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O senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) pediu à Mesa Diretora do Senado, nesta quarta-feira (4), uma nova licença de até 100 dias para “tratar de assuntos particulares”.  O pedido, entretanto, é protocolado no mesmo dia em que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa deve analisar a recomendação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para a cassar o mandato do ex-líder do governo. 

A CCJ vai verificar se o parecer respeita os aspectos constitucional, legal e jurídico. O prazo para essa avaliação é de até cinco sessões ordinárias. O processo já foi incluído na pauta da comissão de hoje. 

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A perda do mandato foi proposta pelo relator do caso, senador Telmário Mota (PDT-RR). Segundo ele, “não há dúvidas que Delcídio do Amaral abusou das prerrogativas constitucionais ao ter uma conversa considerada incompatível com a conduta de um parlamentar”. Telmário reportou-se à gravação de conversa mantida por Delcídio com Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, na qual o parlamentar teria negociado ajuda para o ex-diretor da Petrobras não fechar acordo de delação premiada na Operação Lava Jato.

“Quando um senador se propõe a auxiliar na fuga de um criminoso e a intervir no funcionamento de um tribunal, ele não só atinge o decoro parlamentar, como também macula a imagem do próprio Senado”, argumentou Telmário.

Delcídio do Amaral não compareceu a nenhuma das quatro reuniões do Conselho de Ética para apresentar sua defesa. A função coube a dois advogados. Os defensores propuseram uma pena mais branda - a perda temporária do mandato. Consideraram que Delcídio não é passível da punição máxima, uma vez que não há, no caso, enriquecimento ilícito.

Os advogados informaram ainda que vão recorrer da decisão do Conselho na CCJ e também no Supremo Tribunal Federal (STF). Eles declararam não haver provas legais que incriminem Delcídio. 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado remarcou para a próxima terça-feira (26) o depoimento do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). De acordo com o relator do processo contra o ex-petista, Telmário Mota (PDT-RR), essa será a última chance de o parlamentar apresentar sua defesa. Delcídio faltou a três depoimentos, caso se ausente deste também o relator vai encerrar a fase probatória. 

"Ele não vindo nesse dia, nós vamos obedecer à Resolução nº 20, art. 17-B, que diz o seguinte: 'O conselho poderá convocar o representado ou denunciado para prestar depoimento pessoal.' Se, na próxima terça-feira, ele não vier, nós vamos dar continuidade", reforçou o senador de Roraima.

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As próximas fases do trabalho no Conselho devem ser a apresentação das alegações finais da defesa de Delcídio e do parecer do relator. A defesa deve ser entregue em até três dias úteis a partir do recebimento da intimação. Com a argumentação do senador Delcídio recebida, Telmário Mota terá prazo de dez dias para tornar público o relatório. No parecer final o relator tem as seguintes alternativas a propor: arquivamento da representação; perda temporária do exercício do mandato; perda do mandato; transformação da representação em denúncia; ou ainda aplicação de advertência ou censura.

Delcídio foi preso em novembro do ano passado, por ordem do Supremo Tribunal Federal e com autorização do Senado, porque teria tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O senador foi solto após 87 dias, depois de fechar um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

*Com informações da Agência Senado

A oitiva do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) no Conselho de Ética do Senado foi remarcada para o dia 7 de abril. Desde que deixou a prisão e foi convocado pelo colegiado, que deve decidir se cassa ou não o mandato dele, o parlamentar tem apresentado licenças médicas postergando o interrogatório. 

Ele responde a um processo de quebra do decoro parlamentar. O petista foi preso no dia 25 de novembro, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

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Para evitar manobras, os senadores definiram que Delcídio poderá ir ao Senado prestar o depoimento, ou ser ouvido por videoconferência. Os membros do Conselho oferecem ainda a possibilidade de um grupo deles ir até onde o senador estiver para ouvir a defesa dele.

Na próxima semana os membros do conselho pretendem ouvir Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira; e o advogado Edson Ribeiro, que atuou na defesa de Cerveró.

Bernardo foi o responsável por gravar a conversa com Delcídio, Diogo e Edson, na qual o senador oferecia à família Cerveró R$ 50 mil por mês e um plano de fuga para o ex-diretor para que ele não firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público.

“A ausência do senador não prejudica o rito administrativo e o rito que temos que seguir. A partir de agora o relator dá sequência à instrução do processo e chama para serem ouvidas pelo conselho as testemunhas que entender por bem para instruir o processo”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que representou contra Delcídio.

O relator do caso, senador Telmário Mota (PDT-RR), queixou-se que o senador tenha concedido entrevistas e participado de uma carreata contra o governo, utilizando uma moto, no período em que estava “enfermo” e apresentava atestados médicos. Mota quer agora que o senador seja avaliado por uma junta médica se decidir apresentar nova licença médica após essa – o senador já apresentou duas prorrogações da licença médica.

“Como ele já deu dois atestados de um só médico – e o princípio básico de qualquer trabalhador é que o primeiro pode ser de um médico, mas o segundo já precisa ser de uma junta – então que ele também seja submetido a uma junta médica”, disse Mota.

*Com a Agência Brasil

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Após ter flertado com o PSB, a senadora Marta Suplicy (SP) se filiará, nesta sábado (26), ao PMDB. Em um artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, nesta sexta (25), a ex-petista garante que a nova legenda "está à altura de defender os princípios que arduamente ajudou a conquistar e também de pensar o amanhã de 2018". O PMDB já anunciou que pretende lançar candidatura própria em 2018 e disputar a prefeitura de São Paulo em 2016, postulação pretendida pela senadora.

Mesmo tendo deixado o PT com duras críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff, a senadora ingressa no principal partido da base aliada. "Entro porque sinto de 'caibo' neste partido que vai do conservadorismo à vanguarda. E que é amplo, plural, não sectário, que tem tantos caciques que não tem nenhum, o que leva a resolver as desavenças na política e a se unir nas grandes decisões", justifica a parlamentar. 

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Ainda segundo Suplicy, mesmo com os dilemas internos e divisões entre as lideranças, o PMDB "reúne condições para formular e apresentar um projeto inovador para o desenvolvimento do Brasil" e garante a ela o espaço necessário para exercer seu mandato. 

O ato de filiação, agendado para às 10h, deve contar com a presença do presidente nacional da legenda, o vice-presidente do Brasil Michel Temer, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e outros nomes peemedebistas. 

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