Tópicos | Desenrola

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, propôs nesta sexta-feira, 25, a conversão de parte da dívida ativa de empresas com a União em investimentos. Durante fórum realizado no Guarujá, no litoral paulista, pelo grupo Esfera Brasil, Mercadante disse que a ideia é oferecer às empresas algo parecido com o Desenrola, o programa federal direcionado a brasileiros que estão negativados em cadastros de crédito.

"Quero propor outro Desenrola no Brasil, um Desenrola dos investimentos. Vamos transformar um pedaço da dívida ativa, que o Estado não consegue cobrar, em investimentos", sugeriu Mercadante.

##RECOMENDA##

Se o Desenrola Brasil tem como objetivo final permitir que as pessoas negativadas possam renegociar suas dívidas para voltar a contratar crédito e, assim, consumir, a intenção do "outro Desenrola", proposto nesta sexta-feira por Mercadante, é provocar o mesmo efeito nos investimentos do setor produtivo.

A ideia obteve eco no Tribunal de Contas da União (TCU). Presente no debate promovido pelo Esfera, o ministro e presidente do TCU, Bruno Dantas, questionou se o modelo atual de cobrança da dívida ativa é eficiente.

"Temos de pensar em uma fórmula para resolver esse passivo", defendeu Dantas, acrescentando que atualmente a dívida ativa com a União é de aproximadamente R$ 2 trilhões.

São recursos que, como o governo não consegue recuperar, deixam de entrar nos cofres do Tesouro. Após participar do painel, Mercadante disse que deixou o evento "bastante motivado" pelo respaldo do presidente do TCU, que terá papel-chave caso o programa avance.

"O Estado não consegue cobrar, as empresas não pagam, mas têm de jogar esse passivo fiscal nos balanços, aumentando a dificuldade das empresas em se financiar. Todos perdem", argumentou o presidente do BNDES. "Em vez de continuar nesse impasse, temos de pensar o 'Desenrola Empresa' para também alavancar o investimento", acrescentou Mercadante, voltando a usar o programa de renegociação de dívidas das famílias como referência.

Durante a passagem pelo Guarujá, o presidente do BNDES disse ainda que o banco público está aumentando os desembolsos sem recorrer a subsídios do Tesouro.

De acordo com Mercadante, a demanda por financiamentos do BNDES mais do que dobrou neste ano, alta de 137%, enquanto os desembolsos do banco subiram 31% no acumulado até julho. "Agosto já está mais forte do que julho", disse Mercadante ao deixar, com pressa, o fórum.

*Os repórteres viajaram a convite do Esfera Brasil

O deputado Alencar Santana (PT-SP), relator da medida provisória do Desenrola, disse nesta quinta-feira (24) que seu parecer vai incluir artigo para limitar os juros do rotativo do cartão de crédito a 100% ao ano caso o setor financeiro não apresente uma proposta de autorregulação. Santana disse também que o texto não tratará do fim do parcelamento de compras sem juros, modalidade apontada pelos bancos como responsável pelas altas taxas - que chegaram em junho a 437% ao ano. O parecer será apresentado oficialmente na próxima terça-feira.

O Desenrola é o programa do governo federal que facilita a renegociação de dívidas de consumidores com bancos. Durante a tramitação da medida provisória, houve articulação para determinar um limite para as taxas cobradas pelas operadoras no crédito rotativo, acionado quando a fatura não é paga integralmente em dia.

##RECOMENDA##

Segundo o relator, o Brasil adotaria o modelo britânico, pelo qual a dívida total renegociada não pode ultrapassar o dobro do valor principal. "Se nada for feito em 90 dias, e o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central não disciplinarem, os juros máximos serão até o valor da dívida principal. Se a pessoa deve R$ 1 mil, os juros cobrados ao longo do tempo só podem fazê-la chegar a R$ 2 mil", disse Alencar. Conforme o deputado, propor o "Desenrola e não tratar desse 'mal' (os juros do crédito rotativo) seria remédio paliativo".

No parecer, foi incluído um dispositivo para incentivar a portabilidade das dívidas do rotativo. A ideia seria induzir a concorrência entre os bancos para os juros baixarem na ponta do consumidor. Um possível obstáculo seria a falta de garantias dessas dívidas - débitos imobiliários, por exemplo, são garantidos pelos imóveis.

Parcelamento

Santana afirmou também que não há sentido em limitar o parcelado sem juros e que o tema não consta de seu parecer. "Foi conquista da sociedade brasileira", disse.

Santana disse que houve discussão com alguns setores que queriam limitar as parcelas. Há duas semanas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em sessão no Senado que a solução para os juros do rotativo estava se "encaminhando" para o fim da modalidade, acrescentando que poderia haver algum dispositivo para desestimular o parcelado sem juros "longo".

Conforme interlocutores do Congresso ouvidos pela reportagem, os bancos pressionam para que o CMN tenha poder para decidir sobre o tema e extinguir a compra parcelada. Os bancos também defendem que a tarifa máxima de 100% dos juros do rotativo do cartão só tenha validade por um ano, podendo aumentar depois. Para os bancos, uma operação de crédito de longo prazo, devido ao seu risco, deveria ser mais cara do que o pagamento à vista. No entanto, a sinalização dos líderes é de que não há acordo para votação da MP se houver mudanças no parcelado sem juros.

Em relação ao Desenrola, não houve mudanças. Segundo os bancos, o programa, que começou em 17 de julho, havia negociado até a primeira semana deste mês R$ 5,4 bilhões, envolvendo 905 mil contratos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Caixa Econômica Federal (CEF) já renegociou R$ 1,32 bilhão em dívidas de 63 mil clientes através do Desenrola, o programa de renegociação criado pelo governo federal. O banco público afirma que, nas primeiras semanas da iniciativa, foram mais de 79 mil contratos regularizados, com 91% das propostas negociadas à vista.

Segundo a Caixa, cartão de crédito, cheque especial e CDC (crédito pessoal) são as linhas que contam com o maior índice de regularização no banco. As três linhas estão entre as de maiores taxas de juros no crédito para pessoas físicas, porque costumam ter riscos também mais altos.

##RECOMENDA##

Ontem, o Banco do Brasil informou ter renegociado R$ 4,4 bilhões nas primeiras semanas do programa. O BB tem estendido as condições de renegociação a clientes que não necessariamente se enquadram nas condições da Faixa 2, que está em vigor atualmente.

Na Faixa 2, os bancos podem renegociar as dívidas de clientes que têm renda mensal entre dois salários mínimos e R$ 20.000. Na próxima fase, prevista para começar em setembro, entrarão as dívidas contraídas junto a outros setores, como telefonia e serviços públicos, e os bancos poderão "comprar" os débitos dos credores originais, em um leilão em que vencerá a proposta com os maiores descontos, para buscar o recebimento dos clientes. Haverá garantia do Tesouro a clientes com renda de até dois salários mínimos.

O Banco do Brasil renegociou cerca de R$ 4,4 bilhões nas primeiras semanas do Desenrola, o programa de renegociação de dívidas do governo federal. De acordo com o banco, R$ 4,1 bilhões vieram do banco, e outros R$ 308 milhões, da Ativos S.A., empresa de recuperação de créditos do banco.

Foram renegociados os contratos de mais de 264 mil clientes do BB e de 241 mil clientes da Ativos S.A.. O banco estendeu as condições do Desenrola a públicos que não necessariamente estão na Faixa 2, que está com renegociação aberta desde 17 de julho.

##RECOMENDA##

A presidente do BB, Tarciana Medeiros, afirmou, em coletiva de imprensa, que o Desenrola é uma iniciativa importante para a população. "A regularização devolve a dignidade às famílias", disse ela, que destacou ainda a adesão de todo o sistema financeiro ao programa.

Ainda de acordo com a executiva, o banco aplicou modelos de inteligência de dados na atuação no programa. "Nossa atuação no Desenrola foi orientada por inteligência analítica", afirmou ela, emendando que o BB já utiliza esse tipo de tecnologia em outros negócios.

Do total de renegociações dos clientes do BB, cerca de 85 mil clientes são da Faixa 2 do Desenrola, e renegociaram R$ 725 milhões. Outros mais de 160 mil clientes pessoas físicas entraram nas condições ampliadas a todos os clientes do banco, assim como 19 mil micro e pequenas empresas, que já renegociaram cerca de R$ 960 milhões.

A Caixa Econômica Federal (CEF) já renegociou R$ 1 bilhão em dívidas de clientes através do Desenrola, programa de renegociação criado pelo governo federal. Segundo o banco público, foram beneficiados mais de 50 mil clientes.

Ao todo, entre 17 de julho e esta sexta-feira, 4, o banco renegociou mais de 62 mil contratos de clientes. Segundo a Caixa, 91,2% das dívidas foram pagas à vista com desconto de até 90%.

##RECOMENDA##

O banco calcula, ao todo, ter 13,7 milhões de clientes com dívidas em atraso, com um saldo acumulado de R$ 220,9 bilhões em dívidas em 17,8 milhões de contratos. Segundo a Caixa, o site de renegociação do banco já registrou 6,8 milhões de visitas.

Na primeira fase do Desenrola, os bancos podem renegociar as dívidas de clientes com renda mensal entre dois salários mínimos e R$ 20 mil. É possível parcelar as dívidas entre 12 e 120 meses, com taxas personalizadas e a primeira parcela para 30 dias.

A exclusão dos cadastros restritivos se dá em até cinco dias úteis após a efetivação da renegociação. O Desenrola vai até 31 de dezembro.

O governo federal, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), determinou que o Facebook e o Google retirem do ar anúncios falsos envolvendo o Desenrola Brasil, programa federal de renegociação de dívidas. A determinação foi publicada em edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (26). A secretaria é ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

As plataformas terão 48 horas para remover os conteúdos fraudulentos e, posteriormente, adotar medidas para que publicações semelhantes, no futuro, não voltem a ser veiculados. Caso o Google e o Facebook não cumpram a determinação, as empresas poderão ser multadas em R$ 150 mil por dia.

##RECOMENDA##

A decisão ainda determina que as plataformas apresentem relatório de transparência sobre as medidas adotadas para limitar a propagação de conteúdos com propósito de fraude bancária ou financeira, além de informações sobre os anúncios envolvendo o projeto Desenrola Brasil como anunciantes, período de atividade e volume de visualizações.

Como mostrou o Estadão, criminosos têm aplicados golpes relacionados ao programa. As tentativas de fraude podem acontecer por meio de anúncios pagos nas plataformas e mensagens de WhatsApp que direcionam para links falsos, solicitando dados pessoais como o CPF e pedindo pagamento de taxas com a promessa de limpar o nome.

Google e Facebook ainda não se manifestaram sobre a determinação do governo.

O programa federal foi lançado no dia 17 de julho. Promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto fomenta instituições financeiras, credenciadas pelo Banco Central, a realizar oferecer condições especiais para limpar o nome de pessoas que estão endividadas.

Dois grupos serão beneficiados nesta fase do programa. Primeiro, pessoas físicas que têm dívidas bancárias de até R$ 100 ficarão automaticamente com o nome limpo pelas instituições. Assim, os beneficiados podem voltar a pegar crédito ou fazer contrato de aluguel, se não tiver outras restrições.

O segundo grupo é o das pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor. Os bancos vão oferecer a possibilidade de renegociação diretamente em seus canais com os clientes, e as condições mudam de uma instituição para outra.

Na primeira semana do Desenrola, a Caixa já recebeu R$ 54,3 milhões referentes à renegociação de 11.405 contratos de crédito de 9.254 clientes, de acordo com balanço divulgado pelo banco público nesta sexta-feira, 21. Os números foram contabilizados até o fechamento de quinta-feira, 20.

Nesta sexta, a Caixa abriu todas as agências físicas uma hora mais cedo para um mutirão de renegociação de dívidas tanto no Desenrola quanto em uma campanha própria. O chamado Dia do Desenrola teve mais 5.333 renegociações no valor de R$ 13,8 milhões, de acordo com o banco. O número de clientes foi 30% superior à média da semana.

##RECOMENDA##

Neste caso, a efetivação das renegociações e dos valores acordados depende do pagamento do boleto de cada contrato.

"Hoje, estamos realizando ações profundamente importantes para nossos clientes. Estamos dando às famílias a possibilidade de retomar o crédito de consumo", diz em nota a presidente da Caixa, Rita Serrano. Ela acompanhou a ação do banco em uma agência de Brasília.

Ainda de acordo com o banco, com o Desenrola, a procura por informações sobre renegociação de dívidas no site da Caixa saltou de 69 mil para mais de 1 milhão de acessos ao dia.

Na primeira fase do Desenrola, iniciada na segunda, os bancos podem renegociar as dívidas de clientes com renda mensal entre dois salários mínimos e R$ 20.000, e ganham créditos tributários de mesma monta dos descontos que concedem. Além disso, podem retirar de cadastros restritivos os nomes de clientes que devam até R$ 100, mas as dívidas não são perdoadas.

A Caixa também ampliou o prazo de renegociação oferecido no Desenrola, de 96 para 120 meses.

Nos primeiros dias de Desenrola, a Caixa já fez 10 mil negociações de créditos à vista e a prazo no âmbito do programa, e 22 mil atendimentos a clientes. O banco público não informou o volume já renegociado, e fará nesta sexta-feira (21) um mutirão nas agências físicas para atender aos clientes.

A Caixa vai abrir as agências uma hora mais cedo na sexta-feira em um esforço de renegociação tanto do Desenrola quanto de programas do próprio banco. Na quarta-feira (19) a presidente do banco público, Rita Serrano, disse ao Broadcast , sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o banco já limpou os nomes de 225 mil clientes no âmbito do programa.

##RECOMENDA##

Na atual fase do Desenrola, os bancos podem limpar os nomes de clientes que tenham dívidas de até R$ 100 nas instituições, o que não perdoa as dívidas, mas permite que os clientes voltem a contrair empréstimos. Além disso, podem renegociar dívidas de clientes que tenham renda mensal de até R$ 20.000.

A Caixa está concedendo descontos de até 90% no pagamento de dívidas à vista. Nos parcelamentos, é possível pagar as dívidas em períodos entre 12 e 96 meses, com a primeira parcela em 30 dias e entrada de 10% do valor da dívida.

A Caixa informou que abrirá todas as agências com uma hora de antecedência na próxima sexta-feira (21). Chamada de "Dia do Desenrola", a data visa ampliar a renegociação de dívidas por meio do programa federal Desenrola Brasil.

Segundo o banco, houve o dobro de procura por negociação de dívidas em seus canais em apenas dois dias de atendimento. As condições começaram a ser oferecidas pelo banco na última segunda-feira, 17, e seguem válidas até 31 de dezembro, conforme regras do programa.

##RECOMENDA##

"A Caixa já baixou dos cadastros externos de restrição de crédito a dívida de até R$ 100 de 225 mil clientes. Nesta sexta-feira, faremos o Dia do Desenrola, uma mobilização dos empregados para atender a população de forma mais direcionada, inclusive com a presença de dirigentes do banco em unidades espalhadas pelo país", diz a presidenta Maria Rita Serrano.

Além do Desenrola Brasil, a Caixa promove sua campanha própria "Tudo Em Dia", que também oferece renegociação de dívidas para os clientes do banco. Os descontos são de até 90% e abrangem dívidas comerciais de pessoas físicas e jurídicas.

Meios oficiais da Caixa

- Sites: Desenrola (https://www.caixa.gov.br/voce/negociacao/Paginas/default.aspx) ou Programa Tudo Em Dia (https://www.caixa.gov.br/tudoemdia/Paginas/default.aspx)

- WhatsApp: 0800 104 0104

- Central de atendimento: 4004-0104 (capitais e regiões metropolitanas) ou 0800 104 0104 (demais cidades)

O Nubank confirmou por meio de nota que, após concluir a análise técnica dos requisitos já disponíveis do Desenrola, irá participar do programa.

O banco disse que dará baixa na negativação das pessoas com dívidas de até R$ 100 e compartilhará mais detalhes de sua adesão conforme avançar no processo.

##RECOMENDA##

"O Nubank informará, oportunamente, as condições e critérios para renegociações no âmbito do programa, assim como os canais de atendimento que serão disponibilizados", diz a nota.

Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha estimado que a desnegativação de dívidas na primeira fase do Desenrola pode chegar a R$ 200 milhões se houver a adesão do Nubank e o número de CPFs atingidos poderia passar de 1,5 milhão para 2,5 milhões.

O secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, explicou que o Desenrola Brasil terá um aplicativo para que a pessoa consulte suas dívidas e verifique os descontos oferecidos pelas instituições credoras. Em entrevista à GloboNews, Mello disse ainda que o pagamento desse débito poderá ser feito via Pix, à vista, ou parcelado com juros máximos de 1,99% ao mês.

O secretário explicou que o aplicativo, com base no sistema gov.br, vai congregar dados de diferentes bureaus de crédito, mostrando à pessoa qual é o valor total da dívidas que possui e o desconto oferecido pelos credores.

##RECOMENDA##

No caso das dívidas de até R$ 100, ele lembrou que as instituições financeiras que aderiram ao Desenrola precisam tirar o nome desses devedores de listas de negativados, que apontam quem são as pessoas com dívidas sem pagamento. Com isso, eles deixarão de ter restrições ao crédito, mas ainda negociarão o pagamento dos valores devidos.

Como o Broadcast já mostrou, o Ministério da Fazenda publicou portaria autorizando o início das operações do Desenrola para esta segunda-feira. Na primeira etapa, o programa está voltado para a resolução de dívidas de até R$ 100 e renegociação dos débitos para pessoas com renda mensal de até R$ 20 mil, que estão na faixa 2 do programa.

O Ministério da Fazenda estima que a remoção de devedores da lista de negativados vai beneficiar 1,5 milhão de pessoas, enquanto a renegociação de dívidas atingirá mais de 30 milhões de brasileiros.

O programa federal de renegociação de dívidas - batizado de Desenrola, uma das promessas de campanha do presidente Lula - terá início, oficialmente, na próxima segunda-feira (17), quando os bancos começam a limpar o nome de 1,5 milhão de consumidores negativados que devem até R$ 100. Uma portaria será publicada nesta sexta (14), no Diário Oficial da União, regulamentando as regras que ainda estavam pendentes.

A primeira etapa, além de limpar o nome dessa fatia de consumidores, também vai possibilitar a renegociação de dívidas bancárias de pessoas que têm renda de até R$ 20 mil mensais - não há limite para o valor das dívidas. A expectativa da Fazenda é de que sejam renegociados, neste primeiro momento, até R$ 50 bilhões de 30 milhões de brasileiros. Os montantes serão parcelados em ao menos 12 meses.

##RECOMENDA##

O programa tem o potencial de atingir 70 milhões de inadimplentes, o que representa cerca de 40% da população adulta do País.

Regras

Só poderão ser objeto de renegociação as dívidas negativadas até dezembro do ano passado. Essa linha de corte tem o objetivo de evitar que a ação seja vista como um estímulo à inadimplência futura. Além disso, não entram na revisão os débitos que têm garantias reais, como crédito imobiliário e de veículos.

Nessa primeira fase, o programa não vai contar com garantias do Tesouro Nacional, ou seja, dinheiro público - esses recursos serão reservados para a segunda etapa da ação, que começará em setembro e terá como foco a baixa renda.

"As pessoas sairão da lista de negativados e voltarão a ter crédito, e os bancos terão R$ 50 bilhões a mais nos balanços para emprestarem", diz Marcos Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, responsável pelo desenho do programa.

"Considero que o programa cumpre um papel essencial, em um momento delicado das finanças das famílias brasileiras", afirma Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Dados da Serasa referentes a outubro de 2022 e compilados pela Febraban apontam que as dívidas negativadas somam R$ 301,5 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 6, a Medida Provisória 1.176/2023, que institui o Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes, o chamado Desenrola Brasil. Ao anunciar ontem a edição da MP do programa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Desenrola irá atender inadimplentes que recebem até dois salários mínimos e tenham dívida de até R$ 5 mil, confirmando o desenho antecipado pelo Estadão/Broadcast em fevereiro.

O ministro também explicou que, mesmo com publicação da MP, a abertura do sistema para credores ocorrerá em julho, por razões "burocráticas". "As renegociações de dívidas no âmbito do Desenrola Brasil deverão ser contratadas até 31 de dezembro de 2023, com início após a regulamentação por meio de ato do Ministro de Estado da Fazenda", estabelece o texto da MP. O programa vai renegociar dívidas inscritas em cadastro de inadimplentes até 31 de dezembro de 2022.

##RECOMENDA##

"Poderão participar do Desenrola Brasil, na forma prevista em ato do Ministro de Estado da Fazenda: na condição de devedores - pessoas físicas inscritas em cadastros de inadimplentes; na condição de credores - pessoas jurídicas de direito privado responsáveis pela inscrição de devedores em cadastros de inadimplentes; e na condição de agentes financeiros - instituições financeiras criadas por lei própria ou autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil que detenham autorização para realizar operações de crédito", diz o ato.

Segundo o governo, o programa, que depende da adesão dos credores, poderá impactar 30 milhões de CPFs negativados, considerando apenas as dívidas inscritas até o fim do ano passado. "É um programa governamental que depende dos dois lados convergirem. Mas o Banco do Brasil estima que vamos ter sucesso, todos os bancos privados e públicos foram consultados e a nossa previsão é que o setor privado também vá participar do programa", disse Haddad.

Os bancos interessados em participar do Desenrola Brasil deverão, dentre outros requisitos, oferecer - alternativa ou cumulativamente - descontos nos créditos e exclusão de créditos de pequeno valor dos cadastros de inadimplentes.

A MP estabelece ainda que será o Banco Central do Brasil o responsável pela supervisão do Desenrola Brasil, devendo fiscalizar o cumprimento das condições de adesão ao programa, acompanhar, avaliar e divulgar mensalmente resultados obtidos no programa e prestar subsídios ao Ministério da Fazenda para a avaliação de resultados.

O governo e representantes do setor financeiro avançaram no desenho do "Desenrola", bandeira de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmaram ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, e outras pessoas que estão a par das negociações. O programa de refinanciamento de dívidas deve definir um desconto mínimo obrigatório para ser ofertado aos endividados. Além disso, o público-alvo deve ser o de pessoas com renda de até dois salários mínimos - hoje, R$ 2,6 mil.

O programa tem o objetivo de reduzir o endividamento recorde das famílias brasileiras, que chega a 80 milhões de pessoas, incluindo dívidas bancárias e não bancárias. Nas redes sociais, a campanha de Lula chegou a escrever que a meta do "Desenrola" seria atender quem recebe até três salários mínimos.

##RECOMENDA##

"Além dos aspectos conceituais relevantes que estamos discutindo, há questões operacionais desafiadoras que precisam ser equacionadas e o que se pretende é ter um programa transparente, com as condições e regras de acesso claras e que melhor otimize o uso de recursos públicos e privados, alcançando o maior número possível de negativados", afirmou Sidney.

Pelo desenho, cada credor terá liberdade para determinar o porcentual do desconto que oferecerá além do mínimo. Entretanto, ainda precisa ser definido se o desconto incidirá sobre os juros de mora, sobre o valor de face da dívida e as condições de pagamento. O programa deve ter um prazo mínimo e máximo para pagamento parcelado.

"Considero que tivemos avanços importantes nessa última reunião sobre o mérito do programa, que tem por premissas um conjunto de incentivos não só para torná-lo atrativo, mas sobretudo viável", disse o presidente da Febraban.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando