ato inteligente e de muito mérito. Não fazemos eco com aqueles que enfatizam ser uma atuação oportunista e sem criatividade, já que imitou a intenção preterida do PSDB. E o que é bom deve ser imitado.

Ampliando a égide de análise, frisamos que no livro a “Soma e o Resto”, Fernando Henrique Cardoso  mostra a  contribuição que ofereceu ao  Brasil.  FHC põe em destaca as privatizações  e revela que foi muito  mal interpretado e julgado incorretamente pelo discurso do  PT e por parte da opinião pública. O ex-presidente do Brasil tem razão. FHC modernizou o estado brasileiro com a implementação do  Plano Real, da Lei de Responsabilidade Fiscal e das privatizações.

Por outro lado, o ex-presidente Lula, através do então ministro Antônio Palocci, acompanhou as ações  meritórias de  FHC  e, antes de assumir o seu primeiro mandato presidencial, optou por dar  continuidade às políticas  meritórias do governo do PSDB.  Principalmente, as políticas econômicas. A presidente Dilma mantém o legado de Lula, e por via de consequência,  e também  por convicção,  o de  FHC. Vejam leitores, os exemplos das atuais privatizações dos aeroportos.  Inclusive, ela já reconheceu publicamente estas importantes ações realizadas por Fernando Henrique Cardoso.

Caros amigos, o Brasil avança. E tenho esperança de que continuará a avançar - e  por muito tempo.   Mas, para que isto continue  acontecendo, a oposição precisa ser sábia e coerente.  Se as ações do governo são importantes e fazem bem ao Brasil,  elas não devem ser condenadas, mas admiradas.  O bem-estar do povo brasileiro deve estar acima das disputas políticas.  Em particular, da guerra aparentemente fratricida entre o  PT e o  PSDB. Isto é possível e deve ser buscado sempre.  

Os impasses na transposição do Velho Chico

Janguiê Diniz, | sex, 24/02/2012 - 16:14
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O Projeto de Transposição do Rio São Francisco, conhecido por muitos como Velho Chico, vem de uma ideia que surgiu  há décadas e que após o agravamento do abastecimento hídrico do Nordeste, em 1999, passou a ser visto como única saída para solucionar este grave  problema.

A transposição foi concebida em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento. Em 1999, foi transferida para o Ministério da Integração Nacional e acompanhada por vários ministérios desde então.  Basicamente, o plano é a construção de dois imensos canais para desviar parte das águas do rio, que tem cerca de 2,7 mil km de extensão,  para rios menores e açudes da região e logo depois construir adutoras, tudo com um único objetivo: a distribuição de água.

O projeto é extremamente  polêmico e  tem gerado muita discussão em virtude de vários   aspectos, dentre eles: por ser uma obra cara, o orçamento já ultrapassa R$ 6,8 bilhões, que abrange somente 5% do território e 0,3% da população do semi-árido brasileiro; e também pelo intenso impacto que o ecossistema ao redor de todo o rio São Francisco sofrerá, tanto em sua extensão e na manutenção da biodiversidade, quanto pela sua utilização em transportes e abastecimento.

Analisando os dois lados, o projeto de transposição do São Francisco surgiu com a proposta de solucionar a deficiência hídrica na região do semi-árido brasileiro, diminuindo os graves efeitos da seca no período de estiagem. Entrementes,  é importante  ressaltar que a região Nordeste possui cerca de 70 mil açudes,  nos quais são armazenados 37 bilhões de m³ de água,  e que dezenas de obras de distribuição da água,  iniciadas antes da transposição do São Francisco, estão inconclusas.

Por outra parte, um outro impacto que deve ser analisado com bastante atenção é a salinização do Rio São Francisco, que nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e, depois de passar por cinco Estados brasileiros, deságua no Oceano Atlântico na divisa entre os estados de Sergipe e Alagoas.  Antes, o rio que tinha força para avançar sobre o oceano. Hoje, peixes típicos de água salgada são encontrados a quilômetros  rio adentro.

Ampliando a seara de discussão, auspicioso registrar que em relato feito pelo juiz federal e professor Carlos Rebelo Júnior, na II Conferência Internacional sobre Sinergias Ambientais entre as Águas Continentais e Marítimas, nos últimos 40 anos, o Velho Chico perdeu 40% do volume de água. Outras mudanças também foram apresentadas, como a formação de bancos de areia na região de Alagoas e Sergipe, onde, alguns anos antes, o rio tinha uma profundidade de 45 a 55 metros.

Caros leitores, para que as obras de transposição  não sejam realizadas  em vão e para que  toda  a população da região seja beneficiada de forma contínua, é preciso não apenas implementar novas obras de infraestrutura, mas também concluir aquelas  iniciadas anteriormente e com grau de dificuldade muito menor. Os impactos gerados diante da magnitude da transposição de um Rio como o São Francisco vão muito além das pessoas que ficarão desempregadas ao fim da obra. Temos que ter a consciência que a mudança no trajeto de um rio, no porte do Velho Chico, é, provavelmente, uma ação irreversível e que se não avaliada em todos os prós e contras, pode prejudicar muito mais que ajudar. Mas as obras já foram iniciadas. Cabe a nós apenas esperar e rezar.

A força dos boatos e o uso correto das redes sociais

Janguiê Diniz, | qua, 22/02/2012 - 15:54
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Estamos em 2012, avanço tecnológico e facilidade de acesso à internet fazem parte de nosso cotidiano. Mas, a mesma facilidade, que deveria servir para ajudar, por muitas vezes espalha boatos que causam pânico e comoção em boa parte da população.

Voltando ao tempo, em julho de 1975, o Recife, em Pernambuco, passou por uma das piores enchentes da sua história, com cerca de 80% da população atingida. Quando a população, ainda fragilizada, contabilizava os estragos deixados pela chuva, o pânico se instalou novamente na cidade após o alarde de que a barragem de Tapacurá, que tem capacidade para acumular 94 milhões de metros cúbicos de água, havia estourado.

Com o crescimento do acesso às redes sociais, como o twitter e facebook, que são frequentemente usadas para publicação de ideias e informações, surgiu também um meio de comunicação para propagação de boatos. E não são poucos. Em Natal, no Rio Grande do Norte, após um terremoto de magnitude 6 na escala Richter ser registrado a 1.276 km do litoral, em 2011, centenas de pessoas usaram o twitter para postar mensagens sobre possíveis ondas gigantes no litoral local.

Em maio do mesmo ano, no Recife, o boato sobre o possível rompimento de Tapacurá se repetiu. À tarde da cidade transformou-se em um verdadeiro caos. Escolas, universidades, repartições, escritórios e lojas fecharam suas portas, as ruas ficaram completamente congestionadas de automóveis, ônibus e centenas de pedestres apressados. O sentimento de medo voltou a generalizar-se.

Dezenas de atores e cantores já foram mortos via twitter, a última “vítima” foi o humorista Chico Anysio. Finalmente, o que está errado? Algum tempo atrás as redes sociais eram apenas um motivo de diversão e eram usadas por jovens ociosos com o objetivo de se criar uma rede de amigos, conhecidos ou não, e de manter contato com aquelas pessoas que viviam longe. Hoje, os perfis disponíveis nas redes incluem empresas, que aproveitam o crescimento desse tipo de ferramenta para negociar, divulgar e aparecer para o mercado.

Caro leitor e atenta leitora. O maior problema das redes sociais é a falta de veracidade das mensagens que são jogadas na internet e que acabam sendo absorvidas como reais. O twitter surgiu para tornar a informação mais rápida e ágil, o que vem sendo bem executado nos perfis informativos, como os de trânsito, por exemplo.  Ferramentas que podem ser tão importantes quando usadas com responsabilidade, não podem perder a essência. Alguns acontecimentos tiveram uma intensa participação da população através das redes, como as enchentes no interior de Pernambuco em 2010 e 2011, e também foi através delas que a sociedade se mobilizou para ajudar os que necessitavam. É preciso, em primeiro lugar, ter consciência do que uma publicação na internet é capaz de causar.

Um negócio da China

Janguiê Diniz, | qua, 15/02/2012 - 09:21
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Quem nunca comprou ou pensou em comprar um produto chinês, que atire a primeira pedra. Não é preciso circular muito para perceber que, nos últimos anos, o que se vê no Brasil é uma invasão de lojas e produtos chineses. São celulares, televisores, louças, guarda-chuvas, pneus, relógios, brinquedos… A lista dos produtos “Made in China” é enorme.

O maior atrativo dos produtos chineses está no preço, mais barato e competitivo do que os de produção nacional. Fato este, que se deve ao enorme número de trabalhadores chineses  e a mão de obra barata. Além disso, temos a diferença de custos de produção, carga tributária muito menor que a brasileira e a valorização do real diante da desvalorização do yuan (moeda chinesa) tornando a concorrência quase impossível.

Junte-se a todos esses fatores a entrada ilegal de produtos chineses no país.  Uma das formas de driblar o pagamento de taxas antidumping (termo usado no comércio mundial para quando uma empresa vende seus produtos por um preço abaixo do mínimo de mercado, o que é considerado ilegal pela Organização Mundial do Comércio, OMC) é produzir na China e declarar que produz em Taiwan, na Indonésia ou no Vietnã.

Nos últimos anos, a invasão dos produtos chineses tem provocado o fechamento de várias indústrias brasileiras, acarretando também a diminuição dos postos de trabalho em todo o país. Um exemplo é que das 40 fabricantes de escovas que atuavam no mercado há uma década, apenas duas continuam na ativa.

Ampliando o quadro de análise, registres-se que segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 2005 e 2009, o Brasil deixou de exportar mais de US$ 2,5 bilhões para os países da América Latina por causa da concorrência com a China. Entre as maiores perdas estão o mercado de químicos, de informática, de telecomunicações e máquinas e equipamentos.

Diante desse quadro, qual seria a melhor forma de combater a invasão dos produtos chineses? Apenas aumentar o Imposto sobre Produto Importado (IPI) não é suficiente. É preciso rever as condições do produtor nacional para termos competitividade. Melhorar as condições de produção, reduzindo carga tributária, diminuindo o custo do trabalho e da produção e melhorando a infraestrutura são apenas pontos iniciais. Também é preciso intensificar a fiscalização nas fronteiras e pensar em uma forma de regular um padrão mínimo de qualidade nos produtos importados.

Por fim, registramos que é necessário  ter a consciência que a cada produto importado que compramos, estamos deixando de gerar vagas de emprego no Brasil,   gerando a vaga no exterior. E que isso reduz o crescimento econômico do país.

Uma sociedade cada vez mais consumista

Janguiê Diniz, | seg, 13/02/2012 - 08:55
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Vivemos em uma sociedade baseada no consumo, influenciada pelo marketing das empresas. Como o Brasil está em pleno desenvolvimento, nada mais normal do que o mercado oferecer uma quantidade maior de ofertas em relação à demanda.  Em uma fase onde esta ocorrendo um amplo desenvolvimento industrial, e por via de conseqüência, econômico, tornou-se mais difícil vender do que fabricar produtos.  A partir daí, surgiram as estratégias de marketing, na grande maioria sedutoras, como a facilidade de crédito, para impulsionar o número de vendas.

 

Não devemos confundir o consumo com o consumismo. Consumo significa adquirir bens e produtos para satisfazer reais necessidades. Comprar roupas, por exemplo, é uma necessidade porque precisamos nos vestir para vivermos numa sociedade que não aceita a nudez, ou porque vivemos em uma sociedade extremamente vaidosa.  O consumismo, por outro lado, é o ato, ou hábito, de adquirir produtos, na maioria das vezes, supérfluos e de maneira muitas vezes compulsiva.

Ampliando o quadro de considerações, asseveramos que recentemente foi divulgado uma pesquisa que coloca os jovens de classe C pernambucana como os principais consumidores de serviços de telefonia, tanto na modalidade de telefonia fixa quanto móvel. Eles ocupam cerca de 25% desse mercado.  Esses dados não seriam preocupantes se não fosse o fato desses mesmos jovens representarem a maior taxa de inadimplência do setor: quase 29%, pasmem!

Com efeito, possuir carro do ano, notebook de última geração, TV Full HD e outros itens supérfluos para alguns, necessários para outros, não é mais um privilégio para os ricos. Muitas famílias podem ter tudo isso graças à vasta oferta de crédito existente no mercado. O problema grave está no acúmulo das dívidas, que acabam comprometendo mais da metade da renda familiar, gerando o que os especialistas chamam de “superendividamento”.

Registre-se que o acesso ao crédito é essencial para a vida socioeconômica e o impedimento causado pela privação do mesmo (a inclusão do nome na lista do Serviço de Proteção ao Crédito, SPC e no SERASA) pode trazer muitos transtornos, basta saber que não é possível assumir cargos públicos quando se tem o “nome sujo” no mercado.

Outrossim, o problema da sociedade consumista brasileira está diretamente ligada, na maioria das vezes, ao (des)controle financeiro individual. A título ilustrativo, frisamos que no Recife, os homens com idade entre 31 e 40 anos e renda mensal de até 2 salários mínimos, representam o maior número de devedores, com 50,6%. Mas, em 2010, esses dados já foram ocupados pelas mulheres. De forma geral, as causas da inadimplência não mudam muito em razão da renda, faixa etária e sexo. A maioria dos inadimplentes assume a posição depois que perdem o emprego.

À guisa de arremate, sublinhamos que a melhor saída para evitar o endividamento é  deixar de ser consumista. Uma outra ferramenta importantíssima consiste no controle dos gastos da família. Elaboração de planilhas com gastos fixos e com anotação das parcelas de financiamento já feitas, etc. No caso de já existir a dívida, o melhor é renegociar os valores juntos aos credores na tentativa de congelar ou diminuir os juros. O mais importante é lembrar que se já existem dívidas, não se deve criar novas até a quitação das mesmas, além de ser necessário economizar em outros pontos, como lazer e gastos supérfluos, para, enfim, viver sem dores de cabeça.

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