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O Dia Nacional da Educação Infantil celebrado hoje (25) visa conscientizar sobre a importância de uma das primeiras etapas do processo de ensino e aprendizado. A data é uma homenagem ao nascimento da médica pediatra e sanitarista brasileira Zilda Arns (1934-2010), conhecida por dedicar sua vida a trabalhos de auxílio a crianças.

Durante a pandemia do Covid-19, a educação infantil, assim como diversos outros segmentos da sociedade também enfrentou desafios. Segundo a vice-diretora da Escola Estadual Professor Máximo Ribeiro Nunes, de São Paulo, Alessandra Kehdi Cipullo, as aulas remotas trouxeram impactos negativos na rotina dos alunos, cujas conseqências se refletem no retorno presencial.

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As medidas de prevenção ao coronavírus ainda não possibilitam um retorno presencial com a máxima capacidade, por conta disso, a retomada ocorre para 50% dos estudantes, que se alternam nas escolas a cada semana. Diante desta realidade, Alessandra ressalta que muitas crianças se sentem perdidas.

“Estamos sentindo uma dificuldade imensa nos alunos de segundo ano, já que foram os que iniciaram a primeira série pouco antes da pandemia”, aponta a vice-diretora, e complementa que após ficarem em casa por mais de um ano, sem a necessidade de limites e regras, eles retornam e precisam cumprir com as obrigações escolares. Essa mudança de paradigma enfrentada pelas crianças é, segundo a professora, um dos principais desafios.

Alessandra pontua que o número de alunos da escola que possuem equipamentos necessários para assistir as aulas remotas é mínimo, muitos não possuíam computador pessoal e diversos estudantes utilizavam os celulares dos pais para poderem acompanhar os ensinamentos.

A vice-diretora explica que em aproximadamente 700 crianças, o acesso diário às aulas apontadas pelo sistema da escola alcançava uma média de 300 estudantes. "Tínhamos mais de 100 crianças sem acesso que vinham à escola para pegar apostilas, as quais continham questões bem simples, apenas para que pudessem fazer sozinhos e garantir que não esquecessem o que é escola”, comenta Alessandra.

Apesar de todas as medidas tomadas para garantir que o processo de ensino e aprendizado seguisse, a pedagoga, docente e coordenadora do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Guarulhos (UNG), Vanessa Angélica Patrício, relata que os danos sofridos na educação de crianças e jovens foram grandes e inevitáveis, tanto no desenvolvimento intelectual, quanto no físico.

Para a pedagoga, os problemas vão desde acesso limitado e precário à internet, dificuldades de concentração no ambiente caseiro a uma infraestrutura que garanta melhor aproveitamento das aulas remotas. “Nesse sentido, no pós-pandemia, faz-se necessário refletir e analisar por meio de diagnósticos do que foi assimilado e bem apreendido à reposição de conteúdo, para preencher as possíveis lacunas de aprendizagem, sem sobrecarregar demais os alunos”, define Vanessa.

De acordo com Vanessa, a educação infantil necessita de interação, troca de experiência e de algumas brincadeiras que ajudam no desenvolvimento de certas habilidades. “É preciso criar um ambiente favorável, manter uma rotina leve e saudável com momentos reservados às crianças estarem focadas nas tarefas da escola e também do lazer, limitando o tempo da criança em frente às telas dos celulares, tablets e computadores”, afirma.

Vanessa lembra que as aulas remotas têm como intuito manter o vínculo da criança com a escola, professores e colegas de turma, uma vez que as atividades precisam ser planejadas de acordo com o desenvolvimento do estudante.

Em um cenário de isolamento social, as tarefas também precisam ser acessíveis aos pais, que poderão mediar tarefas como rotinas de leitura, produção escrita, atividades corporais por meio de jogos e brincadeiras. “Mesmo em casa é possível e primordial garantir um processo contínuo de aprendizagem, que respeite o ritmo e tempo de cada criança”, explica Vanessa.

Embora possam auxiliar no aprendizado dos filhos, Vanessa frisa que os pais não precisam assumir o papel dos professores. “Cada família possui suas dificuldades, por isso, dicas práticas ajudam a enfrentar este contexto fora do normal, como estimular a criança ou jovem durante seus estudos, o que requer que se estabeleça uma rotina em casa, entre estudos e lazer, sem cobranças excessivas, essencial para o bem-estar e a saúde mental da família”, recomenda.

Os momentos de descontração, segundo a pedagoga, também podem se tornar espaços para brincar e aprender. No cenário pandêmico, Vanessa confirma a importância da parceria entre a escola e os pais, que garanta resultados positivos no processo de educação. “A proximidade entre ambas as partes, reuniões periódicas, compartilhamento de informações são ótimas formas para que a família atue como mediadora e facilitadora neste processo”, finaliza.

 

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul e o Ministério Público investigam o caso de um garoto que foi agredido pelo padrasto dentro de casa, na cidade de Erechim. As cenas da agressão foram captadas pela câmera de um computador, durante aula remota da criança. As informações foram publicada pelo portal 'R7'.

No momento da aula, o menino é surpreendido pelo padrasto, que arranca seus fones de ouvido e o puxa bruscamente. Após alguns instantes, o garoto retorna à sala virtual, chorando. O agressor aparece novamente, puxa os cabelos da vítima e passa a ofendê-lo.

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“Na terça-feira (12 de abril) de manhã, chegamos na escola e tinha um e-mail, com os três vídeos, no qual a escola relatava o acontecido e solicitava uma apuração junto à família desse menor. A escola também avisou a mãe, que foi orientada a comparecer ao conselho”, relatou o conselheiro tutelar Ademir da Rosa ao R7.

Rosa ainda informou que não existe histórico de registro de queixas de agressões do padrasto. A mãe da criança relata que, no momento do ato violento, ela estava em outro cômodo da casa com o filho mais novo. Quando chegou ao local, “estava tudo calmo”.

Ao LeiaJá, o conselheiro informou que agiu prontamente, encaminhando o caso à Polícia Civil e ao Ministério Público. O acusado não está mais morando na casa, tendo sido afastado da residência pela esposa.

Nesta quinta-feira (15), celebra-se o Dia do Professor. E em 2020, a data será marcada pelos impactos da pandemia de coronavírus (Covid-19) na educação. A principal mudança foi na rotina dos educadores que, junto aos alunos, tiveram que enfrentar os desafios do ensito remoto.

Com a chegada da pandemia, os professores não tiveram tempo para se acostumarem com as plataformas escolhidas pelas instituições de ensino e precisaram aprender a usá-las na prática. "Quando o Microsoft Teams foi apresentado, houve um processo colaborativo entre nós professores para entender como a plataforma funcionava", lembra a antropóloga e professora dos cursos de Comunicação Social da Universidade Guarulhos (UNG), Ana Claudia Fernandes Gomes.

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Antes da pandemia, os professores já utilizavam a tecnologia como ferramenta de auxílio às aulas, mas por conta do isolamento, os recursos digitais se tornaram a única opção de comunicação com os alunos. Por conta disso, os profissionais precisaram repensar os seus métodos de ensino para o modelo remoto. "Ter esse primeiro contato, entender se os alunos realmente estavam presentes, já que não víamos e nem ouvíamos as pessoas, e criar uma interação foi um desafio e uma grande novidade para nós professores", comenta Ana Claudia.

Ana Claudia Fernandes Gomes, professora da Universidade Guarulhos (UNG) | Foto: Divulgação / UNG

Outro grande desafio para os professores foi adaptar o espaço da casa para as aulas remotas. "Você precisa sair do seu espaço, entrar em outra área da casa, ficar lá por um tempo, e explicar para os demais moradores que você precisa dar aula e não conseguirá ouvir se houver barulhos externos", explica a professora da UNG, que também precisou adaptar o tempo de sua aula para o atual modelo de ensino.

Apesar dos desafios, o período conturbado também trouxe novos aprendizados, e a professora Ana Claudia tem utilizado os recursos tecnológicos de maneira estratégica. Segundo a educadora, apenas fazer uso das ferramentas disponíveis não resultará em uma aula interativa. "O educador deve pensar o processo de ensino a distância de maneira crítica, consciente, e não apenas pelo uso de uma ferramenta", diz.

Durante as aulas remotas, Ana Claudia relembra algumas cenas que viraram meme no período de pandemia, como alunos que sem querer deixam o microfone habilitado ou abrem a câmera de maneira involuntária e apresentam cenas que não gostariam de compartilhar.

A professora e coordenadora do Colégio Guarulhos, Raimunda Caldas | Foto: Arquivo Pessoal

Durante os primeiros 15 dias de aula a distância, a professora e coordenadora do Colégio Guarulhos, Raimunda Caldas, temeu o que poderia acontecer. Mas, com o passar do tempo, ela começou a se sentir confortável com as plataformas online. "Sempre tive facilidade em me adaptar com o novo. A princípio, aprendi pela dor e depois pelo amor", afirma.

Este processo foi importante para a professora, pois além de perceber que tem facilidade em se adaptar, ela também entendeu que nada é eterno. "Aprendi a direcionar e preparar minhas aulas de maneira muito tranquila, e sempre acrescento algo a mais. Também procurei conscientizar meus alunos de que teríamos que nos adaptar a esse momento, e que sairíamos melhores dessa pandemia", relata Raimunda, que ministra aulas de História e Sociologia.

A princípio, a educadora tinha dificuldades em administrar os links da plataforma Google Meet. Mas, graças a ajuda dos alunos, ela conseguiu entender as ferramentas online e trabalhar com tranquilidade. "Em 45 anos de magistério, eu sempre vi no meu aluno um parceiro, e o professor precisa assumir um papel de articulador do processo. De repente, eu vi aqueles meus alunos que estão fazendo curso técnico como meus mestres, e essa parceria está sendo uma experiência renovadora", finaliza Raimunda.

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