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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível foi "pedagógica" para a extrema-direita saber participar do jogo democrático. A Corte eleitoral entendeu, no julgamento finalizado nessa sexta-feira (30), que o ex-chefe do Executivo usou do cargo para espalhar desinformação sobre o sistema eletrônico de votação, na tentativa de ter ganhos eleitorais, atacar o Tribunal e fazer "ameaças veladas".

"No meu entender, a decisão do TSE foi pedagógica", disse Gleisi, que participou de um painel do 26.º Foro de São Paulo, evento que reúne diversos partidos de esquerda da América Latina. "Não tem como você participar de um jogo se você atenta contra as regras do jogo. Foi exatamente o que Bolsonaro fez. Desde que assumiu o mandato, ele vem atentando contra a democracia."

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Para Gleisi, o bolsonarismo seguirá vivo mesmo depois da ausência de Bolsonaro nos próximos pleitos, mas fica uma lição. "É óbvio que essa decisão não tira a extrema-direita do jogo político. O bolsonarismo continua aí. Isso vai dar dimensão a eles até onde eles podem ir. Se eles não tiverem os limites, também não vão poder continuar", afirmou.

O julgamento do TSE que tornou Bolsonaro inelegível por oito anos teve início no dia 22 e foi concluído nesta sexta-feira, por cinco votos a dois. O ex-presidente não poderá disputar as eleições municipais de 2024 e 2028 e as eleições gerais de 2026. O prazo de inelegibilidade começa a ser contado a partir do primeiro turno das eleições - 2 de outubro de 2022. Então, ele poderá concorrer novamente às eleições gerais em 2030, por apenas quatro dias. Daqui a sete anos, o pleito será realizado em 6 de outubro.

No terceiro dia do evento, a presidente do partido participou um debate sobre redes sociais da esquerda. Ela afirmou que há uma grande diferença em comparação com a extrema-direita. "Temos um diferencial de estrutura monstruoso. Os financiadores (da extrema-direita) são grandes, e não temos a mesma estrutura. A gente conta com a militância, com a luta. O que não podemos é deixar de nos articular, estarmos organizados", disse, lembrando da articulação com produtores de conteúdo "contrahegemônicos" nas eleições de 2022.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o protagonista do primeiro dia do Foro de São Paulo, na quinta-feira. Em discurso, ele elogiou os ditadores Fidel Castro e Hugo Chávez, disse "se orgulhar" do rótulo de comunista e afirmou que é preciso manter as críticas aos partidos de esquerda reservadamente, "entre amigos".

"Precisamos tentar discutir os nossos erros para que a gente possa corrigi-los. Entre amigos, a gente conversa pessoalmente. A gente não faz críticas públicas porque as críticas interessam à extrema-direita", afirmou Lula.

Também participaram do evento inaugural figuras do PT ofuscadas pelo mensalão, como José Dirceu e Delúbio Soares. Delúbio ainda distribuiu um livro em que chama o escândalo de corrupção de "farsa".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez forte defesa da governança de esquerda, mesmo que com "equívocos", em relação a uma gestão sob comando da direita. Em uma espécie de autocrítica ao movimento, o presidente afirmou que a esquerda precisa rever seu discurso e reconheceu uma maior facilidade da direita na comunicação.

Durante fala na abertura do 26º Encontro do Foro de São Paulo, em Brasília, nessa quinta-feira (29), Lula pontuou que a esquerda não é vista pela extrema-direita fascista como organização democrática, e sim que é tratada como terrorista, mas destacou que não se ofende ao ser classificado como comunista. "Nós não ficamos ofendidos. Nós ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazista, de neofascista, de terrorista, mas de comunista, socialista, nunca", disse.

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No discurso, o chefe do Executivo brasileiro destacou ser preciso defender a democracia que, em sua visão, é feita de concessões, assim como um casamento. Contudo, ao apontar as derrotas da esquerda nas eleições da América Latina nos últimos anos, Lula destacou ser preciso reconhecer o que "fizemos de errado". "Não podemos ficar a vida inteira criticando os outros", pontuou.

"É muito melhor ter um companheiro da gente (esquerda) cometendo alguns equívocos para a gente criticar do que ter alguém da direta governando que não permite sequer que a gente tenha espaço para fazer crítica", declarou.

Em uma autocrítica à esquerda, Lula disse que as críticas devem ser feitas de forma discreta; já os elogios, publicamente. "Muitas vezes a direita tem maior facilidade que nós com o discurso fascista. Aqui no Brasil, enfrentamos o discurso do costume, da família, do patriotismo, ou seja, nós enfrentamos o discurso que aprendemos historicamente a combater", destacou, sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Diante disso, o presidente criticou a falta de representatividade nos membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "(A ONU) Não pode continuar com a mesma dimensão que teve em 1945, é preciso aumentar os membros da ONU com África, América Latina e países asiáticos, mudar os membros permanentes do Conselho de Segurança", pontuando que os países que compõem o grupo "fazem guerra e produzem armas".

Na fala, Lula ainda citou que a América Latina viveu seu melhor momento entre 2002 a 2012, podendo ser estendido até o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ao retomar a criação do Foro, o presidente disse que ele nasceu de um desejo para que a esquerda "voltasse a conversar entre si e disputar espaços democráticos existentes".

"O Foro de São Paulo foi a primeira experiência latino-americana em que a esquerda resolveu se juntar sem precisar tirar suas diferenças nem tampouco acabar com as divergências, mas resolver discutir, do ponto de vista da organização democrática, disputar os espaços políticos", declarou. Ele pontuou que o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez tentou fazer parte da organização, mas não foi autorizado pois "ele tinha tentado dar um golpe".

O Foro de São Paulo é uma organização de partidos e entidades de esquerda de países da América Latina e do Caribe fundada pelo presidente Lula e pelo ex-presidente de Cuba Fidel Castro, em 1990. Segundo o documento de criação, a organização busca reunir organizações de esquerda para "tratar da defesa da democracia, da integração e soberania dos países latino-americanos e do combate ao imperialismo e ao neoliberalismo".

O encontro reúne 150 delegações de partidos da América Latina e Caribe, além de convidados da Europa, Estados Unidos, China e África. Com a presença de Lula, da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT), e de outros partidos e movimentos de esquerda, o Foro de São Paulo retomou suas reuniões presenciais anuais nessa quinta, depois de três anos sem encontros por conta da pandemia do coronavírus.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará nesta quinta-feira (29) da abertura do 26º Encontro do Foro de São Paulo, em Brasília. O comparecimento do presidente ao evento está previsto para as 19h, no Hotel San Marco.

De acordo com a agenda da Presidência da República, Lula inicia o dia concedendo entrevista à Rádio Gaúcha, às 8h, no Palácio da Alvorada. Em seguida, às 9h, o presidente se reúne com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio do Planalto.

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Às 10h, o chefe do Executivo tem agenda com o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. Às 15h, Lula tem agenda com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, seguido de encontro às 16h com a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

Às 17h, Lula se reúne com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo. O encontro com a ministra ocorre em meio às pressões da base aliada e do Centrão por cargos na pasta. Nesta quarta-feira, 28, em entrevista à GloboNews, ela negou que o presidente tenha sinalizado que ela será substituída por um nome indicado pelo Centrão.

Já às 18h, o presidente tem reunião com a secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente. O grupo é uma organização de partidos e entidades de esquerda de países da América Latina e do Caribe fundada pelo presidente Lula e pelo ex-presidente de Cuba Fidel Castro, em 1990.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou o Twitter, nesta quinta-feira (10), para afirmar que as ações da Polícia Federal no combate ao tráfico de drogas e à criminalidade, através do Projeto Pra Frente Brasil, está “sufocando o crime organizado” e tirando o “sustento dos partidos” que integram o chamado Foro de São Paulo. 

“A Polícia Federal queimou mais de 3 toneladas de cocaína. A apreensão recorde em 2019 já superou 60 toneladas. Com o Projeto Pra Frente Brasil, o trabalho de inteligência entre agentes de segurança da União, Estados e Municípios, estes e outros índices de criminalidade continuam caindo”, escreveu o presidente.

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“Estamos sufocando o crime organizado, bem como, retirando o sustento dos partidos e grupos terroristas que compõem o Foro de SP. Estes pretendem, mediante o terror, empobrecimento dos povos e falta de educação, manterem seus líderes ativos e sempre buscando o poder”, acrescentou. 

Para Bolsonaro, o Foro de São Paulo é uma organização criminosa. No entanto, o grupo foi criado para debater alternativas ao neoliberalismo e para promover a integração latino-americana no âmbito econômico, político e cultural, logo após a queda do Muro de Berlim. Foro é composto por 120 siglas, de 25 países, entre elas o PT.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro recebeu delegados internacionais, que participam da 25ª edição do Foro de São Paulo, no Palácio Miraflores, a sede do governo em Caracas.

"Encontro com delegações internacionais e personalidades que visitam a Venezuela para participar da XXV edição do Foro de São Paulo", disse o presidente em sua publicação no Twitter.

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​Entre as reuniões realizadas pelo presidente, foi destacada a reunião com o vice-reitor da Universidade de Roma La Sapienza, Luciano Vasapollo, responsável pela coordenação para que crianças venezuelanas recebam transplante de medula óssea na policlínica de Roma, conforme informou a emissora de televisão estatal venezuelana.

O chefe de Estado também teve encontros com deputados do Partido Comunista do Chile, eurodeputados e o neto de Nelson Mandela, Zwelivelile "Mandla", que veio a Caracas para participar da reunião anual.

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Apoio popular

Durante o encontro, seguidores do governo de Maduro marcharam no oeste de Caracas, pela paz dos povos e em apoio ao Foro de São Paulo, que está sendo realizado na capital venezuelana de 25 a 28 de julho.

Vários participantes deram seus depoimentos à Sputnik Mundo e disseram que este fórum é uma plataforma para denunciar as agressões de governos estrangeiros contra a nação sul-americana.

"Eu venho para apoiar o fórum, eu acho que é apropriado que todas essas pessoas de várias partes do mundo vieram ao nosso país para nos acompanhar nesta luta contra as sanções e agressões impostas pelos Estados Unidos", disse Leticia Martinez, 45 anos.

"A luta é por todos os povos da América Latina, pela Colômbia, pelo Equador, que também está sofrendo, pela Guatemala, pelo Brasil, pela Argentina, pelo Chile, e eu estou pronto para a batalha", declarou o cidadão Jorge Jinete.

"Estamos apoiando o Foro de São Paulo, aqui está a Milícia Bolivariana pela paz, contra todas as medidas coercivas que os Estados Unidos estão implementando em nosso país, estamos em resistência e venceremos", destacou Juan Rodríguez, integrante da Milícia Bolivariana, um órgão formado por civis e ex-militares.

Alison Bodine, membro da organização pela justiça social canadense Fire This Time, disse que, apesar das sanções, a Venezuela tem resistido aos bloqueios impostos por governos estrangeiros.

"O governo do Canadá e os Estados Unidos estão impondo sanções e bloqueios contra as pessoas aqui na Venezuela, mas o povo da Venezuela é tão forte e tem coragem que está apoiando seu governo democraticamente eleito", declarou Bodine à agência.

Fórum emblemático

Mais de 700 representantes de movimentos e partidos políticos de esquerda de todo o mundo participam do fórum, que termina neste domingo, 28 de julho.

O Foro de São Paulo, uma plataforma emblemática de partidos e movimentos políticos da esquerda latino-americana e caribenha, foi criado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil em 1990 com o objetivo de discutir estratégias a seguir perante o avanço do capitalismo na América Latina.

Da Sputnik Brasil

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann, denunciou a perseguição que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sofrido no Brasil durante intervenção, neste domingo (16), na abertura do 23º encontro do Foro de São Paulo, na Nicarágua.

O encontro reúne diversos partidos de esquerda da América Latina e Caribe e será realizado até a próxima quarta-feira (19). Em sua fala, Gleisi denunciou a perseguição que Lula está sofrendo pelo judiciário brasileiro, principalmente pela figura de Sérgio Moro, alertou sobre a atuação direita reacionária e golpista.

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“Estamos frente a ofensiva de judicialização da política em todo o continente, e no Brasil a intenção é destruir o PT e impedir que o maior líder popular brasileiro, Lula, seja nosso candidato nas eleições presidenciais de 2018, pois sabem que a possibilidade de sua vitória é enorme”, disse.

“E mais do que nunca necessitamos de um governo de esquerda de volta ao nosso país para retomar o desenvolvimento nacional, a política externa altiva e ativa e reverter as consequências do ajuste neoliberal imposto pela quadrilha golpista que se instalou no nosso governo”, completou Gleisi.

Com informações da Agência PT de Notícias

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