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Quatro em cada dez agentes de segurança pública concordam total ou parcialmente que a pauta defendida pelos invasores das sedes dos três Poderes é "legítima e não atenta contra a democracia". O dado é de uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que consultou servidores das polícias civil, militar, científica e federal, de guardas municipais e do corpo de bombeiros de todo o País.

No enunciado feito aos policiais, a entidade perguntou se a depredação de prédios públicos promovida por extremistas é considerada condenável, mas com motivação legítima. A afirmação teve a adesão total de 19,4% dos entrevistados, e parcial de 20,5%. A tese se assemelha à de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que participaram dos atos de 8 de janeiro e condenaram o vandalismo, atribuindo os ataques a infiltrados.

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Como mostrou o Estadão, policiais do Distrito Federal permitiram que manifestantes transitassem livremente pela Praça dos Três Poderes e chegaram a abandonar os postos para tomar água de coco. Vídeos captados pelas câmeras do Supremo Tribunal Federal (STF) mostram ainda que a Tropa de Choque desfez barreira no Congresso e facilitou a invasão à Corte.

Segundo a pesquisa do FBSP, 62,1% dos agentes concordam total ou parcialmente que os policiais que facilitaram a ação dos extremistas devem ser punidos; 17,3% discordam totalmente. Ainda de acordo com o levantamento, 55,7% consideram ter havido omissão no policiamento, e mais de 70% veem falhas de planejamento e comando.

O estudo mostra também que 58,9% disseram acreditar que a conduta dos policiais designados para as linhas de proteção dos prédios foi inadequada e sem o devido rigor para conter distúrbios; 61,7% pensam que o comando do Exército demorou para colaborar com a dissolução do acampamento montando na frente do Quartel-General de Brasília.

Nesta terça-feira (31), o decreto de intervenção federal assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após os atos de vandalismo perde a validade. Ele foi adotado sob o argumento de se retomar o controle da segurança pública no Distrito Federal após a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

O emprego da Força Nacional de Segurança para auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado vai até o dia 4 de fevereiro. Após o fim da intervenção, a segurança do Distrito Federal deixa de estar sob o comando de Ricardo Cappelli, representante do governo federal escalado por Lula, e volta à alçada do governo distrital.

Politização

Segundo o presidente do FBSP, Renato Sérgio de Lima, a pesquisa indica que os policiais entendem que existe uma contaminação dos quartéis com questões políticas. Ele afirmou que essa influência é maléfica às corporações, e que a quantidade de agentes que acham a pauta golpista legítima é sintoma disso.

"Isso prova que eles entendem que atrapalha, que a questão é política, mas, quando 40% acham que o pleito é legítimo, mostra que é preciso lutar para separar a política dos quartéis", disse. A pesquisa do FBSP ouviu ao todo 624 policiais em todos os Estados do País. A maior parte dos entrevistados são homens (545) e da Polícia Militar (374).

Como mostrou o Estadão, pesquisa anterior da mesma entidade apontou aumento de 29% do apoio a teses extremistas entre policiais militares entre 2020 e 2021, com adesão maior entre oficiais do que entre os praças.

A perspectiva de que há uma "contaminação" das forças de segurança pelo discurso político e partidário é predominante no último levantamento: 62,9% disseram acreditar que a politização atrapalha as atividades das corporações.

Os atos de vandalismo de 8 de janeiro geraram um clima de desconfiança do presidente Lula em relação às forças de segurança. Em café da manhã com jornalistas no último dia 12, o petista afirmou estar "convencido" de que as portas do Planalto foram "abertas" e disse ter havido "muita gente da Polícia Militar e das Forças Armadas conivente".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de policiais candidatos nas eleições deste ano cresceu 27% em relação à disputa de 2018. A categoria representa, em média, 6,6% dos concorrentes em todo o País. Dos 1.866 membros das forças de segurança pública e defesa que se candidataram este ano, 94,9% estão ligados a partidos de direita. Os números fazem parte de um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado nessa terça-feira (16), com base em dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Desde 2010, quando o FBSP começou a contabilizar as candidaturas deste tipo, há um aumento do número de policiais buscando cargos eletivos. Eram 1.037 em 2010, 1.161 em 2014 e saltaram para 1.469 em 2018, ano da candidatura de Bolsonaro à Presidência. Este ano, o PL, sigla do presidente, lidera o número de postulantes com 232 nomes, seguido pelo PTB, com 140 e do Republicanos, com 137.

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Mudança de perfil

"As polícias sempre estiveram mais ligadas a esse espectro da direita, mas em 2018 isso se acentuou", afirma Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do FBSP. Se antes os policiais candidatos tinham como foco pautas mais corporativistas, agora eles disputam espaço com candidaturas não ligadas a membros da corporação necessariamente.

Lima destaca o fim das coligações partidárias para cargos proporcionais, como deputados federais e estaduais, como um fator que pode dificultar a eleição de policiais este ano. "Os policiais vão disputar o voto dos bolsonaristas com as dificuldades das novas regras eleitorais", analisa.

Policiais militares são maioria

Do total de candidaturas para as eleições deste ano, a maioria é composta por policiais militares (807). Em seguida, aparecem policiais civis (188), bombeiros militares (117), militares reformados (245) e membros das Forças Armadas (60). Mais 449 candidatos declararam outra ocupação, mas foram identificados por meio do nome de urna.

Amazonas e Distrito Federal possuem a maior quantidade proporcional de candidaturas de policiais, com 11,3% e 10,1%, respectivamente. Já o Ceará possui a menor quantidade, com 4,3%. Em número absolutos, os três Estados com os maiores efetivos de policiais militares e civis do País aparecem com o maior número de candidaturas de membros do setor. Rio de Janeiro lidera a lista, com 251 nomes, seguido por São Paulo (238) e Minas Gerais (126).

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) lançam nesta quarta-feira (5) o Atlas da Violência de 2019. O levantamento, com base em dados oficiais do Ministério da Saúde, traz os dados referentes ao ano de 2017. Pernambuco figura de forma negativa no estudo, apresentando índices elevados nos diversos recortes da violência no país.

Em 2017, Pernambuco figurava no grupo com mais elevadas taxas de homicídio, acompanhado de Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Pará e Acre. O estado pernambucano teve um aumento de 21% na taxa de homicídios, consolidando uma trajetória de crescimento na violência no estado desde 2014 e demarcando a triste derrocada do programa Pacto pela Vida, segundo os autores do estudo. Para o Ipea e o FBSP, a morte do governador Eduardo Campos em 2014 dá pistas do caráter voluntarista dos mecanismos de governança, em contraposição à importância da arquitetura institucional e dos arranjos de governança para uma política de Estado. Além da morte do ex-governador, as resistências das corporações policiais em relação ao controle externo de sua atividade seriam o motivo do declínio do programa.

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Um dos destaques negativos do estado é a morte prematura de jovens, idade que vai dos 15 aos 29 anos. Além da tragédia, os homicídios de jovens geram consequências sobre o desenvolvimento econômico e geram custos significativos para o país. Um estudo apresentado no levantamento constata que as mortes violentas de jovens custaram ao Brasil cerca de 1,5% do PIB nacional em 2010.

As três taxas mais elevadas de homicídio de jovem por 100 mil habitantes foram as dos estados do Rio Grande do Norte (152,3), Ceará (140,2) e Pernambuco (133). As menores ficaram com São Paulo (18,5), Santa Catarina (30,2) e Piauí (38,9). Ao todo, 35.783 jovens foram assassinados no Brasil em 2017. Esse número representa uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens no país, taxa recorde nos últimos dez anos. Homicídios foram a causa de 51,8% dos óbitos de jovens de 15 a 19 anos; de 49,4% para pessoas de 20 a 24; e de 38,6% das mortes de jovens de 25 a 29 anos.

Entre 2016 e 2017, os estados com os maiores aumentos na taxa de homicídios de jovens foram Ceará (+60%), Acre (+50,5%), Pernambuco (+26,2%), Rio Grande do Norte (+21,3%) e Espírito Santo (+20,2%). O Brasil experimentou um aumento de 6,7% nessa taxa no mesmo período.

"A criminalidade violenta vem sendo fortemente relacionada ao sexo masculino e ao grupo etário dos jovens de 15 a 29 anos", aponta o estudo. Observando especificamente o grupo dos homens jovens, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes chega a 130,4 em 2017. Dos 35.783 jovens assassinados em 2017, 94,4% (33.772) eram do sexo masculino. Considerando apenas o sexo masculino, os três estados com maiores taxas foram Rio Grande do Norte (281,9), Ceará (262,6) e Pernambuco (255,4). Já as menores taxas são observadas em São Paulo (33,3), Santa Catarina (53,6) e Mato Grosso do Sul (72,3).

Entre 2007 e 2017, a evolução das taxas de homicídios de homens jovens no país foi de 38,3%. No período 2016-2017 a mesma taxa cresceu 6,4%. Pernambuco novamente aparece no topo dos maiores aumentos, ficando na terceira posição com 27,4%. “É fundamental que se façam investimentos na juventude, por meio de políticas focalizadas nos territórios mais vulneráveis socioeconomicamente, de modo a garantir condições de desenvolvimento infanto-juvenil, acesso à educação, cultura e esportes, além de mecanismos para facilitar o ingresso do jovem no mercado de trabalho”, orientam os responsáveis pela pesquisa.

Pernambuco também tem presença negativa nos levantamentos das taxas de homicídios de negros. Os cinco estados com maiores taxas são do Nordeste. Em primeiro lugar está o Rio Grande do Norte, com 86 mortos a cada 100 mil habitantes negros, seguido de Ceará (75,6), Pernambuco (73,2), Sergipe (68,8) e Alagoas (67,9). Entre 2007 e 2017, Pernambuco conseguiu uma redução de 0,9% nessa taxa. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios no país foram indivíduos negros, definidos como a soma de pretos e pardos.

Com relação aos homicídios contra mulheres, Pernambuco figurou na 12ª posição. Sobre a violência contra a população LGBT, o estado registrou 62 denúncias através do Disque 100, canal que recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos. Segundo a pesquisa, 19 denúncias foram de lesão corporal, duas de tentativa de homicídio e 12 de homicídios.

A violência no Brasil é extremamente concentrada em algumas regiões e municípios, sobretudo naqueles que têm os piores indicadores sociais, mostrando que o combate ao problema pode ser menos complicado do que parece. Esta é a principal conclusão do Atlas da Violência 2018 - Políticas Públicas e Retratos dos Municípios Brasileiros, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). De acordo com o documento, somente 2,2% dos municípios brasileiros concentram metade das mortes violentas do País.

Entre os dez municípios mais violentos, quatro estão na Bahia e dois, na Baixada Fluminense, no Rio. O município mais violento é Queimados (RJ), com a pior taxa do País, 134,9 (contra taxa média de 38,6). O local é seguido por Eunápolis (BA), Simões Filho (BA), Porto Seguro (BA), Lauro de Freitas (BA), Japeri (RJ), Maracanaú (CE), Altamira (PA), Camaçari (BA) e Almirante Tamandaré (PR).

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O Atlas fez um mapeamento das mortes violentas dos municípios brasileiros com população acima de 100 mil em 2016, com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. "Fica claro que, com planejamento e políticas focalizadas territorialmente, é possível mudar a realidade dessas comunidades, com grande impacto nas condições de segurança pública das cidades e mesmo do Brasil", diz o relatório.

O mapeamento das mortes violentas foi comparado a dez indicadores sociais, como acesso à educação, renda per capita, emprego e gravidez na adolescência. O estudo mostra que, quanto melhores são os indicadores, menores são as taxas de violência. "Vivemos em uma era de pessimismo e, muitas vezes, o medo nos impele a pensar saídas desesperadas, saídas que a gente sabe que não funcionam, como combater a violência com mais violência", diz o pesquisador do Ipea Daniel Cerqueira, um dos coordenadores do Atlas. "Várias cidades do mundo conseguiram reduzir a violência e há dois pilares centrais para isso: um sistema de segurança pública com base mais na inteligência e na investigação, e investimento na prevenção social."

Do outro lado. A cidade menos violenta do País fica em Santa Catarina. Trata-se de Brusque, que tem uma taxa de violência letal de 4,8 (ante média nacional de 38,6). Na sequência estão Atibaia (SP, com taxa de 5,1), seguida de Jaraguá do Sul (SC, com 5,4), Tatuí (SP, com 5,9), Varginha (MG, com 6,7), Jaú (SP, com 6,9), Lavras (MG, com 6,9), Botucatu (SP, com 7,1), Indaiatuba (SP, com 7,2) e Limeira (SP, com 7,4). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os brasileiros estão à mercê da insegurança em todo o país. Um dado que revela essa situação mostra onde os carros são mais roubados ou furtados no Brasil. Esses tipos de crime ocorreram a cada um minuto e um segundo, de acordo com o panorama constatado em 2015 e apresentado, nesta quinta-feira (3), no 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). 

O estudo apresenta um balanço preocupante, afinal, se trata de números altos e que revelam a insegurança dos estados brasileiros, pois se baseia em dados fornecidos pelas secretarias estaduais de segurança. 

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Diante desse cenário, um ranking foi formado e dentre os 27 estados o que mostrou mais vulnerabilidade a esse tipo de crime foi o Amapá, com 824,3 roubos ou furtos a cada cem mil veículos, isso equivale a 1.437 unidades perdidas. Em seguida estão os estados de Goiás, com 798 tipos de crime a cada cem mil veículos, e Rio de Janeiro, com uma taxa de 775,8.

Já São Paulo aparece com dado alarmante. A cada dois minutos um veículo é perdido, alcançando o número de 189.349 ocorrências no último ano, equivalente a 711,7 a cada cem mil furtos e roubos. Além disso, foi constatado que os crimes acontecem a 518 veículos por dia, superando a média nacional de 562,4 casos para cada 100 mil veículos.

Enquanto isso, Acre foi o estado com menor taxa de furtos e roubos, apresentando um número três vezes menor que a média constatada no país. 

Confira o ranking dos estados onde ocorrências foram registradas a cada cem mil veículos:

1 – Amapá

2 – Goiás

3 – Rio de Janeiro

4 – São Paulo

5 – Distrito Federal

6 – Rio Grande do Sul

7 – Rondônia

8 – Anazonas

9 – Bahia

10 – Pernambuco

11 – Alagoas

12 – Ceará

13 – Pará

14 – Sergipe

15 – Piauí

16 – Maranhão

17 – Mato Grosso

18 – Minas Gerais

19 – Paraná

20 – Santa Catarina

21 – Roraima

22 – Tocantins

23 – Rio Grande do Norte

24 – Espírito Santo

25 – Mato Grosso do Sul

26 – Paraíba

27 - Acre

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Uma pesquisa nacional divulgada nesta quarta-feira (2) aponta que 70% da população sente que as polícias cometem excessos de violência no exercício da função. O percentual sobe entre jovens com idade entre 16 e 24 anos, chegando a 75%. Os dados foram apurados pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Mais da metade da população (53%) tem medo de ser vítima de violência por policiais civis e 59% temem ser agredidos por policiais militares. O índice também sobe entre os jovens – 60% têm medo da Polícia Civil e 67%, da Polícia Militar. O estudo ouviu 3.625 brasileiros com mais de 16 anos em 217 municípios de todo país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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Policial vítima

A pesquisa revelou também que 64% dos brasileiros acreditam que os policiais são vítimas de criminosos. O anuário do FBSP aponta que, em 2015, 393 policiais foram assassinados 16 a menos do que no ano anterior.

Segundo o anuário, os policiais brasileiros morrem mais fora do horário de trabalho do que a serviço da corporação: foram 103 mortes durante o expediente (alta de 30,4% em relação a 2014) e 290 fora do serviço (queda de 12,1% em relação a 2014), geralmente em situações de reação a roubo. "O policial, muitas vezes, reage a um roubo sem estar protegido, não têm um colega do lado, ou está trabalhando em 'bicos'”, diz ele.

Estrutura policial

A pesquisa mostra ainda que 63% dos brasileiros acreditam que os policiais não têm boas condições de trabalho. Para pouco mais da metade (52%), a Polícia Civil faz um bom trabalho esclarecendo crimes e 50% crê que a Polícia Militar garante a segurança da população.

“A sociedade brasileira reconhece a importância das policias, reconhece que elas são fundamentais para a manutenção da nossa democracia, mas os policias não estão tendo boas condições de trabalho, são caçados pelo crime. Mas também, a forma como eles atuam não satisfaz a população”, avalia Renato.

Plano nacional

Em nota, o Ministério da Justiça e Cidadania comentou o levantamento do FBSP. A assessoria de comunicação social do ministério  esclareceu que a proposta do futuro Plano Nacional de Segurança Pública define um "protocolo unificado de atuação e investigação nas hipóteses de mortes de policiais e mortes decorrentes de intervenção policial".

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