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Pelo menos 106 ataques químicos foram realizados contra civis na Síria desde 2014, de acordo com uma investigação realizada pela rede britânica "BBC" e divulgada nesta segunda-feira (15).

A rede publicou em seu site um mapa detalhado dos ataques que ocorreram depois que o presidente da Síria, Bashar al Assad, assinou a Convenção Internacional de Armas Químicas (CWC) e concordou em destruir seu arsenal tóxico, em 2013.

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"A Síria ratificou a CWC um mês depois de um ataque com armas químicas em vários subúrbios da capital Damasco com o agente nervoso Sarin, que deixou centenas de pessoas mortas", informou a "BBC".

As imagens das vítimas sofrendo por conta do agente químico chocaram o mundo, e os países ocidentais culparam o governo sírio pelo ataque. Assad, por sua vez, responsabilizou grupos de oposição.

A emissora ainda acrescentou que, apesar de a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) e as Nações Unidas terem destruído 1,3 mil toneladas de produtos químicos do governo sírio, as ofensivas com esse tipo de armamento "continuaram".

Assad, por sua vez, negou no início deste ano ter armas tóxicas à sua disposição, mas, de acordo com a Opaq, pelo menos 37 operações militares entre setembro de 2013 e abril de 2018 envolveram o uso de agentes tóxicos.

A "BBC" examinou 164 relatos de suspeitas de ataques químicos na Síria desde a assinatura da CWC e concluiu que há evidências confiáveis para se ter certeza de que ocorreram ao menos 106 ofensivas com substâncias tóxicas.

A maioria ocorreu na província de Idlib. Além disso, diversas ações com armas químicas foram registradas perto de Hama e Aleppo, assim como na região de Ghouta, perto de Damasco. O pior ataque foi em abril de 2017, em Khan Sheikhoun, na província de Idlib, onde mais de 80 pessoas foram mortas, de acordo com fontes médicas.

Os EUA e outras potências ocidentais culpam o regime Assad pelos ataques, mas o presidente e sua principal aliada, a Rússia, creditam essas ações a grupos rebeldes.

Da Ansa

O presidente sírio, Bashar al Assad, atribuiu a Israel a responsabilidade pelo incidente no qual a defesa antiaérea da Síria derrubou um avião aliado russo durante um ataque de mísseis do Estado hebreu.

"Este lamentável incidente é resultado da arrogância e da selvageria israelense", declarou Assad em carta de condolências enviada ao presidente russo, Vladimir Putin, pela morte dos 15 militares que estavam no avião, abatido na noite de segunda-feira sobre a costa síria.

"Estamos convencidos de que trágicos acontecimentos como estes não nos impedirão, e nem a vocês, de prosseguir com a luta contra o terrorismo", acrescenta a mensagem, publicada pela agência oficial Sana.

Na noite de segunda-feira, o avião russo foi derrubado por erro pela defesa antiaérea síria quando decolava da província costeira de Latakia (noroeste) para interceptar disparos de mísseis israelenses contra uma posição do regime.

Trata-se do incidente mais grave entre os dois aliados desde 2015, quando Moscou começou a intervir militarmente na Síria para apoiar o regime de Damasco contra os rebeldes e grupos jihadistas.

Putin considerou na terça-feira o incidente como "uma série de circunstâncias acidentais trágicas", mas disse ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que "tais operações da força aérea israelense violam a soberania síria".

Nos últimos meses, os israelenses multiplicaram seus ataques contra tropas iranianas na Síria, insistindo que não permitirão que a República Islâmica utilize o território sírio como trampolim para ataques a Israel.

No dia 4 de abril de 2017, uma mãe solteira que estava trabalhando numa colheita voltaria para sua casa, apenas para descobrir que seus quatro filhos estavam mortos. Eles, assim como dezenas de outras crianças e pessoas da cidade síria de Khan Shaykhun, tinham sido alvos de um ataque químico. Agora, a Comissão de Inquérito dos Crimes na Síria, na ONU, conclui que o ataque foi realizado pelo governo de Bashar Al Assad e o denuncia por crimes de guerra.

As forças russas, que bombardearam instalações médicas antes e depois do ataque químico para impedir que os feridos fossem atendidos, também foram acusadas de crimes de guerra.

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A tarefa de apurar o incidente ficou com a comissão da ONU liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro que, nesta quarta-feira, apresenta suas conclusões. A apuração indicou que um jato da força aérea síria, o Su-22, realizou quatro ataques às 6h45 da manhã daquele dia.

Apenas uma das quatro bombas seria carregada por um agente químico, o sarin. Mas foi suficiente para matar 83 pessoas e ferir mais 293.

"Todas as evidências levam a comissão a concluir que existe base suficiente para acreditar que as forças sírias jogaram a bomba, dispersando o gás sarin em Khan Shaykhun", escreveu Pinheiro. "O uso de armas químicas está proibido pelo direito humanitário internacional e o uso do gás sarin no dia 4 de abril pelas forças sírias constitui em um crime de guerra", denunciou.

A Comissão ainda indicou que não encontrou evidências de que o ataque tenha sido realizado por grupos armados da oposição. Tampouco houve provas das alegações de russos e sírios de que o gás estaria em um depósito atingido por ataques. Moscou e Damasco indicavam que um depósito de armas de fato foi atacado naquele dia. Mas isso ocorreu cinco horas depois do incidente com o gás.

Pinheiro, porém, ainda denunciou que ataques foram realizados naquele mesmo dia contra um centro médico, o único que estava atendendo os sobreviventes do gás sarin. O ataque também é considerado como um "crime de guerra" e teria sido realizado por forças sírias e russas.

Dois dias antes do ataque químico, o principal hospital da região também foi destruído por forças sírias e russas, no que a ONU considerou como outro crime de guerra. O Hospital Maarat al-Numan teria sido o único capaz de tratar as vítimas. Mas sua destruição foi interpretada como um esforço das autoridades para garantir que não haveria sobreviventes.

No total, entre 2013 e 2017, a comissão acredita que 25 ataques usando armas químicas foram realizadas na Síria. Vinte deles perpetrados pelo governo. Além do caso do gás sarin, houve também um ataque de cloro no hospital de Al- Latamneh hospital e nas redondezas. Oitenta e cinco pessoas foram afetadas por dificuldades respiratórias.

Coalizão

Além dos ataques químicos, as investigações também apontam para o impacto "preocupante" das ofensivas aéreas da coalizão internacional sobre civis. Em Alepo, por exemplo, a comissão denuncia os EUA por não terem protegido de forma suficiente civis, violando as regras humanitárias. Em Ar-Raqqah, os combates contra terroristas obrigaram 190 mil pessoas a deixar suas casas, com um número elevado de mortes.

Na avaliação da comissão, o Estado Islâmico (EI) continua a perder "rapidamente trechos significativos de territórios", principalmente em Alepo, Homs, na fronteira entre Síria e Iraque e Ar-Raqqah, cidade que viu 200 mil civis fugirem dos combates. Ainda assim, a comissão está "preocupada" com o destino de 50 mil pessoas ainda presas dentro das ruelas da cidade. No total, Pinheiro estima que cerca de 600 mil sírios estejam sitiados pela Síria.

Pinheiro indicou que sua comissão investiga "diversas alegações de ataques aéreos" em locais controlados pelo EI e que teriam causado pelo menos 200 mortos entre os civis. Um dos ataques ocorreu no dia 21 de março contra um hospital que estava sendo usado como abrigo para deslocados internos na Síria. "Os ataques ocorreram pela noite quando as famílias estavam dormindo", disse.

Testemunhas admitem que, no local, duas famílias de combatentes do EI estavam ocupando a escola. Mas tinham abandonado o local um mês antes dos ataques.

Ainda que o combate contra o terrorismo seja uma prioridade, a comissão insiste que a população civil precisa ser protegida e poupada na guerra entre as diferentes facções.

Outra acusação dos investigadores se refere aos ataques contra hospitais, levando a um fenômeno de clínicas subterrâneas. Para Pinheiro, ao continuar a atacar, o governo de Assad dá indicações de que "continua a colocar como alvo tais instalações como parte de uma estratégia que poderia ser considerada como crimes de guerra".

Estados Unidos e Rússia voltaram a se atacar publicamente nesta quarta-feira (12) por conta do envolvimento dos dois países na guerra da Síria, onde Washington luta para derrubar o presidente Bashar al Assad, enquanto Moscou deseja mantê-lo no poder.

Em entrevista à emissora "Fox", o mandatário dos EUA chamou o líder sírio de "animal" e disse que o Kremlin dá apoio a uma pessoa "diabólica" e "muito negativa para o gênero humano". Por sua vez, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ao canal local "MIR" que as relações entre os dois países "pioraram" desde a posse do republicano.

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"Podemos dizer que o nível de confiança, sobretudo no plano militar, não melhorou. Aliás, piorou", salientou. As declarações foram dadas enquanto acontece uma visita do secretário norte-americano de Estado, Rex Tillerson, a Moscou e ainda no calor do bombardeio dos EUA contra uma base militar na Síria.

Recebido pelo ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, Tillerson agradeceu pelo encontro e destacou que é preciso encontrar "áreas de interesse comum". "As nossas linhas de comunicação permanecerão sempre abertas", garantiu.

Já Lavrov afirmou que os EUA não podem fazer outros ataques à Síria e que ele ainda precisa entender quais são as reais intenções de Washington após "algumas informações contraditórias". O ministro se referia à mudança de postura da Casa Branca em relação a Assad, cujo destino declaradamente não estava entre suas prioridades até o ataque químico atribuído a Damasco.

Existe a possibilidade de que Tillerson seja recebido pelo próprio Putin nesta quarta-feira. Ex-CEO da multinacional de petróleo ExxonMobil, o secretário de Estado já foi condecorado na Rússia e sempre manteve boas relações com o Kremlin. No entanto, em janeiro passado, disse que Moscou representava um "perigo" para os EUA. 

A Casa Branca apresentou nesta terça-feira (11) o que considerou como “provas claras e consistentes" de que o regime sírio de Bashar al Assad efetuou, há uma semana, um ataque com gás sarin na área rebelde de Khan Sheikhoun, no qual morreram mais de 80 pessoas, incluindo crianças. As informações são da agência de nottícias espanhola EFE.

Funcionários do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos asseguraram hoje à imprensa que têm "provas físicas" de que o regime sírio usou gás sarín contra a população. Além disso, os EUA confirmaram a autenticidade de fontes externas que demonstram que um caça sírio da base de Shayrat (Homs) lançou o ataque com o gás mortal nas primeiras horas da manhã de 4 de abril.

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Do mesmo modo, as fontes do governo americano argumentaram que, levando em conta a relação de décadas entre as forças armadas sírias e russas e que militares de ambos países operavam na base aérea de Shayrat, é difícil entender como Moscou não tinha conhecimento prévio do ataque.

Motivos operacionais

As fontes da Casa Branca asseguraram que não há provas que sustentem a versão síria e russa de que as mortes por exposição a um elemento químico neurotóxico aconteceram após o bombardeio de uma fábrica de armas químicas de um grupo jihadista.

Pelo contrário, os EUA consideram que o ataque químico sírio tinha "motivos operacionais" com o objetivo de exercer pressão na retaguarda de zonas rebeldes estratégicas para manter o controle da cidade de Hama.

"Nesse contexto, o ataque químico é entendido como parte de um 'toma lá, dá cá' entre rebeldes e forças sírias", indicou um funcionário dos EUA.

Represália

A Casa Branca apresentou hoje (11) uma pormenorizada cronologia do ataque com armas químicas da terça-feira passada, que dois dias depois levou Trump a autorizar o lançamento de 59 mísseis guiados contra a base de Shayrat, em represália.

Pouco antes das 7h (horário local), um avião caça de fabricação russa Sukhoi SU-22 da força aérea síria sobrevoou Khan Sheikhoun durante 20 minutos e, por volta de 12h, começaram a aparecer evidências gráficas na internet de vítimas com sintomas de um ataque químico.

Pouco depois de 13h, as vítimas começaram a inundar um hospital próximo que, posteriormente, seria bombardeado com armamento convencional. Os EUA também têm informação de que um militar sírio de alta categoria, vinculado ao programa químico sírio, esteve na base de Shayrat antes  do ataque.

*Da Agência EFe

Fortes bombardeios ocorreram pelo segundo dia consecutivo na capital comercial da Síria, Alepo, neste domingo. As tropas do governo continuaram sua ofensiva contra os rebeldes em várias partes da cidade, atemorizando a população civil.

O Conselho Nacional Sírio (SNC, na sigla em inglês), de oposição, acusou o regime do presidente Bashar al Assad de se preparar para "massacres" na cidade e pediu que o Conselho da Organização das Nações Unidas (ONU) faça uma reunião de emergência. Como os rebeldes enfrentam uma capacidade militar maior do governo, o chefe do SNC, Abdel Basset Sayda, pediu que os governos ocidentais forneçam armas.

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O enviado de paz da ONU, Kofi Annan, pediu que os dois lados parem a violência, dizendo que apenas uma solução política poderia finalizar o conflito que os observadores dos direitos humanos contabilizam ter matado mais de 20 mil pessoas desde o início dos levantes em março de 2011.

Um ativista disse que houve mais ataques no distrito de Salaheddin, no sudoeste de Alepo, onde rebeldes haviam repelido um ataque terrestre no sábado. Ele disse que também houve confronto entre soldados e rebeldes em nos bairros de Bab al-Nasr, Bab al-Hadid e Cidade Velha, todos no centro da cidade. "As ruas estreitas dos distritos do centro, com mercados e prédios densamente povoados são impossíveis de chegar com taques e bombardeios", disse.

Após atacarem por dois dias, soldados em grande número apoiados por tanques e helicópteros fizeram um assalto terrestre em Salaheddin, onde os rebeldes concentram suas forças desde a tomada de Alepo em 20 de julho.

Os dois lados afirmaram terem avançado no confronto, mas um correspondente da AFP disse que os rebeldes conseguiram repelir em grande parte a ofensiva do exército. Segundo ele, os civis na cidade de cerca de 2,5 milhões de pessoas se aglomeraram em porões tentando se proteger dos intensos bombardeios.

O coronel Abdel Jabbar al-Oqaidi, do Exército Livre da Síria, disse que os rebeldes infligiram grandes perdas ao exército em Salaheddin, mas acrescentou que houve muitas mortes de civis. Destruímos oito tanques e alguns veículos blindados e matamos mais de 100 soldados", disse. "Três rebeldes foram mortos, mas também muitos civis." Oqaidi disse que a opção do regime por ataques aéreos foi responsável pelo grande número de mortos civis e que pediu a imposição de uma zona proibida para aviões.

O jornal pró-governo Al-Watan disse que o exército realizou uma "operação muito delicada em Alepo para erradicar o terrorismo, impor a lei e libertar a população das mãos de terroristas de várias partes do mundo". "O destino dos terroristas será o mesmo de seus companheiros de Damasco", disse o jornal, aludindo a uma ofensiva do exército no início do mês que forçou a retirada dos rebeldes da capital.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que houve fortes conflitos neste domingo nos bairros de Salaheddin e Saif al-Dawla e na entrada do campo de refugiados palestinos Hindrat. "O exército está tentando retomar o distrito de Bab al-Hadid no centro de Alepo", disse Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório.

Em todo o país, a violência matou 168 pessoas no sábado: 94 civis, 33 rebeldes e 41 soldados, disse a entidade. As informações são da Dow Jones.

Os países que formam o Grupo dos Amigos da Síria vão se reunir sexta-feira (24) em Túnis, capital da Tunísia, para discutir a situação envolvendo o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad. O governo da Rússia informou que não participará das discussões. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Alexandre Lukachevitch, disse que os russos não foram convidados.

O Grupo dos Amigos da Síria é formado pela Liga Árabe (composta por 23 nações), a União Europeia (integrada por 27 países), alguns países da Organização da Conferência Islâmica, além dos Estados Unidos, do Brasil e da Índia – que são observadores na Liga Árabe.

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Para os russos, a reunião de sexta-feira ocorrerá sem o consentimento do governo Assad e com o apoio da oposição ao regime. “De acordo com as informações que temos, está sendo preparado um documento, sem o conhecimento do restante dos convidados, quando será pedido apenas que o assinem", disse o porta-voz russo. "Tendo em conta essas circunstâncias, não vemos possibilidade de participar do encontro", acrescentou.

Os conflitos na Síria duram quase um ano. Nesse período, cerca de 7 mil pessoas, a maioria civis, morreram. Há denúncias de violações de direitos humanos, como torturas, inclusive contra mulheres e crianças, violência sexual, prisões e assassinatos. O governo Assad nega as acusações, informando que atua contra grupos terroristas.

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, propôs nesta quarta-feira a convocação de eleições multipartidárias dentro de quatro meses. Paralelo a isso, rebeldes tentam derrubar Assad em cidades sitiadas há vários dias.

Sob pressão para pôr fim a uma repressão que matou cerca de seis mil pessoas, Assad prometeu um referendo em um período de duas semanas sobre uma nova Constituição que conduza às eleições dentro de 90 dias.

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