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O papa Francisco pediu neste domingo (23) aos 19 cardeais nomeados no sábado (22) que aspirem a santidade e evitem os "comportamentos próprios de uma corte", como "as intrigas, a fofoca, os favoritismos, as preferências", durante uma missa no Vaticano.

"Um cardeal entra na Igreja de Roma, não entra em uma corte", advertiu Francisco em uma missa celebrada na basílica de São Pedro, ao lado dos novos cardeais, os primeiros nomeados em seu pontificado, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.

"Amemos aqueles que nos são hostis, abençoemos os que falam mal de nós, saudemos com um sorriso a quem talvez não o mereça, não aspiremos nos fazer valer, respondamos com doçura à tirania, esqueçamos as humilhações sofridas", recomendou o pontífice na homilia.

O bispo de Roma acrescentou que os cardeais devem ajudar uns aos outros e evitar "costumes e comportamentos próprios de uma corte, como as intrigas, a fofoca, os círculos, os favoritismos, as preferências".

Neste domingo, Franciso insistiu que Jesus não veio ao mundo "para ensinar boas maneiras, maneiras de salão". "Ser santo não é um luxo, é necessário para a salvação do mundo", clamou.

O papa presidiu a liturgia deste domingo ano lado de quase 150 cardeais, reunidos há vários dias no Vaticano para participar em um consistório extraordinário de dois dias sobre o tema família e para a "criação" de novos cardeais.

Dos cardeais nomeados no sábado, seis procedem da América Latina e outros de Burkina Faso, Costa do Marfim ou Filipinas, "a periferia", segundo os termos utilizados pelo papa argentino.

As nomeações incluem 16 novos eleitores, com menos de 80 anos, em um eventual conclave para escolher um novo papa.

Os outros três, eméritos, têm mais de 80 anos e não têm direito de voto no conclave.

O colégio de cardeais tem agora 218 membros, incluindo 122 eleitores.

O papa Francisco proclamou neste sábado (22) os 19 primeiros cardeais de seu pontificado, dos quais 16 poderão eleger seu sucessor em caso de conclave.

Três são eméritos e não serão eleitores por terem mais de 80 anos.

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Lista dos 19 novos cardeais:

1 - Monsenhor italiano Pietro Parolin, Arcebispo de Acquapendente, Secretário de Estado.

2 - Monsenhor italiano Lorenzo Baldisseri, Arcebispo de Diocleziana, Secretário Geral do Sínodo de Bispos.

3 - Monsenhor alemão Gerhard Ludwig Müller, Arcebispo emérito de Regensburg, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

4 - Monsenhor italiano Beniamino Stella, Arcebispo de Midila, Prefeito da Congregação para o Clero.

5 - Monsenhor inglês Vincent Gerard Nichols, Arcebispo de Westminster (Grã-Bretanha).

6 - Monsenhor Leopoldo José Brenes Solórzano, Arcebispo de Manágua (Nicarágua).

7 - Monsenhor Gérald Cyprien Lacroix, Arcebispo de Québec (Canadá).

8 - Monsenhor Jean-Pierre Kutwa, Arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim).

9 - Monsenhor Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil).

10 - Monsenhor Gualtiero Bassetti, Arcebispo de Perugia-Città della Pieve (Itália).

11 - Monsenhor Mario Aurelio Poli, Arcebispo de Buenos Aires (Argentina).

12 - Monsenhor Andrew Yeom Soo jung, Arcebispo de Seul (Coreia do Sul).

13 - Monsenhor Ricardo Ezzati Andrello, Arcebispo de Santiago do Chile (Chile).

14 - Monsenhor Philippe Nakellentuba Ouédraogo, Arcebispo de Uagadugú (Burkina Faso).

15 - Monsenhor Orlando B. Quevedo, Arcebispo de Cotabato (Filipinas).

16 - Monsenhor Chibly Langlois, Bispo de Les Cayes (Haiti).

Eméritos:

1 - Monsenhor italiano Loris Francesco Capovilla, Arcebispo de Mesembria.

2 - Monsenhor espanhol Fernando Sebastián Aguilar, Arcebispo emérito de Pamplona (Espanha).

3 - Monsenhor antilhano Kelvin Edward Felix, Arcebispo emérito de Castries (Santa Lucia, Antilhas)

O papa Francisco proclamou neste sábado (22), durante uma cerimônia solene na basílica de São Pedro, que contou com a presença do papa emérito Bento XVI, os 19 primeiros cardeais de seu pontificado, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.

"A igreja precisa de nós para que sejamos homens de paz e construamos a paz", afirmou o papa aos novos cardeais, antes de pedir que tenham "valor" e "compaixão" ante "a dor e o sofrimento de tantos países do mundo". Francisco compareceu à imensa basílica para a "criação" (termo religioso) dos primeiros cardeais de seu pontificado, inaugurado em março de 2013.

A cerimônia, que teve duas horas, uma das mais solenes da Igreja, contou com a presença do papa emérito Bento XVI , de 86 anos, que retornou à basílica de São Pedro pela primeira vez para um ato público.

Vestido de branco e um pouco curvado, o primeiro papa a renunciar em sete séculos, chamava a atenção na primeira fila ao lado dos demais cardeais, alguns designados por ele, que usavam a tradicional vestimenta vermelha. Os dois pontífices, em um fato extraordinário na história recente da Igreja, trocaram um abraço caloroso.

O ritual começou com a tradicional frase em latim para a "criação de cardeais" pelo papa, que vestia simples paramentos brancos com alguns adornos dourados.

Entre os 19 novos cardeais, 16 têm direito a voto em caso de conclave para a eleição de um novo pontífice, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta. Três dos 19 novos "príncipes da Igreja" não são eleitores, já que têm mais de 80 anos.

Ume deles, Loris Francesco Capovilla, de 98 anos, secretário privado do papa João XXIII, figura emblemática da renovação da Igreja em meados do século XX, não compareceu à cerimônia por motivos de saúde.

- Cerimônia comovente -

Os novos cardeais receberam das mãos do papa um anel, símbolo do novo compromisso universal com a Igreja, e o solidéu cardinalício, vermelho como o sangue dos mártires que deram a vida para defender a fé.

Os novos purpurados vestiam os trajes solenes vermelhos litúrgicos e estavam emocionados, em particular os seis latino-americanos, região de Francisco e que abriga metade dos católicos no mundo, mas que possui uma representação pequena na hierarquia da Igreja.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, estava à frente da grande delegação do país que acompanhou a cerimônia. Especialmente emotiva foi a entrega do solidéu ao sucessor de Francisco em Buenos Aires, Mario Poli.

- Um colégio menos eurocentrista - 

Com as designações, o papa argentino modifica, sem chegar a iniciar uma revolução, o equilíbrio interno do colégio cardinalício, órgão mais importante da Igreja, ao torá-lo menos eurocentrista.

Os europeus continuam como a maioria no colégio de cardeais, com 61 eleitores, mas a América Latina conta agora com 19, cinco deles do Brasil, e a América do Norte com 15.

África e Ásia contarão cada uma com 13 cardeais com direito a voto e a Oceania com apenas um. Com as novas criações, o número de membros do Sagrado Colégio chega a 218, dos quais 122 são "eleitores" no caso de conclave.

No domingo, Francisco celebrará a missa na basílica de São Pedro com os novos cardeais, que também são designados para uma igreja em Roma.

O papa emérito Bento XVI compareceu neste sábado (22) à cerimônia de proclamação na basílica de São Pedro do Vaticano dos primeiros 19 cardeais do pontificado de Francisco, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.

Esta foi a primeira vez que o pontífice alemão, que renunciou em fevereiro do ano passado, assistiu a uma cerimônia pública presidida pelo papa argentino.

Francisco entrou às 11h locais (7H00 de Brasília) na imensa basílica para a "criação" (termo religioso) dos primeiros cardeais de seu pontificado, iniciado em março de 2013. O pontífice emérito, de 86 anos, vestido de branco, chamava a atenção na primeira fila, já que os demais religiosos usavam as tradicionais vestimentas vermelhas.

Os dois pontífices, um fato extraordinário na história recente da Igreja, trocaram um abraço caloroso. Durante a cerimônia, Francisco nomeou os primeiros 16 cardeais eleitores (com menos de 80 anos) de seu pontificado, incluindo dom Orani Tempesta.

No total, o papa nomeou 19 novos cardais, incluindo três sem direito a voto em caso de conclave para a eleição de um novo pontífice, já que têm mais de 80 anos.

Os novos cardeais receberam das mãos do papa um anel, símbolo do novo compromisso universal com a Igreja, e o barrete cardinalício, vermelho como o sangue dos mártires que deram a vida para defender a fé.

As previsões se multiplicavam nesta sexta-feira (10) no Vaticano sobre a nomeação nos próximos dias ou semanas dos cerca de 14 novos cardeais, que deverão dar mais peso aos países da América do Sul e Latina no "Colégio Sagrado". O primeiro consistório do Papa argentino está marcado para 22 de fevereiro.

Segundo o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, é tradição que o Papa anuncie com mais de um mês de antecedência os nomes dos novos "príncipes da Igreja", para que eles tenham tempo de preparar sua viagem a Roma para receber o barrete cardinalício.

Vários especialistas começaram a divulgar suas listas de potenciais favoritos, enquanto o anúncio pode ser feito durante qualquer Angelus ou audiência geral. O anúncio é muito aguardado, enquanto o Papa tem frequentemente denunciado um carreirismo na Igreja. Alguns temem seu estilo autoritário e estão com medo de perder seu poder.

Tornar-se cardeal deveria significar para o sortudo ser um conselheiro do Papa. Francisco pode nomear pelo menos 14 novos cardeais com menos de 80 anos - eleitores em caso de conclave para a eleição de um novo Papa - para preencher as vagas vazias desde o último conclave de Bento XVI em 2012.

Francisco deve nomear cardeais da América Latina, incluindo os arcebispos de Buenos Aires, Santiago e Rio de Janeiro, e provavelmente outros. Por uma questão de equilíbrio, ele deverá nomear cardeais da África, um continente que não lhe é familiar, e da Ásia, onde a Igreja, minoritária, está se expandindo.

O Papa é quase forçado, salvo uma grande surpresa, nomear como cardeal seu novo secretário de Estado, o "jovem" (58 anos) italiano Pietro Parolin, o alemão Gerhard Ludwig Müller, "guardião do dogma" (prefeito da Congregação da Doutrina da Fé) e o novo prefeito do clero, o italiano Beniamino Stella. Deve também dar o barrete a outro italiano, Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo, que desempenha um papel de confiança na preparação dos grandes encontros de bispos no final de 2014 e 2015 sobre a família.

No conclave de março de 2013, Jorge Mario Bergoglio, recém nomeado Papa deu seu barrete ao bispo Baldisseri, dizendo: "Agora você é metade cardeal", segundo o vaticanista Marco Tosatti. A alta representação dos italianos no "Colégio Sagrado", que reúne todos os cardeais, incluindo os 120 eleitores do conclave, tem sido muitas vezes criticado.

O Papa Francisco reunirá em consistório os cardeais do mundo inteiro em fevereiro, para realizar uma grande reunião de trabalho seguida da nomeação de novos cardeais, informou nesta terça-feira (29) a agência de informações sobre o Vaticano I.MEDIA.

Este grande encontro do catolicismo será antecedido nos dias 17 e 18 de fevereiro por uma reunião do G8, o novo "conselho dos cardeais" restrito encarregado de aconselhar o Papa.

Jorge Mario Bergoglio convocará em seguida nos dias 19 e 20 de fevereiro, todo o colégio cardinalício a portas fechadas para um consistório extraordinário de trabalho. Presidirá, nos dias 21 e 22 de fevereiro, um consistório ordinário para a nomeação de novos cardeais, segundo a I.MEDIA.O último consistório extraordinário remonta a fevereiro de 2012. Bento XVI consagrou então esta reunião à nova evangelização.

Desta vez, o Papa deverá abordar, entre outros temas, a reforma que está realizando na Cúria. Em meados de fevereiro, o colégio cardinalício contaria com um máximo de 201 membros, entre eles 106 eleitores. Francisco disporá então de 14 cargos cardinalícios para conceder se quiser respeitar o número de 120 cardeais eleitores fixado pelo Papa Paulo VI (1963-1978).

No entanto, como fizeram seus antecessores, poderá ultrapassar o número previsto. O último consistório para a criação de cardeais remonta a novembro de 2012. Bento XVI promoveu seis não europeus para corrigir a tendência manifestada nove meses antes com a criação de 12 cardeais europeus com menos de 80 anos de um total de 18.

Nesta terça-feira (12), primeiro dia de Conclave, ainda não foi apresentado o nome do novo pontífice. Os 115 cardeais reunidos na cidade do Vaticano ainda não chegaram a um consenso e nenhum deles conseguiu dois terços dos votos.

Aqui, no Recife, a não-decisão, logo no primeiro momento, segundo Dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife, foi considerada "normal", e ele acredita que nas próximas votações, também chamadas de escrutíneos, os cardeais chegarão a um nome comum.

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"Esperamos que essa eleição seja concluída até o fim dessa semana, escolhendo um bom pastor, com sensibilidades pastoral e missionária, com carinho especial pelos mais pobres", disse. Ele ainda disse que não tem preferência por nenhum nome e disse que o eleito será acolhido como "o enviado do Senhor".

Nesta quarta-feira (12), os cardeais se encontrarão novamente e realizarão duas votações no turno da manhã e outras duas à tarde.

 

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O Conclave que escolherá o novo Papa começou nesta terça-feira (12), no Vaticano. Os 115 cardeais iniciaram as atividades do dia com uma missa na Basílica de São Pedro, onde milhares de fiéis aguardaram a cerimônia presidida pelo decano do colégio cardinalício Angelo Sodano.

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A missa foi exibida ao vivo pela TV e reuniu autoridades, diplomatas e turistas dos cinco continentes. Depois de uma oração na Capela Paulina, os cardeais seguiram para a Capela Sistina, onde iniciaram a votação do novo Papa.

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Os 115 cardeais com menos de oitenta anos que escolherão o nome do novo papa chegaram à Capela Sistina por volta das 16h35 (12h35 em Brasília), em uniforme de gala, cantando e rezando em uma procissão, saída da Capela Paulina. Mais cedo eles realizaram uma missa com os fiéis na Basílica de São Pedro.

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Dentro da Capela Sistina, vigiados pelos Guardas Suíços em uniforme de gala, e após uma série de orações, os cardeais fizeram o juramento de sigilo, um por um. Após esse momento, todas as outras pessoas alheias ao Conclave foram convidadas a se retirar, deixando os cardeais isolados do mundo.

Os cardeais, "príncipes da Igreja", vestem-se de vermelho, cor do "sangue derramado de Cristo", mas, nos trajes eclesiásticos, destacam-se ainda as cores roxa, preta e branca. A batina dos prelados que compõem o colégio cardinalício é vermelha em cerimônias especiais, em homenagem a Cristo.

Quando recebem o título cardinalício das mãos do Papa, os cardeais se comprometem a "defender a fé até a morte, até o ponto de dar seu sangue". O solidéu também é vermelho, e representa a entrega ao Santo Padre. O vermelho era a cor dos trajes dos patrícios romanos, e seu uso, depois, foi reservado ao imperador.

O Papa e os cardeais usaram a batina vermelha até Pio V, que, sendo dominicano, decidiu, em 1566, continuar vestindo o hábito branco de sua ordem após ser escolhido Papa. Seus sucessores deram continuidade a este costume.

O vermelho ganhou o significado simbólico de fidelidade até o martírio. A faixa larga usada na cintura faz parte do traje, e é vermelha, em seda natural, com reflexos brilhantes. No dia a dia, os cardeais costumam trocar o hábito vermelho pela batina preta com botões vermelhos, enquanto os bispos vestem batinas pretas com botões roxos.

Nas celebrações especiais, os cardeais usam a batina vermelha e, por cima, um roquete branco rendado.

Os cardeais norte-americanos, que estão em Roma para o conclave que vai escolher o próximo papa, cancelaram sua popular coletiva de imprensa diária, supostamente por causa dos temores de que detalhes dos procedimentos secretos que têm ocorrido vazem para a imprensa.

O Vaticano negou que tenha exercido qualquer pressão para que os cardeais se mantivessem quietos. Mas o porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, disse que a Santa Sé considera secretas essas reuniões pré conclave e que elas são parte de um solene processo de discernimento para a escolha do papa.

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A porta-voz dos cardeais norte-americanos, irmã Mary Ann Walsh, disse que a coletiva desta quarta-feira foi cancelada após temores expressados por outros cardeais "sobre o vazamento de procedimentos confidenciais relatados por jornais italianos". Como precaução, as entrevistas foram interrompidas.

Jornais italianos não divulgaram qualquer informação significativa a respeito das conversas confidenciais. As informações são da Associated Press.

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Nessa segunda-feira (4), 150 cardeais de várias partes do mundo se reuniram no Vaticano, no encontro chamado de Congregações Gerais. Essa faz parte de uma série de reuniões que decidirão a data de início do Conclave, assembleia que decidirá quem será o novo papa.

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Além disso, nessas reuniões preliminares, estão sendo discutidos o presente e futuro da Igreja, assim como o perfil do novo papa, cuja escolha parece ser difícil uma vez que não há nenhum candidato preferido. A previsão é de que o restante chegue até quarta-feira (6).

Para o Conclave, porém, quando será feita a escolha do novo pontífice, do toral de 209, somente 115 poderão votar porque, segundo as normas canônicas, têm até oitenta anos de idade.

Os cardeais encarregados de eleger um sucessor para o Papa Bento XVI enviaram ao pontífice emérito um telegrama de agradecimento por seu ministério, e de gratidão, em nome de toda a Igreja Católica. "Os Padres Cardeais, reunidos no Vaticano para as congregações gerais em vista o próximo conclave lhe enviam suas devotas saudações", segundo o telegrama, que foi escrito pelos eleitores presentes nas reuniões pré-conclave no Vaticano.

Eles também expressaram sua renovada gratidão "por todo o seu luminoso ministério petrino e pelo exemplo que lhes foi dado de uma generosa solicitude pastoral, para o bem da Igreja e do mundo" na mensagem enviada a Bento XVI, que renunciou ao cargo de Papa na quinta-feira e que está hospedado no palácio de verão de Castel Gandolfo, perto de Roma. "A sua gratidão deseja mostrar o reconhecimento de toda a Igreja pelo seu incansável trabalho na vindima do Senhor", escreveram.

"Os membros do Colégio Cardinalício confiam na sua oração por eles, como por toda a Santa Igreja", acrescentaram, enquanto os eleitores debatem para decidir a data do conclave que elegerá o próximo pontífice.

Bento XVI, agora conhecido como "papa emérito", permanecerá em Castel Gandolfo durante todo o conclave e é esperado no final de abril em um mosteiro no Vaticano, onde desfrutará sua aposentadoria.

A imponente Capela Sistina fecha suas portas nesta terça-feira (5), para se preparar para a realização do Conclave que elegerá o novo Papa, cuja data ainda não foi fixada.

A famosa capela, decorada com afrescos dos maiores artistas do Renascimento e localizada dentro dos museus do palácio apostólico na Cidade do Vaticano, permaneceu aberta ao público após a renúncia oficial, na última quinta-feira, do papa Bento XVI.

"Durante a tarde começarão os trabalhos para preparar a capela para a celebração do Conclave", informou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

Outras salas do imenso museu do Vaticano, como o apartamento Bórgia e a coleção de arte religiosa, poderão ser visitadas pelos turistas de todo o mundo.

A solene eleição do Papa será realizada na imponente Capela, decorada com afrescos de grandes artistas do Renascimento, entre eles Michelangelo e Rafael.

Durante o conclave, é instalada uma chaminé em seu telhado e a fumaça atua como um sinal. Se for liberada uma fumaça branca após a queima dos papéis dos votos, significa que o conclave terminou e que um novo Papa foi eleito.

Mas se nenhum candidato obtiver a maioria (dois terços dos votos), é liberada uma fumaça negra, formada com alguns produtos químicos, indicando que ainda não houve uma eleição satisfatória.

Desde segunda-feira são realizadas no Vaticano as chamadas congregações gerais, ou seja, uma assembleia de todos os cardeais da Igreja católica para analisar o passado e o futuro da Igreja católica e definir o perfil do futuro Papa.

Os cardeais decidiram nesta segunda-feira, durante a primeira congregação de preparação do conclave, agradecer a Bento XVI, mas também exigir explicações francas sobre o funcionamento da Igreja, antes da escolha do próximo Papa.

Em coletiva de imprensa, o padre Federico Lombardi indicou que o decano do Colégio Sagrado, o cardeal Angelo Sodano, propôs "preparar uma mensagem para expressar ao Papa emérito sua afeição e gratidão, o que os cardeais aceitaram".

Nesta primeira reunião em congregação os cardeais prestaram juramento de manter em segredo o conteúdo das reuniões, "mas poderão falar à imprensa sobre questões da Igreja", indicou o padre Lombardi.

Quatro dias após a renúncia histórica do Papa, alguns cardeais exigiram explicações.

"Queremos estar cientes do que está acontecendo no Vaticano, no conjunto da organização central da Igreja que passou por turbulências nos últimos tempos", declarou a alguns jornalistas o cardeal francês Philippe Barbarin, ao sair da primeira congregação nesta manhã.

"Se quisermos fazer boas decisões, estou certo de que devemos ter algumas informações relacionadas a isto", acrescentou o cardeal sul-africano Wilfrid Napier, sobre o escândalo do Vatileaks que revelou as intrigas e graves tensões na Cúria romana.

O cardeal arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, compartilhou da mesma opinião.

"Acredito que permaneceremos aqui toda a semana e alguns dias da próxima. Tomaremos todo o tempo necessário para determinar qual o perfil de Papa que precisamos. Gostaria que fosse poliglota, um homem de fé e diálogo. Ele poderia ser jovem, mas não obrigatoriamente. O novo Papa precisará obrigatoriamente enfrentar os problemas na Cúria", declarou o prelado francês.

Bento XVI, muito respeitado por sua mensagem religiosa e coerência, foi, em contrapartida, criticado por não ter realizado reformas no governo central da Igreja.

O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, indicou que não haverá uma discussão geral sobre o Vatileaks, acrescentando que os cardeais, vindos do mundo inteiro, poderão pedir a seus colegas "todas as informações que julgarem necessárias".

O momento conturbado no Vaticano e, mais recentemente, as especulações sobre um suposto "lobby gay", não são bem vistas pelos cardeais vindos do exterior. Segundo eles, estes problemas deformam a imagem de uma Igreja dinâmica e corajosa que deve enfrentar problemas de sobrevivência.

Para o cardeal espanhol Carlo Amigo Vallejo, "Vatileaks, é muito barulho por nada, apenas problemas de organização, de perfeccionismo da estrutura". Os cristãos da África "não se preocupam muito com os pequenos problemas de nossa vida interna e organização", disse.

Barbarin insistiu, no entanto, que os cardeais devem ter "uma visão de uma Igreja universal".

Os 209 cardeais, eleitores (com menos de 80 anos) ou não, foram convocados pelo cardeal Sodano para estas congregações de preparação do conclave. Nesta segunda-feira, 142 entre eles estavam presentes, dos quais 103 eleitores, informou Federico Lombardi.

Entre os ausentes, o ex-arcebispo da Escócia, Keith O'Brien, que admitiu no domingo ter tido "comportamentos inadequados" com jovens padres de sua diocese, após sua renúncia ser aceita por Bento XVI na semana passada.

Este caso revela o mal-estar dentro da Igreja, cujos preceitos de castidade e pureza nem sempre são respeitados por seus membros.

Esclarecimentos sobre esta questões, bem como sobre o dossiê dos cardeais acusados de proteger padres pedófilos, deverão ser cobrados.

Durante seus oito anos de pontificado, Bento XVI puniu dezenas de bispos infiéis a seus votos.

Estas primeiras congregações permitirão que os cardeais vindos dos cinco continentes discutam.

Antes do conclave, "alguns querem ir rápido, outros querem mais tempo" para dialogar, comentou o padre Lombardi, enquanto o anúncio de uma data para a entrada em conclave não está prevista para esta segunda-feira.

Todos os 115 cardeais eleitores devem estar presentes para decidir esta questão.

Nesta tarde, uma meditação deve ser proposta pelo pregador da Casa Pontificial, o padre capuchinho Raniero Cantamalessa.

A escolha do próximo Papa ainda está em aberto: muitos são os nomes de destaque, entre eles o do italiano Angelo Scola, o austríaco Christoph Schönborn, o húngaro Peter Erdö, o americano Sean O'Malley, o canadense Marc Ouellet, o brasileiro Odilo Scherer, o ganês Peter Turkson e o filipino Luis Antonio Tagle.

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O Papa Bento XVI reforçou a sua preocupação com a escolha do substituto para o cargo máximo da Igreja Católica. Nesta quarta-feira (27), Joseph Ratzinger participou de sua última audiência como pontífice e pediu para que os países latino-americanos e a Espanha orem pelos cardeais que vão participar do conclave que escolherá o novo Papa.

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Os cardeais começam a preparar o conclave no início de março. Entre os nomes mais cogitados para assumir o papado está o do brasileiro Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo.

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Seis novos cardeais foram nomeados pelo Papa Bento XVI neste fim de semana.

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O Arcebispo de Bogotá, Rubén Salazar Gómez, está entre os empossados.

Com a nomeação, a América Latina fica com 21 cardeais eleitos – atrás apenas da Europa, que tem 62 no total.

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