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O Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou nesta sexta-feira, 17, que emitiu um mandado de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por crimes de guerra por causa de seu suposto envolvimento em sequestros e deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia durante a guerra.

A Corte disse em um comunicado que Putin "é supostamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa". Grupos de direitos humanos celebraram o movimento, mas a probabilidade de um julgamento enquanto Putin permanecer no poder é pequena, já que o tribunal não pode julgar réus à revelia e a Rússia disse que não entregará seus próprios cidadãos.

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Um pedido também foi emitido, pelo mesmo motivo, contra a Comissária Presidencial para os Direitos da Infância na Rússia, Maria Alekseievna Lvova-Belova, informou o tribunal de Haia. A Presidência da Ucrânia reagiu, afirmando que essa ordem de prisão contra Putin é apenas o começo, enquanto a Rússia chamou o pedido de sem sentido.

O presidente do tribunal, Piotr Hofmanski, disse em uma declaração em vídeo que, embora os juízes do TPI tenham emitido os mandados, caberá à comunidade internacional aplicá-los. O tribunal não tem força policial própria para cumprir os mandados. "O TPI está fazendo sua parte do trabalho como um tribunal. Os juízes emitiram mandados de prisão. A execução depende da cooperação internacional."

Limitações

O TPI não reconhece imunidade para chefes de Estado em casos envolvendo crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio.

Mas as limitações do tribunal são bem conhecidas - embora possa indiciar chefes de Estado em exercício, não tem poder para prendê-los ou levá-los a julgamento, ao invés disso, depende de outros líderes e governos para agir como seus policiais em todo o mundo. O caso mais proeminente foi o do presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir , que foi indiciado pelo tribunal, mas não foi preso em outros países para onde viajou.

Além disso, Moscou não reconhece a jurisdição do tribunal e não extradita seus nacionais. Essa posição foi reafirmada hoje pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em uma primeira reação aos mandados. "As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm nenhum significado para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico", disse ela.

A Ucrânia também não é membro do tribunal, mas concedeu ao TPI jurisdição sobre seu território e o promotor do TPI, Karim Khan, visitou o país quatro vezes desde que abriu uma investigação há um ano.

Deportações

Uma investigação do New York Times publicada em outubro identificou várias crianças ucranianas que foram levadas sob os esforços de reassentamento da Rússia. Eles descreveram um processo de coerção e, ao chegarem à Rússia ou aos territórios ocupados pela Rússia, eram frequentemente colocados em locais voltados para torná-los cidadãos russos e submetidos a esforços de reeducação. A Rússia defendeu as transferências por motivos humanitários.

O TPI disse ter concluído que havia "motivos razoáveis para acreditar que cada suspeito é responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população e de transferência ilegal de pessoas de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa, especialmente crianças ucranianas".

E acrescenta que "Putin tem responsabilidade criminal individual pelos sequestros de crianças por ter cometido os atos diretamente, em conjunto com outros ou por meio de outros e por sua falha em exercer o controle adequadamente sobre subordinados civis e militares que cometeram os atos".

Após sua visita mais recente, no início de março, o promotor do TPI disse que visitou uma casa de repouso para crianças a dois quilômetros das linhas de frente no sul da Ucrânia.

"Os desenhos pregados na parede falavam de um contexto de amor e apoio que já existiu. Mas esta casa estava vazia, resultado da suposta deportação de crianças da Ucrânia para a Federação Russa ou sua transferência ilegal para outras partes dos territórios ocupados temporariamente", disse ele em um comunicado. "Como observei ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em setembro passado, esses supostos atos estão sendo investigados pelo meu escritório com prioridade. As crianças não podem ser tratadas como despojos de guerra".

Mensagem

E enquanto a Rússia rejeitou as alegações e mandados do tribunal como nulos e sem efeito, outros disseram que a ação do TPI terá um impacto importante.

"O TPI fez de Putin um homem procurado e deu seu primeiro passo para acabar com a impunidade que encorajou os perpetradores na guerra da Rússia contra a Ucrânia por muito tempo", disse Balkees Jarrah, diretor associado de justiça internacional da Humans Rights Watch. "Os mandados enviam uma mensagem clara de que dar ordens para cometer, ou tolerar, crimes graves contra civis pode levar a uma cela de prisão em Haia."

O professor David Crane, que indiciou o presidente da Libéria Charles Taylor há 20 anos por crimes em Serra Leoa, disse que ditadores e tiranos em todo o mundo "estão agora cientes de que aqueles que cometem crimes internacionais serão responsabilizados, incluindo chefes de estado".

Taylor acabou sendo detido e levado a julgamento em um tribunal especial na Holanda. Ele foi condenado e sentenciado a 50 anos de prisão. "Este é um dia importante para a justiça e para os cidadãos da Ucrânia", disse Crane em um comentário por escrito à Associated Press na sexta-feira.

Na quinta-feira, uma investigação apoiada pela ONU citou ataques russos contra civis na Ucrânia, incluindo tortura sistemática e assassinato em regiões ocupadas, entre questões potenciais que equivalem a crimes de guerra e possivelmente crimes contra a humanidade.

A investigação também encontrou crimes cometidos contra ucranianos em território russo, incluindo crianças ucranianas deportadas que foram impedidas de se reunir com suas famílias, um sistema de "filtração" destinado a selecionar ucranianos para detenção e tortura e condições de detenção desumanas.

Mas na decisão de hoje, o TPI colocou o rosto de Putin nas acusações de sequestro de crianças. (Com agências internacionais)

As forças de segurança do Mali e os grupos independentistas e jihadistas cometeram crimes de guerra e contra a humanidade - afirma uma comissão da ONU que investigou a violência no país africano.

As acusações estão registradas em um relatório de 338 páginas compilado pela Comissão Internacional de Investigação, um painel integrado pela sueca Lena Sundh, o camaronês Simon Munzu e o mauriciano Vinod Boolell, que investigou os eventos no Mali entre 2012 e 2018.

A investigação, cujas conclusões ainda não foram divulgadas oficialmente, recomenda a criação de um tribunal especializado em processar crimes internacionais.

Ao contrário de outros relatórios da ONU, as conclusões da Comissão Internacional de Investigação podem ser usadas como base jurídica para um possível julgamento.

"A Comissão tem motivos razoáveis para acreditar que as forças de segurança e de defesa do Mali cometeram crimes de guerra, incluindo violência contra a vida e a pessoa de civis fora de combate, suspeitas de serem afiliadas ou de cooperar com grupos armados extremistas", afirma o relatório, ao qual a AFP teve acesso.

- Revolta independentista e jihadismo -

Sem saída para o mar e localizado na região do Sahel, o Mali foi cenário de violência em 2012 quando os separatistas da etnia tuaregue se revoltaram no norte do país, provocando uma campanha armada de grupos jihadistas.

Em 2012, os militares malineses deram um golpe de Estado para conter a derrota do Exército ante os rebeldes separatistas e jihadistas do norte, o que de fato acabou acontecendo de maneira precipitada, levando o país a uma crise.

A França, potência colonial, iniciou uma operação militar em 2013 que dispersou os jihadistas. Depois, eles se reagruparam e expandiram a campanha para o centro do Mali, inflamando uma região com rivalidades étnicas, antes de avançar para os vizinhos Burkina Faso e Níger.

As forças de segurança e de defesa malinesas foram culpadas de "assassinatos contra membros em particular das comunidades tuaregue e árabes", os quais associavam com os rebeldes separatistas e os jihadistas, afirma a comissão, que apresentou o relatório ao secretário-geral da ONU, António Guterres.

A investigação, que detalha a escala do banho de sangue e da violência étnica no país, foi enviada na semana passada ao Conselho de Segurança.

Milhares de pessoas morreram, e centenas de milhares fugiram de suas casas.

Após o surgimento em 2015 de um grupo jihadista liderado pelo pregador fulani Amadou Koufa, esta comunidade da região central do Mali foi vítima de "assassinatos cometidos pelas Forças Armadas malinesas", diz o texto.

Vários signatários do acordo de paz, incluindo ex-rebeldes do Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA) e o grupo pró-governo Gatia também são responsáveis por "crimes de guerra", segundo a comissão.

O painel acusou ainda outros atores do conflito de "crimes contra a humanidade", em particular os grupos jihadistas armados, cuja influência e violência continuam na sub-região. Inclui também a milícia Dan Nan Ambassagou, que surgiu como defensora dos Dogon no centro do Mali e é acusada de massacrar aldeões fulani.

O relatório destaca um ataque em 17 de junho de 2017, no qual Dan Nan Ambassagou aplicou represálias pela morte de um de seus integrantes e avançou contra várias aldeias fulani, também chamadas de peuls, e matou pelo menos 39 civis, incluindo crianças.

Esta ofensiva marcou o início dos ataques "sistemáticos" contra os fulani em Koro, segundo o documento.

"A comissão tem motivos razoáveis para acreditar que estes atos constituem um crime contra a humanidade", indica o relatório.

O chefe do Governo de Unidade Nacional (GNA) da Líbia, Fayez al Sarraj, reconhecido pela comunidade internacional, acusou seu rival, o marechal Khalifa Haftar, de "crimes de guerra" por foguetes disparados contra Trípoli, que mataram três pessoas.

O Exército Nacional Líbio (ENL) de Haftar rebateu a acusação, negou ter disparado os foguetes e acusou "as milícias terroristas que controlam a capital".

Fayez Sarraj visitou durante a noite os bairros de Abu Slim e Al Antissar, no sul de Trípoli, os mais afetados pelos foguetes, onde três pessoas morreram e 11 ficaram feridas.

Sarraj denunciou a "selvageria e a barbárie" do marechal Haftar, a quem chamou de "criminoso de guerra".

"Vamos apresentar todos os documentos ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e crimes contra a humanidade", disse Sarraj.

A ofensiva que o marechal Haftar iniciou em 4 de abril contra a capital líbia parece estagnada, embora o ENL anuncie diariamente o avanço de suas tropas.

Ao menos 174 pessoas morreram desde o início dos combates há duas semanas, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No dia 4 de abril de 2017, uma mãe solteira que estava trabalhando numa colheita voltaria para sua casa, apenas para descobrir que seus quatro filhos estavam mortos. Eles, assim como dezenas de outras crianças e pessoas da cidade síria de Khan Shaykhun, tinham sido alvos de um ataque químico. Agora, a Comissão de Inquérito dos Crimes na Síria, na ONU, conclui que o ataque foi realizado pelo governo de Bashar Al Assad e o denuncia por crimes de guerra.

As forças russas, que bombardearam instalações médicas antes e depois do ataque químico para impedir que os feridos fossem atendidos, também foram acusadas de crimes de guerra.

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A tarefa de apurar o incidente ficou com a comissão da ONU liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro que, nesta quarta-feira, apresenta suas conclusões. A apuração indicou que um jato da força aérea síria, o Su-22, realizou quatro ataques às 6h45 da manhã daquele dia.

Apenas uma das quatro bombas seria carregada por um agente químico, o sarin. Mas foi suficiente para matar 83 pessoas e ferir mais 293.

"Todas as evidências levam a comissão a concluir que existe base suficiente para acreditar que as forças sírias jogaram a bomba, dispersando o gás sarin em Khan Shaykhun", escreveu Pinheiro. "O uso de armas químicas está proibido pelo direito humanitário internacional e o uso do gás sarin no dia 4 de abril pelas forças sírias constitui em um crime de guerra", denunciou.

A Comissão ainda indicou que não encontrou evidências de que o ataque tenha sido realizado por grupos armados da oposição. Tampouco houve provas das alegações de russos e sírios de que o gás estaria em um depósito atingido por ataques. Moscou e Damasco indicavam que um depósito de armas de fato foi atacado naquele dia. Mas isso ocorreu cinco horas depois do incidente com o gás.

Pinheiro, porém, ainda denunciou que ataques foram realizados naquele mesmo dia contra um centro médico, o único que estava atendendo os sobreviventes do gás sarin. O ataque também é considerado como um "crime de guerra" e teria sido realizado por forças sírias e russas.

Dois dias antes do ataque químico, o principal hospital da região também foi destruído por forças sírias e russas, no que a ONU considerou como outro crime de guerra. O Hospital Maarat al-Numan teria sido o único capaz de tratar as vítimas. Mas sua destruição foi interpretada como um esforço das autoridades para garantir que não haveria sobreviventes.

No total, entre 2013 e 2017, a comissão acredita que 25 ataques usando armas químicas foram realizadas na Síria. Vinte deles perpetrados pelo governo. Além do caso do gás sarin, houve também um ataque de cloro no hospital de Al- Latamneh hospital e nas redondezas. Oitenta e cinco pessoas foram afetadas por dificuldades respiratórias.

Coalizão

Além dos ataques químicos, as investigações também apontam para o impacto "preocupante" das ofensivas aéreas da coalizão internacional sobre civis. Em Alepo, por exemplo, a comissão denuncia os EUA por não terem protegido de forma suficiente civis, violando as regras humanitárias. Em Ar-Raqqah, os combates contra terroristas obrigaram 190 mil pessoas a deixar suas casas, com um número elevado de mortes.

Na avaliação da comissão, o Estado Islâmico (EI) continua a perder "rapidamente trechos significativos de territórios", principalmente em Alepo, Homs, na fronteira entre Síria e Iraque e Ar-Raqqah, cidade que viu 200 mil civis fugirem dos combates. Ainda assim, a comissão está "preocupada" com o destino de 50 mil pessoas ainda presas dentro das ruelas da cidade. No total, Pinheiro estima que cerca de 600 mil sírios estejam sitiados pela Síria.

Pinheiro indicou que sua comissão investiga "diversas alegações de ataques aéreos" em locais controlados pelo EI e que teriam causado pelo menos 200 mortos entre os civis. Um dos ataques ocorreu no dia 21 de março contra um hospital que estava sendo usado como abrigo para deslocados internos na Síria. "Os ataques ocorreram pela noite quando as famílias estavam dormindo", disse.

Testemunhas admitem que, no local, duas famílias de combatentes do EI estavam ocupando a escola. Mas tinham abandonado o local um mês antes dos ataques.

Ainda que o combate contra o terrorismo seja uma prioridade, a comissão insiste que a população civil precisa ser protegida e poupada na guerra entre as diferentes facções.

Outra acusação dos investigadores se refere aos ataques contra hospitais, levando a um fenômeno de clínicas subterrâneas. Para Pinheiro, ao continuar a atacar, o governo de Assad dá indicações de que "continua a colocar como alvo tais instalações como parte de uma estratégia que poderia ser considerada como crimes de guerra".

Um ataque feito com foguetes na cidade portuária de Mariupol, Ucrânia, este final de semana, pode ser investigado como um crime de guerra, afirmou nesta segunda-feira o subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman.

De acordo com Feltman, monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa examinaram as crateras deixadas pelos ataque, e chegaram à conclusão de que ele partiu da região controlada pelos rebeldes pró-Rússia.

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Mariupol é uma cidade estratégica, e seu controle pode fornecer um corredor terrestre entre a Rússia e a recém anexada região da Crimeia. Segundo o subsecretário-geral, o ataque destruiu prédios e matou "dezenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças". Algumas estimativas falam em 30 mortes.

"Devemos enviar uma mensagem inequívoca: os perpetradores do ataque precisam ser responsabilizados e trazidos à Justiça", disse Feltman. Fonte: Associated Press.

Investigadores da Organização das Nações Unidas apresentaram uma ampla lista de crimes de guerra e a delitos contra a humanidade cometidos na Síria, mas não ofereceram uma conclusão sobre a questão do uso de armas químicas. A investigação foi conduzida antes do suposto ataque com armas químicas ocorrido em 21 de agosto contra civis nos arredores de Damasco.

Segundo o relatório da Comissão de Investigação sobre Síria, forças leais ao regime do presidente sírio, Bashar Assad, "continuaram a conduzir amplos ataques contra a população civil, cometendo assassinatos, tortura, estupros e desaparecimentos forçados assim como crimes contra a humanidade". O documento se refere à investigação no período de 15 de maio a 15 de julho.

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A comissão também denunciou que grupos antigovernamentais cometeram "crimes de guerra", incluindo assassinato, tortura e sequestro. Desde o início do ano, a comissão concluiu que as forças leais ao governo foram responsáveis por oito massacres, enquanto as forças de oposição cometeram um. Nove outros ainda estavam sob investigação.

"Com base nas evidências atualmente disponíveis, não foi possível chegar a uma conclusão sobre os agentes químicos utilizados", os sistemas de ação ou os autores, disse a equipe de investigação sobre violações dos direitos humanos na Síria. Por outro lado, ficou claro que "a maioria das mortes foi resultado de ataques ilegais com uso de armas convencionais".

O relatório não aborda o período após 15 de julho, que inclui a ofensiva de 21 de agosto em que há suspeitas de um ataque químico contra civis perto de Damasco. A suposta ação com agentes químicos provocou indignação internacional e ainda pode levar a ataques militares liderados pelos EUA, apesar de intensos esforços diplomáticos para evitá-los.

Os investigadores, que devem apresentar as suas conclusões ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra na segunda-feira, rejeitaram a ação militar como uma solução para a crise.

"Há uma necessidade urgente de uma suspensão das hostilidades e um retorno às negociações, levando a uma solução política", disse a comissão, alertando que ataques militares "não só intensificarão o sofrimento no país, mas também servirão para manter tal acordo fora do nosso alcance coletivo".

O relatório foi publicado em meio a uma esperança renovada de que uma iniciativa diplomática russa pode fazer com que o regime de Assad ceda as armas químicas, eliminando a necessidade de um ataque militar "limitado" dos norte-americanos na Síria. Fonte: Dow Jones Newswires.

O ex-presidente de um partido Islâmico de Bangladesh, Ghulam Azam, de 91 anos, foi condenado a 90 anos de prisão por crimes contra a humanidade durante a guerra de independência do país. A sentença, porém, irritou tanto seus partidários, para quem o julgamento teve motivação política, quanto seus opositores, que queriam que ele fosse executado.

Um painel especial, formado por três juízes, anunciou a decisão nesta segunda-feira numa sala lotada do Judiciário na capital do país, Daca. Os magistrados disseram que o ex-líder do partido Jamaat-e-Islami merecia a pena capital, mas seria preso por causa de sua idade avançada e de seus estado de saúde.

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Azam estava no banco dos réus quando o veredicto foi lido, enquanto manifestantes do lado de fora exigiam sua execução. Tanto a defesa quando a acusação disseram que vão recorrer da sentença.

O político liderava o Jamaat-e-Islami no então Paquistão Oriental em 1971, quando Bangladesh se tornou independente por meio de uma sangrenta guerra. Ele está entre os vários líderes do Jamaat-e-Islami condenados por um tribunal formado em 2010 pelo governo da primeira-ministra Sheikh Hasina para julgar os acusados de colaborar com o Exército paquistanês durante a guerra.

Segundo Bangladesh, o Exército paquistanês matou 3 milhões de pessoas e estuprou 200 mil mulheres durante a guerra, que durou nove meses, período no qual cerca de 10 milhões de pessoas se abrigaram do outro lado da fronteira, na Índia.

Azam liderou o partido até o ano 2000 e ainda é considerado seu líder espiritual. O Jamaat-e-Islami afirma que seu julgamento e de outros integrantes da legenda tiveram motivação política, o que é negado pelas autoridades.

Episódios de violência foram registrados após veredictos anteriores. Meios de comunicação, dentre eles o jornal Daily

Star, informaram que pelo menos três ativistas do Jamaat-e-Islami foram mortos no país nesta segunda-feira. Dois foram espancados até a morte por ativistas da oposição no distrito de Kushtia e o outro foi assassinato no distrito de Chapainawabganj, no noroeste, quando guardas paramilitares de fronteira abriram fogo depois que uma bomba foi jogada contra a polícia.

O tribunal disse que Azam é culpado por 61 acusações em cinco categorias: conspiração, incitamento, planejamento, cumplicidade e falha em impedir assassinatos. Ele e seu partido foram acusados de formar brigadas de cidadãos para cometer genocídio e outros crimes graves contra combatentes pró-independência durante a guerra. Fonte: Associated Press.

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Faleceu, nesta quinta-feira (14), o ex-líder do Khmer Vermelho, Ieng Sary. Ele tinha 87 anos e também já tinha ocupado o cargo de ministro das relações exteriores do Camboja, na Ásia. A morte de Sary foi confirmada por um tribunal da capital Phnom Penh.

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O ex-líder do regime maxista totalitário em Camboja estava sendo julgado por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade. 

O tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para crimes de guerra cometidos na antiga Iugoslávia absolveu nesta quinta-feira o ex-primeiro-ministro kosovar Ramush Haradinaj e dois ex-combatentes do Exército de Libertação de Kosovo (ELK) de acusações de assassinato e tortura durante a guerra que resultou na independência do território, no fim dos anos 1990.

Haradinaj, de 44 anos, e Idriz Balaj, de 41, foram julgados por seis acusações de assassinato e tortura de sérvios e não-albaneses. Já o terceiro acusado, Lahi Brahimaj, de 42 anos, enfrentou quatro acusações pelo seu papel na luta entre as guerrilhas da Albânia que lutavam por independência e as forças de Belgrado, lideradas pelo ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic.

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As absolvições resultam da primeira vez que o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), estabelecido em Haia, aceitou recurso a sentenças emitidas anteriormente. Em 2008, o trio já havia sido absolvido pelo TPII, mas o julgamento foi considerado um "aborto da justiça" em meio a denúncias de intimidação a testemunhas de acusação.

Haradinaj regressou ao Kosovo hoje mesmo. Ele foi recebido em Pristina pelo atual primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaci, e prometeu voltar à política agora que foi absolvido novamente pelo TPII. "Vou trabalhar com todos vocês para levar esse país para a frente", declarou Haradinaj ao desembarcar. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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