Duas torres comerciais de 16 andares cada na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, foram interditadas na segunda-feira (01) por causa de risco de desabamento. Durante toda a tarde, a Defesa Civil esvaziou os dois blocos do Edifício Lex Offices, que têm 360 salas, com quase cem escritórios de advocacia. Os prédios, no número 1.589 da Rua do Bosque, não têm data para voltar a funcionar.
Técnicos da Defesa Civil e engenheiros da Subprefeitura da Lapa encontraram trincas e rachaduras nos cinco subsolos (usados para estacionamento) e em vigas do edifício construído em 2009. Agora, a Prefeitura aguarda um laudo de uma empresa especializada para atestar se o prédio tem ou não condições de voltar a ser ocupado pelos advogados.
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De acordo com condôminos, tremores vêm sendo sentidos desde a quarta-feira da semana passada, principalmente no bloco 1. "Pessoas dos andares mais altos sentiram as xícaras de café balançarem, os computadores tremerem", conta o subsíndico do Lex Offices, o advogado Antônio Rivelli.
Após os tremores, uma engenheira que trabalha em uma das torres acionou a Defesa Civil, que foi duas vezes ao prédio na semana passada. "Hoje (na segunda-feira ( 01)), essas rachaduras aumentaram. Por isso, resolvemos interditar", disse o coronel Jair Paca de Lima, coordenador-geral da Defesa Civil.
Obra
Uma das hipóteses levantadas pela Defesa Civil e pelos condôminos é de que a escavação de uma obra que está sendo feita há dois meses em um terreno na frente das torres possa ter danificado a fundação dos edifícios comerciais. "A batida de estacas e o movimento do maquinário podem ter influenciado. E, tanto na construção do edifício interditado quanto na obra em frente, foi retirada muita água de lençol freático, o que também pode ter ocasionado problemas na estrutura dos prédios", disse o coordenador-geral da Defesa Civil. A Defesa Civil pediu que as escavações sejam interrompidas até que saia o laudo sobre o motivo das rachaduras e das trepidações no edifício comercial.
A construtora do Lex Offices, TSR, não foi encontrada para comentar o problema.
Correria. Com uma audiência marcada para as 9h desta terça-feira, o advogado Xavier Monzon pedia para subir até sua sala para pegar uma pasta. Acompanhado por técnicos da Defesa Civil, foi autorizado. "Agora, vou ter de atender meus clientes em outro lugar", disse. Sentado na frente de uma caixa cheia de papéis, o funcionário de outro escritório de advocacia Wellington Morilha conseguiu pegar quase tudo. "Vamos trabalhar de casa." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.